segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Álvaro Pereira

É um dos jogadores indiscutíveis do FC Porto actual. Velocidade, eficácia a defender, qualidade no cruzamento. Álvaro Pereira preenche a ala esquerda de forma completa e a equipa é muito diferente sem a sua presença. Para pior. A questão que se coloca é a seguinte: é este já o melhor defesa-esquerdo do FC Porto pós-Branco? Admito que sim, mas ainda lhe falta ganhar títulos, coisa a que Nuno Valente ficou ligado para sempre na história do nosso clube. Recordo ainda um brasileiro dos anos 90 chamado Esquerdinha, que foi, na minha opinião, muito subvalorizado enquanto foi jogador do nosso clube. Fica o convite para participarem na botação na barra lateral.

Voltando a Álvaro Pereira, não sei se os caríssimos leitores estão lembrados, mas o uruguaio, antes de vir para o Dragão, foi dado como certo no 2º classificado pelo jornal A Bola. Chegaram mesmo a deslocar-se à Roménia para entrevistar o "novo defesa-esquerdo do Benfica". Passámos de um Álvaro Pereira sorridente enquanto "jogador do Benfica" para um Álvaro Pereira sério, com ar apreensivo e com as mãos em posição de pedir perdão, talvez pela traição que acabara de fazer e que o jornal O Jogo, na altura, cronometrou em 4 minutos (o tempo que ele levou para decidir e assinar pelo FC Porto). Ora cliquem lá na imagem.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Prenda de Natal

Decidi, nesta quadra natalícia, oferecer uma prenda a todos os leitores do Pobo do Norte, nomeadamente a todos os portistas. Trago-vos aquele que foi, na década de 80, e enquanto o hino oficial de Maria Amélia Canossa andava um pouco adormecido, aquele que foi, dizia, o tema que se ouvia no Estádio das Antas, nas rádios, e em todos os eventos portistas. Composto por António Tavares Teles e Tozé Brito, e com arranjos de Ramon Galarza, este "Hino do Futebol Clube do Porto" foi editado em 1985, em plena fase de rei Artur, Gomes, Futre e companhia. Desfrutem e, já agora, boas festas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A obrigação de viver

Este não era o texto que planeava publicar hoje. Este não é o post que falaria desta sequência de jogos sem perder, não é aquele que fala da mutação do Bellushi, dessa nova encarnação do Lucho com metade do seu tamanho à qual chamamos Moutinho, não é nenhuma apoteose.

Este é o post sobre a morte de um homem que não conheci mas que viveu o seu, o nosso Porto, com a elegância genuína de quem nunca se sentiu diminuído por pertencer clubisticamente falando a uma franja de nortenhos com sotaque. A morte de Pôncio Monteiro, o verdadeiro, o único, fez-me pensar se faria sentido continuar a usar este pseudónimo. Se não seria um abuso assinar com este nome e em nome de uma personagem que se confunde comigo mas que também se confunde com todos aqueles que se reviam na atitude irónica e desafiadora com que este ilustre portista participava nos debates.

Nesta, como noutras mortes, mais ou menos próximas, mais ou menos dolorosas, a conclusão a que chego é sempre a mesma: a única forma de honrar aqueles que amamos, aqueles que admiramos, apreciamos ou simplesmente aqueles com quem partilhamos o gosto por um clube, é seguir em frente, aproveitar cada momento das nossas vidas para fazer aquilo que é nossa obrigação: viver.

Viver, neste caso, com a mesma ironia, com o mesmo desdém por aqueles que nos olham como se fossemos cidadãos menores. Viver fazendo a cada momento aquilo que acreditamos estar certo, usando o humor e a ironia em lugar de bolas de golfe ou pedras. A minha forma de prestar homenagem a este portista é continuar a escrever sob este pseudónimo. E mais do que uma homenagem, é uma obrigação. A obrigação de seguir vivendo.

Obrigado e até sempre

domingo, 19 de dezembro de 2010

Helton, o gigante

Digo-vos uma coisa: dá um jeitaço ter um guarda-redes no onze inicial. Hoje, por exemplo, foi graças a Helton que não tivemos um ou mais dissabores na segunda parte. No final do jogo, toda a gente esqueceu o brasileiro da nossa baliza, preferindo destacar as "incríveis perdidas do Rondon", mas eu posso assegurar que vi o nosso guarda-redes a fazer duas ou três defesas de grande nível. Que sorte termo-lo levado a Paços!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Taça é festa

A Taça de Portugal trouxe mais uma vez ao Dragão um ambiente de festa, com o clube a vender bilhetes baratinhos, o povo a aderir e a equipa a responder com uma boa exibição e golos. Mesmo assim, confirmou-se aquilo que eu já pensava, que este Juventude de Évora ia ser mais complicado do que o Benfica. E o resultado aí está para o provar. O próprio treinador dos alentejanos lembrou, no final, e muito bem, que, "atenção, já houve grandes que aqui vieram e perderam por mais". Por isso, só temos de dar os parabéns a estes simpáticos eborenses por terem dignificado o espectáculo e a nossa vitória (que é um dos lugares-comuns do discurso futebolístico que mais me fascina).

Do jogo que eu vi, a partir dos 35 minutos da 1ª parte, deu para reparar que Álvaro Pereira é imprescindível nesta equipa, que João Moutinho manda ali dentro (e manda bem) e que o James Rodriguez é um diamante que está a ser lapidado - com muito cuidado para não se estragar - para ter um futuro brilhante. Há quem chegue ao exagero de dizer que está ali a despontar qualquer coisa assim parecida com um madeirense que joga no Real Madrid. Eu só quero que o rapaz seja titular quando tiver que ser, e que nos dê muitas alegrias quando tiver que dar, e durante muito tempo. Agora, essas comparações só atrapalham, na minha opinião. Lembrem-se que o Anderson andou a penar pela equipa B e fez-lhe muito bem. O problema foi que depois parou cá pouco tempo.

Ontem vi o Benfica-Braga e achei o jogo tão mau, tão mau, tão mau que pensei em espreitar pela primeira vez a Casa dos Segredos. Vejam lá ao ponto que um gajo chega. No meio de tanta bordoada, tanto amarelo e vermelho perdoado pelo Xistra aos jogadores do Benfica, de tanto chuto na atmosfera e gestos do Jesus que parecia estar a ter um ataque epiléptico, pensei que se calhar tinha isto tudo na Casa dos Segredos - porrada, discussões, perdões e ataques - e ainda podia ver uma ou outra miúda jeitosa (que eles escolhem-nas a olho). Mas resisti na esperança de ver um golinho do Braga a empatar a coisa, o que não aconteceu. O Domingos não tinha ovos e assim não se fizeram as omeletes necessárias. No final, a Luz voltou a entrar en histeria, Jesus voltou a dizer "Estivéramos imparíveis" e o courato e o garrafão voltaram a ter grande saída nas roulottes. E agora, vem aí o Moretto, mais uma vez.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Adeus Champions, shalom Euroliga

Obrigado Lisandro, por tudo aquilo que nos deste e por tudo aquilo que nos continuas a dar. Estava eu triste e afundado no sofá, vendo o SLB a escapar-se ao destino desejado de se cruzar connosco na Liga Europa, quando tu e um camarada qualquer do Lyon fizeram o milagre de obrigar o Benfica a continuar nas competições europeias, apesar da incompetência dos auto-declarados vencedores da Champions League e do peso competitivo desse colosso do futebol europeu que veio de Israel. Ofereceste-lhes mais duas oportunidades de fazerem fraca figura e eu estou-te grato por isso. Portista para sempre. Obrigadinho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vitória ranhoso e vitória ranhosa

O FCP quase que dava uma alegria ao canal da Venda do Pinheiro, cujos jornalistas não deixaram de manifestar o seu supremo entusiasmo cada vez que o Setúbal passava o meio campo.

O jogo quase que se resumiu aos dois penalties muito ranhosos arrancados por um Elmano que esteve ao nível do jogo - muito mal. Para a desgraça ser completa, no final, o Manuel Fernandes comportou-se como um puto no recreio da escola, tentando atribuir a derrota ao senhor de preto e dizendo que dentro de dois anos se afastará do futebol.. Estamos a falar de um treinador cuja equipa nem um misero remate fez em toda a primeira parte... e que na Luz tinha conseguido perder falhando outro penalty, num jogo em que actuou largos minutos contra 10!

Não sei se estamos a perder gás ou se isto é apenas consequência do esforço do jogo na neve de Viena. Seja como for, foi mais uma jornada e esta vitória pobrezinha valeu os mesmo 3 pontos da goleada ao Benfica. Continuamos com 8 pontos de vantagem e os campeões também têm direito a dias menos felizes.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Flash-Moretto

Acabei de ver o Jorge Atão Xau Jesus a falar na flash-interview sobre o atraso pontual no campeonato em relação ao FCP. Mas então as flash-interviews não eram só para falar do jogo em questão? Já não percebo esta coerência galinácea. Quer dizer, perceber percebo. É a mesma coerência que os leva a apelar ao boicote dos adeptos aos jogos fora (pelo jogo de hoje, parece é que estão a boicotar os jogos em casa) e depois a abrir uma excepção cirúrgica para o Dragão. Pelo menos foi por uma boa causa: ver futebol de excelência.
Futebol de excelência nunca poderá ser uma expressão que possamos associar a Moretto. Quando pensamos em Moretto, expressões como "bufardo no aeroporto" ou "és grande, mas não és grande coisa" são muito mais recorrentes. O jogo de hoje foi decidido a tempo, antes do intervalo, não fosse a coisa correr mal (ah, e aquele golo anulado ao Olhanense... não sei, não...) e quase que "lacrimijei" quando vi o Moretto, no final, a confraternizar com os adeptos galináceos. Foi bonito! Isto é fair-play, meus amigos!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Heróis em Viena. Outra vez.

Falcão, Falcããããão
Jogas tão bem assim
Serás Falcããããão
Até ao fim!

Sporting: um clube ecléctico

Canto de Pedro Mendes. Postiga toca a bola com a mão, Liedson raspa nela com o braço, Carriço acaricia-a com a ponta dos dedos. Anderson Polga está no local certo, à hora certa, e marca. A equipa de andebol do Sporting, que vai em 5º e já trocou de treinador na presente época devia aprender com os seus colegas do futebol. Isto é que é eclectismo. Na sequência do mesmo lance, Liedson encontra-se em posição de fora-de-jogo, na área de influência do guarda-redes. Nenhum dos cinco árbitros assinala o que quer que seja. O Sporting está a crescer, segundo o seu treinador. E não se fala de arbitragem há dois jogos consecutivos, o que é natural.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Carácter versus conversa da treta

Estou a ver o FCP catalão a dar um banho de bola aos vaidosos da capital espanhola. Lá como cá, o trabalho sério vence a prosápia, o empenho discreto bate a chuva de estrelas. Lamento pelo Mourinho, pelo Pepe e pelo Ricardo Carvalho, mas há coisas que dinheiro algum pode comprar. E, claro, para o paralelo ser perfeito, foram 5 secos... mas poderiam ter sido mais.

Dez anos é muito tempo

Bruno Paixão demorou mais ou menos dez anos a aprender que os agarranços na área são falta. Dez anos foi o tempo que mediou entre o Campomaiorense-FC Porto, em que só faltou ao José Soares cortar os Jardel às fatias, e o Beira-Mar-segundo-classificado de ontem.

sábado, 27 de novembro de 2010

J. Sousa - o homem que quis animar o campeonato

É preciso assumir que o Porto fez a pior primeira parte desde o jogo com a Naval. Sim, teve uma oportunidade clamorosa de marcar logo no início mas pouco mais. Porém, jogou de forma mole e deixou-se empurrar para trás por um Sporting muito entusiasmado mas que não criou grandes oportunidades de golo. Mas quem desiquilibrou o jogo foi o senhor de preto - o golo do Sporting foi marcado em claro fora de jogo e, julgo eu, com a agravante de existir uma mãozinha marota.
Na segunda parte colocamos em campo algum brio e o resultado surgiu quase de imediato. O golo de Falcao foi a consequência lógica de um domínio crescente e não uma mera casualidade como o treinador adversário tentou fazer crer. Depois disso tivemos mais equilíbrio. O Porto parecia satisfeito e o Sporting incapaz de fazer melhor.
E surge então o Sr. Jorge Sousa: Maicon tenta fintar Liedson num local proibido, o avançado do SCP ganhou o lance e caiu. E sem ter cometido nenhuma infracção, o nosso central foi expulso. Expulsão que entretanto ficou por fazer na sequência de uma agressão do Maniche ao Moutinho.
Até ao final assistimos a um recuo global da nossa equipa e a uma tentativa desesperada de aproveitamento da superioridade numérica. Foi fraquinho mas salvou-se o essencial - o resultado.
Durante a tarde li no Expresso que a Liga seguia "triste". Parece-me que existe quem queira animá-la à força. Mesmo que o árbitro tenha decidido começar a dar amarelos aos jogadores do Sporting depois da expulsão do Maicon, talvez para disfarçar todos os favores que foi fazendo nos primeiros 70 minutos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fatalidades de comentadores de camisola vestida

Cerca de 75 minutos do jogo Hapoel-Benfica e os israelitas ganham um canto. O comentador de serviço na SportTV, Carlos Manuel, ex-glória vermelhusca, diz que "o Hapoel já só coloca 4 homens na área", depois de dizer variadas vezes que o SLB estava "por cima" e que tinha condições para dar a volta ao 1-0 que então se registava. E pumba, nem uma mão cheia de mancos israelitas para incomodar os 9 benfiquistas que defendiam o pontapé de canto foi suficiente para fazer o 2-0... Vá lá, não fiquem em último lugar do grupo porque queremos ter outra oportunidade de vos enfardar no Dragão.

Actualização: ainda foram a tempo de levar o terceiro.... Acho que foi de propósito, só para tentar desvalorizar o 5-0 do Dragão.

sábado, 20 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O clube Portugal voltou hoje

Já não me entusiasmava assim com a selecção há muito tempo. Que grande jogo fizemos frente ao campeão mundial! A raça de Pepe, a magia de Ronaldo, a geometria de Moutinho! Que jogão! Até Hélder Postiga se disfarçou, e bem, de goleador nato! Parabéns, Paulo Bento! Onde andava esta selecção há uns meses atrás?

Prémio "Engraçado, nós também"

"Teremos sempre esperança. Vamos encarar jogo a jogo e aguardar para ver o que acontece."
Roberto, 17.11.10

Engraçado, Roberto, nós encaramos cada jogo teu com a mesma motivação: esperança que voltes a armar barraca, aguardando serenamente para ver o que acontece quando estás entre os postes (ou fora deles, como no golo do Varela).

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Estamos em crise

Isto explica-se assim. Damos abada no Benfica, jogamos pr'ó mundial, no domingo seguinte ganhamos "só" 2-0 ao Portimonense, sem quatro titulares e com uma exibição q.b. Conclusão: estamos em crise. O André é que lhes responde à altura. Siga pr'a bingo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hulk não chegou à perfeição

O jornal A Bola apenas atribuiu a nota 10 a um jogador até hoje. Foi a João Pinto, nos 6-3 de Alvalade. Nunca mais um jogador teve direito à nota máxima. Após o FC Porto-terceiro classificado de domingo, lembrei-me que Hulk poderia ser, finalmente, o segundo jogador na história do jornal a ser pontuado com nota 10. Com dois golos marcados, uma assistência e uma exibição na globalidade elogiada pelo adversário (como factor maior para a goleada), Hulk mereceria, na minha opinião, essa nota. Até pelo facto de ter conseguido tudo isto num jogo contra o principal rival (factor, na altura, invocado para a justificação do 10 de JVP). Mas não, o jornal oficioso do terceiro classificado pontuou Hulk com 9. Não é que seja de grande importância este facto. Mas fica registado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dois anos e meio depois

Eu sabia que devia guardar aquela edição de A Bola de 16 de Maio de 2008. Algo me dizia que um dia teria oportunidade de a lembrar com um sorriso na face. Que um dia assistiria à mais bela e dolorosa vingança sobre todos aqueles que quiseram destruir o meu clube. Ela aí está, em campo. Cinco, zero.
Há dois anos e meio, este jornal titulava "Benfica quer FC Porto a pagar em todas as frentes", introduzido por um fatal "Alastram eventuais consequências da condenação por tentativa de corrupção". Desde a UEFA à CMVM, passando pelo Governo, o terceiro classificado iria até ao fim do mundo para nos varrer do mapa futebolístico. O resto da história toda a gente conhece. Criaram-se task-forces de advogados competentíssimos, movimentaram-se canais jornalísticos privilegiados, construíram-se fábulas tenebrosas que impressionaram os Platinis do futebol. No final, zero. O FC Porto não só não foi banido da Champions, como ganhou mesmo o seu grupo à frente do Arsenal, sendo apenas eliminado nos quartos-de-final, às mãos de um Cristiano Ronaldo inspirado. Isto para não falar, a nível interno, no quarto campeonato consecutivo. O clube do regime de outrora meteu a viola no saco e regressou a casa envergonhado.
Eu não estava satisfeito. Ansiava por uma vingança maior, um momento sublime, uma acção dolorosa, lenta e metódica, que lhes pudesse fazer em campo aquilo que eles não nos conseguiram fazer na secretaria. E esse dia chegou, anteontem, domingo, 7 de Novembro de 2010, trazendo a goleada com que sempre sonhei e cujo desejo aquela capa de A Bola de 2008 tinha acelerado. Obrigado, Pinto da Costa, André Villas Boas e os catorze magníficos que pisaram o relvado do Dragão.

Viscondes sucumbem, galinhas descem na classificação

Notícia da noite: o Vitória de Guimarães, o único clube capaz de "empatar" o FCP de Vilas-Boas, venceu por 3-2 em Alvalade e já está no 2º lugar da Liga Portuguesa, por troca com quem vocês sabem muito bem quem.

O Sbordem enterrou-se mais uma vez, depois de estar a ganhar por 2 ao intervalo, e cheira-me que o Paulo Sérgio só resiste mais um jogo ou dois ao leme daquela equipa: o próximo encontro é em Coimbra (um adversário directo dos lagartos...) e o seguinte com o FCP, em Alvalade.

Entretanto, o jornal oficioso do clube do 3º classificado publica uma reportagem subordinada à frase de Luís Filipe Vieira "Em Angola sentimo-nos em casa". Eu acrescentaria: "Longe do norte e daqueles gajos que nos humilham". Escusado será dizer que esta reportagem só fala do futuro, da importância de ter sido um jogador nascido em Angola "quem levantou pela primeira vez a Taça dos Campeões pelo SLB" e outras preciosidades do baú empoeirado das relíquias galináceas.

Não resisto a reproduzir, com os meus agradecimentos pela indicação ao van d'Alho, a versão vermelhusca do que ontem se passou no Dragão, segundo o site oficial do "coiso":

07/11/2010 FUTEBOL
10.ª jornada
Noite infeliz

O Benfica perdeu este domingo com o FC Porto por 5-0, em encontro da 10.ª jornada da Liga portuguesa. Foi uma noite infeliz dos “encarnados”, no entanto, nada está perdido em relação às contas do título.
Comentário do POBO: apenas "infeliz" (não chegamos aos 6) e "nada está perdido", excepto a bazófia, a arrogância e a dignidade de quem não tem a noção do ridículo.

A equipa de Jorge Jesus entrou bem no encontro frente ao FC Porto, pressionando a toda a largura do campo. O primeiro remate pertenceu mesmo ao Benfica, numa tentativa do médio Carlos Martins (9’). Comentário do POBO: ena, o primeiro remate - saiu quase 4 metros ao lado mas, porra, foi um remate e lá na terra deles, que é para aprenderem quem manda!

Na primeira jogada que realizou no encontro, o adversário colocou-se na frente do marcador. O golo foi marcado por Varela (11’). Comentário do POBO: gajos lixados - na primeira jogada, pumba, marcaram um golo; importante mesmo foi fazer o primeiro remate, mesmo que para longe da baliza...

O Benfica incomodou a baliza de Helton num cabeceamento de Javi Garcia (17’), mas foi novamente penalizado numa jogada construída pelo lado direito do ataque do FC Porto. Falcao foi o autor do tento (24’). Comentário do POBO: o SLB "incomodou" e notou-se que o Hélton ficou muito chateado; coçou, coçou e comichão não passava - aqueles tipos vieram cheios de pulgas lá de baixo. E, claro, uns "incomodam" e outros "penalizam". 0-2 em incómodos a favor do Benfica.

O Benfica não baixou os braços e Pablo Aimar rematou para defesa do guarda-redes brasileiro (27’). Comentário do POBO: tanto que não baixaram os braços que até meteram as mãos à bola dentro da área, mas isso não interessa, não é?!...

Sem ter claramente a sorte do seu lado, a equipa da Luz sofreu o terceiro tento no minuto seguinte. Falcao apontou o golo da formação da casa. Comentário do POBO: deixa ver se a malta percebe isto - um ataque e PIMBA; um incómodo e são penalizados com o segundo PIMBA; para piorar a cena, a sorte foi-se embora e PIMBA. Só acasos, só maldades - já vi histórias mais maniqueístas do que esta mas eram para crianças com menos de 6 anos.

Tal como tinha acontecido na primeira parte, o Benfica entrou melhor no início do segundo tempo. David Luiz, aos 60 minutos, rematou com muito perigo no interior da área contrária, mas Helton travou o remate. Comentário do POBO: entraram tão bem que demoraram mais 15 minutos para fazer um remate com perigo.

A equipa “encarnada” viu depois Luisão ser expulso (65’), o que dificultou a recuperação no marcador. Numa grande penalidade forçada, o adversário ampliou o resultado para 4-0. Hulk marcou aos 80 minutos. Comentário do POBO: eles estavam quase, quase a recuperar, apesar de só terem feito um remate digno desse nome, mas o Luisão foi expulso (por razões que pelos vistos ninguém conhece lá na redacção) e, PIMBA um penalty tão forçado, tão forçado, que não há imagem nenhuma que consiga ocultar o derrube do Rod Stewart das Caxinas ao Hulk.

Num remate de longe de Aimar, o Benfica esteve perto de reduzir aos 88 minutos. No final do desafio, Hulk fez o resultado final (90’). Comentário do POBO: mais uma vez, quando eles estavam prestes a reduzir, assim sem mais nem menos e contra a corrente do jogo, que só dava Benfica, PIMBA, os #$"&% fizeram mais um golo - o mundo é cruel!

Apesar deste resultado, o Benfica continua na luta pelo título nacional. É preciso lembrar que só foram disputadas 10 jornadas, pelo que há ainda muito campeonato pela frente. Comentário do POBO: "é preciso lembrar" porque eles ainda só tinham dito isso uma vez neste sucinto relato. A luta continua, por qual título nacional não interessa explicar: deve ser o título nacional da 2ª Circular (é como na NBA, ganham o campeonato lá de casa e são "world champions").

Comentário do dia

Sem desprimor em relação aos magníficos comentários com que os nossos leitores nos brindam, este é o comentário do dia:

"Ao fim de algum tempo, o pessoal que trabalhava na FERTOR habituava-se de tal maneira que já nem sentia cheiro do composto fertilizante. O mesmo se passa com os frangos do Roberto. Já estamos tão habituados a ver o gajo a meter água, que já nem sabemos se é ou não é frango."

Veio a propósito disto. Obrigado, van d'Alho.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pensamentos soltos

Ainda não consigo estruturar muito bem as ideias em relação ao jogo de ontem e ao que senti no Dragão. Por isso, fico-me, para já, por estes pequenos apontamentos:
1. Há seis jogadores que tiveram o privilégio de estar ontem no Dragão e nos 5-1 do Olympiacos (2008/2009): David Luiz, Sidnei, Maxi Pereira, Carlos Martins, Ruben Amorim e... Belluschi. O nosso samurai da Argentina, em cinco jogos já disputados contra o segundo classificado - um pelo Olympiacos, quatro pelo FC Porto -, já leva um parcial de 15-3. Só por isto, já fica na História do clube. Por falar em História, há males que vêm por bem. Com a derrota de ontem, os benfiquistas podem estar descansados: os 7-0 de Vigo passaram à História.
2. A crítica é unânime em considerar que o Roberto não teve culpa na goleada de ontem. Eu discordo. Já se deram ao trabalho de observar o guarda-redes espanhol no primeiro golo? Então vejam e depois digam-me alguma coisa. Só assim se explica a baliza aberta que Varela não enjeitou.

E fez-se a sua vontade. Amen.

Hi5 o dia seguinte

Notas finais sobre o que se passou no Dragão esta noite:

a) se o Gadelhudo valia 40 milhões, já ninguém o deve querer de borla;

b) o Hulk provou que é o mais decisivo futebolista a actuar em Portugal, o MVP;

c) o Jorge Jesus é da Escola do Jesualdo - um cagão que não aprende com os erros do passado;

d) o Jorge Jesus acha que foi derrotado porque o Hulk esteve "inspirado": é parvo e não sabe perder;

e) o SLB perdeu os 2 confrontos com FCP esta época porque, em relação a 2009/2010, jogou sempre desfalcado: já não tem Ramires, já não tem Di Maria e, sobretudo, já não tem o Hermínio e o Ricardo Costa...

Nota adicional: voltarei à problemática filosófica da Escola dos Cagões para tentar explicar o fenómeno Bellushi 2010, porque o pequeno argentino merece um post só para ele.

domingo, 7 de novembro de 2010

O rescaldo

Flash interview: o Porto colocou o Hulk a dizer o inevitável e o SLB mandou o Roberto... Cruel, não foi?

O AVB a fazer ponderadas declarações como se não tivesse o coração aos pulos. Mas aquele sorriso diz tudo - adoro este gajo!

Xessus disse: "o Porto teve uma noite inspirada"; "o Porto foi mais forte do que o Benfica" e, para terminar, a propósito dos 10 pontos de desvantagem, "não vamos fugir à realidade". Para variar, digo eu.

Para fechar

E com 5 letrinhas apenas se escreve a palavra "abada". HUUUUUUUUUUULK

77 minutos...

Como diria o Rod Stewart das Caxinas, I don't want to talk about it... Hulk ganhou sobre o louro e depois assinou o penalty do 4-0. A vingança serve-se fria. O AVB vai fazer-me a vontade e colocar em campo o nosso menino de ouro. Mais um jogo útil do Varela.

Sem ilusões

Faltam cerca de 25 minutos para o final mas o Luisão estava amuado e fez o possível para sair do jogo mais cedo. Foi a melhor jogada do Guarin em todo o encontro. Creio que está na altura de colocar em campo o miúdo James. Quando é que chega o quarto golo?

Uma hora de jogo

O Gaitan está em campo para corrigir o erro de casting do génio da estratégia vermelhusca. E o Hulk ofereceu um golo ao Bellushi que este transformou num passe para o Bertinho. Eu já vi uma galinha em campo mas convirá não exagerar. Entretanto, o Tiger Woods deve estar no meio dos Super Dragões mas está a tentar abrir um buraco na cabeça de algum vermelho. O Bellushi e o Moutinho continuam a encher o campo; o Guarin está desaparecido do jogo. E o Varela falhou um 4-0 acrobático. Pouco depois ficou um penalty por marcar na área do SLB. Finalmente um remate perigoso dos vermelhos.

Comentário ao intervalo

O espectáculo está a ser muito bonito, sim senhor, mas o Robertinho ainda só teve uma fífia. Falcao tem sido grande, o Bellushi tem sido enorme. A formiguinha Moutinho está sempre em movimento, sempre onde é preciso (faz-me lembrar o Maniche de 2003/2004), mas o Guarin não faz parte deste filme e mesmo com uma equipa do SLB à deriva no relvado do Dragão abrem-se avenidas no centro do terreno. O Hulk já fez o suficiente para vulgarizar o gadelhudo que o Xessus lhe ofereceu esta noite e até o Sapu brilha. O Droga da Caparica já marcou o golito habitual e amarelou o Cantiflas. Existem ainda 11645 espectadores não insultados ou cuspidos pelo Ilusão..

O quarto não chegou antes do intervalo, o que significa que isto só acaba aos 6...

A dez minutos do intervalo

A coisa está a correr de tal forma que é o Sapu que finta o Coentrão e não o inverso. Estamos a aguardar pelo quarto golo...

25 minutos... E vão 2, perdão, 3

Nota artística máxima para o golo do Falcao (com um lindo papel secundário neste filme para o Bellushi). Os gajos estão a ficar desesperados. Mas falta muito tempo. Já deu para ver que o Guarin é um Fernando fraquinho. Olha, o Sidnei perdeu em velocidade para o Bellushi e o Falcao fez o 3-0. Já só falta a robertada da praxe para isto ser perfeito. Será que o campeonato não se resolvia em 1o jornadas e o jogo do título resolveu-se em meia hora?!

20 minutos depois do apito soar

Passamos para a frente aos 11 minutos e o jogo parece estar algo partido. O Varela já matou um contrapartida-ataque por trenguice e o Carlos Martins descobriu que não pode insultar a mãe do árbitro assistente sem levar o correspondente amarelo. O Hulk continua a mostrar ao génio da estratégia do outro lado que mais valia deixar o Sidnei no lugar do costume. Estamos melhor no jogo.

10 minutos de jogo

Tudo muito nervoso, muito "à queima". 1 só remate digno desse nome e foi do Carlos Martins. Nós já temos 2 foras de jogo de crédito. Pois, claro, o Hulk comeu a Ovelha Choné e o Varela marcou o 1-0. Lá se foi a grande solução táctica do Xessus...

Começou

O jogo arrancou bem, com uma carga policial sobre a claque do Benfica... E outra do Maxi Cantiflas Pereira sobre o Varela. Já deu para ver que o Sapu vai ter uma noite complicada por causa do Rod Stewart das Caxinas.

Está quase a começar

Primeiras impressões do aquecimento: o Xessus vai colocar fora do 11 o Peixoto porque acredita que a Ovelha Choné consegue acertar mais vezes nas pernas do Incrivel Hulk. Mas nem tudo está perdido: não temos o César a enterrar na ala esquerda mas vamos ter o Sidnei no eixo da defesa. Do nosso lado está a equipa previsível, mas sem o Polvo a secar o meio campo dos Aimares e dos Martins. Vai ser hoje que o Guarin provará que tem lugar no plantel.

Parece que afinal alguém conseguiu acertar uma pedrada no autocarro do SLB... Para o ano vamos ter a Marinha no Rio Douro e a Força Aérea a patrulhar os céus da Invicta!!

Benvindos à cidade sitiada

Boa noite. A cidade do Porto está desde ontem à noite sob fortes medidas de segurança: não é permitido cuspir para o ar, dar cepas nas crianças ou dizer mal do Benfica. Ao longo da Estrada da Circunvalação, 3 regimentos de infantaria e 2 de artilharia estão prontos a intervir caso o Hulk finte a Ovelha Choné. Existe recolher obrigatório para todos os portadores de blusões dos Super Dragões e camisolas do FCP com a inscrição Madjer. Qualquer ataque à dignidade (?!) do Orelhas é passível de condenação a 2 anos de prisão efectiva ou 6 meses de assinatura da Benfica TV. Até já.

Pobodonorte LIVE

Esta noite, excepcionalmente, vamos ter "postas" em tempo real. Tudo sobre o FCP-SLB desta noite, em directo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Cebola mole e campeonatos ganhos em Novembro

Um problema por resolver

Antes de passar ao jogo de amanhã, algumas palavrinhas sobre o resultado de quinta. Aquele empate não decorreu somente da irresponsabilidade do uruguaio. Aliás, o Porto estava a jogar em ritmo de passeio, como se este jogo não contasse para coisa nenhuma. Mas, se contasse, será que o Rodriguez seria titular? E esta é a questão fundamental: o que vale actualmente o Cebola?

A resposta óbvia é: muito pouco. Tendo sido um elemento fundamental da equipa na sua primeira temporada de azul e branco, passou a época passada entre lesões mal curadas e recaídas, ficou fora do Mundial devido a uma expulsão e desde então não tem acrescentado nada à equipa, excepto peso na folha salarial. O facto de ter mais oportunidades de jogar do que o Ukra só pode ser justificado pelo respectivo salário e pelo suposto estatuto que ostenta. Era capaz de ser boa ideia emprestar o homem na segunda metade da época.

Acabar de vez com a treta

Já estou farto de ouvir dizer que o jogo de domingo "não é decisivo", que "não se ganham campeonatos à décima jornada" e outras meias verdades afins. Deixemo-nos de rodeios: vencendo este jogo, o FCP acaba com a temporada do Benfica e como os outros estão ainda Mais longe, dá um passo enorme no sentido de ser o campeão 2010/2011. Ou melhor, uma vitória amanhã significará que os outros deixam de ter aspirações justificáveis. Daí para a frente teriam poucas possibilidades de vencer; o Porto é que continuaria a ter a possibilidade de perder... fazendo muita asneira ou perdendo metade da equipa por lesão.

O cenário inverso é perigoso, seriam apenas 4 pontos de diferença e uma presumível desvantagem directa. Com a onda a crescer, muitos campos deste país ficariam ainda mais inclinados, muitas decisões fora das 4 linhas empurrariam os vermelhos para a frente, em suma, para ganhar o campeonato, qualquer clube português que não se chame Benfica precisa de ser mesmo muito melhor do que o dito. Nós também.

O empate deixa tudo na mesma excepto a vantagem psicológica, que deixa de estar do nosso lado - com a época que temos feito e com os nossos jogadores mais determinantes em boa forma, empatar com o SLB é uma meia derrota. Pode não ser muito negativo mas é muito frustrante.

Amanhã é uma final. Se vencermos, quase tudo estará decidido. A partir daí começareis a ver com maior assiduidade as páginas da Bola e do Record cheias de supostos craques supostamente dispostos a vestir a camisola do SLB. E será assim até Agosto, para entreter os tolos e vender papel.

Paios e poios

Ontem andámos a defecar para o jogo durante muito tempo. Atenção, quando digo "defecar" faço-o num sentido positivo, como quem se senta na sanita, calmamente, lê a revistinha da praxe e espera que algo aconteça. E ontem aconteceu um penalti, que Falcao marcou muito bem, foram acontecendo alguns lances de perigo na baliza turca e tudo corria como planeado. Até que aconteceu cagada-mor, obra de Rodriguez, que se lembrou de responder a provocações turcas. Já se sabe que o sangue sul-americano ferve em pouca água. Depois andámos algo perdidos em campo e os turcos fizeram um empate num golão, que, não sendo um paio, andou lá muito perto. Paio tivemos nós quando eles acertaram na barra. O jogo abespinhou-se e o poio do árbitro não ajudou nada. Não posso afirmar que a bola do Ruben Micael entrou (um benfiquista diria imediatamente que sim), mas conta quem viu pela TV que "dá a impressão" de que o pé do defesa turco está bem dentro da baliza quando faz o alívio. O empate não teve sabor a nada, mas foi uma bosta de um empate, porque poderíamos e deveríamos ter ganho este jogo. Agora é ganhar na Áustria e assegurar o primeiro lugar matematicamente.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

5 minutos e um Lisandro

O Lyon esteve hoje a cinco minutos e um Lisandro de ganhar o jogo na Luz. Acredito que, se o jogo tivesse mais um bocadinho, os franceses teriam chegado ao empate. E, claro, um Lisandro faria toda a diferença. "Os jogadores do Lyon acarditaram que podiam dar a volta", como disse o profeta, e até vimos o Weldon a chutar a bola para longe, com 4-2, para queimar tempo. Está tudo dito quanto à capacidade desta equipa, que se limitou a marcar de bola parada e de contra-ataque, contra um Lyon que andou a nanar durante 75 minutos. No finalzinho, tivemos a alegria da noite: o regresso de Roberto, el frangador, como que a dizer: "No me olviden, chavales".

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mais do que prometia a força humana

Foi ontem que percebi que vamos ser campeões. Escrevam isto. Independentemente do que acontecer no FC Porto-Segundo classificado, este ano o campeonato é nosso. Porque só uma grande equipa faz aquilo que nós fizemos ontem em Coimbra. Como dizia Camões - que era portista - "mais do que prometia a força humana", os nossos guerreiros souberam trazer os três pontos daquele caldo verde em que se transformou o relvado. Na TVI, o desespero da dupla Valdemar-Manha tomou conta da transmissão após o grande golo do Varela. Até então, qualquer aproximação da Académica à nossa área era prova de que tinham tomado conta do jogo (somo se, naquele relvado, qualquer equipa pudesse ter a veleidade de "tomar conta do jogo"). No final, claro o lugar-comum da "estrelinha", da "lotaria que sorriu aos dragões", da "sorte que protege os campeões". Enfim, mais do mesmo nesta pasmaceira que é a nossa comunicação social.

sábado, 30 de outubro de 2010

Eles já estão em forma

Eu já desconfiava, mas ontem fiquei convencido. O segundo classificado está a voltar à forma que tanto o notabilizou na época passada. Caso para recear? Claro que sim! Senão vejamos. A perder 1-0 ao intervalo, o Paços vinha para a segunda parte decidido a chatear. Por isso, e para arrumar com a questão, surge aos 64 minutos o penalti da ordem, numa fabulosa queda de Fábio Coentrão. Fabulosa na arte do fingimento. Como se não bastasse, aos 83 minutos, o fabuloso Fábio encarrega-se de expulsar um jogador do Paços, também recorrendo às artes da ginástica acrobática. O lance é rápido, o carrinho é frontal, mas tudo se decide na excelente queda do fabuloso Fábio. Este Fábio é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é queda a queda que deveras sente. Nesta altura pensei para com os meus botões: "Só falta agora a agressão não sancionada de um jogador do Benfica". O jogador era irrelevante. Meu dito meu feito. David Luiz aplicou mais uma das suas famosas cotoveladas, num jogador de nome Leonel Olímpio (com este nome até merecia mais do que uma cotovelada), que cometeu o erro incrível de não ter caído imediatamente, preferindo investir sobre o central que o mundo inteiro cobiça. Tem de aprender com o fabuloso Fábio.

O golo do Aimar vai ser o maior acontecimento desportivo da próxima semana. Na Antena 1, o Hélder Conduto - que tem o irritante hábito de, enquanto relata, nos dar conta de todos os pormenores da vida pessoal de cada jogador que toca na bola - disse que o argentino fintou quatro jogadores e marcou um golo do outro mundo. Nos dez minutos seguintes, cujo relato ainda ouvi, repetiu até à exaustão, sempre que o Aimar tocava na bola, "marcou um golo fabuloso! Se não viu, veja na RTP1". Hoje, na capa de A Bola, li que fintou 3 jogadores. Fiquei mesmo curioso. Ao ver o lance, reparei que o Aimar fintou efectivamente 2 jogadores. Quer dizer, fintou é uma força de expressão. Os jogadores do Paços não estavam assim muito interessados em impedir a corrida do argentino, que, já agora, está a correr como nunca. Aliás, toda a equipa do segundo classificado terminou o jogo a correr como no início, um pouco à imagem do ano passado. Não vejam nisto qualquer desconfiança quanto a meios menos ortodoxos de potenciar o físico dos jogadores. Não. Nunca desconfiaria dos métodos de Jesus.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Imperiais

Ao contrário do que sucedia na época passada, esta equipa tem um rumo, uma direcção, um propósito. Villas Boas é o timoneiro de um navio de guerra que afunda tudo o que lhe aparece pela frente. Mas com estilo. E nem uma espécie de Xistra da Espanha nos causa dano.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ridículo e caricato

Luís Filipe Vieira aprendeu recentemente o significado de mais duas palavras para juntar às 567 que compõem o seu léxico. Falo das palavras "ridículo" e "caricato", que logo tratou de colocar em prática para se referir ao nosso treinador. No entanto, é precisamente o seu treinador, Jorge Jesus, quem lhe tem dado mais razões para utilizar em contexto esses vocábulos. Porque "ridículo e caricato" é dizer que no ano passado houve apenas duas equipas na Europa: o Barcelona e o Benfica. Porque "ridículo e caricato" é dizer que "ganhar em Lyon será normal", para depois levar uma "não-goleada-graças-a-Roberto". Porque "ridículo e caricato" é dizer que ninguém joga na Europa com a qualidade defensiva com que joga o Benfica. Porque "ridículo e caricato" é dizer que prefere perder por poucos em Lyon porque isso é importante para o apuramento.
PS - Já agora, ouvi ontem na Antena 1 o sr. Joaquim Rita, na antevisão do jogo, dizer do alto da sua fanfarronice vermelhusca que, enste grupo, o Benfica apenas tem de se preocupar com uma coisa: saber se vai ser 1º ou 2º. Como é que se diz, nestes casos, sr. Luis Filipe Vieira?

sábado, 16 de outubro de 2010

A palhaçada segue dentro de momentos

Deixem ver se eu percebo. O Benfica abre uma excepção na proibição dos seus adeptos comparecerem nos estádios adversários porque o FC Porto não luta pela verdade desportiva. Este beneficia, então, dessa excepção encaixando mais receita. Se eu estivesse no lugar dos restantes clubes, defecava na verdade desportiva para que o segundo classificado abrisse mais excepções e proporcionasse mais receita. Lógico, não?

Falando agora um bocadinho mais a sério, é minha opinião que Luis Filipe Vieira e sus muchachos ficaram borradinhos de medo com as possíveis consequências que uma recusa em comprar os 2,500 bilhetes podia acarretar. Todos sabemos que os benfiquistas em geral não apoiam esta decisão. Ouvimos mesmo adeptos madeirenses, aquando do Marítimo-Benfica, perguntar "Mas ele acha que manda nos benfiquistas?". Por isso, a insistência nesta questão iria provocar uma agitação que, a par da derrota que, por certo, ocorrerá no Dragão, tornaria o ar irrespirável na mouraria.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tudo o que você sempre quis ver sobre as escutas

Agora, sim, revelamos o conteúdo das escutas em vídeo. Toda a verdade:

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pagava para ver

A sério. Pagava para ver o autocarro do segundo classificado dar meia volta e regressar à base caso fosse apedrejado no caminho para o Dragão. Segundo os jornais de hoje, a tal "ameaça" de Vieira é precisamente esta. O que eu gostava de ver. Até sou capaz de ir lá e atirar-lhes com uma chicla para ver o que acontece. Atenção, não estou a incitar à violência, até acho que esse tipo de comportamento é precisamente dar-lhes argumentos para terem razão. Mas, repito, pagava para ver o que aconteceria depois de faltarem por comparência. E não é que estes gajos têm mesmo a mania que o futebol português depende deles?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O benficanthropus abjectus

A grandeza de um clube pode ser avaliada segundo vários critérios. Não falo da grandeza do tipo "clube mais grande", com o maior estádio ou o maior número de garrafões per capita. Falo de critérios simples e objectivos: o maior número de títulos internacionais, por exemplo. Um clube pode ser avaliado, também, pelo tipo de adeptos que tem. E também pelo tipo de comentadores que frequentam os painéis desportivos das TVs e das rádios. No Sporting, a coisa é bastante heterogénea. Desde o bipolar Dias Ferreira ao elegante Rui Oliveira e Costa, nos comentadores sportinguistas, tudo pode acontecer. Pensamos no FC Porto e temos exemplos como Pôncio Monteiro, Guilherme Aguiar, Miguel Guedes e Rui Moreira. Pensamos no segundo classificado e temos os três estarolas que podemos ver na imagem (sem esquecer o casal homossexual João Botelho e Leonor Pinhão). A diferença é abismal. O nível, o discurso, os argumentos, a ironia. Não sei o que os adeptos do segundo classificado pensam de António Pedro Vasconcelos, Sílvio Cervan e Rui Gomes da Silva, mas não me admirava nada que idolatrassem aquele discurso arruaceiro, maledicente, fanfarrão e invejoso que os caracteriza. Afinal, do clube do bairro do Alto dos Moínhos jamais, em algum dia, apareceu nas TVs alguém com nível, o que desde já é indicador da qualidade pessoal deste tipo de sub-género humano que é o benficanthropus abjectus.
Deixo aqui o desafio para votarem no vosso animal de estimação preferido. Se quiserem, aquele a quem davam o empurrãozinho numa competição de bungee-jumping sem corda elástica. É o regresso das botações do Pobo do Norte. Na barra lateral.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma questão de carácter

Eu sou um daqueles que, não obstante antecipar a festarola que os jornais afectos ao regime benficóide vão continuar a fazer, fiquei feliz com a manifestação de decência do AVB. Ele ainda é um "puto" mas mostrou mais personalidade e carácter do que muitas "burras velhas" do nosso futebol que preferem insistir nos erros mesmo que todas as evidências os desmintam. Resumindo: é preciso "tê-os no sítio" para assumir que se cometeu um erro.

Seja como for, AVB não desmentiu o essencial: a arbitragem foi tendenciosa, o critério de atribuição de cartões foi escandolosamente desiquilibrado e isso teve influência directa no resultado. Quanto ao suposto penalty sobre o Edgar, tenham paciência mas quem agarra primeiro é o jogador do Vitória - ou seja, a falta marcada foi a que ocorreu primeiro.

Quanto aos efeitos da "perda de invencibilidade" decorrente de um empate, eu creio serem positivos. A equipa jogou o suficiente para ganhar o jogo mas tem de se convencer que isso, em muitos estádios deste país, por mero azar ou por inclinação arbitral do campo, não vai ser o necessário para obter 3 pontos. Talvez lhes sirva de lição.

No que toca ao Fucile, aquilo não é nada que uns joguitos na bancada não resolvam - o romeno dá conta do recado até o homem ganhar juízo.

Uma última nota para a atitude do Rui Moreira: estava na altura de alguém deixar o realichaador a falar sozinho. E muitos daqueles portistas que ainda aturam as mentes salazaroides dos vermelhos deveriam fazer o mesmo. A profusão de patetas como o Cervan é tão grande nas TVs que não podemos continuar a dar cobertura a estas palhaçadas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ainda não perdemos, mas já não somos invencíveis

Já procurei em todos os dicionários existentes cá em casa. Pesquisei os dicionários online. O resultado é sempre o mesmo: INVENCÍVEL = que não pode ser vencido, que nunca foi vencido. O jornal A Bola publica a sua manchete festiva devido ao facto de o Guimarães ter empatado com o FC Porto e, antes daquele título absolutamente parvo, de dar "mais vida à Liga", colocaram uma introdução, também ela parva, mas com a mais-valia de ser mentirosa. Dizem eles que "FC Porto afinal não é invencível...". Quer dizer, nós ainda não perdemos um jogo, mas pelo que ontem ficou demonstrado, não somos invencíveis. Apesar de... termos empatado. Faz sentido? Claro que faz, na cabeça de um Delgado, de um Serpa ou de outro qualquer jornaleiro ao serviço do segundo classificado.
Acho que no jogo de ontem tivemos um árbitro hostil na sua postura face aos nossos jogadores (alguém reparou no clima de abraços, cumprimentos e palmadinhas nas costas entre Duarte Gomes e os jogadores do 2º classificado, no jogo contra o Braga?) e aos lances que eles protagonizaram. Xistra conseguiu enervá-los, mas isso não desculpa a jogo menos conseguido que tivemos. Acho que, pela primeira vez, esta época, vi os nossos jogadores descansarem à sombra da bananeira após o golo e apenas acordarem depois do empate e da expulsão (justa) de Fucile. Digamos que foi uma espécie de Jesualdice aquilo a que assistimos ontem. Um empate em Guimarães não é alarmante. Uma vantagem de sete pontos sobre os segundos é bastante boa. Siga a marinha, como diz o outro.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Desculpa, Kosta

Desculpa lá, Emil Kostadinov, mas era inevitável esta vitória sobre o teu clube. E até sofremos sem necessidade. Gostei de ouvir as tuas declarações sobre as saudades que tens do FC Porto. Nós também temos saudades tuas e da dupla que fazias com o Domingos. Fica aqui a recordação do golo que calou uma França inteira e que a atirou para fora do Mundial de 1994. Um abraço e obrigado por tudo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

E voltámos a ser felizes em Gelsenkirchen

Seis anos depois, voltámos a ser felizes no Arena Auf Schalke. O penúltimo classificado do campeonato alemão ganhou 2-0 à equipa de Jesus. Ele que tinha dito que o Benfica estava cada vez melhor. Ele que tinha dito que, na época passada, na Europa, houve duas equipas: a sua e o Barcelona. Ele que disse, após a vitória sobre o Hapoel de Telavive, que os israelitas eram uma grande equipa, e que iam tirar muitos pontos aos outros (hoje, perdeu em casa com o penúltimo do campeonato francês). Um visionário, este Jesus.

Se, por um lado, tenho sentido alguma apreensão pelo facto de Roberto não sacar um frango há pelo menos três jogos, por outro, apraz-me registar que a sua azelhice tem contagiado outros colegas de equipa, como constatámos hoje, nos lances dos golos do Schalke 04. A cotação de David Luiz, essa então, deve ter subido em flecha.

No momento em que escrevo estas alegres palavras, o visionário Jesus fala para a SportTV e ainda não se desculpou com o atraso na chegada dos jogadores do Mundial, o que me está a deixar perplexo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Lobo deixou cair a pele de cordeiro?

Ontem tropecei por acaso no Jogo Jogado, da TSF, que conta com os comentários de Luís Freitas Lobo e João Rosado, moderados por Mário Fernando.
De João Rosado ficou a pérola de que o FC Porto, não tendo de jogar a Liga dos Campeões, é uma "equipa mais descansada". Recorreu à comparação com o facto de o Braga, no ano passado, ter sido eliminado das competições europeias e, por isso, ter feito um grande campeonato. Tudo a ver com o FC Porto, com certeza! Diz ele que este ano "há apenas a Liga Europa" e não há a necessidade de dividir argumentos entre o campeonato e a Liga dos Campeões, por isso o FC Porto é a tal equipa mais descansada. Sim, só dá para rir, sr. João Rosado.
Mas mais graves e sérias, isto porque vindas de um suposto amante da táctica e do futebol jogado nas quatros linhas, foram as declarações de Luís Freitas Lobo. Deixo-vos a transcrição de grande parte delas e cada um que tire as suas conclusões. Eu tiro as minhas.

"Neste momento, sim, a equipa teve um bom início do ponto de vista pontual, não tanto do ponto de vista exibicional. O próprio André Villas Boas já referiu o primeiro jogo com a Naval como o jogo menos conseguido do Porto... O Porto ganha perto do fim, num lance muito infantil de um defesa da Naval... para não lhe chamar outra coisa... que dá um penalti.
Agora, a verdade é que a equipa teve um calendário mais sereno, tirando o jogo com o Braga - de facto, foi um grande jogo - mas teve um campeonato que lhe permitiu ter este embalo, que lhe pode permitir agora seis jornadas a ganhar consecutivas. Na época passada, o Braga também o conseguiu, e nem por isso foi campeão.
Agora, são coisas diferentes, como é evidente. Percebe-se que este Porto tem outro estatuto, outra força, tem outras bases. Foi construído em cima de outro barro, dentro e fora do relvado. Penso que esta época toda a estrutura do Porto esteve mais atenta a todos os poderes que envolvem o futebol português, e de facto a equipa está de outra forma, a estrutura está de outra forma, os jogos correm de outra forma. A equipa dentro do campo tem um comportamento táctico muito seguro."

As minhas observações a estas declarações:
1. A azia do senhor perante a vitória na Naval. A forma como qualifica o penalti provocado pelo jogador da Naval. E a intencional omissão das boas exibições posteriores que têm vindo em crescendo.
2. A justificação da nossa série de vitórias por um "calendário mais sereno", mas o aviso de que o Braga fez o mesmo e não foi campeão. Expressão de algum desejo para esta época?
3. A insinuação de que, nesta época, o nosso sucesso está alicerçado em situações menos claras com a afirmação "esta época toda a estrutura do Porto esteve mais atenta a todos os poderes que envolvem o futebol português" é inadmissível e deveria originar uma acção decidida do nosso departamento jurídico. Ainda dou de barato aquele "dentro e fora do relvado" (pode estar a referir-se ao trabalho realizado nas contratações), mas esta frase deve ser alvo de repúdio em todo os nossos canais oficiais e não só.

Para ouvir o programa (e a parte que interessa, a partir do minuto 23), clicar aqui. É curioso verificar a diferença entre o tom de voz com que fala do FC Porto - podia estar num velório - e que utiliza para falar dos outros assuntos.

domingo, 26 de setembro de 2010

Andamacaçar

Quando era puto e brincava às caçadinhas, esta era a palavra mágica: "andamacaçar!". Muitos anos depois, apetece-me dizê-la ao treinador do... ora deixa cá ver... 1, 2, 3, 4... 5º classificado (e com hipóteses de, ainda hoje, descer mais um bocadinho). Jorge Jesus volta a moralizar as tropas, repetindo até à exaustão "estamos cada vez melhor" ou "estamos a melhorar de jogo para jogo". Mas não lhe adianta nada. A nove longos pontos de distância está o FC Porto, a jogar bem, a marcar grandes golos e a sofrer poucos ou nenhuns. E com Hulk, o homem do momento. Ou Luís Filipe Vieira, Rui Costa e companhia desencantam forma de fazer eclipsar o Incrível para a segunda metade da época ou arriscamo-nos a ser campeões depois do Natal. A armadilha do túnel foi brilhante, mas já ninguém cai nela. Também não acredito que David Luiz seja incumbido da missão de lesionar gravemente um colega de profissão, ainda para mais depois de tanta amizade revelada no estágio da selecção brasileira. Tem de ser uma situação muito bem engendrada para nos tirarem o fenómeno Hulk. Não que a equipa deixasse de ganhar sem ele em campo, facto que já aconteceu esta época, o que indica a superior qualidade do plantel, mas, com Hulk, aquele jogo que, por vezes, não sai, ou está teimosamente empatado, pode, de repente, ficar resolvido.

Ontem, contra a Olhanense gostei muito de João Moutinho, da forma como torna simples o complicado e põe sempre a equipa a jogar em progressão, fazendo-o, ainda para mais, com muita classe. Outro destaque, na minha opinião, tem de ir para Álvaro Pereira, finalmente o defesa-esquerdo que já fez esquecer Nuno Valente (Cissokho não conta para estas contas).

Uma última palavra para o facto de Moretto ter sido recebido no Dragão com vaias, assobios e insultos. Eu não percebo. Sinceramente, estava preparado para lhe dedicar um forte aplauso, admitindo até a hipótese de levar um estandarte com a frase "Obrigado, Moretto!", devido ao facto de, em primeiro lugar nunca ter vindo para o FC Porto, em segundo lugar ter sido o protagonista de episódios tão hilariantes da história futebolística deste país. Quem não se lembra daquele Janeiro divertido no SLB? E ainda assobiam o gajo?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O poder mudou para o Norte

A frase que serviu de mote para este texto foi dito hoje, ao final da tarde, por Manuel dos Santos, o impagável representante do SLB no debate semanal da Antena 1. E é com ela, ou com a ideia que está subjacente, que os detractores do Porto tentam justificar as nossas 5 vitórias seguidas e os desaires do Benfica.

Só que esta intoxicação mental poderá fazer vítimas lá para as bandas da Segunda Circular, mas não afecta toda a gente. Exemplo disso são os comentários aos dois jogos desta jornada em que participaram FCP, SLB e SCP. Ninguém fala da forma irregular como o Cardozo controlou a bola no lance do 2-0, do perdão do segundo amarelo ao Coentrão, nem do penalty que o Hulk sofreu; em contrapartida, fala-se de dúvidas no penalty sobre o Varela (que é nítido e não resultou em vantagem para o Porto) e de supostas certezas que nenhuma imagem confirma no alegado penalty cometido pelo Rolando. A cavalo de coisas deste tipo se cria a ideia falsa e desonesta de que o FCP foi beneficiado em todos os jogos e o SLB roubado sempre que perdeu pontos.

Fora destas brincadeiras, o que é interessante ver é o quanto mudou o Fernando, como joga alegremente o Bellushi, que evolução fantástica tem registado o Maicon e, sobretudo, a utilidade de um Moutinho cuja importância no nosso meio campo cresce em cada jogo disputado. Varela continua letal, mesmo quando não faz exibições de encher o olho e o mesmo se passa com Radamel Gaitan (just kidding...), mas na proporção inversa - mesmo marcando menos golos, abre muitos espaços. Hulk é, mesmo escorregando em todos os lances, absolutamente decisivo sempre que arranca em velocidade.

O Jesus pode falar de "medo" de uma aproximação, supostos receios motivados por potenciais perdas de pontos do Porto, mas se os dois clubes continuarem a jogar da forma que o estão a fazer, o campeonato estará resolvido antes do Natal. E não será em benefício do milagreiro da Luz...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O escroto do Valdemar

Esta vitória na Madeira deixou o segundo classificado a quatro pontos de distância, o que, não sendo muito, já é alguma coisita. Para além disso, esta vitória deixou o Valdemar Duarte com um formigueiro esquisito no escroto, tal o incómodo que revelou perante, segundo ele, a falta de ambição do Nacional. Tudo lhe fez espécie: a apatia do banco do Nacional, a apatia dos jogadores em campo, a falta de remates à baliza por parte do Nacional. E nem faltou a mais que previsível comparação deste Nacional com o Nacional do jogo com o nono classificado. Até o facto de o treinador do Nacional dialogar muito com os elementos sentados no banco o incomodou. Sugiro ao Valdemar que corte a unha do dedo mindinho. E que, já agora, perceba que o Nacional não jogou com uma equipa qualquer.

domingo, 19 de setembro de 2010

A palavra de Jesus

O Benfica ganhou os dois últimos dois jogos oficiais. Seguidos. Para Jorge Jesus, foram duas vitórias contra duas grandes equipas. Os israelitas são uma grande equipa. E o Sporting de hoje é uma grande equipa, "superior ao Sporting da época passada". Não sei quem é que Jesus pretende converter com estas sábias palavras, mas admito que já haja benfiquistas com mais de dois neurónios, que não vão nesta conversa. Ou então eu sou um optimista por natureza.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Radamel Gaitán

Era a isto que se referia o amigo Ribeiro Deepblue. Cómico, mas sintomático:

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Três a zero a brincar

O que mais impressiona neste FC Porto de Villas Boas é a tranquilidade. O jogo flui lentamente, por vezes abana com Hulk, ou estica com Varela, mas é tudo sincopado, geométrico. De repente, há uma aceleração e zás, golo. Como a serpente que hipnotiza o pássaro até ao momento fatal, o FC Porto adormece o adversário, joga com paciência, não tem pressa, e depois mete-a lá dentro. Foi assim com o Braga. Apesar de estar por duas vezes em desvantagem, a equipa nunca perdeu a cabeça. Foi assim com o Rapid, hoje. Se calhar todos queríamos que a equipa metesse o turbo e espetasse uma seizada nos austríacos. Provavelmente teria acontecido, mas Villas Boas não é Co Adriaanse e prefere ganhar com a solidez necessária a arriscar repetir episódios do tipo "Artmedia". Não é por acaso que, apesar de termos ganho os oito jogos oficiais que fizemos, Villas Boas considera que temos muito a melhorar em termos defensivos. A sua busca pela perfeição é entusiasmante.

PS - Vi grande parte do Lille-Sporting enquanto aviava duas bifanas num cafezinho nas Antas e vi dois motivos de interesse: 1. Postiga marcou o terceiro golo oficial em dois anos (alguém ainda lamenta a sua saída?) 2. Aquele Salomão vai dar jogador. É gajo para daqui a uns dois ou três anos estar a brilhar de azul-e-branco (se a tradição se mantiver).

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Misericórdia

O Benfica pede aos seus adeptos para não irem ver os seus jogos fora. Pobo do Norte aconselha os clubes a não comparecerem aos jogos do Benfica. Para ver se eles ganham.

Apelo

Berrem bem alto, estrebuchem com muita espuma, façam voodoo ao Laurentino, boicotem os jogos fora, desistam da taça da liga, matem os árbitros, incendeiem autocarros, soltem os cães, batam em pessoas nos aeroportos, cuspam na olivedesportos, rezem a Jesus, façam peregrinações, convoquem os seis milhões, mas, por favor: NÃO TIREM O ROBERTO DA BALIZA.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Que saudades do Hermínio e do Ricardo Costa...

A Bola publica e Portugal treme:

"O Benfica entende que o que aconteceu em Guimarães, no passado sábado, ultrapassou tudo o que seria tolerável e prepara-se para dar um grande murro na mesa, susceptível de abalar os alicerces do futebol nacional. "

Será dos 9 pontos de atraso? Foi o Benquerença que contratou o Roberto? Foi "o sistema" que marcou os golos que o SLB sofreu? Sim, em Guimarães o Benfica pode queixar-se de 1 penalty por marcar e de 2 foras-de-jogo discutíveis - mas quem é esta gente para falar de "verdade desportiva" depois de terem vencido o "título dos túneis"?

domingo, 12 de setembro de 2010

Hulkaminho para o título

O Dragão assistiu a um dos melhores jogos da sua ainda curta história. Ambiente espectacular nas bancadas, imprevisibilidade no resultado até ao final, entrega sobre-humana por parte dos jogadores, e grandes golos. Ganhámos porque fomos melhores (e desculpa, Domingos, mas foi o Braga quem marcou nos dois únicos remates que fez à baliza, não o FCP) e porque soubemos virar o resultado com alma de campeão. E também porque temos um fora-de-série chamado Hulk, o tal que foi afastado da competição no ano passado do modo que todos nós sabemos.

Esta foi também uma vitória de resposta à execrável edição de A Bola de ontem, que se aliou às declarações de Jesus, Rui Costa e Vieira, numa atitude consertada de toque a rebate de modo a tapar os olhos à evidência de que o clube do bairro do Alto dos Moínhos não está tão eficaz como no ano passado no que diz respeito a sacar penaltis e expulsões nos primeiros 10 minutos dos jogos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Bode Respiratório

A Federação Portuguesa de Futebol dispensou finalmente Carlos Queirós, decisão que define claramente um culpado para a situação desportiva em que a selecção se encontra actualmente. E digo "finalmente" porque a vontade de encontrar um "bode expiatório" para o suposto fracasso no Mundial era indisfarçável e só estava a ser travada pela dimensão da indeminização a que, em condições normais, o Professor teria direito.

Madaíl, uma vez mais, demonstrou a falta de lealdade, desonestidade e de ausência de sentido de justiça que o caracteriza, e a trupe que governa a FPF dede meados dos anos 80 continuará a mandar neste circo, com pequenas variações nos protagonistas e muita gente que actua na sombra há demasiado tempo.

Queirós cumpriu os mínimos no Mundial, perdeu tangencialmente com a equipa que se viria a sagrar campeã e a única coisa que se lhe pode apontar nesse derradeiro jogo é que foi maior o receio de perder por muitos do que a audácia de tentar vencer correndo obviamente muitos riscos. A falta de ambição foi o maior pecado do Professor.

Quanto às qualidades e defeitos que fizeram dele uma escolha mais ou menos consensual na altura em que o foram buscar ao banco do Manchester United, estão todas lá: falta-lhe carisma, nervo, liderança sobre as vedetas e arrojo nas decisões, quer nas escolhas dos jogadores, quer nas reacções em pleno jogo; por outro lado, é um estudiioso do jogo, um homem de trabalho, tem um discurso sem tibiezas e um percurso muito valioso, ainda que mal sucedido sempre que esteve em causa a sua relação com equipas formadas por jogadores com estatuto. Em suma, o perfil ideal para um Director Técnico ou para um Adjunto interventivo - a soma de qualidades e defeitos que fez dele uma opção bem melhor do que o Scolari sem fazer dele uma opção satisfatória para um país que tem tão bons jogadores e que nunca venceu uma competição de "gente crescida".

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Selecção a meio gás

Estes dois jogos de apuramento para o Europeu confirmaram que a ressaca do Mundial vai ser dura e complicada. Perdemos a referência do meio-campo, Deco, e não temos quem a substitua. Para além disso, falta nervo e aço ao nosso meio-campo, onde jogadores como Raul Meireles, Moutinho, Tiago ou Manuel Fernandes seriam apenas razoáveis suplentes numa selecção como a Espanha, só para citar um exemplo. Na frente, fazer uns números de circo não chega. É preciso ser letal.

É claro que tivemos muito azar no jogo contra Chipre. E que hoje o Eduardo deu a sua contribuição para o descalabro. E que faltam, por lesão, jogadores suficientes para dar outra qualidade ao onze. Tudo isto é verdade, mas temos de aceitar que vamos entrar, ou já entrámos, num período de renovação, com jogadores a entrar na casa dos trinta anos, e que esse período de renovação deveria ser tratado com um cuidado e estabilidade que, neste momento, não existem.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Selecção do Brasil, 1982

Um dos meus ídolos de infância assumiu a forma de toda uma selecção. Estávamos em 1982, no Mundial disputado em Espanha, e um conjunto de jogadores de azul e amarelo (ainda não tinha TV a cores, por isso era mesmo cinzento e branco) mostrava ao mundo como o futebol era (é) o desporto mais bonito que existe. Não precisaram de ganhar o Mundial para ficarem eternizados na nossa memória, e talvez tenha sido esse o seu maior mérito. Nunca uma selecção tratara tão bem a bola, nunca uma selecção marcara tantos golos bonitos. São alguns desses golos que podemos ver no vídeo que se segue. Sócrates, Falcão, Éder, Júnior, Zico, ...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Critérios

Um dos nossos visitantes resolveu queixar-se do facto de falarmos muito do SLB e de, alegadamente, nem darmos prioridade a referências aos jogos do FCP, o nosso clube e, supostamente, o do reclamante.

Creio que já explicamos isto mais do que uma vez nos cerca de 7 anos que levamos de POBO DO NORTE e que se torna chato e sem graça repeti-lo: é que ao longo dos últimos 7 anos o Porto ganhou quase sempre ao nível interno, venceu uma UEFA, uma Champions e fez mais algumas "flores" lá fora, algo que deixou de ser novidade há muito tempo; e o Benfica é um clube em perda que insiste na afirmação de um prestígio que se foi desde que existe democracia em Portugal. Por isso, é muito mais divertido observar o que se diz, escreve e emite sobre o SLB, porque aquela agremiação vive numa espécie de realidade paralela.

Acresce que os jornais, com a necessidade de agradar aos presumíveis 6 milhões de crentes, prolongam o delírio colectivo com histórias fantásticas como as da recente contratação virtual do Aleksandr Hleb, que no Sábado o Rui Costa foi buscar a Barcelona, que era Esperado em Lisboa no Domingo e que hoje assinou... pelo Birmingham. Tentem comparar isto com a contratação do Otamendi e será fácil concluir que "não há assunto". Do mesmo modo, um triunfo épico sobre o infeliz Setúbal na Luz, com todas as anedotas em torno do GR dos 8 milhões, é algo de muito mais cómico do que uma vitória rotineira e burocrática do nosso clube em Vila do Conde.

Em suma: o Porto está no topo, sem grande estardalhaço, brilho exibicional ou novidade - está onde é suposto, onde gostamos de o ver, no lugar que nos pertence na hierarquia do futebol nacional. Ponto final.

Em compensação, animados pela trunfa loira do profeta JJ e com a miragem de que são uma equipa extra-terrestre só porque venceram um campeonato empurrados pelos amigos da Liga de Clubes e, ainda assim, apenas na última jornada, os Benfiquistas estão de regresso à "terra dos sonhos", local que só existe nas capas da Bola e do Record, ou nas transmissões da TVi e nos monólogos da BenficaTV.

E nós cá estaremos para rir desta farsa. Quem quiser ler sobre o óbvio, sobre o que não é notícia, motivo de risada ou insólito, por favor, dirija-se à porta do lado.

domingo, 29 de agosto de 2010

Cumprir calendário, redimir pecados e fazer pela vida

Cumprir calendário
Não vi o jogo com o Genk porque já sabia o que me esperava: uma equipa belga ainda mais fraca do que na primeira mão e uma equipa do FCP à espera que o tempo se fosse escoando. Pelo (pouco) que vi no resumo, o jogo lá teve a sua piada, com 6 golos e muito Hulk. Entretanto, no sorteio de sexta as coisas não correram mal, mas a a verdade é que, com o estatuto de "cabeça de série", nunca enfrentaríamos os maiores/melhores. Acredito que a fase de grupos não terá grande "história", tal como aconteceu com esta pré-eliminatória.

A redenção do guarda-redes dos 8 milhões
Muito antes dos jogos oficiais terem início, escrevi aqui que o Roberto seria por certo uma das melhores contratações da época, na perspectiva do FCP, claro. É necessário dizer também que o homem não é tão mau quanto o Bossio, mas apenas uma versão dispendiosa do Moreto. Ou seja, trata-se de um guarda-redes grande mas banal, cujo único problema reside no valor que o SLB aceitou pagar por ele e a obrigatoriedade que daí decorre de terem de o colocar em campo.

Esta noite, ainda antes do jogo começar, toda a nação ficou a saber que, depois de muito asneirar, o espanhol ia ver o jogo com a dócil equipa de Setúbal desde o banco de suplentes do JJ. Porém, quis o destino que o infeliz contemplado com a "vaga" fosse forçado a cometer grande penalidade pela azelhice do Maxi Pereira e lá entrou em campo o Roberto. Melhor ainda, o homem defendeu o penalty e passou a ser o "maior do mundo" outra vez. Levantava o braço e os 40 mil crentes aplaudiam, agarrava as poucas bolas que chegaram à sua área e, em cada lance, a multidão exultava; em suma, foi lindo ver quão infantil é aquela gente.

As minhas conclusões sobre este tópico são estas: ainda bem que vamos ter mais Roberto na baliza do SLB e, sobretudo, em jogos "a sério" - o Setúbal é aquela equipa que levou a maior coça da Liga 2009/2010 e, desta vez, pareceu estar contente por perder por (relativamente) poucos, pelo que, esta noite, mesmo com um puto de 7 anos no lugar do Roberto, dificilmente o SLB sofreria golos. Mas teria sido giro ver como se comportaria a equipa do JJ com uma igualdade no marcador e em inferioridade númerica mais de uma hora...

Raúl "You Will Never Walk Alone" Meireles
Tal como o Bruno Alves, o tatuado vai para outro lugar ganhar aquilo que por cá não lhe pagam. Não fico certamente contente, porque fui sempre um apreciador deste franzino centro-campista que em boa hora fomos buscar ao Boavista. Sei que nunca foi um dos preferidos das bancadas do Dragão, tal como não foi o Semedo, por exemplo. Mas foi um jogador leal ao clube durante 6 anos, que aturou muitas substituições automáticas (quando era para tirar alguém de campo, era sempre o "favorito" do Jesualdo) e desempenhou um papel importante em momentos de crise. Ganhou muitos títulos, tem 27 anos e vai agora, se tudo se confirmar, fazer o contrato da vida dele. Acresce que vai jogar num clube que, não obstante estar "por baixo", tem uns adeptos fantásticos e mantém no plantel jogadores de inegável nível mundial.

Quanto ao negócio, se os valores mencionados corresponderem à verdade, não foi grande coisa. Porém, no contexto actual, numa lógica de mudança de ciclo e como forma de dar a este jogador uma oportunidade que poderia não se repetir, enfim, é minimamente aceitável.

Desejo as maiores felicidades ao Raúl Meireles nesta nova etapa da sua carreira e, como portista que sempre gostou de o ver em campo, um muito obrigado por tudo o que ajudou a construir.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As três manchetes de hoje

A vitória de ontem do Braga deixou-me curioso em relação a como seriam as capas dos desportivos de hoje. Pois bem, tivemos direito a três capas diferentes. As de A Bola e O Jogo regeram-se por critérios puramente desportivos e, naturalmente, deram destaque à proeza bracarense. Pena que este critérios puramente desportivos e eticamente justos sejam esquecidos por A Bola na maioria dos feitos do FC Porto (falo de vitória em jogos importantes, não em conquistas de grandes troféus). A capa de O Jogo é particularmente feliz porque dá destaque ao que raramente parece nas primeiras páginas: os adeptos. E graficamente está muito bem conseguida. Depois, temos o Record, esse lixo jornalístico, para quem tudo o que está acima do Tejo é paisagem, preferindo fazer manchete com um suplente do Grémio de Porto Alegre que vem substituir Ramires.

E os vermelhos perderam (mais uma vez)

Hoje o Sevilha jogou de vermelho e perdeu. Qual a novidade? Vibrei com este Braga e dei por mim e gritar golo no café onde vi o jogo. Domingos à parte, há qualquer coisa do FC Porto-tipo das últimas décadas neste Braga, na forma como se une em bloco a defender e se organiza solidariamente no ataque, com classe, sacrifício e coragem. Se dúvidas houvessem, está explicado o segundo lugar no campeonato do ano passado e fica a sensação de que, com armas que o SLB teve ao seu dispor, este Braga teria sido campeão nas calmas. Vocês sabem do que é que eu estou a falar.

PS - Já tinha ficado com esta ideia no ano passado quando nos defrontou enquanto jogador de Os Belenenses. Lima tem pinta de craque e caía que nem uma luva no nosso plantel.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E nós temos uma equipa

O jogo de hoje trouxe-me a ideia de que estamos a construir uma equipa de grande qualidade que, sem estar ainda a carburar em pleno, ganha com uma naturalidade e uma simplicidade que me deixa muito optimista para esta época. Um dos indicadores do que acabo de escrever é tão só o facto de hoje terem saído do banco nomes como Ruben Micael, Souza e Fucile. O primeiro é um desenhador a régua e esquadro. A bola nos seus pés sai sempre com intenção, beleza e precisão. Quem se pode dar ao luxo de ter um jogador deste calibre no banco? De Souza, começa a perceber-se que é muito mais do que um mero trinco. O à-vontade com que joga, ainda com pouco tempo de clube, é a prova de que a qualidade está lá, apenas tem de evoluir no sentido de querer ter mais a bola nos pés e arriscar com ela. Quanto a Fucile, é dele, naturalmente, o lugar de defesa-direito, pese embora as boas prestações de Sapunaru nesste início de época. Mas Fucile... é Fucile, e estando a 100%, fisica e psicologicamente, é o melhor lateral-direito a jogar em Portugal.

Quando temos estes três jogadores no banco, e ainda outros como "Cebola" Rodríguez ou Guarín, percebemos que o plantel, este ano, é mais fiável do que o do ano passado. Villa Boas pode bem fazer a gestão rotativa do mesmo sem grandes variações no desempenho. Pelo menos é a minha ideia neste momento.

Hoje, elejo como os melhores em campo o trio Álvaro Pereira, Bellushi e Falcao. o primeiro porque é o nosso melhor extremo-esquerdo. O segundo porque traz aquilo que não tínhamos há muito tempo: um marcador de livres directos fiável e constante. O terceiro porque marcou dois golos e falhou outros dois. Sim, porque até nos falhanços Falcao é um espectáculo.

Uma palavra para Ukra, um jogador que por certo cumpria hoje um sonho de criança: jogar no Estádio do Dragão com a camisola do FC Porto. Nao foi a estreia que ele por certo esperava, mas eu acredito que aquele estádio ainda o vai ovacionar muitas vezes de pé. Não faltarão oportunidades, Ukra!

PS - A noite encerrou com uma óptima notícia. O Benfica não vai emprestar Roberto, ao contrário do que avançou a TSF durante a tarde. O jornal A Bola adianta, no entanto, que o "8 milhões" perderá a titularidade. Pobo do Norte soube de fonte ligada ao processo que Mantorras ter-se-á oferecido para jogar à baliza.

sábado, 21 de agosto de 2010

Uns têm Bracalli, outros têm Roberto

Esqueçam Walter, James, Moutinho, etc... Roberto já é a grande contratação do FC Porto da época 2010/2011. Estou mesmo convencido que, tal como somos capazes de desviar jogadores do Benfica, também conseguimos colocar alguns lá dentro. Roberto só pode fazer parte de um plano maquiavélico do nosso Presidente. A sério. O terceiro guarda-redes de um clube que lutou para não descer, por oito milhões? Nem nos melhores sonhos. A forma como ele aborda a bola no segundo golo do Nacional não é de principiante. É de quem não sabe o que é uma bola e uma baliza. Ou então de quem treina com pepinos. Muito mau. Ou muito bom, dependendo da perspectiva. Do outro lado, um Bracalli que poderia estar muito bem num grande. Por exemplo, bastaria trocar de camisola, hoje, com Roberto, e o resultado seria de certeza diferente.
Estou curioso para ver a capa de A Bola de amanhã. É que Jesus ainda não entrou no período "é-para-mandar-embora". Por outro lado, falar em crise à segunda jornada é capaz de não fazer bem às vendas. Eu aposto numa contratação. Um Drenthe. Ou um novo guarda-redes, por exemplo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Em ritmo de passeio

O Porto continua a não me entusiasmar, excepto no que respeita à audácia do treinador e às múltiplas opções do plantel. Jogamos com o Genk tal como jogamos com a Naval: na expectativa, lentamente, sem apertar. Quanto aos Belgas, se aquilo é a melhor equipa do país então o futebol lá do sítio anda mesmo por baixo.

Foi um jogo sem grande história, exceptuando a dos golos e da expulsão do defesa do Genk. Quanto ao penalty que nos facilitou a vida, a ideia que me ficou foi a de um derrube involuntário que, não obstante, foi mesmo falta e aconteceu dentro da grande área. Ou seja, não merece supostas polémicas. O FCP dominou toda a primeira parte mas, na verdade, o golo aconteceu sem que fossem criadas muitas oportunidades.

A segunda parte começou com os rapazes do Genk cheios de brio e o pessoal do Porto a ver a banda passar. O meio campo defensivo era o Fernando contra 3 ou 4 adversários, com toda a gente na defesa a dar baldas (excepto o Sapunaru, coisa curiosa...) e o Hélton a evitar o pior. Depois, uma vez mais, por mérito de terceiros, o jogo ficou novamente fácil - a expulsão do defesa é indiscutível porque a entrada sobre o Moutinho foi um autêntico golpe de karate. O Porto marcou mais 2 mas poderiam ter sido os que quiséssemos. Bom mesmo foi confirmar a qualidade do brasileiro Souza, que não é somente um backup para o Fernando.

Gostei da actuação do nosso guarda-redes, do esforço do Falcao, do dinamismo do Fernando e, nos suplentes usados, dos breves minutos do Micael e do golaço do Souza. Por outro lado, o Ukra desperdiçou uma oportunidade de brilhar, o Maicon justificou o facto da SAD estar a negociar outro central para o 11 titular, o Moutinho esteve quase sempre fora do jogo, tal como, em parte, o Bellushi e o Varela.

Em suma, se alguém tinhas dúvidas, agora estão esclarecidas: o FCP vai estar na fase de grupos da Liga Europa, os Belgas são fraquinhos e nem foi preciso jogar grande coisa. Mas vamos precisar de fazer bem melhor para garantir a vitória em jogos onde as coisas não corram tão bem.

Nota final: o Sporting voltou a dar barraca - eu não tinha dito?!...

domingo, 15 de agosto de 2010

Um fim-de-semana jeitoso

Quando se ouve Jorge Jesus dizer, na conferência de imprensa, que Ramires e Di Maria saíram para "clubes financeiramente, repito, financeiramente melhores que o Benfica... porque no resto não o são", percebe-se por que é que aquele clube continua a fazer parte do anedotário futebolístico nacional. Mas dizer "massacrámos a Académica" - repare-se no verbo utilizado -, sem nunca referir o pormenor de terem jogado a maior parte do jogo contra 10, já não dá vontade de rir. Este Jesus pode ser grande na hora da vitória, mas na hora da derrota - e vão três seguidas - representa bem a pequenez intelectual do clube que lhe paga o ordenado. Eu apenas vi os últimos vinte minutos do jogo de hoje, mas ainda fui a tempo de ver mais uma agressão de David Luiz passar impune, quando, para ganhar posição ao Sougou, lhe aplica uma cotovelada no tórax. Isto, a dois metros do fiscal de linha.

O Sporting perdeu ontem na Mata Real. Eu não vi o jogo, mas reza a opinião do meu amigo poncio que os leões não estão a jogar nadinha. O sempre insuspeito Record não faz a coisa por menos e aplica um doloroso "Este Leão nem arranha" na primeira página.

Quanto a nós, a vitória foi mesmo o mais importante. A exibição foi fraquinha, principalmente na primeira parte. E o futebol tem destas coisas: Belluschi e Varela, que tinham sido os melhores na Supertaça, ontem foram os piores em campo. Só com a entrada de Guarín - um verdadeiro tornado em campo, para o bem e para o mal - é que o nosso meio-campo começou a mexer e os lances de perigo começaram a aparecer. A vitória foi justa e surgiu na sequência de um penalti bem assinalado pelo árbitro, por muito que os Ruis Santos deste país torçam o nariz.

Hello, is this Laionel you're looking for?

Em meados dos anos 80, um senhor com um penteado de meter medo às criancinhas chamado Lionel Richie cantava uma canção que causou lesões traumáticas na memória musical de muita gente. Tinha até um videoclip com uma mocinha cujas capacidades visuais eram semelhantes às do árbitro da final da Supertaça. Em suma, um drama medonho.

O início da época 2010/2011 do SLB parece um drama semelhante: tão convencidos que estavam da sua veia goleadora nos jogos a feijões e da global qualidade do seu plantel, que bastou a saída de 2 titulares da equipa que venceu o campeonato dos túneis e, pumba, perderam a Supertaça e foram derrotados em casa no seu 1º jogo da Liga Zon Sagres. Só vi os minutos finais do jogo da Luz, mas foi o suficiente para ver "a casa vir abaixo" com o golo da Académica marcado nos descontos. Já sei que o JJ diz que "massacraram" e que tiveram "azar" - não sei se foi bem assim, mas dou-lhe o benefício da dúvida. A única certeza que tenho é que o Porto perdeu o campeonato anterior à custa de azares destes e nessa altura falou-se de "falta de eficácia"... Noto também com particular alegria que se mantém o hábito do SLB jogar contra equipas em inferioridade numérica, coisa muito bonita porque é preciso manter as tradições.

O SCP encravou e, pelo que já tinha visto dos jogos com os dinamarqueses, não me surpreende: não há milagres - ninguém consegue transformar o Postiga e o Saleiro num só goleador decente e o Maniche não viaja no tempo. Aquela equipa tem muitas lacunas e se conseguir lutar pelo título aquele treinador merece uma estátua junto à Alvaláxia.

Quanto aos nossos, não apreciei a atitude da 1ª parte. Deu para ver que ninguém valorizou os rapazes da Figueira da Foz e que aquilo poderia ter corrido mal porque, com o vento a favor e fazendo o melhor que sabem, andaram perto da nossa baliza mais do que uma vez. A 2ª parte foi diferente mas não foi propriamente algo para recordar: quando a equipa melhora com a entrada do Guarin é porque as coisas estão mesmo mal. Cinzentona foi a exibição do Bellushi e do Varela, que estiveram ambos demasiado tempo em campo. Vencemos com uma grande penalidade, dirão os aziados, mas o corte com a mão que a causou existiu mesmo. É a vida.

Uma nota final: como é que o James e o Walter ainda não têm a sua situação formalmente tratada e estão impedidos de jogar? Isto é uma coisa normal ou alguém meteu água?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Obrigado, LFV!

Nunca pensei utilizar as páginas virtuais do Pobo do Norte para fazer o que vou fazer, mas cá vai. Obrigado, Luís Filipe Vieira, presidente do clube do bairro do Alto dos Moínhos. E porquê? Porque a manchete de A Bola de hoje é composta por uma frase que é toda ela um elogio do FC Porto dos últimos 30 anos. Nunca pensei ver assim reconhecido, finalmente, o valor das nossas vitórias. "Verdadeiros campeões não ganham só uma vez". Obrigado pelo reconhecimento!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Sem espinhas (tal como há 3 meses)

O cenário de uma mais que provável derrota do FC Porto estava traçado. Tínhamos perdido os últimos dois jogos da pré-época e tínhamos perdido o líder da nossa defesa. A acrescentar a isto, as novelas em torno das saídas possíveis de Fucile e Raul Meireles, bem como a chegada tardia de Walter, tinham alimentado uma certa corrente de opinião que não augurava nada de bom para este jogo. O adversário, apesar da derrota quase "inexistente" aos olhos da nossa imprensa portuguesa contra o Tottenham, vinha de uma pré-época goleadora, com o seu presidente a vangloriar-se do feito de poderem, mas não quererem, bater recordes de transferências. A propósito da derrota com os ingleses no troféu Eusébio, por 0-1, Jesus dizia que com o FC Porto seria diferente. E foi, por mais um golo.
Apesar da fé que sempre caracteriza o adepto portista, vivia-se por aí um sentimento de alguma inquietude face ao jogo da supertaça. Alguns mostravam mesmo receio de voltarmos a perder com o Benfica. Eu troquei algumas opiniões com amigos portistas e dei-lhes conta que esperava uma surpresa positiva por parte da nossa equipa. Não deixava de estranhar a gestão algo atribulada do plantel, nesta altura, nem a aparente inexistência de um onze através do qual André Villas-Boas nos desse sinais de estabilidade. No entanto, via ali um conjunto de jogadores com um imenso potencial e desconfiava, mais do que ansiava, que a equipa iria surgir hoje pronta a dar-nos, como diz a marcha, "mais uma alegria, mais uma vitória".
E tudo se resumiu, quanto a mim, a uma atitude inexcedível que não via há bastante tempo na nossa equipa. Inevitavelmente, tenho de comparar este FCP com o de Jesualdo que perdeu a Taça da Liga contra o mesmo adversário. Mas que diferença de garra, de pressão, de autoridade, de personalidade. E como maior exemplo disto mesmo, refiro Belluschi, um jogador a quem é amiúde apontada a falta de nervo e capacidade de defender bem, e que hoje foi, se não o melhor, pelo menos um dos dois melhores em campo (o outro foi o enorme Varela), não só pela forma como construiu jogo, mas fundamentalmente pela ajuda colossal que prestou à equipa em termos defensivos. Perdi a conta ao número de bolas recuperadas pelo nosso meio-campo, onde Fernando e João Moutinho estiveram também muito bem.
Jorge Jesus fala da fatalidade de sofrer um golo logo aos 3 minutos (basta haver quem a meta lá dentro). Depois diz que teve muitos jogadores no Mundial, que chegaram tarde (sim, devíamos ter adiado este joggo para o Natal, sei lá). Finalmente que ganhou a equipa mais eficaz (como se o número de oportunidades criadas tivesse sido semelhante). Ainda não tínhamos visto um Jorge Jesus puxar do caderninho das desculpas esfarrapadas, por entre um ou outro engasganço, um engolir em seco, e uma ou outra irritaçãozinha com um jornalista. A mim divertiu-me imenso ver que Jesus afinal é humano e, na hora da derrota "sem espinhas", é absolutamente banal como tantos outros.

PS - Foram três as situações em que o árbitro perdoou expulsões a jogadores do Benfica. Cardozo, César Peixoto e David Luiz. Por entre muita sarrafada em geral, cometida pelos jogadores deste clube, estes três mereciam ter ido tomar banho mais cedo. Mas não foram. E, apesar da vitória, isto deixa-me muito apreensivo para o que aí vem.