terça-feira, 31 de julho de 2012

Mocidade portuguesa

Hoje fala-se da apresentação de Nelson Oliveira e Roderick no Deportivo da Corunha. Sim, leram bem, Nelson Oliveira, o maior fenómeno jovem do futebol português dos últimos 20 anos, e Roderick, o novo Mozer (porque tem um penteado muito parecido, diz-se). Os dois, ambos, emprestados.
Entre o conjunto de ideias peregrinas que, ano após ano, tentam fazer-nos crer que o Benfica é o maior está a de que o clube aposta na mocidade portuguesa. Em todas as pré-épocas somos confrontados com a perspetiva animadora de que um ou dois jovens valores saidinhos da cantera benfiquista terão lugar no plantel e serão aposta segura no campeonato. Os pasquins do costume tratam de lançar o isco e a malta vai atrás. A malta, leia-se, os pategos do costume. Por exemplo, nesta notícia de há um mês, afirma-se que "A concretizar-se o interesse, o avançado Ludovic seria mais uma aposta do Benfica em jovens portugueses, depois de Hugo Vieira (avançado, ex-Gil Vicente, de 23 anos) e Luisinho (defesa esquerdo, ex-Paços de Ferreira, de 27 anos)." Ficamos a saber que basta termos um nome com diminutivo para sermos considerados jovens, independentemente da idade. A partir de agora, podem tratar-me por guardabelinho.
Neste mesmo dia, li por aí que Castro finalmente se vai fixar no plantel portista (a bem dizer, ele já se tinha fixado uma vez, mas saiu a meio), uma notícia que me enche de esperança, não pelo facto de se tratar de um jovem português promissor - não ligo a esses mitos de que o que é nacional é que é bom - mas porque lhe reconheço uma evolução de que, sinceramente, no início, não estava à espera. Que fique e que seja feliz é o que todos queremos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Isto pode correr mal

Vilas-Boas interessado em Atsu? Atsu com cláusula de rescisão de 10 milhões? Isto pode correr mal. Muito mal.

domingo, 22 de julho de 2012

I Encontro da Bluegosfera - Um êxito

Foi um êxito o I Encontro da Bluegosfera, que aconteceu ontem no Auditório José Maria Pedroto, no Estádio do Dragão. Na qualidade de decano dos blogues portugueses, o Pobo do Norte participou com muito gosto nesta iniciativa, em que se discutiu o clube, a sua atualidade, a sua relação com os adeptos, a bluegosfera, as modalidades de alta competição (o ponto alto e, podemos dizê-lo, dramático, do debate devido à suspensão recente do basquetebol).
Aqui, reproduzo a contribuição do Pobo do Norte para o painel em que estava inserido, num texto da autoria conjunta dos autores deste blogue.

Caros portistas,
Convidaram-nos para intervir da discussão do tema “A bluegosfera no contexto das novas formas de comunicação”. Por esse motivo, gostaríamos de começar por agradecer a quem nos convidou o interesse naquilo que temos para dizer a este propósito. Ao Jorge Bertochinni (Porta 19), ao José Correia (Reflexão Portista) e ao Paulo Santos (Bibó Porto, Carago), portanto, o nosso muito obrigado pelo convite.
E o que é o Pobo do Norte tem a dizer a este propósito depois de 9 anos de bloguismo militante? Na realidade, muito pouco. Ou melhor, pouco mais do que aquilo que temos vindo a dizer por escrito deste 2003.
O Pobo do Norte nasceu entre uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões, num momento que funcionou como catalizador da vontade de dois amigos que partilham, entre outras coisas, um portismo irredutível, feito de paixão pelo clube, pela cidade, pelo que é nosso, mas também da vontade de contrariar a cultura dominante dos 6 milhões, a cultura do garrafão e do courato, a cultura do glorigozo, a cultura das marés vermelhas, dos Delgados, dos Cervans, dos Serpas, dessa corja que insiste em querer fazer grande essa coisa que já não o é há pelo menos 30 anos.
O Pobo do Norte nasceu também em tom de brincadeira, com a certeza de que a ironia é mais eficaz do que pancada e que a graçola bem metida é mais dolorosa do que uma bola de golfe na mona. E nós sabemos bem do que estamos a falar, depois de 9 anos de ameaças à nossa integridade física por parte de muitas papoilas saltitantes que não resistem em nos visitar.
Pergunta-se se esta é uma forma diferente de viver esta paixão. Sim, é diferente porque é concretizada através de meios que não estão ao alcance de todos e para os quais é necessário um conhecimento técnico de que nem toda a gente está apetrechada. Mas esta não é uma forma de viver o clube melhor ou pior do que qualquer outra. Não somos mais portistas ou menos conforme temos ou não um blogue ou gerimos um fórum. Não somos mais portistas do que aquele conjunto de meia dúzia de pessoas que, antigamente, se juntava diariamente ali na porta do Departamento de Futebol do mítico Estádio da Antas, a discutir o dia a dia do clube, a especular se o Kostadinov era bom jogador ou se o Geraldão iria conseguir marcar livres como o Celso, ou se o Rui Águas ia dar o litro com a camisola azul e branca vestida, ou se aquele perna-longa chamado Jardel ia dar jogador. Passei muito tempo no meio desses conjuntos de pessoas que passavam manhãs inteiras à porta do Dep. de Futebol, autênticos fóruns e tertúlias improvisadas de que tenho muitas saudades.
O Pobo do Norte surge um pouco na tentativa de recuperar, com outros meios, este espírito. É um blog que leva muito a sério a tarefa de não se levar a sério de todo. Não nos julgamos arautos de nenhuma fé, não somos porta vozes de ninguém e pensamos pela nossa cabeça. Não defendemos atitudes parvas, não fazemos a apologia da violência e não hesitamos em criticar os portistas que a praticam.
Aqui, creio que todos nós, porque somos lidos por muita gente, temos a obrigação de fazer alguma pedagogia no apelo contra qualquer forma de retaliação baseada na violência. Até porque é precisamente essa violência que os nossos adversários querem de nós para nos caírem em cima, para nos acusarem de “mau perder” ou “mau ganhar” (conforme as suas conveniências), e para termos os Delgados, os Serpas e os Santos a censurar o comportamento inaceitável dos portistas (porque depois são TODOS os portistas, mesmo que o ato violento tenha sido feito por uma minoria).
Mas mais do que aquilo que não fazemos, acreditamos naquilo que escrevemos e batemo-nos por causas nobres tais como: achincalhar o Benfica; brincar com a alegada grandeza do Benfica e, por exemplo, gozar com a indigência de alguns benfiquistas.
Foi nas páginas do Pobo do Norte que alguns futebolistas do clube das galinhas/do milhafre (?) foram retratados com maior dano. Desde a gazela Armando até ao contemporâneo Emerson, desde o inofensivo Okunowo até ao terror da área Martin Pringle, muitos foram os pernetas do SLB que alegre e sistematicamente denegrimos, sempre com a consciência de que, embora em muito menor número, também os tivemos no nosso clube.
Nós somos o contraponto das primeiras páginas d’A Bola e o lado negro das capas do Record. Quando eles dizem sim, nós dizemos não; quando eles pedem cerveja nós pedimos vinho, quando eles revelam um craque nós mostramos que é um marreta, quando eles escondem um penalty nós mostramos quem o fez.
No fundo, nós somos uma célula da resistência à maré vermelha. Somos aqueles que se batem por um Portugal desportivamente menos inclinado para a capital, por uma imprensa mais isenta, por uma televisão pública menos vermelha, por um tratamento mediático igual para os clubes do norte e para os clubes do sul.
Nós somos aqueles que sistematicamente perdem umas horas de sono para digitar o milésimo post a propósito de uma vitória do nosso Porto, a propósito de uma fanfarronice de um presidente especializado em pneus, ou a propósito de mais uns comentários infelizes do oleoso-brilhantinas da SIC ou da regular excitação benficóide do Nuno Luz.
Há, no universo portista, quem nos critique por dedicarmos tempo de antena ao Benfica. A propósito disto, lembramos algo que Sun Tzu diz na sua obra “A Arte da Guerra”. É qualquer coisa como isto: “Quem conhece o inimigo e se conhece a si, não precisa temer o resultado de qualquer batalha; Aquele que se conhece a si mas não conhece o inimigo, por cada vitória conseguida, também sofrerá uma derrota; Aquele que não conhece as suas capacidades ou as do inimigo, será derrotado em todas as batalhas.” Nós não queremos ganhar uma batalha e perder outra. Nós queremos ganhar sempre. E um dos caminhos para o conseguir é conhecer muito bem o inimigo, falar dele, detetar-lhe as fragilidades, expô-las o mais claramente possível e ao maior número possível de pessoas. E porque sabemos que a imprensa vermelhusca não o faz, temos que ser nós, blogues portistas, a fazê-lo.
Mas sem perder de vista o essencial: viver o FC Porto, falar do FC Porto, trazer para a Net os grandes temas da atualidade portista (construir o tal património imaterial do clube, recuperando documentos, imagens antigas, etc…). Não queremos que o clube esteja nas mãos dos adeptos (não faltam exemplos desse tipo nos nosso adversários ao longo dos tempos), que baseie a sua linha de ação em opiniões mais ou menos anónimas, nem temos a pretensão de que o nosso grande Presidente nos leia (quer dizer, até gostávamos). Queremos que continue a tomar as decisões mais acertadas para o nosso clube. Mas gostávamos que o clube estivesse cada vez mais atento a estas correntes de opinião dos blogues e fóruns, nos quais escreve gente séria, responsável, inteligente, que tem muito para dizer e para sugerir. Até porque me lembro, e voltando à porta do antigo departamento de futebol, lembro-me de Reinaldo Teles e de o próprio Pinto da Costa pararem algumas vezes junto desses adeptos e os ouvirem e trocarem uma ou duas palavras com eles. Portanto, porque não o clube passar de vez em quando os olhos pela blogosfera e fóruns portista? Fica a sugestão.
guardabel e poncio

sexta-feira, 20 de julho de 2012

I Encontro da Bluegosfera


Caro Portista,

No próximo dia 21 de Julho, vai realizar-se o I Encontro da Bluegosfera, o qual terá lugar no Estádio do DragãoAuditório José Maria Pedroto (Piso -3, entrada P1).

Este evento é organizado por três sócios do FC Porto ligados a três blogues portistas – ‘Reflexão Portista’, ‘Porta 19’ e ‘Bibó Porto, carago!!’ – e irá contar com a participação de vários sócios/adeptos portistas que escrevem regularmente em diversos espaços da bluegosfera (blogues, sites, fóruns), os quais foram convidados para efetuar apresentações integradas num dos três painéis do evento (ver Programa em anexo).

Cada um dos painéis do evento tem uma duração prevista de uma hora e incluirá três ou quatro apresentações de, no máximo, 10 minutos cada. Concluídas as apresentações, o tempo que sobrar em cada painel será destinado a um debate, com moderação, envolvendo os elementos do painel, mas aberto a questões e comentários do público presente.

O I Encontro da Bluegosfera é dirigido a todos os Portistas que, olhando para o passado, presente e futuro próximo, estejam dispostos a participar numa discussão aberta onde, concerteza, irão ser focados muitos aspetos positivos e abordados outros que possam contribuir para que este glorioso clube centenário seja ainda e cada vez melhor.

NOTA IMPORTANTE: Atendendo ao número de lugares ser limitado, a participação está sujeita a uma pré-inscrição pela Internet (através do endereço eletrónico encontro.bluegosfera@gmail.com) e confirmação posterior por parte da organização.

Contamos contigo.

Cumprimentos / Um abraço,

Pela organização: Reflexão Portista, Porta19, Bibó Porto carago!!

sábado, 14 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

HULK, o melhor da Liga

Depois disto, estavam à espera de quê?

terça-feira, 3 de julho de 2012

Regresso

Com o fim do Euro 2012, que marcou a afirmação de uma das seleções mais poderosas de toda a História do futebol, se não a mais poderosa, viramos agora as atenções para o futebolzinho luso, aquele desporto em que há o FC Porto e depois há os outros.
Ontem foi dia de regresso ao trabalho. Tenho saudades dos antigos "regressos ao trabalho", em que chegavam todos os jogadores no mesmo dia e não às prestações como agora acontece. Tenho saudades daquele frenesim que ocupava os adeptos nos dias anteriores, ali na porta do Departamento de Futebol do antigo Estádio das Antas, tentando antecipar a surpresa que o nosso Presidente guardaria para o primeiro dia. Fosse ele um Stephan Paille ou um Nica Panduru ou até um Ronald Baroni, a malta queria era caras novas, sangue novo. Agora tudo é diferente. As pré-épocas são uma espécie de caos organizado de entradas e saídas, indefinições, dúvidas, promessas, deserções, enfim... Faltam os das seleções, regressam os emprestados para serem novamente emprestados, chegam jogadores e vendem-se jogadores já com as competições em andamento. E no meio disto tudo a imprensa navega a seu belo prazer, normalmente colocando pseudo-craques no segundo classificado e vendendo os craques a sério do FC Porto. Já estamos habituados.