O Comité e Controlo Ética e Disciplina da UEFA ainda deve estar a tentar perceber o que levou um clube português que ninguém conhece na Europa a requerer – em tom quase de exigência – a repetição de um jogo por causa de erros de arbitragem. É que não há registo, na história mais recente do futebol mundial, de uma decisão nesse sentido. Não há, simplesmente. Nenhum órgão, alguma vez, repetiu um jogo porque um árbitro se enganou num penalti ou num fora-de-jogo. A malta da UEFA deve estar indecisa entre olhar para isto como um case-study de esquizofrenia desportiva ou um mero episódio humorístico. “Who is Bruno de Carvalho? The new Benny Hill? He’s so funny!”. Os alemães do Schalke 04 acharam isto tão engraçado que até o publicaram no seu site oficial.
A ideia deste Sporting é que “ninguém brinca connosco, mas nós podemos brincar com o futebol”. Só assim se explica a alternativa que dão à UEFA de, caso o jogo não seja repetido, pagarem o prémio monetário relativo a um empate. Para além de néscios, estes lagartos são uns galhofeiros. Nós também queríamos a repetição dos jogos em Guimarães e em Alvalade. E a Inglaterra, por certo, não enjeitaria a possibilidade de repetir o jogo do Mundial 86 com a Argentina. Como se não bastasse, o Sporting vai pedir ao Comité uma justificação do porquê da decisão. Portanto, eles acreditam mesmo nas suas exigências. Talvez a esquizofrenia seja mesmo a hipótese a considerar.
PS – O Sporting de Gijon está a pensar publicar uma declaração a dizer que nada tem que ver com esta situação.