sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Gestor e a Gestão

VP disse no final do jogo que ditou a saída do Porto da Taça de Portugal deste ano que "assumia por completo a gestão" que fez da equipa. Esta coisa do "sou burro, mas assumo", à moda do "asneirei forte e feio mas como o confirmo mereço compreensão", é fraca desculpa. Fica por saber se ter a melhor equipa do Porto em boas condições para lutar pelo primeiro lugar do seu grupo na Champions vale o risco de sair precocemente da Taça. A resposta só será positiva para VP se o Porto resistir ao PSG e se, nesse caso, nos sair efectivamente um segundo classificado "menos forte".

Quanto ao jogo, foi parecido com o precedente, excepto no facto do campo ter ficado inclinado para a nossa baliza depois dos 60 minutos. A choradeira jornalística do alegado penalty do Alex Sandro parece ter resultado e o Olegário limitou-se a fazer aquilo que sabe: distribuir amarelos como se estivesse a acontecer uma batalha campal e expulsar um dos nossos de uma forma tão forçada quanto decisiva para o desfecho final.

Igualmente decisivo é o facto do VP acreditar que podemos ganhar jogos "a sério", contra equipas de valor encostadas à parede, com um avançado tão incompetente como o Kléber. E se este falhou por omissão, Danilo falhou por acção - aquele auto-golo é pura e simplesmente um produto do excesso de confiança e da displicência.

No resto, terá ficado um penalty por marcar a favor do Braga (faltando também saber se um puxão nos calções faz um jogador cair daquela maneira...) e um fora-de-jogo de que ninguém falou no lance do segundo golo do Braga - sim, porque nas imagens que focam o lance do ponto de vista do jogador que faz o centro Éder está claramente à frente do seu defensor directo quando a bola parte, restando somente a dúvida se outro jogador do Porto poderá estar a colocá-lo em jogo. Mas como muito bem disse o Lucho, "isto são coisas do futebol" e quem ganha é "quem marca mais golos". No domingo fomos nós, hoje foram eles.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um sabor a "toma lá"

Tanto falou o parolo da xicla na suposta sorte que sustenta os resultados do FCP que a coisa se tornou real - a vitória no jogo de ontem é uma daquelas que ajuda a decidir campeonatos e, sejamos lúcidos, decorre da qualidade extra dos nossos colombianos mas também da fé que a equipa manteve num melhor resultado. E, já agora, o VP esteve bem: a mensagem que a substituição do Lucho pelo Kleber passou para os que ficaram em campo até ao fim foi igualmente clara - o empate não era satisfatório.

Mais divertido ainda foi ver o Luís Freitas Lobo a gaguejar. Ele, que passou o jogo todo com uma indisfarçável excitação sempre que o Braga se aproximava da nossa baliza e chegou a dizer coisas como "Éder não chutou com a força que deveria", ficou quase mudo no final da partida. Acabaram-se as metáforas e foi directo ao lugar comum dos que "buscam mais".

Imagino como terá sido na casa dos 6 milhões de aziados... Quem ler as primeiras páginas dos pasquins do costume até pensará que o Braga teve muitas oportunidades e que o Porto esteve sempre encostado "às cordas". E, claro, o alegado penalty por mão na bola do Alex Sandro (não me chocaria se fosse marcado) foi sublinhado como sendo a chave do jogo. Enfim, a memória é curta e o Peseiro deve ter esquecido o facto do primeiro remate do Braga à baliza do Hélton ter surgido próximo da meia hora de jogo... altura em que o FCP já tinha desperdiçado duas ou três ocasiões flagrantes (incluindo uma bola no poste mesmo no arranque do jogo).

Entretanto, essa figura do anedotário benfiquista chamada Manuel Vilarinho, mais conhecido pela sua irreprimível afeição pelos copos do que pela sua capacidade de gestão desportiva, é notícia nas páginas do Record por entender que, passo a citar, Jorge Jesus pode ser o Alex Ferguson do Benfica. Sim, claro, têm em comum o facto de ambos gostarem da pinga, de serem incontinentes verbais e... mais nada. Porque um já venceu quase tudo e o outro não venceu quase nada. Porque um lidera um clube de dimensão mundial e o outro lidera um clube de basófia inter-galáctica. Que eu gostava que o Xeçus ficasse por lá muitos anos, lá isso gostava. Mas, apontem, esta paixão pelo mestre da táctica não deve passar de junho de 2013.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

De volta

Olá, amiguinhos. Já lá vai um mês praticamente desde que o Pobo publicou alguma coisa. E isto não se faz. A sério. Vocês não merecem este deserto de textos. Mas, olhem, imaginem um benfiquista, que não é campeão europeu há quase meio século. Meio século!!! Comparado com isto, que é um mesito sem Pobo do Norte? Nada.

Posto este intróito que, por certo, vos deixou mais aliviados, vamos ao que interessa. Estamos a fazer uma boa época. Só não é muito boa porque temos um certo clubezeco a morder-nos os calcanhares no primeiro lugar do campeonato. Mas essa gente não perde por esperar quando os defrontarmos diretamente. Aposto um treinador do Sporting à escolha em como lhes ganhamos. E nas calmas.

Estamos numa fase em que, mesmo jogando a meio gás, como foi o caso de ontem, as coisas acontecem naturalmente, que é como quem diz, os golos entram na baliza adversária. Só acho que precisávamos de alguém que pudesse disputar o lugar com o Varela, que, apesar de estar a fazer um bom campeonato e de ter o pé sempre quente, emperra demasiadas vezes o nosso jogo. Acho que um brasileiro ficava bem ali naquela ala. De preferência, alguém que já tivesse jogado em Portugal, nas camadas jovens de um clube de Vila Nova de Gaia. Com nome de herói da Marvel. Isso é que era. Mas não sei se há algum por aí, que esteja infeliz, com saudades de jogar numa equipa a sério, e disponível.

Já estou a divagar demasiado. Um facto relevante do pós-jogo de ontem: Defour já fala melhor Português do que Jorge Jesus. Parabéns ao Steven, que é uma excelente alternativa a Fernando. Também ouvi as declarações de Helton, que está cada vez mais filosófico e espiritual a falar para os jornalistas. Quando lhe perguntaram quais os objetivos para o futuro, ele preferiu destacar o gozo do momento, a fruição do presente, materializado na vitória de ontem. É muito nível, meus senhores. É muito Horácio, muito carpe diem. Não temos apenas jogadores de futebol, temos homens de categoria, gente culta. Adoro este clube.