segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando a bolha rebentar...

Estivemos muitas semanas a ouvir que o SLB ganhava imperialmente, o seu futebol encantava e que esmagava os adversários. O pobre do líder da Liga somente vencia penosamente, batia os seus adversários a custo e exibia-se exausto.

O Benfica ganhou 17 jogos em 2011 (antes disso existe um buraco negro que se prolonga em retrospectiva até ao início de Agosto de 2010...), Jesus venceu na Alemanha, onde nunca nenhuma equipa das galinhas tinha vencido, é o maior desde Jimmy Hagan e Sven-Göran Eriksson, tem licença para distribuir tabefes no final dos jogos e masca a mesma chiclete desde o Natal, com a boca aberta, porque a goma é biodesagradável... A Nação vermelhusca acardita!

O Porto venceu 19 dos 21 jogos disputados nesta Liga. Tem alegadamente um treinador "miúdo" e "inexperiente" que fala português correctamente. Tem o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor marcador do campeonato. Está a fazer a sua melhor época desde de que existe democracia em Portugal. Tem mais pontos conquistados neste momento do que a hiper-mega-fixe equipa do SLB que venceu o campeonato dos túneis com grande pompa e estardalhaço tinha por esta altura. Tem também um jogador que tem vindo a ser eleito, desde Agosto de 2010, como o "o Melhor Jogador do Mês" pela LPFP mas o que foi notícia televisiva hoje foi o facto do Coentrão ter recebido o prémio de melhor jogador jovem do SJPF...

A Federação de história e estatística de futebol (IFFHS) revelou recentemente que o FC Porto é o melhor clube português da primeira década do século XXI, surgindo na 14.ª posição. O SLB ficou posicionado num honroso 44.º lugar...

O FCP venceu fora de casa uma equipa que ainda não tinha sido derrotada no seu estádio, por 3-0 e arrancou para a vitória com um golo fenomenal. O SLB venceu no último minuto dos descontos... Na passada semana, a notícia era que o Porto vencia com dificuldade e o Benfica goleava. Esta semana, a notícia é que o Benfica vence "com alma"... O triunfo do Porto não é notícia comparável.

Para terminar: esta época, o Porto venceu um troféu e está na luta por outros três - dos 5 títulos que perseguia no início da época somente falhou a Taça da Liga; o Benfica não venceu nada esta época, está na luta por 4 títulos/troféus mas já falhou em duas competições (Supertaça e Liga dos Campeões).

O problema das "hipérboles", como de todos os exageros por excesso de entusiasmo, cegueira ou pura ignorância, é que não resistem à demonstração factual da realidade. São construções voluntárias de uns para alimentar ilusões aparvalhadas de outros, mas no que respeita ao SLB é difícil perceber quem é quem no meio da gritaria.

Relembrem o que eu digo: dentro de 4 jornadas a bolha vai rebentar...

Nota: versão corrigida com o contributo do Cian - obrigado por essa ajuda e pelo apoio.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

"Intranquilamente" com oito de avanço

Mais uma jornada intranquila da nossa parte, com uma vitória intranquila em Olhão, por uns intranquilos 3-0, depois de um jogo muito intranquilo. Jesus tem razão. Estamos intranquilamente a somar vitória atrás de vitória rumo à intranquila vitória final.
Seguindo o exemplo do miúdo, espero que o graúdo tenha a honestidade de, amanhã, se retratar em relação à opinião sobre o golo anulado do Luisão. Mas pelas figuras tristes que foi capaz de fazer, hoje, no final do jogo, não creio que devamos contar com isso.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Notícia do dia

Vinte adeptos aplaudem o segundo classificado, na chegada ao aeroporto, depois da vitória contra o candidato a descer à segunda divisão alemã. Isto é notícia. Ah, "A chegada a Lisboa sucedeu depois de um voo tranquilo, de cerca de duas horas e meia." Obrigado, JN.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Olé!

Ora, este "Olé" justifica-se plenamente. Em primeiro lugar porque atirámos borda fora uma equipa espanhola, ainda por cima da Andaluzia, zona de mouros, como é sabido. Em segundo lugar porque assistimos ao regresso de Falcao e Álvaro Pereira, e, como era de esperar, viu-se a diferença. Num dos jogos de resultado mais enganador de que há memória, fomos melhores, podíamos ter goleado, defendemos bem, atacámos bem, falhámos pornograficamente. Fica a satisfação de constatar que somos superiores ao Sevilha e que a passagem é da mais elementar justiça. Em terceiro lugar, porque aumentámos a azia por essa blogosfera vermelhusca fora e, principalmente, nesse aborto comentadeiro chamado Rui Gomes da Silva. Que la chupen y la sigan chupando.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

As contas de Jesus

As declarações de hoje de Jorge Jesus agitam, do ponto de vista humorístico, este domingo monótono. Diz ele: "É um facto que os 12 pontos que nós temos de vantagem, em relação ao Sporting, dá-nos [sic] uma tranquilidade pontual, em relação à classificação. Portanto, o Sporting, neste momento, na minha opinião, já não corre nem para o 1º nem para o 2º lugar, enquanto o Benfica tem essa possibilidade." Na hipótese de a sua equipa perder amanhã, Jesus considera que o título não fica impossível, mas "mais difícil".
Eu estive a olhar para a classificação e reparei que, se o Sporting ganhar, facto com o qual ninguém parece estar a contar, reduz para 9 pontos a distância para o segundo. Ora, Jesus acredita que será mais fácil chegar a um FC Porto a 11 pontos do que ser alcançado por um Sporting a 9. E também acreditas em milagres, Jesus?

Os melhores comprimidos de Portugal

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Helton e Rolando: rostos maiores de uma exibição menor

Eu podia começar a elogiar a "capacidade de sofrimento" e a "força mental" da nossa equipa para disfarçar os problemas que estamos a atravessar, mas não o vou fazer porque acho importante, na hora da vitória, ter alguma lucidez. A verdade é esta: fomos felizes na forma como ganhámos este jogo, mostrámos muito pouco para quem se auto-denomina "candidato à vitória" na Liga Europa, e tivemos uma enorme prestação de Helton e Rolando. Individualmente:
Helton - Não era preciso este jogo para sabermos que está a fazer a sua melhor época de sempre. Grandes intervenções e uma serenidade que contagiou toda a defesa.
Sapunaru - Complicado o duelo com Perotti. O romeno ganhou e perdeu lances, mas nunca comprometeu.
Otamendi - Boa exibição de um central que tem na antecipação a sua maior arma. Pelo ar, as coisas são mais complicadas, ainda que, no golo de Kanoute, tenha sido evidente a falta do francês.
Rolando - Dois cortes providenciais na primeira parte evitaram outros tantos golos do Sevilha. Esteve imperial em todo o jogo e ainda teve o instinto matador de marcar o primeiro.
Fucile - É este o Fucile que queremos e de que já tínhamos saudades. Um Fucile de raça e entrega. Por que não é sempre assim? Uma questão de motivação?
Fernando - Esteve bem no aspecto defensivo, fazendo muita pressão sobre os adversários, e menos bem na construção (tal como os dois companheiros de meio-campo).
Belluschi - Uma anormal percentagem de passes errados e momentos de letargia que contribuíram para que perdêssemos, desde o primeiro quarto de hora, o controlo do jogo. De Belluschi esperamos muito mais.
João Moutinho - Mais activo que o argentino, mas igualmente longe da qualidade de construção de jogo que costumamos ver-lhe. Talvez tenha sido o seu pior jogo desde que está no FC Porto. Ou o único menos bom.
Varela - Assusta, por vezes, a indolência com que aborda alguns lances. Hoje, passou completamente ao lado do jogo, ele que se costuma agigantar num grandes embates. Quando Falcao voltar, vai ser entre ele e James.
James Rodriguez - Ainda muito inexperiente para estes vôos (a entrada que lhe valeu amarelo foi exemplo disso mesmo), apenas se deixou notar num remate perigoso na primeira parte e na marcação do livre de que resultou o golo de Rolando. De resto, pouco em jogo.
Hulk - Os olheiros devem ter ficado desiludidos com o jogo do Incrível. A jogar contra o mundo, pouco apoiado pelos colegas e sem espaço para armar o remate (que apenas saiu num livre directo), Hulk passou ao lado do jogo.
Guarin - Meteu peso no nosso meio-campo e marcou o golo da vitória.
Cristian Rodriguez - É caso para dizer: viva o futebol! Rodriguez teve uma prestação fraquíssima, quase que "pedindo" para ser substituído, mas acaba por ser decisivo na vitória, ainda por cima num lance em que falha o remate a acaba por fazer uma assistência magistral para ele próprio. Compreendo que a SAD o queira vender ainda por números razoáveis, mas valerá a pena sacrificar a qualidade da equipa desta forma?
Álvaro Pereira - Que bom vê-lo em campo outra vez!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu sou "mais grande"

Este domingo decidi ver os dois jogos, o nosso e o dos vermelhuscos. Decidi fazê-lo porque quis ter uma comparação directa, quase imediata. E fiquei satisfeito. Satisfeito e enojado, ou pela ordem inversa...

Vi o SLB a encostar o Guimarães lá atrás, sem este oferecer grande resistência. Se o jogo fosse no Dragão, dir-se-ia que era uma "exibição servil" que "facilitou o triunfo dos mais fortes". Como foi na Luz, foi uma exibição "de gala" dos do costume, frente a uma equipa que "nunca perdeu a sua personalidade". Escutar os comentários de um jogo na TVi é pior do que passar pela experiência de ver o mesmo jogo na Benfica TV, com a agravante de nesta todos sabermos que os tipos sofreram uma lavagem cerebral... e de na TVi nos quererem fazer uma lavagem ao cérebro a nós!

Mas o que me dá mais asco é aquele entusiasmo na voz absolutamnete incontinente e indisfarçável sempre que o SLB se aproxima da baliza adversária. Desta vez, a pérola da noite foi uma frase de um dos comentadores após o 2 golo do SLB; algo semelhante a isto: "é pena o Porto estar com tantos pontos de avanço senão tínhamos uma ponta final de campeonato emocionante". Pois é, e "é pena" existir quem se intitule jornalista e seja capa de dizer este tipo de coisas sem ser colocado no olho da rua.

Os nossos: foi uma exibição sem grandes floreados mas com muita atitude, algo que faltou em quase todos os jogos desde o Natal. De facto, a diferença foi começarmos a defender junto à área do adversário, que pouco ou nada conseguiu construir durante todo o jogo. Marcamos os golos em momentos decisivos e foi uma vitória natural, daquelas que justificam um campeonato. Bem podem as galinhas agitar as bandeiras, dizer que fazem exibições com "nota artística máxima", que praticam "o melhor futebol". Pois é, mas a Liga teve início no final do Verão de 2010, não começou depois dos 5-0 do Dragão.

Uma nota final: os lagartos perderam vários jogadores num encontro em que foram notoriamnete prejudicados, a começar por alguns amarelos certeiros que foram mostrados à malta que estava em risco de suspensão. Na Luz, num jogo com agarrões e entradas a pés juntos (o espanhol fez isso e nem advertido foi) foi mostrado apenas um cartão amarelo... e, claro, os vermelhos em vias de suspensão vão todos alinhar contra o Sporting... Dizia hoje o imbecil do Gomes da Silva que não era possível branquear o facto da diferença pontual entre o Porto e o Benfica se ficar alegadamente a dever ao facto do FCP ser "levado ao colo". Para quem venceu um campeonato encostando o melhor jogador adversário com habilidades de secretaria, isto tem um nome: má consciência. Pode ser que o penúltimo da Bundesliga vos faça descer à terra...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Portugal-Argentina: cinco ideias

1. O Real Madrid tem muita força. Cristiano Ronaldo e Di María foram substituídos, respectivamente, aos 60 e 65 minutos de jogo. Cinco minutos de diferença dá para disfarçar, mas não muito.

2. João Moutinho e Carlos Martins passaram ao lado do jogo. Bem-vindosà guerra FC Porto-Benfica, também na selecção.

3. António Tadeia conseguiu atribuir as culpas do primeiro golo da Argentina a Bruno Alves. Deve ser fácil parar esse tal de... Messi.

4. Hugo Almeida falhou um golo a um metro da baliza, mas creio que foi tocado no pé. Pelo menos quero acreditar que sim.

5. Fábio Coentrão fez o penalti que deu a vitória à Argentina. Não se pode dizer que tenha sido um "penalti escusado", mas ainda bem que não foi o Rolando.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os melhores em Portugal

Jorge Jesus diz que a sua equipa é a que está a jogar melhor futebol em Portugal. Eu, que vi o FC Porto-Rio Ave, poderia dar-lhe razão se... não tivesse visto depois o Setúbal-Benfica. Na realidade, nenhuma das equipas jogou grande coisa neste fim de semana. O que o treinador do segundo-classificado-a-onze-pontos gostava é que se atribuísse um novo "títalo" em Portugal, para além do de campeão por pontos. Seria à "equipa-que-os-benfiquistas-acham-estar-a-jogar-melhor-futebol-em-Portugal". Esse "títalo", por certo, não lhes escaparia, aliás, seria vitalício. Ainda inebriado com a vitória no Dragão para a Taça - que, na realidade, nenhum efeito prático teve, nem em pontos no campeonato, nem em eliminação na Taça - Jesus tenta criar a famosa "onda" que os levará... a lado nenhum. Talvez, com a ajuda da imprensa amiga, à valorização de um ou outro jogador. Nada mais do que isso.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reset

O que é improvável não é impossível
Hoje começo onde terminei ontem: é improvável que venhamos a conseguir atingir a final do Jamor. Não porque seja muito difícil vencer o SLB na Luz do mesmo modo que eles venceram o jogo de ontem, mas sobretudo porque a eliminatória começou ontem, com um 0-0 que permitia ao JJ sonhar com um hipotético empate no Dragão como meio satisfatório de ganhar a eliminatória em sua casa. AVB não vai poder fazer o mesmo: o Porto, se efectivamente quiser chegar ao Jamor este ano, terá que arriscar e muito, não poderá jogar no erro dos vermelhos. E isto faz toda a diferença. É impossível? Claro que não - jogando aquilo que já jogamos esta época poderemos bater qualquer equipa de topo europeu e o SLB nem sequer pertence a essa estirpe.

Cada um acredita no que quer
A imprensa de hoje reflecte aquela histeria colectiva habitual em torno do Benfica sempre que este consegue uma vitória com significado. JJ voltou a ser o maior estratega do mundo, o AVB é o miúdo que "levou um banho de táctica" e a tribo vermelha exulta com as palavras sábias dos seus heróis argentinos e espanhóis que vão debitando banalidades em torno da "criação de instabilidade na equipa do Porto", como se o jogo de ontem tivesse contribuído de algum modo para o encurtar da distância que os separa de nós na classificação da Liga Portuguesa. Para aqueles benfiquistas que ainda não fizeram as contas, aqui fica um resumo: vencer uma diferença de 8 pontos (ou seja, mesmo assumindo que vão vencer o SCP, coisa que está longe de ser um dado adquirido) corresponde a esperar que o Porto perca 3 dos 13 jogos jogos que faltam disputar... e que o SLB não perca sequer um pontinho! Na realidade, o resultado prático dos 5-0 é que são absolutamente inultrapassáveis, porque do mesmo modo que é improvável que o Porto vença na Luz para a taça por 3-0, é ainda menos provável que perca por 5 ou 6 para o campeonato, não é? E lá sobra mais um pontinho da "vantagem directa". Perceberam agora?

Mexericos, amuos e ilusões
Para alargar o efeito da moralizadora vitória no Dragão (baseados no wishful thinking de que os 5-0 foram um acaso do destino e estes 0-2 é que valem), tenta-se agora transformar a (normal) frustração de um jogador que ficou de fora (Fucile) numcaso de (in)disciplina ou rebelião face ao treinador. Obviamente, de fora e sem saber o que efectivamente se passou no "grupo de trabalho" ou qual tem sido o comportamento do uruguaio nos treinos, parece-me evidente que mesmo com todas as paragens cerebrais que o têm vindo a caracterizar nos últimos tempos, Fucile era, em teoria, a melhor opção para, na ausência dos dois laterais lesionados, preencher o lugar. Em teoria, disse eu, porque também não me parece que tenha sido por aí que o Porto perdeu o jogo de ontem.

Em suma: foi mau perder mais uma oportunidade de sublinhar o facto da actual equipa do Porto ser superior à actual equipa do SLB. Foi ainda pior por ter acontecido no Dragão. E será ainda mais gravoso se, como disse, se revelar impossível recuperar esta desvantagem no jogo da Luz. Mas nada disso muda o destino deste Benfica, tal como o nosso 3-1 de Maio nada mudou então: a UEFA não está ao seu alcance e o campeonato é uma miragem somente realizável com manobras em túneis e secretarias. Relembrem isto quando chegar o mês de Junho: vão acabar a época em segundo lugar, a mais de 8 pontos do Porto campeão e, quando muito, vencerão esse troféu fantástico que é a Taça da Liga e serão "campeões da Taça" como foram na época denominados quando Camacho bateu Mourinho.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Faltou quase tudo

Em primeiro lugar, é bom que se diga que este jogo foi um daqueles em que o resultado final dependeu mais das acções do perdedor do que do vencedor. Os vermelhos fizeram a sua parte, entraram com mais cautelas e, sobretudo, com atitude, pressionando a saída da bola da nossa defesa. E foi assim que começamos a perder esta partida.

Se dependesse de mim, o Maicon teria queimado a sua última oportunidade: 2 jogos "grandes", duas falhas graves - é demais, mesmo para quem já viu o Pepe fazer pior e tornar-se um dos melhores centrais do mundo. O argentino estava lesionado e ficou no banco?

Adiante. Com um golo caído do céu, o SLB fez mais do mesmo, defendendo sempre no nosso campo, queimando tempo (coisa que o senhor de preto permitiu de uma forma escandalosa) e saindo em contra-ataque. O Porto fez duas ou três jogadas de perigo, James falhou um golo fácil, e o intervalo chegou com um 2-0 que resultou de mais uma bola perdida à entrada da nossa área, de um pontapé feliz e de o Helton ter muita gente na linha da bola.

Esperei que começássemos a segunda parte com outra atitude - estava enganado: mesmo com o Rodriguez mais velho em campo muito pouco mudou. E tendo em conta que o SLB jogou 30 minutos em inferioridade numérica, a derrota tornou-se ainda mais ajustada ao que se passou em campo.

Mesmo com uma expulsão perdoada ao Cardozo e com um presumível penalty sobre o Bellushi (cuja substituição que não percebi), não foi por causa do árbitro que perdemos. É verdade que deu uns míseros 4 minutos de desconto quando só a expulsão do Coentrão e a "lesão" do Peixoto pararam o jogo durante 8 minutos, mas se nós não fomos capazes de criar uma verdadeira oportunidade de golo em toda a segunda parte será que poderíamos marcar só por o jogo durar mais 5 ou 6?

O que ficou à vista é que sem Falcao não somos a mesma equipa (porque o Hulk perde influência no jogo), que não existe Walter nem alternativa credível para o brasileiro, e que o Sereno não comprometeu mas foi, como era de esperar, uma nulidade em termos atacantes. Quem se salvou do naufrágio foi o Sapunaru e o Varela, que no seu jeito trapalhão foi criando algumas dificuldades. Hulk teve dois remates bons mas voltou a perder-se em jogadas individuais. O meio campo esteve pouco criativo, perdeu quase sempre os ressaltos e a troca do Bellushi pelo Guarin retirou do campo o único homem inconformado.

A maré vermelhusca vai crescer e é preciso que o FCP seja capaz de resistir à onda. 11 pontos devem bastar mas é improvável que venhamos a conseguir atingir a final do Jamor.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Com alma e coração, venceremos o lampião

David Luiz deixou o segundo classificado da liga portuguesa rumo ao quarto classificado da liga inglesa. Na despedida disse que leva o Benfica no coração. Os seus adversários em Portugal, nomeademente Hulk, levaram para casa, em vários fins-de-semana, as marcas dos seus pitons nos calcanhares e dos cotovelos em várias zonas do tronco. Para mim, o bom jogador que nunca chegará ao nível de um Ricardo Carvalho, de um Pepe ou de um Bruno Alves. Uma questão de fiabilidade.
Tinha curiosidade em saber em que posição actuaria na amanhã, no jogo do Dragão, mas felizmente para ele, não vai voltar a cruzar-se com Hulk, pelo menos esta época e em Portugal. Acredito que Hulk venha a jogar em Inglaterra e, se não for no Chelsea, David Luiz que se prepare.
Em relação ao jogo, sinceramente, causa-me alguma preocupação o clima de excessiva confiança de muitos portistas que tomam como referência os 5-0. Ao mesmo tempo, agrada-me o facto de se falar na série de vitórias do Benfica, do "Benfica em alta", e do Benfica muito diferente do de há uns meses. Nós damo-nos bem com excessos de confiança do outro lado (ver exemplo da supertaça), por isso não convém cair no mesmo erro.
Quem não deve cair nos mesmos erros é Jorge Jesus. Em primeiro lugar porque David Luiz já cá não mora. Em segundo lugar porque não o estou a ver a deixar novamente Saviola no banco. Acredito num jogo de expectativa do Benfica - uma eliminatória a duas mãos permite-o - e contra-ataques rápidos. Nós vamos ter de perceber que não vamos decidir nada amanhã e que será fundamental não sofrer golos. Uma lógica europeia, portanto.
Com Hulk no meio, James e Varela nas alas, ou Hulk e Varela nas alas e Walter/Falcao (recuperado a 100%?) no meio (a minha opção preferida, uma vez que Hulk é terrivelmente mais perigoso quando parte da linha para o centro), temos acima de tudo de dar a alma e o coração em campo, porque grande parte da história do jogo de amanhã vai fazer-se ao nível da atitude e do querer dos jogadores em campo.