O texto de há uma semana, na sequência do jogo na Alemanha, podia servir para hoje. O Dortmund veio cá fazer um bom treino, levou uma vitória e afundou, ainda mais, uma ideia - que já existiu - de Porto europeu.
Peseiro pode enviar as mensagens que quiser para o balneário, pode falar em crença na passagem, pode elogiar a "tremenda reação" da equipa após o golo (já agora, eu, se lá estivesse, também teria uma tremenda reação, correria que nem um louco, sairia ao fim de 15 minutos para o hospital, mas garanto que seria uma "tremenda reação"), pode invocar um golo em fora-de-jogo, mas não nos pode tirar a ideia da cabeça de que poupou jogadores para o campeonato e abdicou completamente da Liga Europa. Tal como Jesus. A diferença é que o treinador do Sporting di-lo à vontade, protegido pelo bicampeonato que conquistou com os coisinhos e pela liderança atual na Liga. Peseiro não o pode dizer. Mas, digamos que o onze escolhido para iniciar o jogo o denunciou: entrar com extremos como Varela e Marega diz quase tudo. Depois, começar a segunda parte sem qualquer alteração, com a equipa a perder, também não ajuda à "crença" de que queríamos mesmo virar a eliminatória.
PS - O tom divertido e bem disposto com que os jornalistas e o comentador da SIC nos brindaram ao longo da transmissão, dando a derrota como facto adquirido aos 72 minutos ou fazendo comentários jocosos sobre os nossos jogadores (Maxi e Brahimi, por exemplo) é um sinal bem claro do respeito que já nos perderam.