sábado, 13 de fevereiro de 2016

E o inferno gelou

"Se o empate era injusto, a derrota foi muito mais."
Rui Vitória não percebeu que num jogo de futebol há 22 jogadores, vinte pelo campo fora e dois guarda-redes. Não percebe que o seu clube não jogou sozinho e que, do outro lado, houve outra grande equipa, com um grande guarda-redes que está lá para evitar golos. Foi o que ele fez. Do outro lado esteve outro guarda-redes que não evitou dois golos. Simples! Por isso esta a vitória é justíssima. Porque eu não me esqueço do que disseram quando os coisinhos do tempo de Jorge Jesus vieram ao Dragão ganhar, com golos de lançamento lateral ou às três tabelas. Falou-se em vitória da abnegação, da ratice e do realismo. Jesus foi levado em ombros. Hoje, perante uma vitória sem espinhas do FC Porto, a azia fala mais alto: foi a infelicidade da equipa que falhou muitos golos, foi a nossa sorte de ver os outros falhar golos em catadupa. Parece que isto é novo, mas não é. Já tem barbas. Mas é preciso pisar e repisar.
A nossa vitória assentou em três pilares: Casillas, Danilo e Herrera. Depois, dois laterais - Maxi e Layun - sempre em alta rotação e a olhar o adversário nos olhos com aquela atitude à Porto de que já tínhamos muitas saudades. Houve erros de posicionamento na defesa, houve excessos individuais que expuseram a equipa ao perigo. Mas no momento certo, fizemos o que nos competia. Rui Vitória pode tentar desviar as atenções com os pontos recuperados no passado recente (cada um se agarra aos argumentos que mais lhe convêm), mas é incapaz de dizer que Talisca e Salvio, por exemplo, nada trouxeram à equipa.
Uma última palavra para José Peseiro. Não morremos para este campeonato hoje graças a ele e à forma como comandou a equipa. Para além disso, arriscou num miúdo que nunca tinha jogado, e logo na Luz, e ganhou a aposta. São estes pormenores que ficam na história.

1 comentário:

Isabel disse...

Exatamente!
Finalmente o meu Porto, com raça. E os coisinhos com merdas.
Nada de novo