segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Quem está em primeiro? Não estou a perceber..."



A vida de Jesus tem destas coisas: abre a boca e raramente a coisa resulta como o desejado. Depois da derrota em Guimarães, notoriamente irritado e com o fair play habitual, Jorge, o Jesus do vídeo, ironizou em resposta à pergunta do jornalista (sobre a "posição delicada" em que ficaria o SLB depois daquele resultado), dizendo que "a grande preocupação é dos outros, não é do Benfica".

Pois bem, depois de mais uma "barraca" da super-equipa dos Coisinhos, agora a preocupação é de quem? O único órgão de informação (?1) onde o Benfica ainda surge em primeiro lugar da classificação é o jornal Record... Numa coisa o estratega da chiclete tinha razão: quando refere que eles perderam pontos ali e que os rivais perderam e perderão pontos noutros campos.

Nota final: voltamos a dar 45 minutos de descanso a um adversário que, apesar do empenho, tem uma equipa fraquinha e que deveríamos golear. Aparentemente, ninguém aprendeu nada com os 2 pontos que perdemos na primeira volta. Estarão perdoados se voltarem a "apagar" a Luz - nunca uma equipa do Porto tão mal orientada e a jogar tão mediocremente esteve tão perto de ser campeã.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Melão

Acabei de ouvir este comentador, que dá pelo nome de "qualquer-coisa" Baptista, vociferar, exaltar-se, enervar-se, porque o seu clube terá sido prejudicado em dois penaltis em Coimbra. Depois ouvi a conferência de imprensa de  Jorge Jesus e nada foi referido sobre a arbitragem. O treinador do Benfica lamentou as perdidas de Nelson Oliveira, e nenhum repórter o questionou sobre a arbitragem (e todos sabemos como é importante para a imprensa uma polemicazinha destas). O próprio Nelson Oliveira atribuiu à falta de sorte a razão do empate. Pode ter havido razão de queixa - eu não vi o jogo -, mas estes adeptos do Benfica que falam nas TVs podiam disfarçar um bocadinho a sua tendência clubística e deixar o melão em casa. Isto por uma razão muito simples: a malta quer isenção, quer análises objetivas da parte daqueles comentadores. Quem quer paixão e emoção vai aos blogues - como este.
Há mais ou menos um mês, quando se começou a falar no Benfica como a "equipa que melhor joga em Portugal" ou "a equipa que melhor futebol está a praticar" eu pensei, muito sinceramente, que era bom sinal, lembrando-me precisamente do que se passou no ano passado mais ou menos por esta altura. Os últimos dias vieram dar-me razão.
E de repente, amanhã, no Dragão, um normal FC Porto-Feirense transforma-se num daqueles jogos que assume uma importância fundamental em toda uma época. Ganhar significa chegar à Luz por cima e apagar da memória os 0-4 de Manchester. Outro qualquer resultado viria confirmar a depressão pós-City.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

(Arranjem vocês um título)

Vítor Pereira não foi o primeiro treinador do FCP a ser goleado em Inglaterra. Nem o segundo, nem o terceiro. Mas espero que tenha sido o último. É que já começa a chatear esta sina de que temos de sair (quase) sempre de lá com um saco cheio de batatas.
À partida podemos ver neste desastre uma série de erros individuais que ilibam o treinador e a sua tática. Um exemplo: Otamendi, um central internacional argentino habituado a campos de exigência máxima, comete um erro típico de um infantil aos 15 segundos de jogo. Não creio que o argumento "ah-quem-foi-que-o-pôs-a-jogar-quem-foi?" valha. Apesar da boa resposta que Sapunaru deu no jogo anterior (num jogo contra uma equipa fraquíssima do nosso campeonato), era natural que Maicon, com mais andamento e tempo de jogo, voltasse ao lado direito, entrando Otamendi, o tal "central-internacional-argentino", para jogar ao lado de Rolando.
Outro exemplo: o segundo amarelo a Rolando resulta da discussão com o árbitro sobre um possível offside no segundo golo do City (que, já agora, não existiu). Tendo percebido, desde o início, a facilidade com que este árbitro tirava o amarelo do bolso, que terá levado Rolando a ter aquela atitude? Aqui podemos argumentar que uma equipa é a imagem do seu treinador, e a força mental para manter a frieza nestes momentos tem de ser potenciada pelo líder. E nós sabemos que não temos líder.
Fizemos um bom jogo do minuto 2 ao minuto 76? Não sei. Dentro daquele contexto fizemos o que nos competia, que foi ir para a frente, tentar chegar à baliza, mas parece-me que foi um domínio mais consentido pelo adversário do que conquistado por nós, até porque nem tivemos assim tantas oportunidades de golo flagrante. Construímos muito jogo lateral, muito jogo para as linhas, num futebol, a espaços, agradável de ver, mas com pouca profundidade. A certa altura lembrei-me da seleção portuguesa dos anos 80, 90, daquele futebolzinho bonito mas inconsequente porque... não tínhamos ponta-de-lança. Exatamente como hoje. A ausência do homem de área foi determinante (ridícula aquela aposta inicial em Varela). Os centrais do City podiam ter levado uma mesinha para jogar umas cartas. Foi tudo muito pacífico naquela área, sendo esta monotonia apenas quebrada pelos cruzamentos-míssil de Hulk.
Acredito que, com Janko a prender dois centrais, aquele jogo tenha bons resultados a nível interno. É nesse sentido que vejo ali uma ponta de esperança para o que resta do nosso campeonato.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Acreditar

A jogar da forma como estamos a jogar e com o segundo pior treinador de sempre do nosso clube - o pior é agricultor e escreveu recentemente um livro em que diz mal de toda gente (MESMO toda a gente, incluindo você que está a ler este texto) - o que é certo é que estamos a dois pontos da super-equipa do treinador mastiga-chiclas. Ou seja, quando estamos bem, damos vinte pontos de avanço. Quando estamos mal, damos luta pelo título. Sintomático.
Ridícula é a perspetiva benfiquista de que os adversários, contra eles, jogam mais, têm "mais pulmão", esforçam-se mais. Espero bem que esta teoria ser confirme quando formos à Luz discutir o primeiro lugar porque o pouco que jogámos em Setúbal não chegará...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

30 minutos de folia

Disfarçámo-nos de Campeão durante meia hora de jogo. Metemos duas lá dentro e poderíamos ter metido mais. Na hora de jogo restante, quisemos gerir a pensar em Manchester. Podemos - e devemos - acreditar que vamos a Inglaterra virar a eliminatória, mas tirar o pé do acelerador contra uma equipa tão mazinha como este Setúbal e desperdiçar a oportunidade de construir um resultado mais largo irritou-me profundamente.
Em termos individuais, gostei do regresso de Sapunaru e da confirmação de subida de forma de Varela. O meio-campo esteve em bom nível, o que não é de estranhar. O nosso lateral-esquerdo, Alex Sandro, mostrou, também ele, evolução. Do ponto de vista negativo, acho que o Hulk ainda não voltou na plenitude das suas qualidades e bem precisamos dele no seu máximo já na próxima quarta-feira.
O que fica no final é um sabor a desilusão pelo que acabou por ser este jogo depois de 30 minutos tão bons. Como disse o pôncio, com quem vi o jogo, "Nunca mais acaba o campeonato para este tipo ir embora".

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

enough said

"O azar do auto-golo coincidiu com um estouro físico da equipa (especialmente do Lucho, Moutinho, Varela e do quase inexistente James). O resto explica-se com uma expulsão por fazer (De Jong) e o luxo de ter Kolarov e Aguero como suplentes. Já fomos, mas a dúvida que fica é sob a forma como isto vai terminar em Manchester: decentemente ou com uma goleada?"
O meu amigo pôncio, por certo, que não se importa que eu tenha publicado esta SMS que me enviou no final do jogo. Ela reflete o que eu acho que se passou. O City jogou o que quis e como quis, na minha opinião. Na expectativa, na primeira parte, o jogo correu-lhes mal, porque nós fomos arrojados q.b. Depois, a perder, decidiram carregar, empataram, e voltaram à receita da primeira parte, só que, desta vez, ajudados pelo tal estouro de que fala o pôncio. Apenas acrescento o terrível azar de termos perdido Mangala e Danilo, este,  provavelmente, para o resto da época. Uma noite negra.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sporting sem Paciência

O Sporting continua a caminhar alegremente para o abismo, numa downward spiral que ninguém sabe onde vai parar. Despede-se Domingos numa altura em que mal começou a segunda volta e há uma possibilidade real de ganhar o segundo troféu mais importante do futebol português. E põe-se Sá Pinto a orientar homens, quando a história se encarrega de nos mostrar que é ele quem precisa de orientação em situações limite. Mais: contrata-se um novo treinador sem qualquer experiência ao nível de seniores para trabalhar com uma legião de estrangeiros que aterraram nesta época em Alvalade. Mais ainda: contrata-se alguém que tem ligação privilegiada com a Juve Leo e que foi sempre promovido e levado ao colo por esta. O poder está definitivamente na rua. O Sporting lançado às feras.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sinais

Cada jogo é uma jogo e são 3 pontos quer o resultado final sejam 5-0 ou 1-0. Mas a verdade é que vencer com uma margem confortável gera nos futuros adversários um desconforto, um receio e um temor que supera os ganhos objectivos para a própria equipa. Poderemos gostar ou não da fanfarra em torno das "goleadas" do SLB, das hipérboles das manchetes d'A Bola, dos setecentos e oitenta elogios feitos ao Aimar e das tiradas anedóticas do homem da chicla, mas a verdade é que os coisinhos entraram ontem em campo com uma garra e uma vontade de resolver aquilo depressa que parecia que estavam a jogar em inferioridade e a lutar contra o tempo. Os 20 a 30 minutos que vi foram de pressão constante, muita atrapalhação à mistura mas muito querer, muita garra, muito empenho.

Claro que uma equipa com jogadores como os do Porto, que já estiveram em grandes competições e enfrentaram em situações problemáticas adversários muito mais poderosos, não se pode deixar influenciar por exibições e/ou resultados como o de ontem na Luz. Mas os Nacionais da Madeira deste campeonato por certo ficarão a pensar no que lhes irá acontecer quando visitarem aquele terreno de jogo.

É por tudo isto que não basta à equipa do Porto fazer o óbvio e obrigatório, que é vencer o Leiria. É preciso jogar bem, marcar muitos golos e não deixar o adversário respirar. Mostrar que estamos na corrida, que os vermelhos têm ainda que suar muito para dar o campeonato como ganho, em suma, fazê-los duvidar. Cinco pontos de atraso significam essencialmente que não dependemos de nós, que será preciso vencer na Luz, manter uma rota de vitórias e esperar que eles percam pontos algures (já em Guimarães, em Coimbra, em Paços de Ferreira ou mesmo em Alvalade). VP sabe que já ultrapassou todas as fronteiras da nossa tolerância, que já perdeu a iniciativa no campeonato, que depende de terceiros, pelo que não vale a pena poupar recursos para o jogo com o City. A única forma de ter alguma remota possibilidade de orientar o FCP na próxima temporada é vencer o campeonato - por mim, nem isso seria suficiente.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aquisição do mercado de Inverno rende final para o Sebordem

Esta noite, no Funchal, uma fantástica exibição de Pedro Proença contribuiu decisivamente para a eliminação do Nacional. Com a qualidade a que já nos habituou, Proença arrancou uma expulsão com uma falsa falta pouco antes dos 60 minutos, tendo acabado com a resistência dos madeirenses (que mesmo com 10 contra 12 chegaram ao empate) através de um penalty muito bem inventado.

Depois de 2 grandes intervenções, Proença ainda teve tempo para mostrar mais alguns pormenores de grande qualidade, com uns amarelos para compensar e uns fora-de-jogo estrategicamente assinalados para matar os contra-ataques adversários. O 3-1 final não reflecte o brilhante contributo de Proença, que mesmo não tendo marcado foi decisivo no resultado final. Parabéns ao Sebordem, que se reforçou muito bem no mercado de Inverno.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Imagens fascinantes



Não sei muito bem qual destas imagens é mais interessante, se a simulação de um incêndio na Luz (sim, claro, sem ninguém lá dentro), se a do senhor que festeja golos, alegadamente, para os filhos, simulando um cão a urinar.


A verdadeira diferença é que a primeira resulta de uma brincadeira anónima e inofensiva com o Photoshop e a segunda é uma imagem real do dito senhor jogador português do Zenith que comemorou assim um golo marcado ao FCP.

Vem isto a propósito da lesão do dito senhor, que segundo muitos privou a selecção nacional do respectivo contributo no Euro 2012 e privará também o clube russo nos confrontos da Liga dos Campeões com o SLB.

Pois bem, como eu nunca o vi contribuir com nada de minimamente satisfatório para a selecção, acho que se libertou uma vaga para um jogador mais decente. E como não tinha expectativa nenhuma de o ver repetir a figurinha triste da foto no Estádio da Luz também me é indiferente se joga ou não.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

FCP-Setúbal: os reforços

Danilo - Grande qualidade a deste jogador, que defende bem e gosta muito de atacar. Num jogo com maior grau de dificuldade, não poderá arriscar tanto e desguarnecer a retaguarda. Espero que Vítor Pereira não mantenha a sua aposta em Maicon no lado direito, quando regressarem os centrais titulares.
Alex Sandro - Incluo aqui este brasileiro, porque ainda não o tinha visto jogar. Achei-o inferior ao Danilo, ainda que com igual apetência para atacar. Errou alguns passes fáceis e teve apenas uma jogada com perigo, já na segunda parte. Percebe-se que está a léguas de Álvaro Pereira.
Lucho - Que emoção voltar a vê-lo em campo de azul-e-branco! Melhor regresso não podia ser, com um golão do outro mundo. O seu jogo, feito de processos simples, era o que a equipa precisava. Com Lucho, o nosso futebol não emperra e contamos com um jogador talhado para aparecer na área. Para além de tudo o mais, um líder.
Janko - A bola poderá atrapalhar alguma vezes, mas como este não tínhamos ninguém: está lá para as empurrar para o fundo das redes, seja com o pé, seja com a cabeça. E incomoda que se farta os defesas, que sentem dificuldade em marcar aquele 1,96m.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Gomes, camisola 9

E o Gomes voltou a marcar. Não tenho muitas palavras para ilustrar aquilo que Fernando Gomes - "O Gomes" - significa para uma geração de portistas que, tal como eu, cresceram na década de 80 a festejar os seus golos. Goleador, como muitos houve e haverá, mas símbolo de um clube como pouquíssimos conseguem ser.
E ontem lá estava ele em campo, na Liga Fertiberia, prova de futebol indoor que reúne antigas estrelas do futebol mundial, ao lado de Baía, Rui Barros, Paulinho Santos, Capucho, Folha, Bandeirinha, Coelho, Bino, Pedro Emanuel, Chaínho, Mário Silva e João Pinto. Foi este último quem o assistiu - e tantas vezes vimos este filme! - para o golo monumental que podem ver por baixo deste texto. Um golo "à Gomes". Um golo de classe pura que me fez voltar a sorrir como tantas vezes fiz com 13, 14, 15 anos. Foi golo. Foi do Gomes!

 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tragédias, anedotas e garganta

A notícia marcante dos últimos dias é vigésima oitava confirmação de que o Sebordem está economicamente liquidado e dependente da vontade de um potencial messias russo ou árabe ter um clube em Portugal. Porto e Benfica também não estão bem, mas a relação entre o que valem os seus activos e os seus passivos é (supostamente?!) positiva. Até quando, logo se verá.

Mas a parte cómica desta notícia foi a oportunidade de voltar a ouvir o patusco do Sousa Cintra, do qual escutei hoje, na Antena 1, as seguintes palavras: "quando eu era presidente, tínhamos a melhor equipa de Portugal e uma das melhores da Europa" e que "só não ganhamos porque não havia verdade desportiva em Portugal".

Sobre a parte da "verdade desportiva" nem vale a pena falar, porque é um argumento estafado e serve para justificar quase tudo. Mas, porque vale a pena olhar um pouco para o que foi o futebol do Sporting no mandato deste senhor, vamos abrir uma excepção e falar da história do Sebordem.

Em 1989/1990, a primeira época em que Cintra liderou, os lagartos tinham Ivkovic, Oceano, Carlos Xavier, Carlos Manuel, Cadete, Marlon, Paulinho Cascavel e... Gomes! Mas também tinham "pérolas" como Venâncio, Leal, Valtinho, Marinho e mais um monte de gente que não deixou nem grande memória nem grande percurso posterior. Sim, claro, tinha um rapaz chamado Figo, acabado de estrear (fez 3 jogos) e a época foi orientada por esse génio da táctica no Nilo, de seu nome Manuel José, ao qual sucedeu Raul Águas após mais um Natal indigesto. Escusado será dizer que não ganharam nada... Já agora, para comparação e apesar de alguns erros de casting (como o de Nascimento, Toni, Pingo e Kiki) o Porto tinha Baía, Demol, Branco, André, Semedo, Jaime Magalhães, Domingos, Rui Águas e Madjer. E acabamos o campeonato em primeiro lugar, com mais 13 pontos do que o Dream Team do Sebordem.

Na época seguinte, para além de ter estreado Peixe e Paulo Torres, Cintra apostou tudo naquele que seria, nas suas sábias palavras, "o novo Eusébio": era brasileiro, chamava-se Careca e apesar de ter alinhado em 30 jogos marcou apenas 8 golos. Em 1990/1991, o Porto ganhou a Taça, perdeu o campeonato para o Benfica por 2 pontos e o Sebordem acabou, uma vez mais, a 13 pontos do vencedor... e sem nenhum título.

A época de 1991/1992 ficou marcada pela partida de Xavier e Oceano para a Real Sociedad, pela afirmação de Figo e, parcialmente, de Emílio Peixe, bem como pela confirmação do talento de Balakov (que tinha chegado a meio da época anterior). Para não variar, o treinador (Marinho Peres) foi despachado a meio da época e o Sebordem, que uma vez mais não ganhou nada, acabou num brilhante 4º lugar, mas somente a 12 pontos do Porto campeão...

Continuando a saga da Golden Era Sousacintriana, em 1992/1993 o Sporting apostou em Bobby Robson e numa carrada de novos jogadores: Valckx, Barny, Capucho, Cherbakov, Poejo, Yordanov, Juskowiak e Porfírio. O resultado? Bem, o treinador aguentou-se, talvez porque apesar de não terem ganho nada, voltaram ao habitual 3º lugar e ficaram a uns meros 9 pontos da equipa vencedora, uns rapazes do norte que tinham jogadores como Jorge Costa, Aloísio, Timofte e, por exemplo, um búlgaro chamado Kostadinov.

1993/1994 foi a temporada das maiores malandrices e borradas de Sousa Cintra, que conseguiu "roubar" Pacheco e Paulo Sousa aos rivais da Segunda Circular, e quase fazia o mesmo com João Vieira Pinto. Por mero acaso, ou talvez não, esta é a época do célebre 3-6 em Alvalade frente ao SLB, no qual JVP foi o melhor artista. E foi também a época em que este líder nato cometeu a proeza de despachar Bobby Robson quando a equipa liderava o campeonato para a entregar a Carlos Queiroz... que terminou no incontornável  3º posto, mas apenas a 3 pontos do campeão Benfica. Mais irónico ainda foi ver o Sebordem de Queiroz perder a final da Taça com o Porto... de Bobby Robson! Mais uma época gloriosa: zero conquistas.

O ano final do reinado de Cintra é iniciado, uma vez mais, com muita expectativa e um camião de craques: Marco Aurélio, Naybet, Sá Pinto, os regressados Xavier e Oceano, Chiquinho Conde, Amunike e o estreante Dani. Como seria previsível, o Sporting não venceu o campeonato 1994/1995, embora tenha conseguido um feito inigualável durante o período Cintra que foi o de terminar em 2º lugar (a nove pontos do FCP). Mais irónico ainda é que o Sebordem viria a vencer a Taça de Portugal nessa época, mas Sousa Cintra havia deixado de ser o Presidente da nação lagarta desde a semana anterior...

Em suma, Cintra, o Midas da economia clubística verde e brilhante gestor da melhor equipa da Europa e, quem sabe, de Portugal, objectiva e oficialmente não ganhou coisa nenhuma. Apesar de isto ser um blog portista, acho que foi importante fazer esta evocação porque o dito senhor, por certo devido à idade, terá esquecido o muito que fez pelo Sebordem e era preciso que alguém lhe fizesse justiça.

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Update do post com o contributo do amigo "nusanto": uma gravação da célebre entrevista telefónica durante a qual Sousa Cintra parte um vidro do carro com uma garrafa de água - simplesmente fabuloso.