Décima-nona presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Esqueçamos o "caso" Quaresma. É este o filme que importa. É este o filme do costume. Ou talvez seja mais correto falar de uma saga de 19 episódios, recheada de super-heróis, aqui e ali com alguns vilões.
Este Lille, na verdade, nunca foi ameaça por aí além, mas muito por mérito da nossa consistência defensiva. Lembro que em quatro jogos oficiais vamos com zero golos sofridos. Apesar de já termos levado alguns sustos, temos de registar a grande forma de Maicon, a subida de rendimento dos laterais e a sobriedade de processos de Martins Indi (e que bem que esteve hoje a substituir o lesionado Alex Sandro). Esta solidez começa, no entanto, em Casemiro, um jogador que me está a encher as medidas e que mostra, nos jogos a doer (houve quem o crucificasse logo no jogo de estreia por um par de opções mal tomadas, mas, enfim, serão os mesmos que teimam em assobiar a equipa em determinados momentos do jogo) que é, neste momento, indiscutível naquele lugar (como será quando/se Clasie chegar?). Depois, a equipa pressiona muito alto, com toda a gente e funcionar em bloco quando toca a defender. O problema tem sido a forma como não conseguimos chegar à área adversária tantas vezes quantas era suposto.
Precisámos de um desbloqueador para este jogo e, na ausência de Tello, foi Brahimi a desempenhar a função. Caramba, será que é este ano que vamos ser letais nos livres diretos? O argelino esteve apagado na primeira parte, mas abriu o livro na segunda. Acho que não é extremo puro e que rende mais a servir o avançado pelo meio, mas Lopetegui insiste em jogar sem extremos puros e colocar Óliver e Brahimi nas alas. O nosso jogo de posse (à Vítor Pereira, como disse o André Pinto) funciona, mas não chegamos à baliza adversária. Aconteceu em Paços de Ferreira, aconteceu hoje até ao golo.
Apesar das quatro vitórias em tantos jogos oficiais, apesar da inviolabilidade da nossa baliza, apesar da qualidade do plantel, patente na forma como tão bem tratamos a bola, esta equipa tem de chegar mais vezes à área adversária, tem de encostar o adversário às cordas, tem de criar medo, terror, pânico no oponente. Espero que o faça a curto prazo.