terça-feira, 26 de agosto de 2014

O filme do costume

Décima-nona presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Esqueçamos o "caso" Quaresma. É este o filme que importa. É este o filme do costume. Ou talvez seja mais correto falar de uma saga de 19 episódios, recheada de super-heróis, aqui e ali com alguns vilões.
Este Lille, na verdade, nunca foi ameaça por aí além, mas muito por mérito da nossa consistência defensiva. Lembro que em quatro jogos oficiais vamos com zero golos sofridos. Apesar de já termos levado alguns sustos, temos de registar a grande forma de Maicon, a subida de rendimento dos laterais e a sobriedade de processos de Martins Indi (e que bem que esteve hoje a substituir o lesionado Alex Sandro). Esta solidez começa, no entanto, em Casemiro, um jogador que me está a encher as medidas e que mostra, nos jogos a doer (houve quem o crucificasse logo no jogo de estreia por um par de opções mal tomadas, mas, enfim, serão os mesmos que teimam em assobiar a equipa em determinados momentos do jogo) que é, neste momento, indiscutível naquele lugar (como será quando/se Clasie chegar?). Depois, a equipa pressiona muito alto, com toda a gente e funcionar em bloco quando toca a defender. O problema tem sido a forma como não conseguimos chegar à área adversária tantas vezes quantas era suposto.
Precisámos de um desbloqueador para este jogo e, na ausência de Tello, foi Brahimi a desempenhar a função. Caramba, será que é este ano que vamos ser letais nos livres diretos? O argelino esteve apagado na primeira parte, mas abriu o livro na segunda. Acho que não é extremo puro e que rende mais a servir o avançado pelo meio, mas Lopetegui insiste em jogar sem extremos puros e colocar Óliver e Brahimi nas alas. O nosso jogo de posse (à Vítor Pereira, como disse o André Pinto) funciona, mas não chegamos à baliza adversária. Aconteceu em Paços de Ferreira, aconteceu hoje até ao golo.
Apesar das quatro vitórias em tantos jogos oficiais, apesar da inviolabilidade da nossa baliza, apesar da qualidade do plantel, patente na forma como tão bem tratamos a bola, esta equipa tem de chegar mais vezes à área adversária, tem de encostar o adversário às cordas, tem de criar medo, terror, pânico no oponente. Espero que o faça a curto prazo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Just a Lille bit

Não posso dizer que o jogo de Lille me tenha enchido as medidas, mas foi evidente a nossa superioridade e a (quase) certeza de que vamos, mais uma vez, entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Tivemos pela frente uma equipa com dois ou três jogadores acima da média, uma equipa que percebeu e assumiu a sua inferioridade, tanto individual como coletiva, e, por via disso, nos deu a iniciativa, estacionou o autocarro e tentou apostar no nosso erro e investir no contra-ataque através do seu elemento mais esclarecido, o belga Origi.
Da nossa parte, jogámos sem extremos de origem, povoámos o meio-campo e tentámos ultrapassar a barreira adversária, tarefa que não desempenhámos da melhor maneira. E isto porque, a certa altura, aquele meio-campo foi uma autêntica batalha caótica de passes errados de parte a parte. O Lille com toda a gente atrás da linha da bola e nós com Casemiro, Herrera, Rúben, Oliver e Brahimi naquela confusão de marcações individuais, em que de organização coletiva pouco se viu.
Foi a entrada de um extremo puro que desbloqueou a coisa. Tello pegou na bola, parou, olhou, colocou-a na cabeça de Jackson e este fez o que lhe competia. Do outro lado, Eneyama também fez o que lhe competia, mas não contou com a presença de Herrera que apenas encostou para o 0-1.
O nosso jogo devia originar mais oportunidades e esse é um aspeto que para já preocupa. Com tanta posse de bola e tanta qualidade com a mesma nos pés, não temos conseguido criar muitas situações de golo. Lopetegui não abdica daquele quinteto, acima referido, nem que para isso tenha de sacrificar extremos de raiz como Quaresma ou Tello.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Só faltam 33

A primeira jornada está (quase) concluída. Viva o futebol. Confessemos: já tínhamos saudades da bola a rolar, dos golos a entrar, das bolas na trave, dos penaltis por assinalar, da chicla do Jesus, da voz do Bruno de Carvalho. Começam bem o FC Porto e os coisinhos. Tropeça a lagartagem. O que, nesta altura, tem pouco significado prático, com umas longas 33 jornadas ainda por disputar e tantos pontos ainda por distribuir.
Em Coimbra, o Sporting deixou-se empatar, basicamente por culpa própria, desde logo, a começar pelo duplo amarelo de William Carvalho e, depois, pela inabilidade tática de Marco Silva após a expulsão do médio da sua equipa. E é importante não esquecer os casos Rojo e Slimani, cujas ausências pesaram. No final, e porque algumas coisas nunca mudam, ouvimos Adrien queixar-se da arbitragem, a tal que lhes perdoou um penalti do tamanho da Torre dos Clérigos. Mas, repito, há coisas que nunca mudam. Nem, por exemplo, as simulações de falta do Capel (é impressionante a quantidade de vezes que este jogador consegue ludibriar o árbitro com uma técnica exímia de "fazer que sofre falta") ou os constantes protestos dos jogadores leoninos, seja pela falta marcada contra, seja pelo vento que sopra do lado esquerdo quando devia soprar do lado contrário.
No galinheiro, Paulo Fonseca não nos deu uma alegria (mais uma vez...), vendo inclusivamente o Manuel José falhar um penalti. Pelo que diz o João Gobern, a equipa jogou melhor contra o Rio Ave, na Supertaça, do que hoje contra o Paços, mas ele está satisfeito, assim como todos os benfiquistas, porque o Luis Filipe Vieira deu uma entrevista fantástica à CoisinhosTV, porque afinal a equipa é muito boa e aquelas derrotas na pré-época foram uma sucessão de acidentes, porque o Enzo e o Gaitán vão ficar e, a sairem, só pela cláusula de rescisão. Portanto, tudo está bem no reino do milhafre.
No FC Porto é que as coisas não estão lá muito bem. Pelo menos é o que concluo depois de ouvir comentadores como Carlos Daniel, José Nunes ou António Tadeia, três pessoas que acham que hmmm... este Porto... bem, com tantas contratações... vai ser complicado construir uma equipa do zero... aquela exibição contra o Marítimo... houve ali momentos tremidos... não foi uma exibição constante... tanto craque para gerir... Lopetegui está "tramado"... e a verdadeira prova de fogo é contra o Lille... e o Varela e o Rolando e o Ghilas que não têm paradeiro certo... hummm... aquele balneário, quando as coisas correrem mal, ui...ui... é fugir. Bom, eu espero que continuem com este tipo de reservas, que mantenham essa azia bem nítida, principalmente quando a equipa começar a carburar em pleno e a cavalgar rumo à recuperação do título. Não tenhamos ilusões: qualquer pequena falha do nosso clube, qualquer questão negativa, por mais pequena que seja, vai ser, este ano, mais do que nunca, empolada e aproveitada ao máximo pela imprensa vermelhusca (lembremo-nos da questão dos assobios no jogo de apresentação) para nos deitar abaixo. Nós sabemos como é que as coisas são feitas. Espero que Lopetegui se aperceba rapidamente e esteja preparado para, também ele, responder à altura quando for preciso.
Em relação ao nosso jogo com o Marítimo, vi uma equipa com muitas soluções nos últimos dois terços do campo, com Ruben Neves, Oliver e Brahimi, e depois com Casemiro, Evandro e Tello, a marcarem o ritmo atacante da equipa. Vi, porém, alguma permeabilidade em termos defensivos, na forma como o Marítimo, em curtos momentos do jogo, é certo, conseguiu chegar à área. A contratação, diz-se que provável, de Clasie poderá ter que ver com esta questão. Uma coisa é certa: esta equipa está a anos luz da do ano passado. E todos nós, portistas, estamos em pulgas para ver como esta malta se vai portar em França na quarta-feira.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Defour

Em 2007, Steven Defour ganhou o Belgian Golden Shoe, prémio que distingue o melhor jogador da primeira liga belga (no ano seguinte, o vencedor seria Axel Witsel). Mesmo descontando o facto de a liga belga não ser propriamente uma liga de grande valor no contexto europeu, não será qualquer jogador que obtém uma distinção destas. Ainda por cima com apenas 19 anos
Em 2009, partiu o pé e recebeu uma carta de Alex Ferguson, desejando-lhe uma rápida recuperação. Defour não era propriamente um desconhecido ali para os lados de Old Trafford. Em 2011, o FC Porto foi buscá-lo, antecipando a inevitável saída de João Moutinho e preparando, assim, uma transição para aquele que poderia vir a ser o seu sucessor. Cedo se viu, porém, que Defour, nem de perto nem de longe, seria um "novo Moutinho". Faltava-lhe muita coisa, a começar pela inteligência. E não pode queixar-se de falta de oportunidades, porque quando Moutinho saiu para o Mónaco, o belga teve ali a sua oportunidade. Mas desperdiçou-a. Nunca foi um jogador acima da média, nunca foi um jogador que assumisse qualquer tipo de liderança, nunca foi um elemento que fizesse a diferença no jogo jogado. Evolução, em três anos de FC Porto? Zero. A não ser no penteado e nas tatuagens.
Agora vai para o Anderlecht para "recuperar a alegria de jogar", coisa que "pouco aconteceu no FC Porto". E aqui é que está o problema de Defour. O mais importante para ele será sempre a sua alegria. Só depois virá a alegria da equipa, do plantel e do clube. Defour coloca sempre os seus interesses pessoais à frente dos interesses coletivos e não hesita em o tornar público. Lamento dizer, mas nunca foi um jogador "à Porto" e é com alguma satisfação que o vemos sair. Felicidades, quand même.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Um plantel tóxico...


Extraído do Inimigo Público
http://inimigo.publico.pt/Noticia/Detail/1665481


Presidente do BES Mau vai treinar o novo Benfica Mau cujo plantel é lixo tóxico

Por António Marques

O Novo Banco será presidido por Vitor Bento e o BES Mau será presidido por Máximo dos Santos, que vai gerir o lixo tóxico do banco. Jesus quer sair do Benfica e Vieira vai contratar Máximo dos Santos : “ O BES Mau está cheio de lixo tóxico, como as empresas do GES, o novo Benfica está cheio de lixo tóxico , como o Derley, o Benito e o César ! Com o treinador Máximo, especialista em rentabilizar lixo tóxico , o Benfica vai ganhar o campeonato , a Taça de Portugal e a Champions ! Novo triplete à vista ! “, afirmou Vieira. A.M

domingo, 3 de agosto de 2014

Expectativa

Ainda não perdemos na pré-época. Os coisinhos já perderam. Várias vezes. E só neste fim de semana com um magnífico goal average de 2-8. O Sporting também já perdeu. Não sei se o Record - quando lia esse monte de esterco, há muitos, muitos anos - ainda faz aquele "campeonato de pré-época", mas não me agrada nada aparecer nesta fase em primeiro lugar. Para campeões de pré-época nunca tivemos vocação.
Do empate em casa com o Saint Etienne ao empate em Inglaterra, hoje, com o Everton vai uma considerável distância exibicional. O que neste momento me preocupa - e, creio, grande parte dos portistas - é como é que Lopetegui vai formar um onze no meio de tanto talento e tanto jogador com vontade de se afirmar. E, já agora, com vontade de voltar em grande ao Barcelona, ao Real ou ao Atlético. Isto, sim, preocupa-me. Estamos a criar um monstro implacável e devorador? Ou um monstro suicida e autofágico?

Um sábado surpreendentemente soalheiro

Foi de uma beleza poética este enfardamento dos coisinhos às mãos das segundas linhas do Arsenal. Foi um raio de sol numa tarde soturna, uma sinestesia queirosiana neste dia chuvoso de verão. Foi uma réplica do Alemanha-Brasil, pintada a tons mais garridos, em que os jogadores do Arsenal, em ritmo de treino, vulgarizaram, atropelaram, humilharam a equipa adversária. E foi tão lindo ver estes golos narrados em direto na CoisinhosTV.
É lógico que Jorge Jesus, como sempre faz quando a coisa corre mal, se apressou a sacudir a água do capote. Nunca o ouvimos, nem ouviremos a assumir culpas. Hoje, chegou ao ponto de assegurar que os que ficaram em Lisboa é que serão a base da equipa titular, passando imediatamente um atestado de incompetência aos homens que hoje colocou em campo. Ele que ontem tinha dito que a equipa que hoje iria entrar em campo já seria a mais aproximada do onze que ele pretende para esta época. Uma pirueta no discurso em 24 horas, portanto.

sábado, 2 de agosto de 2014

Estamos de volta e com benfiquices fresquinhas :)


Ontem
"Sou da opinião de que o FC Porto está em declínio, não é mais o que já foi, e o Benfica tem de aproveitar"
António Figueiredo em declarações à Antena 1


Hoje
Encarnados apresentaram debilidades preocupantes a uma semana do primeiro encontro oficial e foram totalmente ultrapassados pelos homens da casa...
Notícia d'Record