Que dizer desta derrota com o PSG? Antes de mais, preocupa estarmos a uma semana do primeiro jogo oficial e o treinador continuar a testar o plantel. Hoje, deu uma parte a Guarín, que se estreou esta época, e o nosso meio-campo, se ganhou em força, perdeu em inteligência e clarividência. Não, Guarín nunca será uma opção para titular. A bola sobrevoou demasiadas vezes o meio-campo, numa ponte directa entre os defesas e os avançados, um estilo de jogo que nunca foi a nossa imagem de marca. Fernando esteve mal no passe e João Moutinho discreto. Dá a impressão que os ex-sportinguista procura ainda o seu papel naquele esquema. Não joga mal, mas não mostra aquela acutilância que lhe vimos no Sporting. Por exemplo, ainda não o vi rematar à baliza. Ruben Micael veio dar mais posse de bola ao meio-campo, mas a equipa parece ainda não ter uma identidade definida e uma matriz de jogo de qualidade.
Depois, temos um Falcao que ainda voa baixinho. Perdulário, possibilitou ao guarda-redes adversário assumir-se como o melhor em campo (Hulk já tinha dado a sua contribuição). O colombiano vai marcar muitos golos, mas tarda em molhar a sopa, apesar de já ter tido oportunidades para tal.
Na defesa, continuo a achar que temos defesas-centrais de muito boa qualidade. O problema está nas laterais, onde nem Miguel Lopes nem Emídio Rafael (entrou na segunda parte) parecem estar à altura do nosso clube. Então o primeiro usa e abusa do jogo faltoso. Hoje, acrescentou a isso uma série de disparates no capítulo do passe. Continuo a dizer: vender Fucile, mais do que Bruno Alves ou Raul Meireles, pode ser o nosso grande erro de gestão desportiva desta época que agora começa.
Por falar em gestão desportiva, não percebi muito bem a colocação de Walter em campo, ainda com 30 minutos para jogar. O rapaz está nitidamente com excesso de peso e jogou praticamente a passo. A equipa deixou de chegar à baliza adversária e foi aí que o PSG teve o domínio do último terço do jogo. A culpa não é do bigorna, mas de quem o colocou em campo e de quem apenas conseguiu a sua contratação há três dias. Um clube como o FC Porto, com tradição nos grandes negócios e na planificação desportiva de excelência, não pode dar ao treinador o segundo ponta-de-lança apenas a uma semana do primeiro jogo oficial. E todos sabemos que faltará um terceiro ponta-de-lança para chegar ao plantel, num quadro de algum atrapalhamento que não é normal no nosso clube.