terça-feira, 31 de agosto de 2010

Critérios

Um dos nossos visitantes resolveu queixar-se do facto de falarmos muito do SLB e de, alegadamente, nem darmos prioridade a referências aos jogos do FCP, o nosso clube e, supostamente, o do reclamante.

Creio que já explicamos isto mais do que uma vez nos cerca de 7 anos que levamos de POBO DO NORTE e que se torna chato e sem graça repeti-lo: é que ao longo dos últimos 7 anos o Porto ganhou quase sempre ao nível interno, venceu uma UEFA, uma Champions e fez mais algumas "flores" lá fora, algo que deixou de ser novidade há muito tempo; e o Benfica é um clube em perda que insiste na afirmação de um prestígio que se foi desde que existe democracia em Portugal. Por isso, é muito mais divertido observar o que se diz, escreve e emite sobre o SLB, porque aquela agremiação vive numa espécie de realidade paralela.

Acresce que os jornais, com a necessidade de agradar aos presumíveis 6 milhões de crentes, prolongam o delírio colectivo com histórias fantásticas como as da recente contratação virtual do Aleksandr Hleb, que no Sábado o Rui Costa foi buscar a Barcelona, que era Esperado em Lisboa no Domingo e que hoje assinou... pelo Birmingham. Tentem comparar isto com a contratação do Otamendi e será fácil concluir que "não há assunto". Do mesmo modo, um triunfo épico sobre o infeliz Setúbal na Luz, com todas as anedotas em torno do GR dos 8 milhões, é algo de muito mais cómico do que uma vitória rotineira e burocrática do nosso clube em Vila do Conde.

Em suma: o Porto está no topo, sem grande estardalhaço, brilho exibicional ou novidade - está onde é suposto, onde gostamos de o ver, no lugar que nos pertence na hierarquia do futebol nacional. Ponto final.

Em compensação, animados pela trunfa loira do profeta JJ e com a miragem de que são uma equipa extra-terrestre só porque venceram um campeonato empurrados pelos amigos da Liga de Clubes e, ainda assim, apenas na última jornada, os Benfiquistas estão de regresso à "terra dos sonhos", local que só existe nas capas da Bola e do Record, ou nas transmissões da TVi e nos monólogos da BenficaTV.

E nós cá estaremos para rir desta farsa. Quem quiser ler sobre o óbvio, sobre o que não é notícia, motivo de risada ou insólito, por favor, dirija-se à porta do lado.

domingo, 29 de agosto de 2010

Cumprir calendário, redimir pecados e fazer pela vida

Cumprir calendário
Não vi o jogo com o Genk porque já sabia o que me esperava: uma equipa belga ainda mais fraca do que na primeira mão e uma equipa do FCP à espera que o tempo se fosse escoando. Pelo (pouco) que vi no resumo, o jogo lá teve a sua piada, com 6 golos e muito Hulk. Entretanto, no sorteio de sexta as coisas não correram mal, mas a a verdade é que, com o estatuto de "cabeça de série", nunca enfrentaríamos os maiores/melhores. Acredito que a fase de grupos não terá grande "história", tal como aconteceu com esta pré-eliminatória.

A redenção do guarda-redes dos 8 milhões
Muito antes dos jogos oficiais terem início, escrevi aqui que o Roberto seria por certo uma das melhores contratações da época, na perspectiva do FCP, claro. É necessário dizer também que o homem não é tão mau quanto o Bossio, mas apenas uma versão dispendiosa do Moreto. Ou seja, trata-se de um guarda-redes grande mas banal, cujo único problema reside no valor que o SLB aceitou pagar por ele e a obrigatoriedade que daí decorre de terem de o colocar em campo.

Esta noite, ainda antes do jogo começar, toda a nação ficou a saber que, depois de muito asneirar, o espanhol ia ver o jogo com a dócil equipa de Setúbal desde o banco de suplentes do JJ. Porém, quis o destino que o infeliz contemplado com a "vaga" fosse forçado a cometer grande penalidade pela azelhice do Maxi Pereira e lá entrou em campo o Roberto. Melhor ainda, o homem defendeu o penalty e passou a ser o "maior do mundo" outra vez. Levantava o braço e os 40 mil crentes aplaudiam, agarrava as poucas bolas que chegaram à sua área e, em cada lance, a multidão exultava; em suma, foi lindo ver quão infantil é aquela gente.

As minhas conclusões sobre este tópico são estas: ainda bem que vamos ter mais Roberto na baliza do SLB e, sobretudo, em jogos "a sério" - o Setúbal é aquela equipa que levou a maior coça da Liga 2009/2010 e, desta vez, pareceu estar contente por perder por (relativamente) poucos, pelo que, esta noite, mesmo com um puto de 7 anos no lugar do Roberto, dificilmente o SLB sofreria golos. Mas teria sido giro ver como se comportaria a equipa do JJ com uma igualdade no marcador e em inferioridade númerica mais de uma hora...

Raúl "You Will Never Walk Alone" Meireles
Tal como o Bruno Alves, o tatuado vai para outro lugar ganhar aquilo que por cá não lhe pagam. Não fico certamente contente, porque fui sempre um apreciador deste franzino centro-campista que em boa hora fomos buscar ao Boavista. Sei que nunca foi um dos preferidos das bancadas do Dragão, tal como não foi o Semedo, por exemplo. Mas foi um jogador leal ao clube durante 6 anos, que aturou muitas substituições automáticas (quando era para tirar alguém de campo, era sempre o "favorito" do Jesualdo) e desempenhou um papel importante em momentos de crise. Ganhou muitos títulos, tem 27 anos e vai agora, se tudo se confirmar, fazer o contrato da vida dele. Acresce que vai jogar num clube que, não obstante estar "por baixo", tem uns adeptos fantásticos e mantém no plantel jogadores de inegável nível mundial.

Quanto ao negócio, se os valores mencionados corresponderem à verdade, não foi grande coisa. Porém, no contexto actual, numa lógica de mudança de ciclo e como forma de dar a este jogador uma oportunidade que poderia não se repetir, enfim, é minimamente aceitável.

Desejo as maiores felicidades ao Raúl Meireles nesta nova etapa da sua carreira e, como portista que sempre gostou de o ver em campo, um muito obrigado por tudo o que ajudou a construir.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As três manchetes de hoje

A vitória de ontem do Braga deixou-me curioso em relação a como seriam as capas dos desportivos de hoje. Pois bem, tivemos direito a três capas diferentes. As de A Bola e O Jogo regeram-se por critérios puramente desportivos e, naturalmente, deram destaque à proeza bracarense. Pena que este critérios puramente desportivos e eticamente justos sejam esquecidos por A Bola na maioria dos feitos do FC Porto (falo de vitória em jogos importantes, não em conquistas de grandes troféus). A capa de O Jogo é particularmente feliz porque dá destaque ao que raramente parece nas primeiras páginas: os adeptos. E graficamente está muito bem conseguida. Depois, temos o Record, esse lixo jornalístico, para quem tudo o que está acima do Tejo é paisagem, preferindo fazer manchete com um suplente do Grémio de Porto Alegre que vem substituir Ramires.

E os vermelhos perderam (mais uma vez)

Hoje o Sevilha jogou de vermelho e perdeu. Qual a novidade? Vibrei com este Braga e dei por mim e gritar golo no café onde vi o jogo. Domingos à parte, há qualquer coisa do FC Porto-tipo das últimas décadas neste Braga, na forma como se une em bloco a defender e se organiza solidariamente no ataque, com classe, sacrifício e coragem. Se dúvidas houvessem, está explicado o segundo lugar no campeonato do ano passado e fica a sensação de que, com armas que o SLB teve ao seu dispor, este Braga teria sido campeão nas calmas. Vocês sabem do que é que eu estou a falar.

PS - Já tinha ficado com esta ideia no ano passado quando nos defrontou enquanto jogador de Os Belenenses. Lima tem pinta de craque e caía que nem uma luva no nosso plantel.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E nós temos uma equipa

O jogo de hoje trouxe-me a ideia de que estamos a construir uma equipa de grande qualidade que, sem estar ainda a carburar em pleno, ganha com uma naturalidade e uma simplicidade que me deixa muito optimista para esta época. Um dos indicadores do que acabo de escrever é tão só o facto de hoje terem saído do banco nomes como Ruben Micael, Souza e Fucile. O primeiro é um desenhador a régua e esquadro. A bola nos seus pés sai sempre com intenção, beleza e precisão. Quem se pode dar ao luxo de ter um jogador deste calibre no banco? De Souza, começa a perceber-se que é muito mais do que um mero trinco. O à-vontade com que joga, ainda com pouco tempo de clube, é a prova de que a qualidade está lá, apenas tem de evoluir no sentido de querer ter mais a bola nos pés e arriscar com ela. Quanto a Fucile, é dele, naturalmente, o lugar de defesa-direito, pese embora as boas prestações de Sapunaru nesste início de época. Mas Fucile... é Fucile, e estando a 100%, fisica e psicologicamente, é o melhor lateral-direito a jogar em Portugal.

Quando temos estes três jogadores no banco, e ainda outros como "Cebola" Rodríguez ou Guarín, percebemos que o plantel, este ano, é mais fiável do que o do ano passado. Villa Boas pode bem fazer a gestão rotativa do mesmo sem grandes variações no desempenho. Pelo menos é a minha ideia neste momento.

Hoje, elejo como os melhores em campo o trio Álvaro Pereira, Bellushi e Falcao. o primeiro porque é o nosso melhor extremo-esquerdo. O segundo porque traz aquilo que não tínhamos há muito tempo: um marcador de livres directos fiável e constante. O terceiro porque marcou dois golos e falhou outros dois. Sim, porque até nos falhanços Falcao é um espectáculo.

Uma palavra para Ukra, um jogador que por certo cumpria hoje um sonho de criança: jogar no Estádio do Dragão com a camisola do FC Porto. Nao foi a estreia que ele por certo esperava, mas eu acredito que aquele estádio ainda o vai ovacionar muitas vezes de pé. Não faltarão oportunidades, Ukra!

PS - A noite encerrou com uma óptima notícia. O Benfica não vai emprestar Roberto, ao contrário do que avançou a TSF durante a tarde. O jornal A Bola adianta, no entanto, que o "8 milhões" perderá a titularidade. Pobo do Norte soube de fonte ligada ao processo que Mantorras ter-se-á oferecido para jogar à baliza.

sábado, 21 de agosto de 2010

Uns têm Bracalli, outros têm Roberto

Esqueçam Walter, James, Moutinho, etc... Roberto já é a grande contratação do FC Porto da época 2010/2011. Estou mesmo convencido que, tal como somos capazes de desviar jogadores do Benfica, também conseguimos colocar alguns lá dentro. Roberto só pode fazer parte de um plano maquiavélico do nosso Presidente. A sério. O terceiro guarda-redes de um clube que lutou para não descer, por oito milhões? Nem nos melhores sonhos. A forma como ele aborda a bola no segundo golo do Nacional não é de principiante. É de quem não sabe o que é uma bola e uma baliza. Ou então de quem treina com pepinos. Muito mau. Ou muito bom, dependendo da perspectiva. Do outro lado, um Bracalli que poderia estar muito bem num grande. Por exemplo, bastaria trocar de camisola, hoje, com Roberto, e o resultado seria de certeza diferente.
Estou curioso para ver a capa de A Bola de amanhã. É que Jesus ainda não entrou no período "é-para-mandar-embora". Por outro lado, falar em crise à segunda jornada é capaz de não fazer bem às vendas. Eu aposto numa contratação. Um Drenthe. Ou um novo guarda-redes, por exemplo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Em ritmo de passeio

O Porto continua a não me entusiasmar, excepto no que respeita à audácia do treinador e às múltiplas opções do plantel. Jogamos com o Genk tal como jogamos com a Naval: na expectativa, lentamente, sem apertar. Quanto aos Belgas, se aquilo é a melhor equipa do país então o futebol lá do sítio anda mesmo por baixo.

Foi um jogo sem grande história, exceptuando a dos golos e da expulsão do defesa do Genk. Quanto ao penalty que nos facilitou a vida, a ideia que me ficou foi a de um derrube involuntário que, não obstante, foi mesmo falta e aconteceu dentro da grande área. Ou seja, não merece supostas polémicas. O FCP dominou toda a primeira parte mas, na verdade, o golo aconteceu sem que fossem criadas muitas oportunidades.

A segunda parte começou com os rapazes do Genk cheios de brio e o pessoal do Porto a ver a banda passar. O meio campo defensivo era o Fernando contra 3 ou 4 adversários, com toda a gente na defesa a dar baldas (excepto o Sapunaru, coisa curiosa...) e o Hélton a evitar o pior. Depois, uma vez mais, por mérito de terceiros, o jogo ficou novamente fácil - a expulsão do defesa é indiscutível porque a entrada sobre o Moutinho foi um autêntico golpe de karate. O Porto marcou mais 2 mas poderiam ter sido os que quiséssemos. Bom mesmo foi confirmar a qualidade do brasileiro Souza, que não é somente um backup para o Fernando.

Gostei da actuação do nosso guarda-redes, do esforço do Falcao, do dinamismo do Fernando e, nos suplentes usados, dos breves minutos do Micael e do golaço do Souza. Por outro lado, o Ukra desperdiçou uma oportunidade de brilhar, o Maicon justificou o facto da SAD estar a negociar outro central para o 11 titular, o Moutinho esteve quase sempre fora do jogo, tal como, em parte, o Bellushi e o Varela.

Em suma, se alguém tinhas dúvidas, agora estão esclarecidas: o FCP vai estar na fase de grupos da Liga Europa, os Belgas são fraquinhos e nem foi preciso jogar grande coisa. Mas vamos precisar de fazer bem melhor para garantir a vitória em jogos onde as coisas não corram tão bem.

Nota final: o Sporting voltou a dar barraca - eu não tinha dito?!...

domingo, 15 de agosto de 2010

Um fim-de-semana jeitoso

Quando se ouve Jorge Jesus dizer, na conferência de imprensa, que Ramires e Di Maria saíram para "clubes financeiramente, repito, financeiramente melhores que o Benfica... porque no resto não o são", percebe-se por que é que aquele clube continua a fazer parte do anedotário futebolístico nacional. Mas dizer "massacrámos a Académica" - repare-se no verbo utilizado -, sem nunca referir o pormenor de terem jogado a maior parte do jogo contra 10, já não dá vontade de rir. Este Jesus pode ser grande na hora da vitória, mas na hora da derrota - e vão três seguidas - representa bem a pequenez intelectual do clube que lhe paga o ordenado. Eu apenas vi os últimos vinte minutos do jogo de hoje, mas ainda fui a tempo de ver mais uma agressão de David Luiz passar impune, quando, para ganhar posição ao Sougou, lhe aplica uma cotovelada no tórax. Isto, a dois metros do fiscal de linha.

O Sporting perdeu ontem na Mata Real. Eu não vi o jogo, mas reza a opinião do meu amigo poncio que os leões não estão a jogar nadinha. O sempre insuspeito Record não faz a coisa por menos e aplica um doloroso "Este Leão nem arranha" na primeira página.

Quanto a nós, a vitória foi mesmo o mais importante. A exibição foi fraquinha, principalmente na primeira parte. E o futebol tem destas coisas: Belluschi e Varela, que tinham sido os melhores na Supertaça, ontem foram os piores em campo. Só com a entrada de Guarín - um verdadeiro tornado em campo, para o bem e para o mal - é que o nosso meio-campo começou a mexer e os lances de perigo começaram a aparecer. A vitória foi justa e surgiu na sequência de um penalti bem assinalado pelo árbitro, por muito que os Ruis Santos deste país torçam o nariz.

Hello, is this Laionel you're looking for?

Em meados dos anos 80, um senhor com um penteado de meter medo às criancinhas chamado Lionel Richie cantava uma canção que causou lesões traumáticas na memória musical de muita gente. Tinha até um videoclip com uma mocinha cujas capacidades visuais eram semelhantes às do árbitro da final da Supertaça. Em suma, um drama medonho.

O início da época 2010/2011 do SLB parece um drama semelhante: tão convencidos que estavam da sua veia goleadora nos jogos a feijões e da global qualidade do seu plantel, que bastou a saída de 2 titulares da equipa que venceu o campeonato dos túneis e, pumba, perderam a Supertaça e foram derrotados em casa no seu 1º jogo da Liga Zon Sagres. Só vi os minutos finais do jogo da Luz, mas foi o suficiente para ver "a casa vir abaixo" com o golo da Académica marcado nos descontos. Já sei que o JJ diz que "massacraram" e que tiveram "azar" - não sei se foi bem assim, mas dou-lhe o benefício da dúvida. A única certeza que tenho é que o Porto perdeu o campeonato anterior à custa de azares destes e nessa altura falou-se de "falta de eficácia"... Noto também com particular alegria que se mantém o hábito do SLB jogar contra equipas em inferioridade numérica, coisa muito bonita porque é preciso manter as tradições.

O SCP encravou e, pelo que já tinha visto dos jogos com os dinamarqueses, não me surpreende: não há milagres - ninguém consegue transformar o Postiga e o Saleiro num só goleador decente e o Maniche não viaja no tempo. Aquela equipa tem muitas lacunas e se conseguir lutar pelo título aquele treinador merece uma estátua junto à Alvaláxia.

Quanto aos nossos, não apreciei a atitude da 1ª parte. Deu para ver que ninguém valorizou os rapazes da Figueira da Foz e que aquilo poderia ter corrido mal porque, com o vento a favor e fazendo o melhor que sabem, andaram perto da nossa baliza mais do que uma vez. A 2ª parte foi diferente mas não foi propriamente algo para recordar: quando a equipa melhora com a entrada do Guarin é porque as coisas estão mesmo mal. Cinzentona foi a exibição do Bellushi e do Varela, que estiveram ambos demasiado tempo em campo. Vencemos com uma grande penalidade, dirão os aziados, mas o corte com a mão que a causou existiu mesmo. É a vida.

Uma nota final: como é que o James e o Walter ainda não têm a sua situação formalmente tratada e estão impedidos de jogar? Isto é uma coisa normal ou alguém meteu água?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Obrigado, LFV!

Nunca pensei utilizar as páginas virtuais do Pobo do Norte para fazer o que vou fazer, mas cá vai. Obrigado, Luís Filipe Vieira, presidente do clube do bairro do Alto dos Moínhos. E porquê? Porque a manchete de A Bola de hoje é composta por uma frase que é toda ela um elogio do FC Porto dos últimos 30 anos. Nunca pensei ver assim reconhecido, finalmente, o valor das nossas vitórias. "Verdadeiros campeões não ganham só uma vez". Obrigado pelo reconhecimento!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Sem espinhas (tal como há 3 meses)

O cenário de uma mais que provável derrota do FC Porto estava traçado. Tínhamos perdido os últimos dois jogos da pré-época e tínhamos perdido o líder da nossa defesa. A acrescentar a isto, as novelas em torno das saídas possíveis de Fucile e Raul Meireles, bem como a chegada tardia de Walter, tinham alimentado uma certa corrente de opinião que não augurava nada de bom para este jogo. O adversário, apesar da derrota quase "inexistente" aos olhos da nossa imprensa portuguesa contra o Tottenham, vinha de uma pré-época goleadora, com o seu presidente a vangloriar-se do feito de poderem, mas não quererem, bater recordes de transferências. A propósito da derrota com os ingleses no troféu Eusébio, por 0-1, Jesus dizia que com o FC Porto seria diferente. E foi, por mais um golo.
Apesar da fé que sempre caracteriza o adepto portista, vivia-se por aí um sentimento de alguma inquietude face ao jogo da supertaça. Alguns mostravam mesmo receio de voltarmos a perder com o Benfica. Eu troquei algumas opiniões com amigos portistas e dei-lhes conta que esperava uma surpresa positiva por parte da nossa equipa. Não deixava de estranhar a gestão algo atribulada do plantel, nesta altura, nem a aparente inexistência de um onze através do qual André Villas-Boas nos desse sinais de estabilidade. No entanto, via ali um conjunto de jogadores com um imenso potencial e desconfiava, mais do que ansiava, que a equipa iria surgir hoje pronta a dar-nos, como diz a marcha, "mais uma alegria, mais uma vitória".
E tudo se resumiu, quanto a mim, a uma atitude inexcedível que não via há bastante tempo na nossa equipa. Inevitavelmente, tenho de comparar este FCP com o de Jesualdo que perdeu a Taça da Liga contra o mesmo adversário. Mas que diferença de garra, de pressão, de autoridade, de personalidade. E como maior exemplo disto mesmo, refiro Belluschi, um jogador a quem é amiúde apontada a falta de nervo e capacidade de defender bem, e que hoje foi, se não o melhor, pelo menos um dos dois melhores em campo (o outro foi o enorme Varela), não só pela forma como construiu jogo, mas fundamentalmente pela ajuda colossal que prestou à equipa em termos defensivos. Perdi a conta ao número de bolas recuperadas pelo nosso meio-campo, onde Fernando e João Moutinho estiveram também muito bem.
Jorge Jesus fala da fatalidade de sofrer um golo logo aos 3 minutos (basta haver quem a meta lá dentro). Depois diz que teve muitos jogadores no Mundial, que chegaram tarde (sim, devíamos ter adiado este joggo para o Natal, sei lá). Finalmente que ganhou a equipa mais eficaz (como se o número de oportunidades criadas tivesse sido semelhante). Ainda não tínhamos visto um Jorge Jesus puxar do caderninho das desculpas esfarrapadas, por entre um ou outro engasganço, um engolir em seco, e uma ou outra irritaçãozinha com um jornalista. A mim divertiu-me imenso ver que Jesus afinal é humano e, na hora da derrota "sem espinhas", é absolutamente banal como tantos outros.

PS - Foram três as situações em que o árbitro perdoou expulsões a jogadores do Benfica. Cardozo, César Peixoto e David Luiz. Por entre muita sarrafada em geral, cometida pelos jogadores deste clube, estes três mereciam ter ido tomar banho mais cedo. Mas não foram. E, apesar da vitória, isto deixa-me muito apreensivo para o que aí vem.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Bitaites de pré-temporada - parte 2

Mais do que as derrotas em França, fez-me alguma espécie o facto de, a uma semana do primeiro jogo oficial, estarmos ainda preocupados em dar minutos a todos os jogadores do plantel. Por exemplo, depois das duas épocas com as exibições que conhecemos (e que o estudioso AVB não pode ignorar), será que era preciso colocar o Guarin no 11 inicial para concluir que o homem só tem lugar no banco?

E que dizer da defesa? O Fucile só jogou breves minutos (por ter chegado mais tarde) e o A. Pereira mais alguns, mas é óbvio que as laterais lhes pertencem. Mas deveríamos, na iminência da saída do Bruno Alves, ter "rodado" uma dupla em concreto (Rolando e Maicon?!) em todos os jogos.

No meio campo e mais à frente a coisa está mais fácil porque o difícil é escolher: o backup do Fernando ainda precisa de "rodagem" mas já deu para ver que é bem mais do que um mero "destruidor de jogo"; nas outras duas vagas do centro do terreno podem jogar Moutinho e Micael, Moutinho e Meireles ou até os 3 juntos (com o Bellushi à espera de entrar), desde que na frente estejam Hulk e Falcao). O Walter está gordito mas tem pinta de jogador (logo veremos se também tem juízo...) e o Varela já mostrou o seu melhor lado no último jogo. E ainda existe Rodriguez (infeliz neste início de época), Ukra (com pouca bola para mostrar serviço), James (talentoso mas inexperiente) e sobretudo um Castro com muito talento e alma. Se quiserem um "jogador à Porto" para as próximas 2 ou 3 épocas, este é o homem certo.

Bitaites de pré-temporada

O Bruno Alves já começou a ser "beatificado" por quem tão mal dizia do nosso capitão: tal como alguns previram aqui no POBO, assim que o homem fosse transferido deixaria de ser um jogador violento, sem carácter e sem nível, para passar a ser "uma perda irreparável para o centro da defesa dos dragõe", um "hiato de liderança que não é comum no FCP" e a "perda do único jogador de classe mundial" que por cá andava. Mais ainda: diz a imprensa vermelhusca que foi um "negócio assim-assim", que "a venda a um clube da segunda linha europeia é um fracasso" e outras preciosidades.

Pois bem: vender um jogador a caminho dos 29 anos por 22 milhões de euros é um bom negócio seja como for que queiram torcer as coisas, porque:
  1. o FCP não vai usufruir este ano dos valores habitualmente ganhos na liga dos campeões e estava obrigado a fazer um ou dois negócios destes;
  2. o Bruno Alves há já muito tempo que queria sair para fazer um contrato por valores que o Porto não lhe poderia proporcionar;
  3. para o FCP, o facto de ser o Zenit a pagar não aumenta nem reduz o prestígio do clube - foi quem teve dinheiro para pagar; talvez seja significativo para o jogador não estar num Chelsea, num Milan, num Barcelona ou num Real Madrid, mas se o que desejava era dinheiro, foi para o sítio certo;
  4. para quem achou que 22 milhões foi pouco, relembro que o muito mais novo e badalado Di Maria saiu do SLB por 25 milhões (e a remota hipótese de, se jogar e se o Real ganhar competições o valor chegar aos 36);
  5. hoje mesmo é referido que o Ramires, jogador da canarinha e mais um dos hiper-mega-fixes do Benfica, vai para o Chelsea... por 22 milhões de euros; e com a agravante dos passarocos já só facturarem metade daquele valor, porque venderam os outros 50% por uns meros 6 milhões - ou seja, custou 7,5 e obtiveram 17 milhões - com um saldo de 9,5 por um internacional brasileiro, este é que foi um grande negócio, não foi amigos do orelhas?!...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Bruno

Foste o digno sucessor do "Bicho". Lideraste o FC Porto em inúmeras vitórias. Foste voz de comando e de revolta. Marcaste golos fundamentais. Evitaste muitos outros na nossa baliza. Gritaste o nome do teu clube bem alto. Deste tudo por nós. Pregaste uma cabeçada no Nuno Gomes. Obrigado por tudo, campeão!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Provérbios educativos

É melhor dois jogos na pré-época perder, que perdê-los quando é a doer.
Mais vale um Fucile em campo, que dois Sapunarus e Miguel Lopes a jogar.
A Walter dado não se olha o peso.
Apanha-se mais depressa um Sereno que um coxo.