Creio que já explicamos isto mais do que uma vez nos cerca de 7 anos que levamos de POBO DO NORTE e que se torna chato e sem graça repeti-lo: é que ao longo dos últimos 7 anos o Porto ganhou quase sempre ao nível interno, venceu uma UEFA, uma Champions e fez mais algumas "flores" lá fora, algo que deixou de ser novidade há muito tempo; e o Benfica é um clube em perda que insiste na afirmação de um prestígio que se foi desde que existe democracia em Portugal. Por isso, é muito mais divertido observar o que se diz, escreve e emite sobre o SLB, porque aquela agremiação vive numa espécie de realidade paralela.
Acresce que os jornais, com a necessidade de agradar aos presumíveis 6 milhões de crentes, prolongam o delírio colectivo com histórias fantásticas como as da recente contratação virtual do Aleksandr Hleb, que no Sábado o Rui Costa foi buscar a Barcelona, que era Esperado em Lisboa no Domingo e que hoje assinou... pelo Birmingham. Tentem comparar isto com a contratação do Otamendi e será fácil concluir que "não há assunto". Do mesmo modo, um triunfo épico sobre o infeliz Setúbal na Luz, com todas as anedotas em torno do GR dos 8 milhões, é algo de muito mais cómico do que uma vitória rotineira e burocrática do nosso clube em Vila do Conde.
Em suma: o Porto está no topo, sem grande estardalhaço, brilho exibicional ou novidade - está onde é suposto, onde gostamos de o ver, no lugar que nos pertence na hierarquia do futebol nacional. Ponto final.
Em compensação, animados pela trunfa loira do profeta JJ e com a miragem de que são uma equipa extra-terrestre só porque venceram um campeonato empurrados pelos amigos da Liga de Clubes e, ainda assim, apenas na última jornada, os Benfiquistas estão de regresso à "terra dos sonhos", local que só existe nas capas da Bola e do Record, ou nas transmissões da TVi e nos monólogos da BenficaTV.
E nós cá estaremos para rir desta farsa. Quem quiser ler sobre o óbvio, sobre o que não é notícia, motivo de risada ou insólito, por favor, dirija-se à porta do lado.