Eu já desconfiava, mas ontem fiquei convencido. O segundo classificado está a voltar à forma que tanto o notabilizou na época passada. Caso para recear? Claro que sim! Senão vejamos. A perder 1-0 ao intervalo, o Paços vinha para a segunda parte decidido a chatear. Por isso, e para arrumar com a questão, surge aos 64 minutos o penalti da ordem, numa fabulosa queda de Fábio Coentrão. Fabulosa na arte do fingimento. Como se não bastasse, aos 83 minutos, o fabuloso Fábio encarrega-se de expulsar um jogador do Paços, também recorrendo às artes da ginástica acrobática. O lance é rápido, o carrinho é frontal, mas tudo se decide na excelente queda do fabuloso Fábio. Este Fábio é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é queda a queda que deveras sente. Nesta altura pensei para com os meus botões: "Só falta agora a agressão não sancionada de um jogador do Benfica". O jogador era irrelevante. Meu dito meu feito. David Luiz aplicou mais uma das suas famosas cotoveladas, num jogador de nome Leonel Olímpio (com este nome até merecia mais do que uma cotovelada), que cometeu o erro incrível de não ter caído imediatamente, preferindo investir sobre o central que o mundo inteiro cobiça. Tem de aprender com o fabuloso Fábio.
O golo do Aimar vai ser o maior acontecimento desportivo da próxima semana. Na Antena 1, o Hélder Conduto - que tem o irritante hábito de, enquanto relata, nos dar conta de todos os pormenores da vida pessoal de cada jogador que toca na bola - disse que o argentino fintou quatro jogadores e marcou um golo do outro mundo. Nos dez minutos seguintes, cujo relato ainda ouvi, repetiu até à exaustão, sempre que o Aimar tocava na bola, "marcou um golo fabuloso! Se não viu, veja na RTP1". Hoje, na capa de A Bola, li que fintou 3 jogadores. Fiquei mesmo curioso. Ao ver o lance, reparei que o Aimar fintou efectivamente 2 jogadores. Quer dizer, fintou é uma força de expressão. Os jogadores do Paços não estavam assim muito interessados em impedir a corrida do argentino, que, já agora, está a correr como nunca. Aliás, toda a equipa do segundo classificado terminou o jogo a correr como no início, um pouco à imagem do ano passado. Não vejam nisto qualquer desconfiança quanto a meios menos ortodoxos de potenciar o físico dos jogadores. Não. Nunca desconfiaria dos métodos de Jesus.