sábado, 31 de dezembro de 2011

Eusébio está bem, o courato pode avançar

Foi com grande emoção e uma lagrimazinha no canto do olho que Portugal assistiu, ontem, em direto, ao aparecimento em público de Eusébio, o melhor jogador luso-africano da década de 60. Aquele que alguns apelidam de "Rei" apareceu aos seus súbditos ao 10º dia após o internamento. A minha mãezinha - que tem uma vértebra solta benfiquista da parte do meu avô - disse-me hoje: "Coitadinho, estava mesmo com faltinha de cor...".
O país foi sendo informado, quase ao minuto, sobre o estado de saúde do antigo jogador, com artigos em catadupa, a qualquer hora do dia. Fiz uma pequena compilação dos títulos nos sites dos dois jornais desportivos anti-FCP que exemplifica isso mesmo:

quarta-feira (21)
eusébio internado
médicos otimistas relativamente a eusébio
quinta-feira (22)
"vamos rezar por eusébio" (humberto coelho)
coluna envia mensagem a eusébio
situação de eusébio está estacionária
eusébio encontra-se estável
sexta-feira (23)
eusébio passou bem a noite
eusébio prestes a deixar cuidados intensivos
"eusébio está em boas mãos" (o presidente dos coisinhos)
sábado (24)
domingo (25)
eusébio está a evoluir bem
segunda-feira (26)
eusébio deve ter alta na quinta ou sexta-feira
terça-feira (27)
eusébio sofreu episódio hipertensivo menor
eusébio está estável mas passou pelos cuidados intermédios
quarta-feira (28)
eusébio deve regressar ao quarto
eusébio só vai ter alta no sábado
quinta-feira (29)
pantera negra já regressou ao quarto
eusébio está praticamente recuperado
sexta-feira (30)
eusébio está curado e vai ter alta amanhã
sábado (31)
eusébio sai hoje do hospital
eusébio já teve alta médica
eusébio disse que quer ver o benfica campeão

Como podemos ver, de falta de informação ninguém se pode queixar. Só faltou uma emocionada e sacrificada ida à janela do quarto acenar à multidão. As pageviews que isso havia de dar!

Falando ainda em informação, calculo que a profissão de jornalista não seja fácil. Selecionar e reportar toda a informação, nacional e internacional, que nos chega ao segundo, fazer estatísticas, escrever artigos, bajular o slb, promover os jogadores do slb, denegrir o FC Porto - gerir tudo isto não é fácil para quem abraçou esta nobre profissão. É pois com olhar condescendente que compreendo o "lapso" do Record, na sua edição de ontem, quando apresentou um bonito mapa europeu com todos os títulos e respetivos vencedores. Vejam com os vosso olhinhos (a seta bermelha serve para orientar):


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um fim anunciado

Antes de tudo, convirá dizer que hoje a equipa esteve bem, VP fez substituições com coerência e que nos faltou alguma sorte (e um Hulk mais lúcido e menos individualista). Mas convirá também acrescentar que quem não conseguiu ganhar ao Apoel em casa estaria a ser muito optimista ao achar que "agora só faltava ganhar ao Zenit". Especialmente contra equipas que defendem bem e têm gente rápida na frente para manter os nossos defesas em sobressalto. O Porto das últimas semanas recuperou a dinâmica coletiva, a solidariedade e o querer, mas isso não chega para marcar golos - não criamos oportunidades em quantidade nem temos, para além do Incrível, alguém que consiga resolver jogos sozinho.

Hoje tivemos muito Moutinho, uma exibição exemplar do Fernando, um jogo enorme do Otamendi e um James que brilhou nos pormenores. Mas tivemos Hulk em demasia (do pior que há, tentando ser o herói da noite e sendo o trapalhão de serviço), um belga menos influente do que o que precisávamos, muito pouco Álvaro Pereira, um Varela cada vez mais inconsequente e um Kleber inexistente. O resto do pessoal cumpriu esforçadamente mas a verdade é que Helton não fez uma defesa digna desse nome, Maicon esteve muito bem a defender mas tem limitações óbvias a atacar nas ala e o Djalma demonstrou que talvez seja jogador para o Porto mas foi perdendo folgo até sair.

Esta eliminação é consequência de erros anteriores, de falhas múltiplas, em primeiro lugar, da liderança do clube, que fez uma má gestão das vendas e contratações, gastando olimpicamente em jogadores que não tem lugar no onze ou que nem sequer estão por cá, e deixando num projecto de ponta-de-lança a missão de ser o matador que Falcão foi. Em segundo, a culpa é de VP, que é um líder fraco, que só sobreviveu por teimosia de PdC e por ter mantido em aberto o apuramento com aquela vitória feliz na Ucrânia. Por último, é indesmentivel que, em determinados momentos, mesmo que condicionados pelas alucinações tácticas do treinador, alguns jogadores não fizeram o que estava ao seu alcance, nomeadamente, Fernando, Moutinho, Fucile e mesmo James.

A insistência de VP no 11 de hoje é sintomática de duas coisas: que não temos um avançado centro de dimensão europeia e por isso Hulk é obrigado a jogar no meio e que o treinador se agarrou à fórmula que lhe deu resultados como se de uma jangada se tratasse, mesmo abusando de uma solução de recurso quando já tinha os 2 laterais direitos disponíveis. Maicon nem sequer é uma experiência com potencial de adaptação - é uma solução de recurso para o lugar e não deveria ter passado disso.

O que fica agora é a Liga Europa - com que motivação estes jogadores vão enfrentá-la? - bem como um campeonato que VP se arriscará a perder se não tiver uma alternativa decente para o centro do ataque e se Danilo não valer o que o Porto terá pago por ele (é alegadamente o segundo jogador mais caro da história do clube... e não contamos com ele para uma fase crucial da época!). Fica também menos margem de manobra para não vender Álvaro Pereira (embora me pareça óbvio que não contratamos uma alternativa por 9 milhões para a deixar na bancada...) ou até outros jogadores menos determinantes (como Guarin ou Rolando).

sábado, 3 de dezembro de 2011

Benfica eliminado da taça

O segundo classificado foi ontem derrotado pela primeira vez, esta época, em jogos oficiais, e um dos responsáveis por esta derrota chama-se Roberto. Fatal como o destino. Jesus ficou, mais uma vez, de fora da Taça, e atribuiu a derrota à "felicidade" do Marítimo, cujos golos saem "uma vez na vida". Normal. As derrotas do clube "mais grande" nunca se devem ao mérito e à qualidade do adversário, mas antes à "felicidade", à "sorte", ao "acaso". Pelo contrário, todos os sucessos do clube do garrafão resultam de uma enorme capacidade de trabalho, num esforço de laboratório, quase científico, a aperfeiçoar as táticas e as técnicas do jogo. Técnicas que depois são postas em prática como ontem se viu naquele penalti fantasticamente arrancado pelo espanhol "ex-1-golo-por-jogo". Uma maravilha só mesmo igualada pela sintonia entre treinador e jogadores que naquele clube se vive, como este vídeo precisamente comprova.















(foto gentilmente cedida pelo meu amigo poncio)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Verniz

Enquanto saboreamos a vitória que vai fazer com que aturemos o VP, no mínimo, até ao Natal, vai sendo giro observar a peixeirada entre os "viscondes falidos" e os "mais grandes". Entre gaiolas que são caixas de segurança, cadeiras a arder e bancadas em risco de colapso, tudo é agora motivo para a algazarra. E estavam eles tão juntinhos e amigos naquela entrega de prémios uns dias antes...

Nota de rodapé: o Libras Boas enfardou 0-2 com o Liverpool esta noite - mais um resultado negativo com um dos grandes lá do sítio... Já começou a contagem decrescente para o russo perder a paciência e o amor ao dinheiro da indemnização...

domingo, 27 de novembro de 2011

Esqueçam os últimos 5 minutos

A lógica em futebol é uma batata. Há uma semana, o Braga não mereceu ser eliminado pelo Sporting no jogo da Taça. Ontem, o Sporting não mereceu perder na Luz. Hoje, no Dragão, o FC Porto não mereceu ter sofrido naqueles últimos minutos. O resultado é mentiroso pois sugere dificuldades que o campeão não teve, sugere um jogo equilibrado em que a incerteza do resultado foi uma constante, o que obviamente não aconteceu.
Os adeptos reencontraram-se com a equipa e foi bonito ver outra vez o Dragão com um sorriso nos lábios. Mas Vítor Pereira (ainda) não está a salvo. E isso foi notório nos assobios que recebeu por substituir Defour, que estava a ser o melhor homem em campo. Os adeptos ainda têm contas a ajustar com o treinador e agora só uma sucessão de vitórias poderá fazer subir os níveis de popularidade do treinador.
Hulk acabou por ser o melhor do jogo, ele que até começou mal, com uma série de disparates e más opções que enervaram as bancadas. Mas o Incrível é um jogador fenomenal e temos de contar sempre com ele, porque dali qualquer coisa fantástico pode surgir a qualquer momento. Enquanto esteve em campo, foi Defour a mandar no nosso jogo. O belga está a ganhar espaço e terreno, face à lesão de Guarin e às intermitências de Belluschi.
Agora, ainda há questões por resolver naquela equipa. Em primeiro lugar, saber até quando teremos Maicon a lateral-direito, ele que defensivamente até tem estado bem (se excetuarmos aquelas paragens cerebrais que por vezes lhe acontecem), mas tira-nos profundidade atacante pela direita. Em segundo lugar, saber se a aposta em Djalma é uma experiência ou apenas fruto das circunstâncias. O angolano não tem estado mal, mas ainda não faz a diferença e isso é o que separa o Djalma do Marítimo e aquele que tem de se impor no FC Porto. Finalmente, quando Mangala recuperar, saber qual o central que vai saltar fora, porque eu acho que as coisas não estão bem lá atrás.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estamos de volta?

O site oficial do FC Porto diz que "O FC Porto está de volta". Para além do mau gosto de se colarem ao slogan do Sporting, acho que os responsáveis pelo site deviam ter calma. Não estamos de volta coisa nenhuma. Ganhámos o jogo, melhorámos em relação ao jogo de Coimbra, mas não embandeiremos em arco, como se tivéssemos empatado contra o pior Man United dos últimos anos. Se ganharmos ao Braga, se ganharmos ao Zenit, aí sim, estaremos de volta.

sábado, 19 de novembro de 2011

Não foi por falta de aviso...

Atribuo a responsabilidade desta eliminação vergonhosa e humilhante, frente à Académica, não ao treinador, mas a quem não teve a coragem de o pôr na rua, há quinze dias, quando empatámos para o campeonato. Teria sido então uma boa oportunidade para o ponto de viragem, com uma paragem longa, para a entrada de alguém que pudesse, hoje, ter posto a equipa, pelo menos a perder por poucos. Chame-se ele Pinto da Costa, Antero Henrique ou outro qualquer.

Foi-se a Taça, com o próximo vai a Champions

Hoje, depois do 2-0, dei por mim a desejar que a Académica marcasse mais 2 ou 3... Uma equipa do FCP que faz o primeiro remate à baliza aos 50 minutos de jogo não merece sequer a designação de equipa. A forma como o nosso treinador reagiu à desvantagem foi ainda mais patética.

Quando me tento lembrar de uma época em que a nossa equipa tenha jogado tão pouco, só me ocorre o primeiro ano pós-Mourinho. Nesse ano tínhamos perdido "o melhor treinador do mundo", Deco, Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho, enfim, foi triste mas de algum modo compreensível.

A equipa que temos agora é do ano passado, sem o ponta-de-lança colombiano que foi para Madrid e com mais uns jogadores caros, que nem sequer têm lugar no 11. O homem que temos no banco já lá estava, mas não era o líder. Continua a não o ser, apesar de ser esse o seu papel. É agora mais claro do que nunca, se é que ainda existia alguém com dúvidas, que Vítor Pereira não tem o que é preciso para ser treinador principal no FCP.

É justo que se diga que Vítor Pereira foi uma opção de risco, resultado das circunstâncias e não de uma aposta pensada. PdC tentou tirar da cartola uma solução interna mas saiu-lhe mal. VP é um tipo honesto, trabalhador, mas não controla aquele plantel nem tem a capacidade de actuar no banco de suplentes. É um erro de casting, tão grave quanto a política de contratações (e vendas) do Verão passado.

Nada menos que um Rafa Benitez me sossega...


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11

Vítor Baía
João Pinto
Aloísio
Ricardo Carvalho
Branco
André
Deco
Lucho Gonzalez
Madjer
Gomes
Futre

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nomes na berra

Artur
O guarda-redes do segundo classificado cuspiu no prato que lhe deu de comer no ano passado ao dizer que acontecem coisas estranhas nos jogos do seu atual clube em Braga. Pôs em causa o seu anterior clube, e por extensão os seus antigos colegas, que se sentem revoltados com aquelas declarações. Imagine-se agora o Nuno Gomes vir dizer que, na última época em que foram campeões, aconteciam coisas estranhas no balneário da equipa (porque, nos túneis, toda a gente sabe que sim).

Falcao
O Atlético Madrid apenas ganhou 3 dos 11 jogos que já disputou e fala-se, mais uma vez, em crise. Crise tem sido a palavra de ordem naquele clube nos últimos... 20 anos? Tenho a certeza de que Radamel Falcao sabia disso quando assinou por eles, e tenho a certeza que calculou bem o risco de não ganhar nada de jeito naquele clube. Ainda assim, aposto que, se lhe dessem a escolher, ele preferiria ir para lá, ficar a meio da tabela, arriscar-se a ouvir os assobios dos adeptos cochoneros, a permanecer em Portugal, ser provavelmente campeão e a ser tratado com honras de herói. Decididamente, no futebol outro$ valore$ mais altos se alevantam, como dizia o poeta.

Bosingwa
O selecionador e Bosingwa estão incompatibilizados. Diz o defesa português que Paulo Bento é um treinador conflituoso, e assim de repente somos capazes de citar quatro ou cinco casos disciplinares que teve quando treinava o Sporting. Mas todos nós, portistas, sabemos quem é o Bosingwa e do que aquela cabeça é capaz (ainda me lembro duma reação dele no Dragão, de azul-e-branco vestido, pontapeando a bola contra os adeptos junto à linha lateral...). Por isso, eu acho que estão bem um para o outro. A seleção é que se lixa, com esse projeto de jogador chamado João Pereira.

Mangala
Parece que toda a gente decidiu malhar no Mangala. Eu por acaso gosto que os defesas centrais do FC Porto comecem mal, com erros, fífias, exibições inseguras. É bom sinal. Alguém se lembra de como começaram Aloísio, Ricardo Carvalho, Pepe ou Bruno Alves, por exemplo?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Preto no branco

A questão da boca racista do Javi Garcia nunca se vai resolver. Para mim é mais um fait-divers do nosso futebolzinho. E é a palavra de uns (Alan e Djamal) contra a do outro, daí a dificuldade em resolver a contenda. É claro que o Alan é quem tem missão mais espinhosa pois cabe-lhe provar aquilo diz. E Javi Garcia não tem com o que se preocupar até porque as suas costas estão bem resguardadas por uma imprensa amiga que não hesitará em exigir provas. As mesmas de que abdica quando se trata de condenar jogadores do FC Porto.
Neste caso, o alegado insulto é muito grave, e encerra uma visão terceiro-mundista do Homem, mas o futebol sempre foi terreno pródigo em bocas, insultos, provocações. Quantos jogadores negros não terão ouvido coisas semelhantes e responderam à letra ou deram o devido desconto? E quantos Filho da Puta tem um jogador de ouvir, por exemplo, da boca de um João Pereira, para se vir queixar para a imprensa?
A menos que haja uma câmara que leia os lábios do espanhol (estarei a ser racista?), nada feito. Nem que venha o Nuno Gomes dizer que também ouviu ou que a boca também era para ele. O que eu quero saber agora é se vai ser aberto um inquérito à situação.

sábado, 5 de novembro de 2011

Penoso e angustiante

"Somos líderes isolados, pelo menos até amanhã, qual é o problema?". Não me admirava nada que estas palavras fossem pronunciadas pelo nosso treinador hoje na conferência de imprensa após mais uma penosa e angustiante exibição, desta vez em Olhão. Eu digo isto tendo em conta aquele ridículo ponto de situação que fez ontem, comparando os números da época passada com os desta época, e assim tentando atirar areia para os olhos de todos nós, adeptos portistas, que estamos profundamente desiludidos com a qualidade de jogo que a equipa apresenta. Porque é disso que se trata: qualidade de jogo. Hoje, em Olhão, vi uma equipa triste, desorganizada, timorata. Esteios como João Moutinho e Hulk, irreconhecíveis. Um cenário que se tem repetido, jogo após jogo. Quantos jogos irá isto durar? Quantos pontos teremos de perder para que Pinto da Costa atue? É que eu não tenho dúvidas de que amanhã ficaremos a dois pontos do primeiro classificado, com toda uma imprensa desportiva em histérica euforia. Até quando?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Obviamente, demita-o

Será preciso esperar pelo Natal? Ou PdC já terá interiorizado a necessidade de "remodelar" Vítor Pereira? Se os jogadores são praticamente os mesmos, como é que se pode jogar colectivamente tão mal? Existe uma resposta óbvia: um treinador sem carisma, sem chama e sem sorte pode fazer de uma equipa vencedora um bando de jogadores à solta no relvado e à mercê de qualquer conjunto mediano.

O Porto jogou hoje, no Chipre, do mesmo modo que já tinha feito com o Nacional e o Paços de Ferreira - sem ideias, sem colectivo, sem equipa. Nos dois jogos da Liga Portuguesa a sorte este sempre do nosso lado (o caso do primeiro golo face aos pacenses é o exemplo máximo disso), marcamos 8 golos e não sofremos nenhum. Mas contra uma equipa que defende bem e se desdobra no contra.ataque com muitas unidades, não conseguimos sequer criar uma verdadeira oportunidade de golo.

Em contra-partida, o treinador do Apoel fez, com um conjunto de jogadores banal, o milagre de construir uma equipa ganhadora, solidária, com muita alma a compensar a ausência de verdadeiros jogadores com nível para a Champions.A vitória sobre o Porto foi justa, porque os cipriotas criaram mais lances de perigo e foram até a equipa mais prejudicada pelos erros da arbitragem.

Do Porto salvou-se a agressividade de Mangala, que é ainda um central algo ingénuo e impulsivo mas onde se adivinha muito futuro. O resto foi uma absoluta desilusão. James entrou tarde demais, Guarin entrou para o lugar errado (alguém explica ao adjunto promovido a incompetente que a posição 6 não é o lugar certo para este colombiano?), Moutinho e Bellushi foram engolidos pelo meio campo contrário, Varela foi o trapalhão do costume, a Hulk nada sai bem e Kléber (ainda?) não é o matador de que uma equipa como o FCP precisa para abordar jogos complicados.

Por mim, acabou-se a tolerância. O homem não tem o que é preciso. Será porventura um óptimo adjunto, mas este papel está muito acima das suas possibilidades. Quando o vejo a falar só me ocorre o Peseiro, mais um génio académico da táctica que qualquer homem da chicla, com muito menos neurónios mas com muito mais pulso, derrotará sem hesitações.Pinto, não sejas teimoso - se esperares pelo Natal, não só a Champions será uma miragem como a Liga poderá estar a começar a ser perdida.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A cassete

"Nada saiu bem."
"Não fomos competentes."
"Cometemos erros."
"Fomos apáticos."
"Há que levantar a cabeça."
"Pensar no próximo jogo."

Eu, que não vi o jogo, li e ouvi estas e outras frases que começam a cheirar a mofo, nesta época que ainda nem a meio chegou. Estou a ficar um bocado farto desta cassete. E vocês?

domingo, 16 de outubro de 2011

A vingança de Walter

Não me parece que tenha sido acertado deixar Walter de fora da lista da Liga dos Campeões. É que muito dificilmente encontramos uma razão válida para tal. O brasileiro pode ter peso a mais para a alta competição, mas não deixa de ser um bom jogador, eu até diria, um excelente jogador, que sabe mover-se na zona onde os golos se definem. Falta-lhe a velocidade de um ponta-de-lança que se preze, mas tem a cultura do matador, que é estar no local certo, no momento certo. Espero que em janeiro se abra a porta da Liga dos Campeões para Walter, um rapaz que não tem culpa de ser iletrado e que merece as mesmas condições para o sucesso que os outros têm.
Escrevo estas linhas depois da goleada ao Pêro Pinheiro, um conjunto de bons rapazes que resistiram até onde puderam. Walter marcou quatro, Djalma dois, e Bellushi foi o protagonista de uma jogada maravilhosa, capaz de meter qualquer Aimar no bolso.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O preço de ser Porto

No dia em que a selecção nacional demonstrou, uma vez mais, que não é uma equipa mas somente um conjunto de jogadores que vão do extraordinário até ao banal, saiu no CM (onde poderia ser?!) a notícia do dia: 2 anos após a palhaçada do túnel da Luz, pela qual já pagamos com juros que se provou serem excessivos para o "crime" cometido, vários jogadores do FCP são acusados pelo Ministério Público pela prática de agressões e, caso venham a ser condenados, incorrem em penas na ordem dos 3 a 5 anos de prisão efectiva.

Existe neste rigor justiceiro algo que me transcende e me espanta. Já sabíamos que a justiça portuguesa tratava diferentemente os crimes ligados ao futebol consoante ocorriam a norte ou sul do Mondego, que um apedrejamento de uma comitiva do FCP era um mero episódio lamentável e que igual situação ocorrida com a seita benfiquista era uma intolerável agressão bárbara. Sabíamos também que a senhora que borra os olhos em lugar de os pintar tinha uma predilecção especial pelo nosso clube e pelos seus dirigentes. Mas nunca pensei que, de entre as dezenas ou centenas de casos de agressões que ocorreram dentro e nas imediações dos campos de futebol nos últimos 2 anos, o caso do túnel da Luz fosse o único que merecesse tratamento judicial.

Está bom de ver, em linguagem futebolística, que existe uma gritante dualidade de critérios. O PC já referiu o caso do Chokolari e do safanão ao jogador adversário, transmitido em directo e com direito a repetições, mas ocorrem-me muitos outros, entre os quais algumas cenas lamentáveis envolvendo a trupe vermelhusca (dirigentes, jogadores, treinador e até capangas em serviço no Aeroporto). Quero com isto dizer que, se algum jogador for detido por dar uns sopapos no calor das disputas futebolísticas (seja ele do Porto ou do Desportivo de Olivais Sul), depois das ausências por lesão, suspensão, atraso na inscrição e afins, os planteis terão que passar a ser construídos de molde a acomodar também as penas de prisão - porque vão ser muitas e costumeiras, excepto se a moldura penal excluir jogadores que atuam de vermelho e com um milhafre ao peito e for condição agravante vestir de azul e branco.

Num país onde as grandes tramóias acabam, invariavelmente, por passar incólumes graças a expedientes de arrasto e consequentes prescrições, onde um trafulha que foi condenado foge para um país da UE e ali vive principescamente sem que seja extraditado, onde um padre pedófilo escapa para o Brasil com a maior das facilidades e só a arraia miúda vai dentro, as nossas autoridades não encontram melhor finalidade para o seu precioso tempo que não seja acusar alguns jogadores da bola (por mero acaso, do FCP...) de terem agredido uns seguranças do clube adversário, ameaçando com penas de 5 anos.

Só para termos a noção desta enormidade, relembro as penas de um caso tristemente célebre, que envolveu alguns senhores da mouraria:
* Carlos Silvino 18 anos;
* Carlos Cruz 7 anos;
* Ferreira Dinis 7 anos;
* Jorge Ritto 6 anos e 8 meses;
* Hugo Marçal 6 anos e 2 meses;
* Manuel Abrantes 5 anos e 9 meses.
Ou seja, exceptuando o bronco de serviço e mais pobretanas dos condenados, as penas atribuídas por múltiplos crimes sexuais cometidos sobre crianças e jovens adolescentes desprotegidos são muito semelhantes às que vão enfrentar 5 jogadores da bola que se terão passado dos carretos num ambiente adverso e agredido uns senhores que, por certo, se terão dirigido a eles em termos muito respeitosos e afectuosos.

Que a comunicação social nos trate de maneira diferente, acho miserável mas percebo o que os move: dizer o que interessa ouvir aos 6 milhões de otários. Que a justiça desportiva se incline quase sempre para norte, repugna-me mas o prejuízo fica circunscrito ao fenómeno futebolístico. Mas quando a polícia, o Ministério Público e mais seja lá quem for pago com os meus impostos, alegadamente ao serviço do Estado de Direito que é suposto ser Portugal, se empenha neste tipo de palhaçada, então o caso é grave. Não estamos a falar de futebol - está em causa a forma como o Direito é selectivamente aplicado. E quem move estas montanhas por uma causa futebolística é capaz de muito pior para fazer valer outras causas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Alerta: matematicamente ainda podemos descer

Ontem, o carro funerário teve de fazer inversão de marcha e regressar à base: o FC Porto ganhou. Um mísero 3-0, é verdade, nada comparável à "copiosa derrota por 3-1" contra o Zenit, como eu ouvi o Paulo Cintrão da TSF dizer. À noite, vi o Rui Santos afirmar que, lá por ter ganho 3-0 a uma Académica que ofereceu "fraca resistência", o FCP ainda não se livrou da crise! Conclusão: aquele resultado deve ter sido só para enganar e o Pedro Emanuel deve ter preparado a equipa para perder, certamente. Para além disso, deu para ver todas as cáries do Rui Santos.
É enternecedor o modo como esta comunicação social nos leva ao colo. Querem outro exemplo? Todos os comentários à derrota com o Zenit - e ainda ontem ouvi o sportinguista Pedro Gomes, também na TSF, a bater na mesma tecla na antevisão do jogo de Coimbra - têm forçosamente de referir que "até podia ter sido por mais". Todos nós sabemos, que "podia ter sido por mais", mas a constante repetição dessa ideia, SEMPRE que se refere o resultado daquele jogo, apenas serve os interesses de quem nos quer ver bem lá no fundo. Não nos deixemos iludir. Continuamos a ser atacados por todos os lados e, como sempre, responderemos em campo.
PS - Que motivações terão estado por detrás do comunicado do Standard de Liège sobre os negócios Mangala e Defour? Nunca tinha visto um clube tomar este tipo de ação. Nem nunca tinha visto fazer-se a comparação entre negócios e clubes, por sinal, clubes em guerra em Portugal. Estamos atentos! E sabemos perfeitamente de onde elas vêm!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quase a descambar

O jogo aconteceu demasiado cedo para que o pudesse ver em directo, por isso escrevo conhecendo o resumo alargado e os relatos que dele fizeram vários sites.

Quero crer que esta quase humilhação (sim, porque o número de oportunidades que os russos tiveram para fazer o 4-1 foi mais do que suficiente) se fica primordialmente a dever, como disse o VP, à estúpida expulsão do Fucile e à infeliz lesão do Kleber.

Seja como for, são 3 jogos sem vencer, depois de vários jogos vitoriosos mas pouco conseguidos. Concordo com os que neste espaço referem que não é tempo de correr com o treinador, que estamos à frente na Liga interna e a 1 só ponto do primeiro na Champions, mas o momento não é definitivamente bom e qualquer resultado diferente de uma vitória em Coimbra irá colocar a equipa e o seu treinador numa posição extremamente delicada.

No fim-de-semana, sem Kleber (e se existir alguma lucidez no espírito do VP, sem Fucile) e face a uma equipa que vem fazendo um campeonato muito acima das expectativas, veremos que resposta dará Hulk e companhia. É nestes momentos que se vê quem tem ou não classe para suportar a pressão, quem sente a obrigação de vencer e não treme. A Vitor Pereira só peço que não invente mais - e que coloque o Walter no eixo do ataque, porque é uma forma de lhe mostrar que é opção e uma oportunidade de ganhar um jogador para, pelo menos até Dezembro, existir uma alternativa ao Kleber.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mais 2 pontos para as urtigas

É assim que se perdem campeonatos. Para lá da habitual tolerância para os comportamentos violentos de Javi Garcia, Maxi Pereira e Cardozo, perdemos por culpa própria. Fizemos mais remates, tivemos mais bola mas criamos escassas oportunidades. Pior ainda, a equipa quebrou depois do 2-1. Hulk entrou cheio de energia mas pouco ou nada fez depois dos primeiros 20 minutos. E perdeu a bola em zona comprometedora no lance que resultou no golo do Cardozo. O SLB foi feliz porque soube jogar no nosso erro e revelou estar melhor em termos físicos, algo que foi evidente nos últimos 20 minutos. Gostei da exibição do Fernando, que voltou a ser o médio defensivo de que precisamos. Quanto aos demais, com oscilações e muitas falhas, quase todos tiveram os seus momentos. Mas soube a pouco.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O princípio de alguma coisa

O jogo de amanhã não decide rigorosamente nada, ao contrário dos míticos 5-0 de 2010, que liquidaram as aspirações lampiónicas com estrondo e nota artística. Esperar qua a história se repita não vale a pena, os tempos são outros e o Porto não tem "(ainda?) o ritmo de vitórias fulgurante com que atropelou o mestre da chicla e da táctica. Seja como for, a exibição e, sobretudo, o resultado do FCP-SLB de amanhã será muito importante para a afirmação de Vítor Pereira. Porque todo o crédito que ganhou com a abordagem inicial ao jogo com o Barcelona foi desperdiçado em vitórias magras e, especialmente, nas desastradas opções do Feirense-Porto. VP tem muito a perder amanhã e muito pouco a ganhar - um eventual empate seria motivo de festa na Luz - a nossa vitória é uma obrigação.

À distância de uns dias, a desgraçada exibição de domingo pode parecer responsabilidade absoluta de VP, produto de uma primeira parte em que não conseguimos sequer criar oportunidades de golo e de muitas trapalhada nas substituições. Mas é preciso olhar mais fundo e perceber que o problema essencial deste Porto da época 2011/2012 não será porventura a vontade de "inventar" do seu treinador, o desejo de dar um cunho pessoal a uma equipa que joga no modo AVB. O problema fundamental da nossa equipa é não ter alternativas para o eixo do ataque, é esperar que Kleber seja instantaneamente aquilo que nem Falcao foi quando cá chegou, é não contar com Walter, mesmo quando é o único avançado disponível no banco e a equipa está em vias de perder pontos face a um adversário frágil.

Por outro lado, não se percebe o que está a fazer o Iturbe no plantel. Se não era sequer para ser convocado, deveria ter sido emprestado. Mas se o consideram um investimento de rentabilização imediata e que, como James, deve ser introduzido na equipa lentamente, se não for contra os Feirenses desta Liga contra quem será que o vão colocar a jogar? São muitas perguntas com uma única certeza como resposta: o plantel tem lacunas na frente e na lateral direita, onde Sapunaru parece ter voltado a ser um jogador banal que só em Janeiro terá substituto credível (e, vá lá, o início de época do Fucile está a ser bem melhor do que é costume). Se surgirem lesões, castigos ou Kleber não se tornar rapidamente no matador de que precisamos, vai ser difícil ganhar a Liga e sairemos da Champions mais cedo do que era suposto. Espero estar enganado.

domingo, 18 de setembro de 2011

E à 5ª jornada, surge a pergunta:

Será que temos treinador?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O "Pobo do Norte" errou

Ao contrário do que escrevi ontem, Jorge Jesus não disse "Ónaite". Disse, sim, "Unaité". Ao visado endereço o meu pedido de desculpas.

A arrogância inglesa

Como diz Jorge Jesus, o "Manchester Ónaite" é uma grande equipa. Mas o "United" ficou em casa. Este "Ónaite" que se apresentou na Luz foi uma espécie de equipa de pré-epoca à procura da melhor forma e com um gajo de 37 anos a ensinar os miúdos como se faz. O Benfica acaba por ter uma sorte tremenda: como se não bastasse ter como adversários um Basileia que em Portugal jogaria, com dificuldade, para entrar na Europa e um clube romeno que ninguém conhece e cujo nome é impronunciável, apanha um Manchester United em poupanças devido ao confronto com o Chelsea que vem aí. Isto somado à habitual arrogância inglesa quando nos visitam - lembram-se da vitória sobre o Liverpool por 1-0 em que Benitez deixou no banco Gerrard? e da nossa vitória por 2-1 sobre o Arsenal, no Dragão, com alguns dos titulares ingleses de fora? - deu numa oportunidade de ouro para o Benfica ganhar aos campeões ingleses, o que só não aconteceu por acaso.

Preparem as primeiras páginas

O Mais Grande conseguiu empatar em casa com a equipa B do "Unite" (J.J. petit nom para os de Manchester). Diz o Mago táctico da chicla que o Manchester United temeu a equipa dele... Imaginem que equipa Ferguson colocaria em campo se os menosprezasse...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sai da frente, Shaktar

Não podia ter começado melhor a nossa campanha europeia. Defrontámos o nosso adversário direto na luta pelo primeiro lugar no grupo e ganhámos. Um grande jogo até às expulsões. Um jogo de Liga dos Campeões. Já tinha saudades deste ambiente, o nosso ambiente natural.
Mas, apesar da vitória, não gostei de tudo no jogo de hoje.
Não gostei da falha do Helton. E não gostei pela simples razão de que já não me lembrava da última dele, o que era bom sinal. E agora vou lembrar-me desta por alguns tempos. É claro que isto não põe em causa o facto de o Helton continuar a ser o melhor guarda-redes a atuar em Portugal, continuar a ser o melhor que tivemos depois de Baía, continuar a ser um símbolo do nosso clube e uma voz de comando do balneário. E o apoio que os adeptos lhe prestaram após a falha de hoje dispensa outras interpretações.
Não gostei da forma como "gerimos" o resultado depois do 2-1. Com o Shaktar reduzido e 10 e, depois, a 9, esperava "prego a fundo" da nossa parte rumo a um resultado mais dilatado. É que a questão do confronto direto é importante, e um eventual azar na Ucrânia pode colocar o 1º lugar em sério risco. Preferimos um jogo de "rodriguinhos", de lateralizações, com poucos olhos no golo. O adversário arrastava-se e punha-se a jeito para a estocada final, mas essa nunca chegou. A saída de Hulk - questões físicas? - tirou-nos o poder de explosão e as entradas dos incipientes Djalma e Varela nada acrescentaram. Restava James, que já não tinha quem o acompanhasse.
Não gostei definitivamente da nossa defesa à zona nos cantos e não percebi o que levou o treinador a optar por essa postura. Foi desesperante ver os ucranianos a voarem à vontade e cabecearem, com perigo, de todas as formas e feitios, e os nossos defesas, estáticos, à espera que a coisa corresse bem por um feliz acaso. Fiquei irritado e espero que o treinador corrija esta aspeto.
Estou para aqui a queixar-me de um monte de coisas e até parece que perdemos o jogo. Mas o grau de exigência de um portista deve ser este. Querer a perfeição. Querer mais. É óbvio que achei que fomos superiores ao Shaktar e que temos uma equipa que dá garantias de sucesso. Hulk marcou um golo soberbo. James Rodriguez está a confirmar-se como imprescindível. João Moutinho e Defour fazem uma parceria que promete, e ter Bellushi no banco é um luxo. Álvaro Pereira põe em ebulição toda a ala esquerda. E Fernando volta a ser o "polvo" que todos conhecemos. Parece que, neste último caso, o jogador parece estar finalmente com a cabeça no sítio. Ainda bem.
Uma palavra para o árbitro, que não teve coragem de marcar dois penaltis num curto espaço de tempo contra a mesma equipa. Temos de o pôr a ver o vídeo do último jogo arbitrado por Duarte Gomes.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O medo da euforia

Em primeiro lugar, e por respeito a todos os leitores do Pobo, queria expressar as minhas desculpas pela pouca frequência de posts, da minha parte. Acreditem que, se pudesse, escrevia todos os dias neste espaço. E acho que também falo pelo meu amigo pôncio. Ainda assim, tentaremos ser mais assíduos, agora que a competição navega a todo o vapor e há tema de conversa todos os dias.
Depois de ter visto o "trabalho" de Duarte Gomes na Luz, ontem, lembrei-me que Jorge Jesus gosta de árbitros que mantenham o critério. Como bem se lembram, foi isso que ele disse de Olegário Benquerença, depois do nosso jogo em Guimarães - o da gravata ao Sapunaru, que motivou o penalti. Ontem, Duarte Gomes manteve o critério: assinalou dois penaltis, depois de as bolas terem batido na barriga de El Adoua e na cabeça de NDiaye. Tal como em 2007, quando um penalti fantasma, com a bola rematada por esse craque inesquecível chamado Bynia encontrou a cabeça de Wagnão, do Estrela da Amadora, e permitiu ao Benfica empatar, a poucos minutos do fim, e ir para prolongamento. Jogava-se a taça da cerveja e o árbitro era... Duarte Gomes. "Pertanto", o critério mantém-se e Jorge Jesus deve estar contente.
O Sporting, a 15 minutos do fim do jogo em Paços, já procurava treinador. No final do jogo, Domingos agradeceu aos céus e à pequenez do nosso campeonato, onde uma equipa como o Paços de Ferreira, a ganhar por dois, consegue perder em 15 minutos. De qualquer maneira, creio que o destino de Domingos está traçado. É uma questão de tempo.
Quanto a nós, até tenho medo de dizer o que me vai na alma depois daquela segunda parte contra o Setúbal. Medo, porque quando a expectativa é demasiado elevada, a dor na queda é proporcional. Eu sei que o Setúbal é uma equipa envelhecida, com vários jogadores trintões, mas o nosso volume ofensivo e a qualidade do mesmo foi tão grande que me vi a festejar, em maio, um novo título e uma carreira brilhante na Champions.
E que dizer de Defour? Bem, digam vocês.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Angústia para o jantar

Os presidentes do Benfica e do Sporting almoçaram juntos, hoje, mas o encontro devia ter acontecido ao jantar de modo a poderem partilhar a angústia de verem o FC Porto golear e voltar à liderança. A mesma angústia que deve ter assaltado a redação de A Bola, que lida com esta vitória do FC Porto com uma frieza quase "robértica" na hora de sofrer o frango da praxe. Senão leia-se o título da edição online: "Dragões retomam liderança isolada". Aqui não há "goleia", "esmaga", "arrasa" ou "atropela". A contenção é nítida e obrigatória, porque o clube que fez as manchetes dos dias anteriores voltou a olhar para cima na classificação.
O primeiro parágrafo também é engraçado: "Depois da pausa para a disputa da Supertaça da Europa (derrota com o Barcelona por 0-2), o FC Porto retomou esta terça-feira o trilho das vitórias, batendo o UD Leiria na Marinha Grande por 5-2, com bis de James Rodríguez e de Kléber (Varela fechou a conta), enquanto André Almeida e Diego Gaúcho marcaram pela equipa da casa. Os dragões são novamente líderes isolados." Note-se, mais uma vez o pudor com que se trata uma goleada: "batendo o UD Leiria". Mas o pormenor delicioso desta prosa é a recordação - sim, porque uma derrota do FC Porto é sempre um acontecimento - a recordação da "derrota com o Barcelona por 0-2". A alegria e o alívio que devem ter sido naquela redação quando Messi e Fabregas marcaram ao vencedor da Liga Europa!
A União de Leiria tem uma equipa fortemente candidata à descida, com alguns jogadores emprestados pelos coisinhos. E aquele que mais se destacou foi Shaffer, um defesa-esquerdo que também já fez manchete de A Bola, e que hoje, no flash-interview considerou que fez um "buen juego". Mas todos nós, que o vimos em campo, sabemos que o que ele queria dizer era: "Fui comido pelo Hulk, pelo Bellushi, pelo Fucile, pelo Defour, de todas as formas e feitios, e sobrevivi para contar".
A nossa atitude foi a melhor possível: grande pressão logo no meio-campo adversário, recuperação rápida da posse de bola, e talento para dar e vender, apesar do lastimável estado do relvado. E, no que toca a talento, o destaque vai naturalmente para James Rodríguez, que encheu o campo. A seguir-lhe o exemplo, tivemos um Bellushi a querer lembrar a Guarín que não tem o lugar assegurado. Estas foram a duas melhores exibições de uma prestação global que só nos pode deixar confiantes em relação a esta época.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Amanhã volta tudo ao normal

Ter os Coisinhos na liderança provisória da Liga tem estes efeitos: a capa d'A Bola de domingo era o agora maravilhoso Artur e ontem, dia em que jogou a canarinha (com Hulk e Elias, mas sem nenhum jogador do "mais grande"), a capa voltou a ser o Artur... Amanhã será o Artur? O Bruno César? Ou o belga de carapinha?

Quarta só seremos primeira página se não batermos o Leiria...

sábado, 27 de agosto de 2011

Ainda não somos deste campeonato

Fiquei um pouco preocupado com o nosso arranque de campeonato em casa: a equipa esteve mal, pouco pressionante e só a sorte nos livrou de sofrer mais um ou dois golos do Gil Vicente. Porém, depois de ver os Coisinhos e os Calimeros jogar, fiquei mais descansado: estão a jogar ainda pior.

O problema: para vencer o Barcelona era preciso rasgo, rigor e alguma sorte. Não tivemos nada de parecido com o primeiro, fomos certinhos a defender (é verdade) mas não tivemos sorte nenhuma. Nem com a inclusão do Rodriguez, nem com o árbitro, nem com o facto da asneirada do Gaurin ter colocado a bola nos pés do melhor jogador do mundo. Não adianta crucificar o quase ausente Kleber, criticar o apagamento do Moutinho e do Hulk ou as opções do treinador (só não percebi porque razão ficou o James "em casa" se o Varela não merecia a ala esquerda do ataque).

A verdade é que tivemos a nossa "janela de oportunidade" nos primeiros 20 minutos de jogo e não marcamos. Depois disso começou a notar-se a qualidade do Iniesta, do Xavi e do Messi. E deixamos de ter bola. Até que o colombiano decidiu inventar e isolou o génio argentino. Caldo entornado. O que era difícil tornou-se ainda mais improvável: ir em busca do empate sem cautelas traduzir-se-ia num suicídio futebolístico. E não fomos - o jogo continuou dividido, embora eles chegassem cada vez mais perto da nossa área com bola e nós só raramente conseguíssemos jogar no meio campo deles.

O resto é consequência da suprema qualidade de uns, que podem dar-se ao luxo de comprar dois jogadores por muitos milhões e deixá-los no banco (Fabregas e Sanchez "só" entraram para liquidar o jogo), e a incapacidade de outros manterem nas suas fileiras aqueles que fazem a diferença a este nível. Sim, a bola é redonda, são 11 contra 11, mas se à base da selecção campeã Europeia e Mundial juntarmos o melhor jogador do mundo e um treinador do melhor que existe o resultado só pode ser o sucesso.

Quanto a nós, precisamos de tempo, de não perder mais ninguém para os tubarões europeus (excepto o Pereira, que já está com um pé lá fora), de deixar o Kleber crescer e de mais umas vitórias internas para moralizar. A derrota de ontem não foi de forma alguma categórica nem muito menos humilhante - muitos, entre os quais aquele que conta com o segundo melhor plantel do Mundo, passam a vida a perder com Messi e companhia. É a vida...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Duvidoso

JJ disse, segundo o Record de hoje, que o penalty que resultou no golo portista em Guimarães foi "duvidoso". Eu confesso que não tenho dúvidas nenhumas de que o primeiro golo da equipa deste senhor em Barcelos foi irregular. Mas a campanha já está lançada: qualquer árbitro que marque uma grande penalidade em nosso benefício terá a cabeça a prémio. Na dúvida ou mesmo com evidências, muitos hesitarão em fazê-lo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Gracias por todo, Radamel

Tudo faz sentido. O rumor de que o Atlético poderia ser o destino de Falcao. O silêncio do jogador em relação ao assunto, intercalado por tweets inócuos. O regresso da Copa America e a não titularidade. As declarações "inesperadas" no final do jogo em Guimarães. A recepção de uma proposta para análise. A aceitação da proposta. Tudo muito natural. Um processo que eu acredito piamente estar a ser delineado por todas as partes já há algum tempo. Por isso recuso-me a ver em Falcao um traidor, ou alguém que desmereça qualquer consideração. Nada disso. Falcao é já, a par de Gomes e Jardel, um dos maiores pontas-de-lança do FC Porto que este país viu. E houve um clube que pagou 40 milhões por ele. Esse clube, pouco me interessa, ainda que eu ache que Falcao merecia melhor. Obrigado por tudo. Venha o próximo, que o nosso destino é ganhar.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mercado único

Vivemos dias agitados no que diz respeito ao mercado futebolístico. As movimentações têm sido tão surpreendentes que a malta agradece, para alegrar um bocadinho o espírito. Ainda para mais, depois do "mais-do-mesmo"* em que o início de campeonato se tornou.
(*o FCP ganha, o SLB e o SCP não ganham. O SLB é beneficiado pela arbitragem e o SCP berra contra o árbitro.)
Ricardo voltou ao campeonato português depois de alguns anos em Espanha e Inglaterra. Já tínhamos saudades de ouvir aquele timbre único de voz. Ainda há pouco o vi na TV a falar e não consigo deixar de o considerar uma boa pessoa. É daqueles jogadores que, por mais que queiramos, não conseguimos odiar, ao contrário de um Simão Sabrosa, só para referir um exemplo. Ricardo já não está naquela fase de causar pena - isso foi na altura em que ligava para os programas em direto a queixar-se de perseguição - mas numa fase em que esperamos, com curiosidade, para ver o que vai sair dali. Por mim, desejo-lhe todo o sucesso do mundo contra o SLB e o SCP, e que seja igual a si próprio contra o FCP. E que vá à seleção, como tanto anseia, uma vez que, ao que se sabe, continua amigo de Paulo Bento e fez mais jogos do que o Quim na última época.
De Aveiro vem a bomba do defeso, para já, na minha opinião: Javier Balboa assinou! O ex-ex-craque do Real Madrid, ex-futuro craque do SLB, e atual craque a treinar sozinho, chega ao Beira-Mar, depois de ter sido, um dia, aposta forte de Rui Costa, como mostrava a capa de A Bola há sensivelmente três anos. Creio que esta foi, a par de Freddie Adu, uma das contratações mais badaladas dos últimos anos no emblema do Centro Comercial Colombo. Estou curioso, também, para ver o que vai fazer este moço da Guiné-Equatorial.
De Espanha, vêm notícias que o Granada recebe três jogadores do SLB. Carlos Martins, Jorge Ribeiro e Júlio César. Ou melhor, quatro, porque se fala também em Jara. Carlos Martins disse que estava "muy contento" porque estava na melhor liga do mundo. Lá se foi a grandiosidade do clube do Centro Comercial Colombo. Dizem as más línguas que a súbita colocação dos jogadores no Granada por parte de Luis Filipe Vieira terá que ver com a construção do novo estádio do clube espanhol. Mas eu não percebo a ligação. São apenas as más-línguas.
Outra saída que me enche de espanto é a de Nuno Coelho para o Beira-Mar, depois de ter sido contratado à Académica, há dois meses com pompa e circunstância. O facto de ter passado pelo FC Porto, que não o tinha aproveitado, apimentou a transferência. O próprio Nuno Coelho dizia que "O facto é que nunca me foi dado o devido valor. Segui a minha vida e o que importa é que agora cheguei ao Benfica". Pois é, Nuno. Chegaste, mas já foste. No Beira-Mar dar-te-ão o devido valor, ao lado do Balboa.
Do nosso lado, o empréstimo de Castro parece a solução certa para um jogador que vai ter futuro no nosso clube, e que, por isso mesmo, tem de jogar assiduamente. Em Espanha, não só encontra uma liga muito competitiva, como tem praticamente lugar cativo no onze do Sporting de Gijon. Castro, agora posso dizê-lo, depois de ter sido cético em relação às suas capacidades, vai ser imprescindível no futuro do FC Porto.
Em relação às entradas de Mangala e Defour, quem ler, hoje, a primeira página de A Bola, não vai saber que foram contratados pelo campeão nacional e vencedor da Liga Europa. Pode ser que daqui a algum tempo sejam obrigados a trazê-los para a primeira página... Confiamos sempre na qualidade dos observadores do FC Porto e, neste caso, não temos que duvidar que se tratam de grandes jogadores. A questão, neste momento, é saber quem vêm eles substituir. Se, no meio-campo, é mais ou menos assente que Ruben Micael e Fernando vão sair, na defesa, a incógnita é grande, com Sereno a vir à baila (espero que não o vendam definitivamente, porque acredito muito neste jogador), mas com Rolando e Otamendi também referenciados como tendo muito mercado. Para além disso, nas laterais, parece que temos excedente de jogadores. Digo, parece, porque, por exemplo, Danilo pode jogar no meio-campo (e prefere, segundo o próprio, ainda que aquele tipo de declarações, a "exigir" jogar aqui ou acolá, me soem a um certo vedetismo...) mas, mesmo assim, ficaríamos com Sapunaru e Fucile para a direita e Álvaro, Alex Sandro e Rafa para a esquerda. A possível saída de Álvaro Pereira é talvez, de todas (excetuando Moutinho) a que mais aflige o adepto portista, porque é muito difícil de substituir. A não ser que Alex Sandro revele capacidades compatíveis com o dinheiro que pagámos por ele. E é bem que revele! Aguardemos por mais novidades, que isto está animado.

domingo, 14 de agosto de 2011

Afinal empatámos e eu não sabia


Temos pena

"As leis futebol protegem Benquerença neste caso. Porque se insere na lei 12, que diz que um puxão ou agarranço deve ser punido com falta. Ela é tão subjectiva que permite que se marque este lance. Eu não marcaria."

Acabei de ouvir estas declarações, na SIC Notícias, pela boca de Rui Santos, o sagaz e proeminente comentador de futebol que todos gostamos de ouvir - nem que seja para nos rirmos um bocado. Estas palavras definem aquilo que este senhor faz e é: um incompetente disfarçado de perito da bola. Neste caso, acrescente-se, com uma costela anti-portista militante.
Ora, na cabeça deste iluminado, o lance de que resultou o penalti insere-se nas infracções que devem ser punidas com falta. O entendido até adianta o número da lei, que é a 12. Esta lei, segundo ele, protege Benquerença quando o árbitro assinala grande penalidade, ou seja, o que Rui Santos nos está a dizer é que o árbitro ajuizou corretamente, mas nós - e quando digo "nós" refiro-me ao mundo anti-portista - queríamos que ele tivesse ignorado a falta, sendo que o pior de toda esta situação é que nem podemos invocar a lei, porque ela dá razão ao árbitro. Elucidativo, não? Pelo meio do seu discurso totalmente incoerente, no qual referiu que a questão não é falar deste lance, mas saber se Olegário Benquerença vai manter o critério no resto do campeonato (que critério? o de marcar as faltas quando elas existem?), Rui Santos afirmou que a lei é "subjectiva" e que, se fosse ele, não marcava aquela grande penalidade. Acrescentou que este campeonato, que está "nivelado por baixo" e tem falta de qualidade - o que uma vitória do FC Porto faz! -, começou mal em termos de arbitragem, ontem em Alvalade, e continuou mal hoje em Guimarães. Eu proponho Rui Santos para o prémio Stromp deste ano.
O jogo foi muito difícil para nós quer pela organização e agressividade do adversário em campo, quer pela agressividade do ambiente que os adeptos vitorianos criam sempre que jogam contra nós (foi engraçado ver os grandes planos dos adeptos em fúria, nas bancadas, a insultarem tudo o que mexia de azul e branco). O Guimarães defendeu em bloco, fechou-se muito bem, procurando sempre uma oportunidade de contra-ataque na velocidade de Faouzi e Toscano. Nós entrámos a jogar em ritmo lento, se por instruções expressas de Vítor Pereira, se pela tal marcação cerrada do adversário, não cheguei a perceber. Chegámos ao intervalo com um 2-2 em oportunidades na cara do guarda-redes e 1-0 no resultado. Hulk não conseguiu praticamente jogar, quer pelas faltas sucessivas que sofreu, quer pela eficácia da marcação, mas quando conseguiu, deu de mão beijada duas oportunidades a Kléber. O brasileiro que veio do Marítimo não pode desaproveitar este tipo de oportunidades se se quiser apresentar como alternativa a Falcao. No nosso meio-campo, deu para ver que Guarín ainda não tem condição para ser titular e na defesa tivemos um Otamendi imperial.
Na segunda parte, criámos mais oportunidades que o Guimarães, mas voltámos a desperdiçar, também por muito mérito de Nilson, para mim, a par de Otamendi e João Moutinho, o melhor jogador em campo. Acabámos o jogo aparentemente encostados à cordas, com défice físico, e com um Guimarães a tentar, por todas as formas, um jogo caótico dentro da nossa área através do qual pudesse cair do céu um penalti milagroso.
Não estamos "fortíssimos", como diz o nosso treinador, até porque fisicamente ainda não aguentamos os noventa minutos. Para além disso, temos ainda muitas indefinições no plantel e há jogadores que chegaram tarde aos trabalhos da época. Mas começámos o campeonato com uma vitória justa e temos dois pontos de vantagem sobre os outros dois candidatos ao título. O facto provocará muita azia na comunicação social anti-portista durante a semana. Temos pena.

sábado, 13 de agosto de 2011

I just called to say my name is Laionel

Aos 25 minutos de jogo tudo eram rosas, era magnífica a gestão do plantel por ter deixado belga no banco, o Nolito era o maior e ninguém ligava nenhuma ao facto do Gil Vicente ter ganho uma carrada de cantos e estar comodamente a jogar no meio campo dos Coisinhos. Até que surgiu o 1-2 e a nação benfiquista (comentadores da TVi incluídos) tremeu.

Na segunda parte, já com o trigésimo sexto candidato a sucessor do Rui Costa em campo, tudo parecia bem encaminhado. Até que das profundezas do flanco esquerdo surgiu o grande Laionel (o Pinto deveria contratá-lo só para poder emprestá-lo às equipas que começassem o campeonato a jogar com um certo clube...). Pimba, e lá foi o Artur buscar mais uma.

Vale a pena ver um jogo dos Coisinhos num lugar público só para ver a cara deles no final. E, claro, não poderia ter sido de outra maneira: o golo do Espanhol é irregular - um fora-de-jogo não marcado para abrir o campeonato e mostrar como vai ser daqui em diante.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pois...


Nota: a posta aqui reproduzida é do blog "Delito de Opinião"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Porto vence Supertaça mas SLB ganha Taça Eusébio

Pois é, depois da contabilidade latrina, agora teremos que ter igualmente em conta o torneio do Guadiana, os jogos com equipas suíças de amadores e a Eusébio Cup. Mais a sério: a aldrabice de alguns pasquins afetos às galinhas obrigou-os agora a dar uma "não notícia": o Porto é o clube português com maior número de troféus.

O jogo? Aquilo foi o warm-up para o jogo do campeonato. O Vitória, fora do seu estádio, é uma equipa inofensiva, especulativa, defendendo com muitos e atacando na base do pontapé para a frente. O Porto fez a sua obrigação, marcou quando foi preciso e ainda teve que aturar a incrível ausência de coerência de um árbitro que marcava tudo o que acontecia fora da grande área, mas que permitiu que 4 lances passíveis de grande penalidade fossem simplesmente ignorados.

Não li nada sobre esta escandaleira na imprensa de hoje e ontem ainda tivemos que aturar os comentários tendenciosos da RTP sobre o tema. Isto foi uma amostra do que nos espera: não se iludam porque vamos precisar de ser mesmo muito melhores do que os nossos adversários para vencer em Portugal.

domingo, 31 de julho de 2011

Grande exibição, derrota estúpida

Fizemos provavelmente a melhor exibição dos jogos da pré-época e, no final, perdemos. Não estamos abalados na nossa confiança, mas fica sempre um sabor amargo, até porque ficar com tantas derrotas na pré-época como o segundo classificado da época passada, e com tão abismal diferença na qualidade de jogo, é de certa forma humilhante.
Já deu para perceber que o Fernando não contará para a nova época, mas o pior é que ele já não está connosco ainda a época passada não tinha acabado. Erros sucessivos (um que inclusivamente poderia ter posto em sério risco a conquista europeia) e declarações infelizes após o final da taça fizeram dele um jogador que eu espero ver rapidamente vendido. O Sousa tem-me surpreendido positivamente no lugar e ainda temos Guarín e Castro (e, ao que parece, Danilo). O erro de Fernando no segundo golo do Lyon é só mais um dos últimos erros sucessivos por distração. E digo isto ciente de que estamos a falar de um dos melhores número 6 do mundo, na minha opinião.
Mas falemos do que de positivo se viu neste jogo por parte do FC Porto. E foi muito! Desde logo, na defesa, onde Fucile fez um grande exibição, principalmente a atacar, uma vez que teve pouco trabalho na defesa. No meio, destaque para Otamendi, muito certo nas suas acções defensivas e a sair com intencionalidade para o ataque.
No meio-campo, tanto Ruben Micael como João Moutinho rendilharam o nosso futebol. Ruben só precisa de ser mais rápido quando acossado pelo marcador direto. De resto, aqueles pezinhos de lã fazem maravilhas com a bola. De Moutinho não vale a pena dizer nada que já não se saiba. É o líder da equipa e está tudo dito.
No ataque, continua a ser um privilégio imensurável termos connosco um craque da dimensão de Hulk. Depois, na falta de Falcao, caça-se com Kléber, o que não tem dado assim resultados muitos diferentes. Hoje, ficou provado, para quem ainda não acreditava, que o brasileiro não é apenas o "empurra-bolas", um cabeçeador, um finalizador. Kléber sabe o que fazer com a bola nos pés, e a jogada do golo de Rúben Micael mostra isso mesmo. Do outro lado, um Varela empreendedor, mas menos decisivo na hora de criar perigo. Será por aqui que James Rodriguez terá de tentar entrar na equipa, digo eu...
Em termos globais, gosto da forma como esta equipa se apresenta fisicamente, em primeiro lugar. Depois, estamos a jogar um futebol de olhos postos na baliza, sem receios, sem esperas. Toda a equipa joga em bloco, defende alto e recupera cedo a bola. Aparentemente, pouco ou nada mudou em relação ao futebol que apresentámos na era de Villas-Boas, e isso é o melhor elogio que se pode fazer, neste momento, a Vítor Pereira. E ainda faltam Falcao, Álvaro Pereira, Guarín, e os restantes reforços...
PS - Uma grande vénia a um senhor que um dia envergou a nossa camisola e que hoje marcou um golo, abdicando de o festejar. Seu nome: Lisandro Lopez.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"Trazasport"

Estou aterrorizado com este novo Benfica. Na rádio e na TV, estamos em presença do provável campeão europeu deste ano. O Artur é um novo Yashine. O Emerson faz esquecer o Coentrão. O Garay veio do Real e só pode ser o melhor central em Portugal. O Witsel é melhor que o cometa Halley. O Nolito preferiu o SLB ao Barcelona e isso diz tudo. O Enzo Perez é fantástico. E o Jesus diz "Trazasport".

domingo, 24 de julho de 2011

Apresentação 2011/12

Existem muitas formas de demonstrar devoção pelo FCP (e desdém pelos Coisinhos...), de entre as quais emerge, não como a mais elegante ou irónica (mas certamente muito clarividente), aquela que fotografei hoje à saída do Dragão:



Sim, claro, gostei muito do Kleber, das habilidades circenses do Hélton e da técnica marota do menino Kelvin (fiquei com pena que não o tivessem colocado em campo mais cedo). Não gostei da gula do Hulk nem da rudeza e incapacidade atacante do nosso adversário. Mas acho que aquilo chega para o Guimarães.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Passeio junto ao ave

Vi finalmente um jogo inteiro do nosso Porto 2011/2012, mas com tantas ausências de peso (Hulk, Falcao, James e Guarin), no meio do vendaval e das montanhas de substituições só deu para confirmar que o Kleber é "artilheiro", o Djalma não serve, o Kelvin é um miúdo com pinta e que o Moutinho não sabe jogar mal.

O jogo foi tipo solteiros contra casados, com uma segunda parte sem graça nenhuma. Deu somente para ver o Atsu e o Castro a tentarem mostrar serviço.

Deu também para ver que o Rio Ave é um sério candidato à descida...

Idade: 33 anos; Cláusula de rescisão: 20 milhões



Até ele se ri da anedota. Chegou a custo zero para passar a pré-reforma em Lisboa. Mas o SLB protege o seu investimento num jogador que clube algum quis ou vai querer com 34 anos...

terça-feira, 19 de julho de 2011

A maré

Maré vaza

O nosso Porto tem feito uma pré-temporada discreta. Depois da saída tempestuosa do AVB, vaticinou-se um êxodo em massa para Inglaterra mas a verdade é que continuam todos por cá. Todos, claro, os que importa manter.

Na baliza é provável que troquemos de suplente porque o Bracalli não terá vindo para ser o terceiro GR. Fica por saber o que fará o FCP com o esforçado Beto, porque o polaco nunca foi deste filme e custou-nos uma derrota comprometedora. Mas onde pára o Ventura? Quando é que terá a sua oportunidade? Não creio que o Porto precisasse de mexer nesta área, com excepção para a dispensa do inútil Kieszek.

Na defesa também está tudo na mesma, embora Fucile e Rolando fizessem bem em mudar de ares, porque já mostraram que é isso que desejam. No centro da defesa seria desejável contar com uma alternativa séria ao Maicon (se o luso- cabo-verdiano sair o argentino tem de ser titular), coisa que o Sereno não é. Com ou sem Fucile, o Sapunaru não dá mais do que deu esta época e o Porto precisa de um lateral direito credível para abordar a Champions. Será o disputado Danilo? Valerá o brasileiro mais de 10 milhões? Do outro lado, parece que um outro brasileiro que o Record e a Bola também colocaram prematuramente no SLB, Alex Sandro, irá assinar pelo Porto. Isso significa que o Addy não tem lugar, que o uruguaio ainda ausente estará de saída e/ou que o protegido do AVB vai sair do estaleiro para a dispensa. Em suma, duas potenciais novidades nas alas mas muita coisa por resolver.

Se não surgirem surpresas até ao final de Agosto, o Porto está bem servido no meio-campo e não precisa de investir. Caso o Fernando venha a sair (mais um que não esconde a vontade), acredito que o Castro possa fazer a posição. De resto, com Moutinho, Guarin, Bellushi, Micael e Souza estamos bem servidos. Só valeria a pena investir num jogador que entrasse directa e indiscutivelmente no onze inicial e um desses custaria uma quantia que nenhum clube português pode pagar.

No ataque a situação é similar: sem saídas, o melhor é não mexer. Seria bom vender o Cristian Rodriguez, porque perdeu espaço na equipa ao longo dos últimos 2 anos e entrará nos últimos 12 meses de contrato com poucas perspectivas de jogar. Hulk, Falcao, James e Varela dão garantias. Iturbe e Kléber serão apostas válidas. Sobram Walter e Djalma, bem como os aparentemente ainda "verdinhos" Kelvin e Atsu.

Maré cheia

O Sporting precisava de uma equipa nova e vai tê-la. Tem finalmente um treinador com carácter e alguns jogadores promissores. A dúvida reside na efectiva valia de alguns dos alegados reforços, no tempo que o Domingos terá para colocar a aquela malta toda a jogar a sério como equipa e se os sócios do Sporting lhe darão o benefício da dúvida caso as coisas não comecem bem. As expectativas estão muito altas e isso pode ser fatal.

Maré alta, com muita %&$#" a boiar

Os Coisinhos estão, como sempre, a alimentar os jornais com as suas novelas e os seus craques de pré-temporada (o "maestro" Witsel ainda não mostrou nada mas já foi "coroado" como o vigésimo oitavo herdeiro do Rui Costa). Pelas minhas contas, têm 12 ou 13 jogadores para o meio-campo, todos eles fantásticos, claro, muito poucas alternativas sérias para o ataque e para a defesa (se exceptuarmos o Garay, que esteve encostado mais de um ano no Real Madrid) e perderam um dos dois melhores jogadores do plantel (sobrou o Gaitan).

Melhor ainda tem sido a gestão do plantel no tocante aos guarda-redes: são 5!!! E o Moreira, que era o menos mau de todos, já saiu. Falta saber o que fazer com o espanhol dos oito milhões e com a opção brasileira de JJ, Júlio César. Entretanto, Eduardo terá vindo para curtir banco ou vamos ter um legítimo herdeiro das performances do Roberto? Como sempre, o circo benfiquista é a única coisa que nos faz lembrar que existe vida no futebol português em Julho.

Nota: com o incansável contributo dos senhores de preto e de uns adversários mansinhos, os ditos lá ganharam o valioso troféu do algarves. É melhor festejarem bem a coisa porque, para lá da Taça Eusébio, não vão ganhar mais nada este ano.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nada que um árbitro amigo não resolva

Para evitar que a mostarda lhes chegasse ao nariz, o SLB fez mais uma aquisição no plantel dos senhores de preto e resolveu a questão. Para lá da expulsão francês, João Ferreira perdou um corte com o braço do Miguel Vítor (e a expulsão), que os comentadores se apressaram a apelidar de "grande corte". Entretanto, anulou um golo limpo (seria o 2-2) aos franceses e ajudou a transformar uma exibição banal numa suposta "grande exibição do Benfica". Como de costume, antes das competições oficiais terem início, são sempre todos muito bons.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

Os meus amadores são melhores que os teus

Ontem, após a vitória por 10-1 ao Gutersloh, lembrei-me que o segundo-classificado-a-21-pontos tinha dado 9-1 à selecção de Friburgo (um conjunto de rapazes escolhidos aleatoriamente nas ruas do cantão suiço do mesmo nome) e achei que A Bola podia fazer uma manchete com qualquer coisa do tipo "Os meus amadores são melhores que os teus e, no entanto, marcámos mais um golo". Só me lembrei disto, porque eles há dias lembraram-se de espicaçar a rivalidade existente entre os dois clubes com aquela manchete genial do "Coentrão ao preço de Falcao", como se os jogadores, os contextos, as histórias, os intervenientes, etc, fossem comparáveis. O Gutersloh, é importante dizê-lo, tem um nome que apenas Jorge Jesus é capaz de dizer correctamente. Por falar em Jorge Jesus, hoje ouvi esse grande teórico da bola, chamado Rui Santos, dizer que o treinador do Benfica "está no corredor da morte". Ó sr. Rui Santos, não se arranjava aí uma metáfora mais simpática para o treinador da chicla? Até eu fiquei com pena do homem, quase tanta pena quanto a que tive ao ver aquela fífia do Jardel, no jogo com o Servette. O Benfica, pelos vistos, começa cedo a dar-nos alegrias.
Quanto ao nosso clube, andávamos já a ressacar por imagens dos nossos campeões e dos reforços. Do jogo com os amadores ficam algumas ideias que prometem animar as tertúlias portistas: a violência com que Hulk continua a marcar golos, a velocidade atómica de Christian Atsu, a qualidade de Djalma e Kléber, a força e entrega de Castro, a presença de Walter. Nenhum destes, à excepção evidente de Hulk, deverá ser titular, se o plantel se mantiver, mas fica a certeza que o futuro está assegurado. Queremos mais!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ele amaba o Benfica mas sonhava com outra REALidade

Sobre o "mais grande" dos Coisinhos, com o nome começado pela letra F, cara de bronco e penteado à texugo electrocutado...

No dia em que, finalmente, a novela em torno do Rod Stewart das Caxinas se resolveu, os media trataram de arranjar logo uma expressão que ilustrasse a grandeza da coisa para o SLB:
- não é a maior transacção envolvendo um jogador português;
- não é a maior venda feita por um cube português;
e agora?!...

É simples, chamamos-lhe "o maior negócio envolvendo um jogador português que actuava em Portugal". Afinal, o ridículo não tem limites.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Parabéns a nós

Este blogue faz hoje oito anos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Legenda precisa-se

Para desanuviar o ambiente, vamos lá arranjar uma legenda jeitosa para o que rui Costa está a dizer a Matic. Soltem o animal criativo que há em vós. Eu lembrei-me desta:

"- Matic, na próxima época, vou deixar os tuneis e passar a sentar-me naquele cantinho lá em cima. Estás a ver?"

Podem participar também via "feicebuque": http://www.facebook.com/pobodonorteopobomaisforte

sábado, 25 de junho de 2011

Ainda AVB

Tal como ele referiu, os adeptos do Porto jamais deixarão de sentir a partida de AVB para o Chelsea como uma "traição". Tudo o que foi escrito como comentário ao meu anterior post é apenas uma prova disso. De qualquer modo, sem querer persuadir ninguém quanto à legitimidade da decisão, agradeço igualmente que não vejam na minha opinião sobre o assunto qualquer forma de "branqueamento" ou "menosprezo". Como já disse, AVB tinha boas razões para aceitar o desafio: desportivas, financeiras e profissionais. E tinha uma razão de monta para ficar: o seu clubismo. Escolheu as outras. Na realidade,se as coisas lhe tivessem corrido mal na época passada dificilmente algum dos que o acusam agora de traição defenderia a sua continuidade só porque AVB é um adepto fervoroso do FCP, certo?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

O futebol, os milhões e a identidade dos clubes

Sou um daqueles que ficaram tristes com a saída de AVB. Adoraria vê-lo construir, sobre o sucesso da equipa que tanto conseguiu no ano passado, uma equipa ainda melhor. Mas sou igualmente um dos que não serão capazes de censurá-lo por esta decisão e mais adiante explicarei porquê. Além do mais, a identidade do Porto são os seus adeptos, é a sua história: por aqui passaram e passarão muitos jogadores, treinadores e dirigentes - o que fica somos nós e a vontade de vencer, sempre.

O mais determinante para o nosso futuro imediato é que Pinto da Costa esteve muito bem ao nomear Vítor Pereira, porque resolveu o assunto "treinador" com rapidez, transmitindo uma mensagem clara aos nossos adversários e, porque não dizê-lo, ao plantel. Quem ainda se recorda do pesadelo que foi a época pós-Mourinho (com Del Neri, Fernandez e Couceiro), reconhecerá certamente que uma solução interna era o melhor que poderia ser feito. Vítor Pereira é uma solução tão credível quanto AVB o era no início da época. Colocar uma cláusula de rescisão de 18 milhões foi uma forma sibilina de sublinhar a aposta.

Sobre a saída de AVB: que treinador no mundo não aceitaria o lugar que ele vai ocupar? Que treinador diria não a um clube de topo da melhor Liga de Futebol do mundo, a um plantel daquela qualidade e à disponibilidade para investir do magnata russo? E, por outro lado, que garantias tinha AVB de que o segundo ano no Porto correria "de feição"? Tendo em conta o que conseguiu em 2010/2011, AVB estaria condenado a ganhar a Liga Portuguesa e, no mínimo, a Taça de Portugal ou a Taça da Liga. Mas seria o seu percurso na Champions League que ditaria o seu futuro - qualquer resultado que não passasse pelos quartos-de-final seria um fracasso. Além disso, claro, a melhoria substancial da sua remuneração também deve ter tido influência na decisão de partir...

AVB já é "passado" mas ganhou por direito próprio um lugar de destaque na brilhante história do nosso clube. Porque o que fica dele não é uma saída precipitada e porventura prematura. O que deveremos recordar é uma época brilhante, vitórias que nos encheram de orgulho, 4 troféus e, já agora,... 15 milhões de euros?!...

Vítor Pereira: todos com ele!

A partir de hoje, és o melhor treinador do mundo. E em Agosto temos dois troféus para ganhar!

Shock of Daylight

Foi mais ou menos assim como no título do EP dos The Sound. Acordei, olhei a luz do dia, liguei a rádio e entrei em choque. Villa-Boas no Chelsea? Não, não pode ser. Vão mas é pelo mesmo caminho que o Inter foi, pensei eu. Ao longo do dia, sem nunca haver qualquer confirmação das partes interessadas, foram-se sucedendo os pormenores, as especulações. Nesta altura, é já praticamente um dado adquirido. Não serei tão violento quanto o comentário do André Pinto, mas custa-me muito entender esta saída, a confirmar-se, de André Villas-Boas. Porque estamos a poucos dias do início dos trabalhos, com um plantel pensado e optimizado por si. Porque há objectivos bem delineados já para Agosto, com duas supertaças para ganhar, uma delas num jogo de sonho com o Barcelona, contra Pep Guardiola, aquele que foi uma das suas inspirações. Porque havia, tal como disse o próprio AVB, a motivação extra de nos distanciarmos do Benfica em número de títulos. Porque este é o seu clube, e esta era a sua cadeira de sonho. Porque nos defendeu ao longo da época como nenhum outro treinador alguma vez o fez nos últimos 25 anos. Porque um ano mais no FC Porto, previsivelmente assegurando o bicampeonato e fazendo uma boa Champions League, não ia prejudicar o capital de popularidade que goza na Europa. Como já li por aí, "Nem o Mourinho foi capaz disto". O dinheiro, pelos vistos, ainda move corações, e o de Villas-Boas vendeu-se. Lamentável.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A vida continuará

"Lyon anuncia saída de Claude Puel" - este senhor já terá estado na agenda do FCP inúmeras vezes. Será desta?

sábado, 18 de junho de 2011

Machadada

Paulo Machado a dizer que seria um sonho jogar num dos três grandes em Portugal. O jornalista da RTPN a perguntar "E no Benfica, seria um sonho?". Paulo Machado diz "Como eu disse, seria um sonho qualquer um dos três grandes...". "E no Estádio da Luz, seria um sonho?", pergunta o jornalista. Lá foi o Paulo Machado dizendo que sim, que seria um sonho ainda maior porque foi lá que se estreou contra a Espanha (pela selecção). Pronto, conseguiram que ele dissesse que seria um sonho jogar no Benfica. Amanhã, há manchete n' A Bola.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Os melhores da época para animar a malta

Hoje, o Luis Freitas Lobo apresentou na RTPN a sua equipa da época:

bracali
sílvio
david luiz
moisés
coentrão
andré santos
moutinho
alan
falcao
hulk

Conclusão: para além das aberrações que são os centrais e o médio defensivo (e o Alan, enfim...) o campeão e vencedor da Liga Europa tem tantos jogadores nesta lista como o Braga e apenas mais um do que o segundo classificado a 21 pontos.

Depois, foi a vez do Carlos Carvalhal deixar o seu bitaite, numa lista mais aproximada da realidade. Só uma pergunta: por que razão o Hélton é constantemente ignorado neste tipo de listas?

rui patrício
joão pereira
luisao
rolando
coentrao
fernando
moutinho
guarin
salvio
falcao
hulk

terça-feira, 7 de junho de 2011

"euámubenfica"

Fábio Coentrão passou uma época inteira a declarar amor eterno ao segundo classificado a 21 pontos. O rapaz fez uma boa temporada, assumindo-se como o melhor jogador da equipa, mas o crescimento do seu ego suplantou todo o mérito futebolístico. Olho para Fábio Coentrão e não consigo deixar de ver ali o novo-rico que, assim de repente, se viu nas bocas do mundo e perdeu a noção de alguns valores básicos que nos valorizam como seres humanos. Ao nível de personagem de Big Brother. Agora vem o processo disciplinar e a ameaça de fazer queixas à FIFA. Ridículos. Estou mesmo a ver o Fábio Coentrão a testemunhar a favor do clube onde está contrariado.
Curioso foi notar que esta novela entrou pela selecção nacional dentro sem pedir licença. O jogador não se coibiu de expressar a sua vontade de jogar no Real e vimos mesmo cartazes de adeptos no treino da selecção de todos nós a pedir a sua permanência na Luz. Eu acho isto curioso porque aqui há uns anos tratar-se de questões de clubes no seio da selecção era considerado pela imprensa lisboeta heresia anti-patriótica, principalmente se estavam jogadores do FC Porto envolvidos. Agora parece que não. Como as coisas mudam.

terça-feira, 31 de maio de 2011

O paladino da verdade

Não vi a entrevista de Vieira à Judite, mas sei que ele quer que a "judite", a outra, vá ao FCP. Esta é a ideia que todos os jornais destacam da presença de ontem na TV daquele que foi apanhado a escolher um árbitro, nas escutas, para a Taça de Portugal, mas que nunca foi constituído arguido por isso. Aliás, acho que isso nunca lhe irá acontecer, nem que o tecto lhe caia em cima. Confirma-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque, e então vai de deixar "desafios" e "propostas" à Judite (a esta e à outra): que se investiguem os dois primeiros classificados do campeonato, o que o ganhou e o que ficou a 21 pontos. Este homem é imune a tudo, nada é com ele, tudo o que de mal acontece no futebol apenas tem a ver com os outros. Primeiro, a investigação não era sobre Roberto, apenas sobre Júlio César, e nada tinha a ver com o Benfica. Agora, já se sabe que afinal a situação de Roberto também tem vindo a ser investigada. O que me dá algum gozo ver é a indignação que esta gente mostra - incluo aqui os comentadores benfiquistas das TVs - pela suspeição levantada, pela calúnia, dizem eles, pela forma fácil como a comunicação social publica "mentiras". Ah, como tudo isto me soa familiar. Quanto à questão de Jesus e as alegadas comissões, ainda está para se saber quem estará por detrás disto tudo e com que reais intenções... E o que que me vou rir no final!

PS - Gostei da parte em que LFV chamou "Fernando Viagra" a Fernando Seara". A Judite também deve ter gostado. Vejam aqui: minuto 6:10.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vão começando a contar...

Contratações virtuais de 25 de Maio:

Edgar Pacheco estava na mira mas vai para o Tigres...
Rodriguez desviado para a Luz...
Rádio brasileira dá Renan como certo no SLB...
Guardado é de novo alvo do Benfica...
Mahamadou N’Diaye quer jogar nos coisinhos...

Vai ser giro contabilizar a relação com a realidade. E a Pinhão ainda diz que só existimos em função do que acontece no SLB: não poderia ser de outra forma porque o circo é maior espectáculo do mundo..

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vão vir charters de jogadores para os coisinhos

Como toda a gente sabe, existe uma época do ano em que o SLB é imbatível: o defeso, momento que tem inicio quando o jogo dentro do campo acaba e o jogo nas páginas d'A Bola atinge a histeria total.

Este ano, após a humilhação da Taça de Portugal, o espectáculo começou mais cedo, com ofertas mirabolantes pelos jogadores mais desvalorizados (Saviola, Cardozo e até o GR espanhol) e muitos brasileiros e sobras dos grandes da Europa alegadamente desejosos de alinhar com o milhafre ao peito.

Emergiram também grandes esperanças emprestadas como o David Simão, o Nelson Oliveira, o Miguel Rosa e esse achado que o Real Madrid despachou para Lisboa chamado Rodrigo, um atacante tão bom e tão valioso que nem no 14º classificado da Liga Inglesa se conseguiu impor.

Emprestado ao Bolton, este espanhol de origem brasileira fez 6 jogos a titular e 15 aparições vindas do banco, marcando... um golo... sim, um golito. Ganda avançado!!... E agora tentem comparar esta pérola, pela qual o SLB terá pago 6 milhões de euros, com o James Rodriguez, que é mais novo e custou ao Porto 5,1 milhões de euros (70% do passe).

Entretanto, o circo não pára, o paraguaio afinal quer muito ficar no SLB, o Weldon (a arma secreta do Xessus) vai de volta para o Brasil e o Kardec, esse Jardel dos pobrezinhos, também já estará na lista de dispensas. Mas as duas melhores notícias para os portistas são estas: o Roberto dos 8,5 milhões de euros recusa-se a ser emprestado e o único com reais possibilidades de venda é o Coentrão, que além de ser o maior bronco das Caxinas, é também o melhor defesa esquerdo português. Fica Roberto, vai-te embora Coentrão - a malta agradece.

Nota importante: o Manchester United pagou 21 milhões pelo anunciado substituto do Van der Saar. Não se chama Rui Patrício: chama-se De Gea. Mais um que já estava vendido pela imprensa e ficou em terra.

P.S. - Continuamos à espera que os palhaços da Comunicação Social que tão prontamente tentaram minimizar o facto do Porto ter ultrapassado o Benfica em títulos, dizendo que apenas "igualou", dêem agora igual destaque ao desmentido da FIFA que, de uma forma subtil, lhes disse que a Taça Latrina vale o mesmo o Troféu do Guadiana.

ÚLTIMA HORA: FCP também "jantou" com a FIFA

"O departamento que gere as bases de dados da FIFA esclareceu à agência Lusa que a Taça Latina de futebol, que o Benfica conquistou em 1950, «não merece o reconhecimento oficial» do organismo."

terça-feira, 24 de maio de 2011

Balanço da época: o que mudou

As duas primeiras coisas que me ocorrem quando tento comparar a época passada com a que agora terminou são sempre as mesmas: João Moutinho e André Villas Boas. Ocorre-me também que passamos muitos jogos sem Hulk (e sem o Sapunaru), mas a verdade é que quando deixamos de poder contar com o Incrível o Porto já tinha sido derrotado na Luz e estava atrás do SLB na classificação.

Moutinho foi a peça que faltava no 11, para compensar um Meireles sem motivação para dar o que podia à equipa e ser o elo de ligação entre um ataque de grande qualidade e uma defesa que, apesar do sucesso da equipa, não é definitivamente o ponto mais forte do FCP. Porque se é verdade que Falcao e Hulk têm lugar no 11 da maioria das superpotências futebolísticas da Europa, nenhum dos nossos defesas pode, num futuro imediato, aspirar a fazê-lo.

Rolando e Otamendi são muito bons, mas não têm (ainda) a qualidade, a capacidade ou o nível de impacto de um Ricardo Carvalho ou de um Pepe - aliás, um Bruno Alves com a cabeça no lugar era melhor do que qualquer dos nossos actuais centrais . Quanto aos nossos laterais, o único que reputaria de "muito bom" é o Álvaro Pereira, que tem mostrado bem mais do que eu augurava. Mas Fucile e Sapunaru, tendo os seus pontos fortes e os seus momentos bons, não são jogadores decisivos e falham demasiadas vezes. Quanto ao Maicon, a minha esperança de o ver ultrapassar a fase "Pepe, o suicída" está a morrer - oxalá me engane. Falta referir alguém que faz parte do conjunto defensivo, apesar de nesta época ter andado assiduamente por terrenos mais adiantados: Fernando. O brasileiro é um dos que foram predominantemente "muito bons", que conseguiram ser extraordinários em alguns jogos e apenas medianos noutros. Na minha opinião, mesmo antes das suas inequívocas declarações no final do jogo do Jamor, é aquele que precisa efectivamente de mudar de ares, quase tanto quanto o precisavam o Bruno Alves e Raúl Meireles. A motivação para jogar no FCP, seja por questões salariais seja por razões de outra índole, já só surge a espaços. Nos intervalos disso ocorrem asneiras como a da final de Dublin, que poderia ter tido um custo enorme.

Por fim, AVB. Poder-se-ia estabelecer como diferença essencial entre o experiente Jesualdo e o jovem Villas-Boas a coragem ou o arrojo. Mas aquilo que salta à vista é a diferença na ambição. AVB quer ganhar tudo, ainda que tenha a noção de que vencer a Liga Europa é tão difícil como chegar aos quartos de final da Champions, avisando os adeptos que é preciso ter calma com as euforias. Jesualdo entrava derrotado ou com medo de perder em todos os grandes confrontos, dentro e fora de Portugal. Ou, como exemplo, AVB nunca jogaria em Londres, contra o Arsenal, com um plano que incluísse um terceiro central a fazer de médio defensivo, sobretudo se este nunca tivesse alinhado naquela posição. Jesualdo jogava em função do seu adversário. AVB adapta a equipa sem lhe incutir medo. E, além disso, AVB consegue estabelecer uma relação de respeito e proximidade que a distância e o ar sisudo de Jesualdo nunca permitiram. AVB fez do Bellushi um médio trabalhador, daqueles que fazem muitas recuperações de bola por jogo. Jesualdo nunca tirou partido do pequeno Samurai porque viu nele uma vedeta sem capacidade de sacrifício ou disciplina táctica. Do exemplo Guarin nem vale a pena falar: entre a inépcia que sempre demonstrou na posição 6, onde era recorrentemente colocado na era Jesualdo, até ao brilhantismo e capacidade de decidir jogos que reconhecemos nele no último terço deste campeonato, vai uma distância enorme. A distância entre um treinador que já é extraordinário e um treinador que nunca o foi.