segunda-feira, 23 de maio de 2016

Mudamos...

O Pobo do Norte já não mora aqui: está em https://pobodonorte.wordpress.com.

Brevemente, a URL www.pobodonorte.com passará a remeter também para o Wordpress.

Obrigado pela vossa preferência.

Mudar

Este blog tem vivido do entusiasmo: o nosso, o vosso, mas sobretudo do entusiasmo e da paixão partilhados pelo clube. Porém, como em todas as relações na vida, é necessário reciprocidade. E quem manda no nosso clube, quem toma as decisões dentro e fora do campo, fez pouco ou nada para manter essa chama viva. Ou fez o inverso do que as circunstâncias exigiam. E  exigem.

Ao longo dos últimos tempos e, especialmente, ao longo das últimas 3 épocas, o ritmo das publicações foi diminuindo,  em claro paralelo com a falta de chama, qualidade, entrega e, fatalmente, resultados desportivos do nosso Porto. Tal como as assistências no estádio, porque muito mais do que as vitórias, o que guia um adepto, o que o motiva a sair do sofá para ir apanhar frio ao estádio numa qualquer noite de outono ou inverno, é a certeza de lutar por algo, de não quebrar.

Connosco tem-se passado o mesmo - não foram todos os compromissos pessoais ou o desgaste do tempo que nos fizeram deixar de escrever com a mesma assiduidade. Foi o desgaste de dizer as mesmas coisas sobre os mesmos erros, sobre as mesmas negociatas, sobre os mesmos protagonistas, sobre aquilo que inevitavelmente só poderia ter o mesmo resultado - o empobrecimento desportivo, financeiro e institucional do clube.

Ao mesmo tempo, mais a sul, levado ou não pela mão invisível da arbitragem, o nosso maior rival transformou-se naquilo que fomos durante 2 décadas: um clube que ganha consistentemente, que valoriza jogadores, que mobiliza os seus adeptos, que se consolida porque soube mudar (tenha ou não sido obrigado a isso por condições externas), porque passou a ter equipas guerreiras, jogadores da casa e outros que da casa se tornaram.

No FCP aconteceu tudo ao contrário. A clique que tem o poder aburguesou-se ainda mais, as apostas em treinadores e jogadores foram sendo falhadas, o clube tornou-se um entreposto de futebolistas onde os atletas formados nas camadas jovens poucas ou nenhumas oportunidades tiveram de mostrar o seu valor.  Sobrou muito pouco do que fomos e aqueles que têm qualidade para jogar com esta camisola nunca ficaram por cá mais do que um ano ou dois.

O resultado são três anos de profunda depressão. Um recuo considerável no estatuto do clube. A perda de uma grandeza que custou décadas a conquistar. O que me leva a crer que as pessoas que nos trouxeram até aqui, que conduziram o clube ao reiterado sucesso, são as mesmas que o arrastaram para este estado lastimoso, e que muito dificilmente serão capazes de inverter o rumo. Necessitamos de mudanças no clube, de mais realismo, de mais honestidade, de mais transparência. E de deixarmos de acreditar que todos os sucessos são atribuíveis ao Presidente mas que tudo o que é mau lhe é alheio. PdC é tão virtuoso quanto culpado. E, presentemente, o seu maior defeito é não saber que existe um momento para dar lugar a outros, que ninguém é eterno e que as mesmas fórmulas não produzirão forçosamente bons resultados num tempo diferente, num contexto mais complexo.

Pela nossa parte, pretendemos mudar também. Vamos mudar-nos para o Wordpress, retomar a publicação regular de noticias, comentários, análises ou simples graçolas sobre a vida clubista e sobre o nosso Porto. Este é o último texto que será escrito nesta terceira iteração do Pobo do Norte. infelizmente, a segunda já não está acessível. Mas tudo o que foi publicado aqui poderá futuramente ser consultado em pobodonorte.wordpress.com e, assim que concluirmos a transição, em pobodonorte.com.

Renovamos a paixão porque acreditamos que o clube é muito mais do que algumas pessoas que passam por ele, sejam elas jogadores ou dirigentes. Renovamos o Pobo do Norte porque um adepto só mostra efetivamente que é um adepto quando apesar de todas as desilusões, de todas as vezes que a bola não entra, que o golo nos escapa, que o tempo de recuperar se esgota, que o fantasma das derrotas surge, é capaz de estar lá, de gritar, de puxar pela equipa e de, contra todas as probabilidades, acreditar. O Pobo do Norte é o nosso pequeno contributo para essa fé.