quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E coragem há, sr. Presidente?

O nosso grande presidente disse que não há petróleo no Dragão, numa alusão irónica aos camiões de contratações que estacionam diariamente na segunda circular. Estamos todos curiosos para saber de onde vem tanta saúde financeira para aqueles lados, mas tal não nos deve tirar o sono. A mim pelo menos não tira, desde que o jogo ainda se jogue com onze da cada lado.
Os sucessos dos últimos 20, 25 anos - independentemente de algumas contratações falhadas e um ou outro período menos positivo - deixam-nos também descansados e confiantes na competência do nosso Presidente e de todos os que o rodeiam. A questão que actualmente me tem ocupado o pensamento tem a ver com este excelente artigo do blogue Super Porto, no qual se apresenta um estudo dos chamados jogos grandes em que a nossa equipa participou desde que Jesualdo Ferreira é o treinador. Os números devem fazer-nos reflectir e, porque não, leva o nosso Presidente a concluir que, mais do que petróleo (que abunda por outras bandas), falta-nos, em certos momentos, coragem. E se o treinador não pede reforços, que tenha pelo menos a coragem de enfrentar estes jogos grandes com a vontade de os vencer. É o mínimo que lhe exigimos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Ídolos de infância (I)

Decidi começar a revelar a todos os seguidores do Pobo os meus ídolos de infância e adolescência. Aqueles jogadores que deixaram marca indelével na minha memória e que recordo com saudade. Esta é uma viagem ao tempo em que imitávamos os nossos ídolos na escola. Exorto também o meu amigo pôncio a revelar-nos periodicamente também os seus ídolos. E todos os visitantes do blogue estão, evidentemente, convidados a deixarem aqui as suas impressões sobre estes jogadores.

Começo então por um dos meus maiores ídolos de quando era chabalo. O homem das pernas ultra-arqueadas (como um jogador decente deve ter). O mais latino dos alemães que vi jogar: Pierre Litbarski.

sábado, 26 de dezembro de 2009

O caso de Hulk e Sapunaru

Hulk e Sapunaru correm o risco de não jogar mais esta época (ou até mais...) pelas já noticiadas agressões a seguranças no túnel da Luz. Do ponto de vista desportivo, se o romeno não é grande perda, já a ausência do brasileiro, não sendo dramática, é preocupante.

Sabemos que o jogador profissional de futebol deve saber ignorar todo o tipo de provocações e insultos de que é alvo, dentro e fora do campo. A maioria consegue e são os Cantonas deste mundo que nos vêm lembrar que um homem não é de ferro. Mas também devem ser criadas as condições ao jogador para que ele consiga ser "imune" a tudo isso.

No túnel da Luz aconteceu precisamente o contrário. Foram lá colocadas determinadas pessoas, com um determinado objectivo, para obterem um determinado resultado. Como ninguém acredita que dois jogadores de futebol desatem a agredir seguranças, num túnel, apenas por desporto, é absolutamente necessário saber:

1. o que faziam aqueles elementos no túnel, quando não tinham, à luz dos regulamentos, autorização para ali estarem.
2. o que disseram ou fizeram aos jogadores em causa que os levou a perderem a cabeça.

O facto de Hulk estar envolvido não espanta. Se a coisa foi premeditada, como acredito, o alvo só podia ser o nosso jogador mais imprevisível, mais decisivo, mas, ao mesmo tempo, aquele que por vezes se mostra mais frágil do ponto de vista psicológico.

Este caso confirma o túnel como uma nova arma na guerra em que o nosso futebol se tornou. E um clube parece estar a dar-se muito bem na forma como a utiliza.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Festas felizes!

O Pobo do Norte deseja a todos os seus seguidores festas felizes. E como somos boas pessoas, deixamos aqui uma prenda a todos os portistas:





Daunloude

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

É gajo para ter razão

A frase do dia, ouvida ontem num café da cidade do Porto:

"O FC Porto não perdeu o jogo por causa do árbitro, mas o Benfica ganhou-o graças a ele."
Anónimo, 21/12/09

domingo, 20 de dezembro de 2009

Um passo atrás

Em primeiro lugar, uma mensagem para a lampionagem que buzina nas ruas: uma vitória sobre o FC Porto sabe sempre bem, sim senhor, mas o campeonato só acaba em Maio.

Jesualdo disse durante a semana que sabia que o Ramires ia jogar. A aparente segurança que mostrou sobre a forma como o adversário estava a preparar o jogo foi ela própria um bluff. Jesualdo, pelos vistos, não sabia nada. O que eu queria era que ele soubesse pôr a equipa a ganhar na Luz. E não soube. A chamada de Guarín pode ser criticada, mas o que mais me custou foi ver a forma como a equipa não conseguiu construir jogo ofensivo. A colocação de Guarín em campo revelou a preocupação de Jesualdo com o estado pesado do terreno, mas o colombiano passou pela Luz, como diz o Bruno Prata, como um "peixe fora de água". E foi Jesus quem menos se preocupou com o estado do terreno e até colocou em campo jogadores que tratam bem a bola.

Para mim, a chave do sucesso do Benfica esteve na forma como defendeu. E, neste particular, como soube anular a acção de Falcao, quando este procurava receber em condições e fazer tabelas com médios vindos de trás. Nunca conseguiu. Os defesas adversários não deixaram respirar os nossos jogadores - David Luiz fez provavelmente o seu melhor jogo desde que está em Portugal - e nós nunca encontrámos o antídoto para fugir a essas marcações.

Em contraste com essa nossa incapacidade de fazer circular a bola, o Benfica fê-lo em algumas ocasiões, pelos menos mais do que nós, dada a mobilidade dos seus jogadores. Os nossos foram muitos estáticos e foram sempre surpreendidos por antecipação. É certo que nenhuma das equipas fez um bom jogo, mas, no final, fica a ideia que o Benfica foi melhor. E aproveitou a única oportunidade que teve.

Individualmente, no FC Porto, talvez Rodriguez tenha sido o melhor, num jogo em que é difícil destacar alguém que tenha jogado bem. Pela negativa, custa-me muito ver e admitir o eclipse de Hulk, um jogador que tem de crescer muito, principalmente do ponto de vista psicológico, se quiser valer, vá lá, metade da cláusula de rescisão que o seu contrato tem.

PS - Não falei do árbitro, que não viu o fora-de-jogo na jogada que precede o golo, não marcou um penalti de César Peixoto sobre Hulk, ainda na primeira parte, para além de ter sido permissivo com a dureza encarnada. Mas quando jogamos assim, dá pouca vontade de reclamar seja do que for. E, sim, o Rodríguez também fez penalti.

Botação encerrada

1. Vitória razoavelzinha do FCP (com expulsão do David Luiz) - 31%
2. Vitória expressiva do FCP (com expulsão do David Luiz) - 28%
3. Não vai haver jogo por causa do relvado - 17%
4. Vitória à rasquinha do FCP (com expulsão do David Luiz) - 14%
5. Qualquer outro resultado (com expulsão do David Luiz) - 9%

141 votos. A confiança está em alta. Agora é uma questão de o Jesualdo não inventar, o Lucílio não inclinar o campo e nós, como dizia o outro, "sermos iguais a nós próprios". Força, tetracampeão.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A kick in the arse(nal)

Estugarda-Barcelona
Olympiakos-Bordéus
Inter-Chelsea
Bayern Munique-Fiorentina
CSKA Moskovo-Sevilha
Lyon-Real Madrid
F. C. Porto-Arsenal
AC Milan-Manchester United

Não compreendo a satisfação de alguns adeptos portistas com este sorteio. Parece que o Arsenal são favas contadas. Só para lembrar: em 2006/2007 perdemos 2-0 em Londres e empatámos a zero no Dragão; em 2008/2009 fomos goleados em Londres por 4-0 e ganhámos 2-0 no Dragão contra, quer queiramos quer não, um conjunto de jovens promissores que Wenger decidiu utilizar pensando que chegaria para manter o primeiro lugar do grupo. O Arsenal, apesar de ter perdido jogadores importante nos últimos anos (Adebayor, Henry, Hleb,...), continua uma equipa de grande qualidade, com nomes como Fabregas, Van Persie, Eboué, Arshavin, Nasri, Denilson, Walcott,... Para além disso, o nosso historial a jogar no Emirates Stadium (e genericamente em Inglaterra) assume contornos quase traumáticos: nunca nos demos bem com aqueles ambientes frenéticos de futebol a 100 à hora... Este meu discurso não implica que esteja pessimista, apenas tenho alguma dificuldade em lidar com certas euforias.

O sorteio cabaou por ser bem interessante porque permite que equipas não consideradas "tubarões" prossigam na competição. O duelo Mourinho-Chelsea vai ser curioso e no Milan-Manchester United tudo pode acontecer.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Amanhã há sorteio

Por ordem de preferência, faxabore:

Sevilha
Bordéus
Fiorentina
Manchester United
Arsenal
Real Madrid
Barcelona

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Queremos saber...

...como vai acabar o clássico dos clássicos, o jogo do século, como já ouvi alguém chamar-lhe. Para mim, é apenas um jogo entre o terceiro classificado da época passada e o tetra-campeão. É mais uma botação para o pobo botar. Ali na barra lateral. "Obrigados".

Afinal nós perdemos e eu não sabia

Pensei que Os Belenenses eram "Os Azuis", mas OK.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Frase do dia

Raul Meireles disse hoje que "diferente é estar no terceiro lugar", quando foi questionado se seria diferente defrontar o clube do bairro do Alto dos Mínhos apenas com um ponto de atraso. "Por isso estamos a fazer de tudo para voltar à normalidade", acrescentou o nosso grande Raul.

E é com este espírito de conquista que vamos sair da Luz com uma vitória. Vai uma aposta?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E se fosses à merdinha?



"Agora tenho a certeza que [o FC Porto] não é batoteiro"
Michel Platini

PS - Por que razão o Record diz que "caso não está encerrado", quando as declarações de Platini dizem o contrário?
[actualização, às 21:38: o pasquim já corrigiu a "gralha"]

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Académica é um Barcelona (mas sem os jogadores)

Ontem fez-se mais uma goleada na Luz (e mais um ou outro penalti por marcar contra os da casa), mas isso não me preocupa, porque sei que quando, daqui a quinze dias, sairmos de lá com uma vitória, todo o castelo de cartas benfiquista se desmoronará. O que me deixa, nesta altura, apreensivo é o estado lastimável daquele relvado, suficiente para pôr em perigo a saúde física dos nossos jogadores (que estão habituados a jogar nos melhores palcos europeus). Creio mesmo que o passaroco que costuma almoçar um naco de carne antes de cada jogo, ontem, contra a Académica, falhou o seu objectivo porque terá confundido uma bola de lama com um suculento pedaço de vaca (ou será de cabrita?) a que está habituado. Não concordo com a opinião de alguns de levarmos os juniores à Luz (a exemplo da ameaça que pairou no ar antes do jogo em Oliveira de Azeméis) porque estaríamos a hipotecar o futuro de algum reforço de qualidade para a equipa principal.
No jogo de ontem, do qual vi dois terços, admirei a forma como a Académica se estendeu ao comprido. Literalmente. Aquilo parecia o Barcelona a jogar, só com a diferença de não serem os jogadores do Barcelona que estavam em campo. Parece que toda a gente ficou satisfeita com o facto de a Académica ter jogado "de igual para igual" com o adversário, numa atitude que recebeu elogios da comunicação social e até de Jesus (ele que não se cansa de repetir que os adversários vão à Luz para perderem por poucos), mas não criticaram quando esta mesma Académica trouxe o autocarro ao Dragão. Nessa altura chamaram-lhe "brilhantismo táctico". Desconfio que se estas duas prestações da Briosa tivessem acontecido ao contrário, as análises sofreriam, também elas, uma pirueta...
Voltando ao jogo que nos dará o primeiro lugar do campeonato, daqui a quinze dias, é evidente que sabemos reconhecer que este Benfica tem qualidades. Mas também tem defeitos. Um deles, desde que haja coragem por parte dos árbitros, chama-se David Luiz. O rapaz é bom jogador, mas não é forte psicologicamente. Temos, pois, de colocar grande pressão pelo seu lado, obrigá-lo a cometer erros, obrigá-lo a "passar-se da cabeça" (eu sei que já não temos o Quaresma...). Por outro lado, há que ter esperança num árbitro que saiba marcar as faltas quando ele as comete (principalmente as que acontecem dentro da grande-área) e que o saiba punir disciplinarmente. Coisa que não aconteceu ontem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Hulk-independência

Haverá muita gente ainda a pensar como foi possível dar chapa quatro àqueles que eliminaram o "dream-team" da segunda circular da Taça de Portugal. Eu tenho três sugestões:
1. Hulk no banco. Jogámos como uma equipa. Solidária, em bloco.
2. Varela e Rodriguez. O primeiro a mostrar que é, nesta altura, um jogador fundamental, precisamente por ser tudo aquilo que Hulk não é. O segundo a subir de forma a olhos vistos.
3. O regresso de Fucile. Com ele, a equipa solidifica a asa direita. E Varela tem ali um apoio basilar.
Os sinais de retoma que identifiquei no jogo com o Rio Ave confirmaram-se hoje, com uma das melhores primeiras partes da época, contra uma equipa que vinha, também ela, a mostrar grande evolução. Aqueles vinte minutos iniciais da segunda parte foram assustadores e chegou a pairar a ameaça do empate, mas o terceiro golo (contra a corrente e caído do céu... tal como tinha sido o golo de Andrezinho) acabou com as pretensões vitorianas e colocou-nos definitivamente a mandar no jogo. Guarín entrou muito bem, e foi ele quem liderou a equipa na parte final do jogo. Eu dava-lhe a titularidade em Madrid, fazia descansar o Fernando e, se calhar, punha o Meireles na posição seis. O Belluschi, esse precisa de jogar sempre, para se ir adaptando aos colegas (foi Jesualdo que disse...), e, apesar do erro que esteve na origem do golo do Vitória, gostei da sua exibição.

A small step for man...

Será desta?

O ponto de viragem numa época que tem sido demasiado cinzenta? Será este? Devo confessar-vos que esta tarde, em conversa com um amigo sportinguista, dizia que muito do que se passaria de hoje em diante no campeonato estaria dependente do resultado do FCP em Guimarães. E, felizmente, o Porto fez mais do que suficiente para merecer a vitória, ainda que o início da segunda parte tenha sido penoso. Para a semana, o FCP recebe o Setúbal e o SLB vai a Olhão, dois jogos que não deverão alterar quase nada na classificação geral. Claro está, se o André Vilas Boas não for capaz de atrapalhar os vermelhos na Luz...

Uma Vitória gordinha

Concretizamos oportunidades, lutamos, sofremos e acabamos a golear. A diferença para outros jogos? Está na felicidade de marcar em momentos cruciais do jogo (e no azar de sofrer um golo mesmo antes do intervalo, não é?) mas a sorte procura-se e neste FCP quem procura mais a sorte é um indivíduo chamado Raúl Meireles, que depois de ter iluminado a selecção no jogo com a Bósnia parece outro jogador. A outra diferença chama-se Bellushi, que jogando pouco ou muito, se faz notar no meio campo de ataque. Por último, refira-se o significado de ter o Fucile no lugar de um romeno que tem mostrado não ter categoria para ser titular do Porto, bem como o regresso do Varela, que tem sido a grande surpresa da época portista.

Sempre quero ver o que é que os jornais desportivos de sábado vão dizer sobre este jogo. Depois do épico "Jesus conquista Vitória em Guimarães" suportado num triunfo magro, mesmo no final do encontro e contra 10, este 4-1 merece o quê?