quinta-feira, 28 de abril de 2011

O jogo da época

Falta menos de uma hora para começar a primeira parte de uma eliminatória que considero ser o desafio mais complicado que o Porto enfrentou e enfrentará em 2010/2011. É claro que o título nacional foi uma conquista dura, que as vitórias nos jogos com os Coisinhos são sempre complexas, dada a constante inclinação dos relvados portugueses e outras habilidades extra-terreno de jogo, que eliminar o Sevilha, o CSKA e o Spartak não foi um "passeio no parque", mas a verdade é que o adversário desta noite é a equipa mais capaz e mais bem apretechada que defrontaremos nesta época.

Ao contrário do que alguns tentam fazer passar, as equipas de segunda linha da Liga Espanhola são muito fortes e, quer em termos de orçamentos e futebol praticado, são "do mesmo campeonato" dos chamados "grandes" de Portugal.Atlético de Madrid, Sevilha, Valência e o Villareal dos últimos anos têm a capacidade de atrair e pagar futebolistas que Porto ou Benfica teriam muita dificuldade em contratar. Do Barcelona e do Real nem vale a pena falar: são dimensões competitivas e económicas muito diferentes dos demais e claro, da realidade portuguesa.

Mas o grande mérito do Porto têm sido, sistematicamente, "descobrir" futebolistas de dimensão superior antes de se tornarem conhecidos e inacessíveis. E, mais do que isso, criar equipas fortes, solidárias, ambiciosas. Só isto permite a uma equipa de um mercado periférico sonhar com a vitória em competições como a Champions e enfrentar qualquer adversário sem receio. Mas é essa inteligência e critério que nos habilita a vencer. Isso e a capacidade de superação colectiva, que transforma 11 futebolistas teoricamente não tão bons quanto os que o Real, o Barcelona, o Bayern, o Lyon, o Arsenal, o Man United, o Chelsea, o Man City, o AC Milan, o Inter e aqueles que a Leste vão surgindo cada vez mais fortes com o dinheiro dos magnatas russos, ucranianos e árabes, numa equipa capaz de vencer tudo e todos. Essa é a magia do futebol. A superação é aquilo que nos distingue dos outros, a razão de sermos portistas.

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