quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sai da frente, Shaktar

Não podia ter começado melhor a nossa campanha europeia. Defrontámos o nosso adversário direto na luta pelo primeiro lugar no grupo e ganhámos. Um grande jogo até às expulsões. Um jogo de Liga dos Campeões. Já tinha saudades deste ambiente, o nosso ambiente natural.
Mas, apesar da vitória, não gostei de tudo no jogo de hoje.
Não gostei da falha do Helton. E não gostei pela simples razão de que já não me lembrava da última dele, o que era bom sinal. E agora vou lembrar-me desta por alguns tempos. É claro que isto não põe em causa o facto de o Helton continuar a ser o melhor guarda-redes a atuar em Portugal, continuar a ser o melhor que tivemos depois de Baía, continuar a ser um símbolo do nosso clube e uma voz de comando do balneário. E o apoio que os adeptos lhe prestaram após a falha de hoje dispensa outras interpretações.
Não gostei da forma como "gerimos" o resultado depois do 2-1. Com o Shaktar reduzido e 10 e, depois, a 9, esperava "prego a fundo" da nossa parte rumo a um resultado mais dilatado. É que a questão do confronto direto é importante, e um eventual azar na Ucrânia pode colocar o 1º lugar em sério risco. Preferimos um jogo de "rodriguinhos", de lateralizações, com poucos olhos no golo. O adversário arrastava-se e punha-se a jeito para a estocada final, mas essa nunca chegou. A saída de Hulk - questões físicas? - tirou-nos o poder de explosão e as entradas dos incipientes Djalma e Varela nada acrescentaram. Restava James, que já não tinha quem o acompanhasse.
Não gostei definitivamente da nossa defesa à zona nos cantos e não percebi o que levou o treinador a optar por essa postura. Foi desesperante ver os ucranianos a voarem à vontade e cabecearem, com perigo, de todas as formas e feitios, e os nossos defesas, estáticos, à espera que a coisa corresse bem por um feliz acaso. Fiquei irritado e espero que o treinador corrija esta aspeto.
Estou para aqui a queixar-me de um monte de coisas e até parece que perdemos o jogo. Mas o grau de exigência de um portista deve ser este. Querer a perfeição. Querer mais. É óbvio que achei que fomos superiores ao Shaktar e que temos uma equipa que dá garantias de sucesso. Hulk marcou um golo soberbo. James Rodriguez está a confirmar-se como imprescindível. João Moutinho e Defour fazem uma parceria que promete, e ter Bellushi no banco é um luxo. Álvaro Pereira põe em ebulição toda a ala esquerda. E Fernando volta a ser o "polvo" que todos conhecemos. Parece que, neste último caso, o jogador parece estar finalmente com a cabeça no sítio. Ainda bem.
Uma palavra para o árbitro, que não teve coragem de marcar dois penaltis num curto espaço de tempo contra a mesma equipa. Temos de o pôr a ver o vídeo do último jogo arbitrado por Duarte Gomes.

5 comentários:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Tal como se previa ontem tivemos um jogo complicado, perante um adversário valoroso, que se tem vindo a afirmar na Europa.

O jogo iniciou dividido até que o FC Porto ganha a grande penalidade que Hulk não converte.
Para complicar ainda mais, Helton tem aquela infelicidade, e sofremos o golo.

Os adeptos de imediato reagem, empurrando a equipa para a frente, e é com naturalidade que chegamos ao empate, naquele golo de apologia do Hulk. Grande míssil!

Após a expulsão ainda na primeira parte do central da equipa ucraniana, as coisas complicaram-se para nós, embora se possa muitas vezes pensar que contra 10 é mais fácil.

Os ucranianos encostaram o bloco defensivo, e exploravam o contra-ataque através de Wiliam e Luiz Adriano. É neste típico jogo que o Shahktar é perigoso.

Todavia o FC Porto continuou a carregar, e sempre que acelerava no último terço, vinham à tona as fragilidades defensivas do Shahktar.

Foi então que o melhor em campo - James, saca um coelho da cartola, e num lance de magia senta o defensor adversário e assiste Kléber para o golo da vitória.

Até à expulsão do outro central do Shaktar, foi uma fase complicada do desafio.
Nós não conseguíamos marcar o terceiro golo, e alguns dos nossos jogadores já estavam desgastados, como é o caso de Hulk, e tiveram de ser substituídos.

Com o resultado pela margem mínima, o Shahktar revela-se sempre perigoso, daí alguma prudência atacante.

Depois da expulsão do outro central, os ucranianos abandonaram a disputa do resultado, e até final foi o gerir do tempo.

Grande apoio do público, muito importante no empurrar da equipa, depois de um penalti falhado e de um erro de Helton.


O FC Porto está no patamar das melhores equipas da Europa, e ontem sentia-se que ganharíamos o jogo com maior ou menor dificuldade, apesar dos ucranianos terem uma excelente equipa.

Estamos de volta ao nosso lugar, e acredito no apuramento para a fase seguinte.

Abraço e boa semana

Paulo

pronunciadodragao.blogspot.com

eumargotdasilva disse...

Não posso concordar mais com a sua apreciação...
a única questão de que não falou foi o calor... estava quente a noite de ontem, e acho que depois destes 3 jogos em 8 dias os moços estavam de rastos...

Zé Luís disse...

Sentimos o mesmo pelo jogo e um melhor resultado não conseguido. Mas é mais uma análise que não toca na insuficiência do ponta-de-lança...

Quanto ao árbitro, perdoou o penálti sobre Hulk, porque o auxiliar também não teve a coragem de o alertar para o agarrão.

Mas tomara eu que Felix Brych apitasse o jogo com o benfas. Já vista a cacetada dos ucranianos de imediato reprimida e o que é permitido aos bermelhos nos jogos com o Porto?

Lembrarmos os últimos clássicos com os caceteiros e ver estas duas expulsões dá-me arrepios só de pensar no que sucederá em breve no Dragão, mesmo sem eles terem o Davide, o Caientrão, o ex-marido de uma alegada vedeta da moda...

cian disse...

Exactamente Guarda

Estou contigo nesta opinião, só critico mais o Helton e preferia o Beto, mas gostos são gostos, e eu nunca gostei do Helton, é apenas mais uma para contar às inumeras vezes que ele nos comprometeu na Europa, agora a sério não podem por outro guarda-redes nos jogos europeus?

E Realmente não gostei nada dos últimos minutos contra 9, os ucranianos/brasileiros todos na grande area e nós com 4 defesas antes do meio-campo! Parecia o Cbordéing a jogar, os "rodriguinhos" mereciam uma assobiadela monumental, fosse isto com o Barcelona no seu estádio e até atiravam maçãs para o relvado, digo o Barcelona porque muitos portistas acham que é o exemplo a seguir, pois então que o demonstrem em campo e no estádio.
Para mim foi uma vergonha, e como bem disseste os golos contam, aliás estamos em primeiro com o Apoel com o mesmo Goal Average, custava muito fazer centros para a área?

O Djalma está mesmo numa equipa acima do seu nível, parece o Guarín no início a tentar mostrar serviço e a disparar para tudo o que é sítio, e precisamos de um avançado para situações como esta, em vez de Varelas e Djalmas lá para dentro o que era preciso era um Bigorna, ou um jovem dos Juniores para destabilizar a defesa adversária, ou porque não um Iturbe para dar espetáculo?...

Ribeiro, muita gente não percebe essa dos "euforismos" mas está brilhante :D

Ribeiro DeepBlue disse...

Eu explico Cian,

quando o SLB venceu o primeiro dos seus dois campeonatos ganhos nos últimos 19 anos, o Petit, à saída dum jogo quando eram praticamente ladr...uh...campeões, saiu-se com essa pérola digna de um Jesus, dum Chalana e porque não dizê-lo(perdi a cabeça), um Luís Filipe Vieira:
"Bamos ser campeões, mas não podemos entrar em euforismos".