domingo, 20 de junho de 2010

Mundial visto sem lupa

Não tenho visto grande coisa deste Mundial. Aqui e ali, uns resumos, umas segundas partes, uns quinze minutitos. Nem sequer tenho acompanhado grandemente o evento na imprensa. Porém, hoje (sim finalmente hoje) reabro a porta do Pobo do Norte para algumas linhas sobre esta competição.

Grupo A

Não posso esconder o prazer que me dá ver a França a enfardar. Por muitos motivos, de índole desportiva e não só, que agora não me apetece desenvolver. Vi a segunda parte do jogo com o México e reparei em duas coisas: 1. A impotência dos gauleses em criar oportunidades, em grande parte, mérito dum México que dá prazer ver jogar. 2. Um senhor chamado Domenech, no banco da França, imperturbável e alheado a tudo quanto a sua equipa (não) fazia, qual alien à espera da nave espacial que o leve de volta para o seu planeta. Entretanto, Anelka foi expulso da selecção e Evra quer encontrar o bufo que anda por lá a dar informação à imprensa. Bem, quando pensarmos que as coisas estão mal com a selecção portuguesa, lembrmo-nos da França.
O Uruguai, com os nossos Álvaro Pereira (um golo de cabeça!) e Fucile, fez descer à terra os sul-africanos, um conjunto de bravos rapazes que não devem ir além desta fase de grupos.

Grupo B

Neste grupo não há grande história quanto ao provável vencedor, sendo que à Argentina não podia ter caído do céu grupo mais fácil. Vi um bocadinho do Argentina-Nigéria e desde logo reparei na sede de protagonismo de Maradona, muito teatral e constantemente a procurar entrar no jogo. Das restantes três selecções que compõem o grupo, creio que a Coreia do Sul é a que terá mais hipóteses de se qualificar: a Grécia joga com a Argentina e, admitindo uma derrota natural dos helénicos, bastaria aos coreanos um empate frente à Nigéria.

Grupo C

A grande desilusão é a Inglaterra, uma selecção de que eu me habituei a gostar. Por muitos motivos, de índole desportiva e não só, que agora não me apetece desenvolver. Percebe-se que Capello não quis ter muitos velocistas na equipa, bastando-lhe Lennon e Defoe e por isso prescindiu de Walcott. O que não se percebe é aquela insistência em Heskey, uma versão black do nosso Hugo Almeida, mas ainda pior. Acredito que os ingleses vão passar e que serão acompanhados pelos States.

Grupo D

Dos grupos que já jogaram a segunda jornada, este é o mais equilibrado. A Alemanha deslumbrou contra a Austrália, mas logo depois foi surpreendida por uma Sérvia que tinha mantido, contra o Gana, o registo medíocre dos anteriores mundiais. O Gana, que é para mim, a melhor selecção africana do Mundial, vai em primeiro, mas terá o derradeiro jogo desta fase com a Alemanha. Entretanto, a Austrália espreita uma oportunidade no último jogo, frente à Sérvia, mas acho que os cangurus são a selecção mais fraca deste grupo.

Grupo E

Aqui a Holanda já fez o que tinha a fazer e em dois jogos já garantiu a presença nos oitavos. Agora os outros que se entendam, e eu tenho um feeling que o Japão vai levar a melhor sobre a Dinamarca. Dos Camarões não reza a história e longe vão os tempos da super-selecção de Milla, Omam-Biyik e Makanaky, que chegou aos quartos-de-final do Mundial de 1990.

Grupo F

Neste grupo é como se o Mundial ainda não tivesse começado e apenas tivessem dois jogos para fazer. Tudo empatado, tudo com um ponto, tudo com um golo sofrido e outro marcado. Já há quem faça paralelismos com a Itália de 82, que empatou os três jogos da fase de grupos e depois foi campeã. Vi um bocadito do Itália-Paraguai e dei por mim a relembrar nomes como Conti, Donadoni, Maldini, Vialli, Baggio, Del Piero ou Totti. Falta muita magia a esta Itália, que não aproveita o facto de ter um grupo aparentemente fácil.

Grupo G

O nosso grupo tem no Brasil o grande favorito, apesar de a máquina ter emperrado no jogo com a Coreia do Norte. Nós fizemos um resultado aceitável contra a Costa do Marfim, uma selecção que tem grandes jogadores que jogam em grandes clubes da Europa. Por isso achei estranha a convicção de alguma imprensa, antes do jogo, de que este seria um jogo para ganhar com tranquilidade. Quanto à nossa prestação, farei a minha análise num outro post, mas a minha ideia é a de que estamos gastos, não temos meio-campo, e falta a Queirós a única coisa que Scolari tinha de bom: capacidade de mobilização psicológica.

Grupo H

Se as coisas nos correrem mal, para além da França, lembremo-nos da Espanha. O mal dos outros, nestes casos, serve-nos de paliativo. Não vi nenhum dos jogos deste grupo, mas ouvi falar em sobranceria dos espanhóis, campeões da europa. Custa-me a acreditar nessa teoria, pois sempre vi na Espanha um conjunto de jogadores capazes de dar o máximo e de aliar o talento à humildade de comer a relva quando necessário.

1 comentário:

Ribeiro DeepBlue disse...

Hoje vi um jogador que fez uma exibição do caraças. Não me recordo o nome do fulano, mas tinha pouco cabelo, cheio de tatuagens, e tinha o nº 16. Roberto Meireles? Ramiro Meireles? Eh pá, qualquer coisa assim do género.
Acho que o FCP devia pensar em contratá-lo para colmatar a saída do Raúl Meireles, pois este fez uma época miserável....