domingo, 19 de agosto de 2012

Antevejo um ano "pereirado"

O jogo ia morno, sem grandes rasgos, excepto as iniciativas individuais de Hulk, ora perigosas ora inconsequentes. Lucho empurrava a equipa para a frente, Moutinho andava ausente, Mangala não conseguia disfarçar o que é óbvio (a sua colocação à esquerda é uma adaptação mais sofrível do que a do Maicon à direita) mas o Gil Vicente nem conseguia respirar - 2 remates sem perigo nenhum e apenas menos de 40% de posse de bola.

Se existem jogos em que apesar da fraca intensidade se adivinha que o golo chegará mais tarde ou mais cedo, este era um desses. O final da primeira parte, com lances de golo eminente na baliza do Gil, fazia adivinhar a vantagem portista.

Mas nós temos um treinador que, para além de uma fraca capacidade de liderança, raramente acerta nas substituições e, por vezes, inventa coisas incríveis em detrimento da própria lógica de jogo que impôs à equipa. E hoje, ao retirar de campo um médio (Fernando) e colocar no seu lugar um avançado, conseguiu partir a equipa a 30 minutos do fim do jogo, dando espaço para que o Gil Vicente desfrutasse de oportunidades que nunca teve na primeira hora de jogo.

O resto é o que se esperava: o Porto passou a viver de um futebol aos repelões, à espera de um lance de rotura de Hulk ou de uma sobra na área que os nossos avançados aproveitassem. Como os de Barcelos jogaram certinhos, com um guarda-redes que esteve sempre lá quando foi necessário, e o Duarte Gomes fez vista grossa a uma placagem na área ao Kleber (a última vez que vi um penalty similar tão flagrante foi em Campo Maior, onde o Jardel foi agarrado, esmurrado, cabeceado e pontapeado sem que o central que o marcava fosse castigado), perdemos 2 pontos. E com algum jeito, poderíamos até ter saído derrotados.

O que fica deste jogo frustrante: o Porto tem e deve colocar em campo laterais de raiz, sobretudo frente a equipas que defendem com 11; Kleber e Jackson só deverão jogar juntos em caso de desespero; Moutinho nao esteve lá e pode estar a ser criado um cenário parecido com o que antecedeu a sua saída do Sporting; e este treinador é o ponto fraco da equipa.

Valha-nos o Melgarejo, em quem, tal como JJ, depositamos muita confiança.


5 comentários:

Ribeiro DeepBlue disse...

Este campeonato vai ser muuuuuuuuuuuuuuuuuito longo.

cian disse...

realmente concordo, que miséria de exibição, nada diferente do ano passado portanto, contra o Barcelona fizemos a mesma merda e todos bateram palmas agoram já estão mais cientes, enfim concordo com o que foi dito sobre o Kléber e o Jackson, não percebi o que estava o Kléber lá a fazer à frente, a estragar o jogo ao Jackson?
E também foi esquecido, como habitual pelos comentadores, a agressão ao Moutinho no final que só faltou ficar em cima dele e começar a esmurrá-lo com toda a gente no estádio a ver, este futebol português está mesmo muito mal, mais uma vez, um ritmo dos mais lentos que se pode imaginar, perdas de tempo incríveis e teatros ridículos, e uma justiça à portuguesa "deixa passar" "não há castigos para ninguém" bela merda de início de época, não admira que o país não saia da cepa torta, falta colhões ao futebol português e ao país, já o vimos no passado, agora andam entretidos com uma brasileirinha.

Mangala no lado esquerdo já começa a ser esquizofrenia em vez de uma ideia de remendo como a do ano passado, Alex Sandro jogou tão bem porque não metê-lo logo no início?

Atsu foi incrível, à falta do verdadeiro que só chutava para o ar e para o peito do guarda-redes adversário.

Hélton logo no início a fazer as normais "macacadas" quando o Porto mostrou instabilidade, mas será que ninguém lhe consegue dizer para estar calado quando o barco está instável e com pressão, não consigo ver como aquelas macacadas que faz podem dar tranquilidade a uma equipa, ainda para mais ele não é o capitão, quem tem a braçadeira é o Hulk, ou é apenas por estatuto? que palhaçada, nunca gostei e nunca irei gostar deste guarda-redes, é a maior merda que foi inventada na nossa baliza, e andamos a dispersar autênticas joias a outros clubes, haja juízo.

Logo de início viu-se o que o Gil Vicente queria e o nosso treinador ficou impávido e sereno até ao fim do jogo, já vimos este filme dezenas de vezes, o melhor é mudar de canal.

Um grande fodasse para o primeiro jogo do Porto.

Penta disse...

foi o primeiro teste da época. se comparado com a transacta, já conquistamos um ponto.
(é a visão positiva da coisa, a perspectiva pelo copo meio-cheio).

foi uma partida onde o futebol praticado ficou muito aquém do rápido, intenso, pressionante, com a equipa a só pressionar na parte final, e mais com o coração que com a cabeça. ou seja, um filme muito visto na época transacta...
(é a visão negativa da coisa, a perspectiva pelo copo meio-vazio).

e, se nada está perdido, é certo!, não deixa de ser igualmente verdade que convém encontrar o rumo da vitória já no próximo encontro, em nossa casa e frente ao Vitória de Guimarães (que empatou o Sporting na possibilidade de liderar o campeonato - um feito que já não consegue desde 17 de Agosto de 2007).

somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II

André Pinto disse...

Sinceramente, quando vi o Fernando sair, enquanto um inferiorizado mental, comentador da Sport Tv, dizia que se justificava, porque o FCP não precisava tanto dele, tendo em conta a inépcia do meio campo gilista, pensei que o empate já seria bom. E bem vistas as coisas, o FCP fez até aí o que lhe competia: assumiu as despesas do jogo e dominou as operações.

Retirar um médio defensivo que dá consistência e confiança ao miolo portista para construir o ataque, para colocar em campo um segundo ponta-de-lança numa longa crise inpécia, lembra a alguém? O resultado esteve à vista.

O que escrevo sobre Moutinho serve para A. Pereira, Hulk e outros que tenham a ambição de saírem a todo o custo: o mercado está muito, muito mau e estarem no FCP é já excelente montra para darem o salto em melhores dias futuros. Note-se que o AC Milan não consegue desembolsar trocos por Kaká - algo está podre no reino da Dinamarca. Que clube estará disposto a pagar os 40 milhões exigidos por Moutinho? E os 45-50 milhões por Hulk? A. Pereira não saiu porque as ofertas não ultrapassam os 12-14 milhões, mas está tudo liso e o tipo fez uma época transacta medíocre.

Vítor Pereira tem um desafio apelando ao seu maior defeito, para recuperar o lateral Uruguaio. Depois de Guarin, Belluschi e Fucile, temo que seja agora A. Pereira a sair pela porta pequena do clube, porque o treinador já o arrumou sem apelo nem agravo. Uma vergonha; jogadores que deram o último título europeu ao FCP, numa das melhores épocas de sempre do futebol nacional.

miguel.ca disse...

André, é como diz o Cian... "agora andam entretidos com uma Brasileirinha".