quinta-feira, 17 de abril de 2014

Defour

Sinto-me envergonhado por ter dado tanto benefício da dúvida a este jogador. Sinto-me envergonhado por tê-lo defendido quando me diziam que não era jogador para o FCP. E por ter achado que era uma questão de o pôr a jogar regularmente, que logo iria "explodir". Ontem, foi vergonhosa a sua exibição. Nem um passe de rotura, nem um corte, nem uma jogada de envolvimento. Passes para o lado, para trás, para o lado, alguns sem precisão, sem força, enfim... O Herrera foi mau, mas este conseguiu ser pior. E só lhe dedico um artigo porque não me esqueço dos choradinhos na imprensa a reclamar a titularidade e as ameaças "olhem que me vou embora". Vai, faz um grande Mundial e não voltes.

14 comentários:

Pentadragão disse...

Este era dos tais que logo após o jogo devia ser escorraçado sem dó nem piedade.

André Pinto disse...

Já na altura aqui escrevi que o choradinho dele devia ter acabado em venda. Um jogador destes, numa altura em que o treinador estava periclitante, as exibições em queda, o balneário por um fio, vir fazer aquelas declarações, só pensando em si, era logo no olho da rua.

joao disse...

O jackson anda a fazer o que desde o início desta época?...

Ribeiro DeepBlue disse...

A marcar golos, João.
18 deles, mais precisamente.

Fossem os nossos problemas o Jackson.

Paulo Alves disse...

o jogo dele foi horrível na sequência dos últimos dois, três. há ali, claramente, um problema físico. ao contrário deste artigo, e sendo o melhor dos maus, este Defour corre e esforça-se pelo que, antes dele ir embora, precisam ir primeiro ai uns 10...

mas sendo um problema físico era suposto a nossa equipa ter alguém no banco para perceber. mas actualmente a nossa organização é típica de um acampamento de ciganos.

miguel.ca disse...

De certa forma concordo contigo Paulo. De facto já todos vimos o Defour a fazer coisas muito boas mas essas coisas foram-se tornando cada vez mais raras fazendo do Defour, actualmente, um jogador altamente dispensável e facilmente substituivel por qualquer miudo da equips B.

André Pinto disse...

O Defour seria uma boa opção de banco, já que é mediano em quase tudo e teria relevância na gestão desportiva de um plantel competitivo. Mas o tipo - e o seu agente - está convencido que é grande jogador, naturalmente. Nunca aceitará a sua real condição, por isso disse que tinha de sair.

Basta ver que o preferimos a Witsel, no negócio com o Standard... isto é um bom reflexo da decadência da nossa política de contratações.

André Pinto disse...

Saudações pascoais!

O campeonato está para ser rematado esta tarde e achei que seria giro fazer um pequeno resumo dos factos capitais que determinaram o percurso dos 3 primeiros classificados.

SLCarnide - Os nomes: Jorge Jesus, Enzo Pérez. Depois de 3 anos de intensa humilhação desportiva, sobretudo diante de um subalterno Vítor Pereira, e não obstante os plantéis milionários, Jorge Jesus jogou pela certa. Arranjou um lateral esquerdo de raiz, cagou na nota artística, aboliu o tropel constante e geriu o esforço ao longo da época, através da rotação dos jogadores e de uma estratégia em campo mais realista. Colmatou a saída de Matic adestrando com notória perícia para a posição de trinco um outrora inconstante Enzo Pérez. O Benfica será um justo vencedor, mas tal não apagará a incompetência passada de Jesus, nem eliminará certos fantasmas, uma vez que o FCP desertou da competição. Só uma grande vitória frente à Juventus dissipará todas as dúvidas acerca do real valor que este Benfica tem.

Zebordem - Nomes: Leonardo Jardim, William Carvalho, Bruno de Carvalho. Em clara contenção de custos e voltando-se para a prata da casa, o novo presidente apostou as fichas na contratação de um treinador competente, com bons antecedentes na construção de equipas. E Leonardo Jardim cumpriu, com acresces, também beneficiando do colapso portista. Mas há um elemento central na inesperada competitividade do Sporting: William Carvalho. Sem exagerar, o talentoso rapaz representa 30 ou 40% da capacidade da equipa. Quando não jogou (ver jogo na Luz), o SCP apresentou-se com uma qualidade muito próxima da mediocridade da época passada, dando boa medida da importância deste médio. Sem ele, a equipa é esforçada, mas muito parca de qualidade, raiando a total inoperância no miolo. A sua certa saída será uma tremenda dor de cabeça para os dirigentes lagartoides. E não será o único... Finalmente, Bruno de Carvalho destacou-se por uma política de comunicação muito agressiva, frequentemente exagerada e grosseira, com o claro objectivo de reforçar internamente a sua posição e fazer voz grossa nos órgãos administrativos do futebol. A estratégia pode facilmente virar-se contra si, caso o SCP não continue a melhorar desportivamente na próxima época.

FCPorto - Nomes: Paulo Fonseca, Pinto da Costa/SAD, Luís Castro. Foi o desastre total. Uma tragédia de dimensões homéricas abateu-se sobre o Dragão em 2013/14. Confundido sobre a origem do talento de tipos como André Villas Boas, Pinto da Costa contratou um jovem, absolutamente inexperiente nas lides de gigantes, embevecido com o seu 3º lugar no Paços e... a sua juventude. Os problemas crónicos do plantel não foram atendidos, tendo-se comprado produto mau e caro na pré-temporada. Estava a tempestade servida. Treinador desadequado, plantel desequilibrado, muita qualidade duvidosa. De em jogo em jogo, as coisas foram piorando. Pinto da Costa desdobrou-se em declarações infelizes, tentando sempre tapar um sol estival com peneira de malha larga. Houve cenas de um caricato burlesco, patético, depois da derrota com o Estoril. Paulo Fonseca quase implorou para sair, surgindo desnorteado, sentindo-se carne para canhão. Promoveu-se o treinador da B - competente formador, treinador rigoroso -, mas pouco havia a fazer com tão estapafúrdia matéria-prima, a não ser tentar manter a face. Face essa que poderá ainda sofrer sevícias adicionais, havendo dois jogos por disputar com o maior rival, sendo um deles de potencial consagração no nosso estádio. O meu respeito pela ingrata posição de Luís Castro, que dá o corpo às balas num momento tão difícil, provavelmente sacrificando o meritório prestígio da sua carreira. Será capaz o FCP de se reconstruir, mantendo-se fiel à sua identidade? Eu apostava um Rui Faria em que sim...

guardabel disse...

Excelente texto, André.

Eu apenas referiria a entrada do Fejsa para trinco, que se revelou aposta com alguma solidez. O Enzo é um jogador mais "à Deco", ou seja, um "faz-tudo" de qualidade.

Unknown disse...

Eu já não aparecia neste blogue há uns tempitos...

Concordo com tudo, apesar de não dar grande mérito aos mouros, eles de facto estiveram melhor do que o costume.

Eu acho que o meu FCP depende imenso da qualidade das pessoas que o dirigem, em particular o treinador e o presidente.

Eu acho que é tempo de contratarmos um treinador de qualidade, e eu apoio o nome de Marcelo Bielsa. É um treinador disciplinário, que faz jogar bem e bonito apesar de às vezes perder a cabeça com os jornalistas. Eu pergunto-me sobre o que é que o mundo portista diz sobre o assunto.

Quanto a presidente, o Pinto da Costa está em crise. Más escolhas e contratações de qualidade suspeita demonstram um mau ano. Será que deve ser subtituido com o treinador? e estará a alternativa à altura? E que é que se faz com a SAD?

Tudo questões importantes, mas nunca nos esqueçamos que o Porto sempre foi forte numa liderança de qualidade, o que nos falta de momento.

André Pinto disse...

Esqueci-me do Fejsa, é verdade. Os tipos têm mais soluções que um canivete suíço...

O anterior comentador sugere a substituição do presidente, assunto tabu para muito portista. Não sendo imortal, algum dia terá de ser. Será este o momento? Não, sei, mas não diria que tal resolveria os problemas de liderança. Já também aqui escrevi sobre uma das consequências negativas da descentralização do poder no clube, com o advento da actual SAD: a impossibilidade de fazer uma equipa de projecto, como as de 2002-2004. Outros interesses se movem na esfera das contratações, que não os desportivos. Hoje, a contratação de um Mourinho nas condições de 2001, com carta branca para construir um plantel segundo os seus preceitos técnicos, seria inadmissível para a estrutura dirigente do clube. Mesmo que Pinto da Costa desejasse intervir de forma assertiva, estaria sempre sujeito ao escrutínio do conselho de administração daquela SAD. Na minha opinião, intervém demasiada gente nas decisões de construção do plantel. Deviam ser 3, ou 4, no máximo: o treinador, seu adjunto, o presidente e o director do deparmento de futebol. Assim, concluo que substituir o presidente não resolveria nada, se não fosse reformada a cadeia de poder no clube. Apostaria mais em "revolucionar" certos cargos na SAD e tomar medidas que tornem mais transparentes dos negócios com aquisições e vendas. Para que não se tenha de fazer um exercício quântico para entender a titularidade de Bah, ou Carlos Eduardo, e não ter Iturbe sequer lugar em tão excelso plantel, por exemplo.

miguel.ca disse...

André, com a saída de PC teria obrigatoriamente que sair o resto da escumalha que chupa naquela SAD, por isso é que eu defendo que o caminho seria a resignação de PC, eleições e a tomada de posse de uma nova Administração,(eu gostava muito de ver o Vítor Baía a presidir aquela SAD).
Obviamente que caberia ao novo Presidente aproveitar o que de bom ainda existe naquele edifício e simplesmente vedar o acesso aos Caldeiras, Henriques e demais chupistas que por lá andam.

Ribeiro DeepBlue disse...

O Defour é bom moço, simpático, tenta falar português.
E...pronto...é isto.

Acho que não é suficiente para ser considerado bom jogador.

Pode ser que faça um bom Mundial e seja vendido por um valor razoável (qualquer coisa acima de 3 galinhas mais um Lego do Star Wars e temos negócio)

André, estás lá. Análise lúcida. Haja quem consiga ter a mesma lucidez na direção do nosso clube de modo a não repetir os mesmos erros.

André Pinto disse...

Ribeiro, o chiqueiro é tal, que só um olfacto muito embutido não o topa.

Esqueci-me de dizer que o filhinho de seu pai, se quer cunhas e tachos, deve ir refocilar para a política.