domingo, 6 de janeiro de 2013

O discurso dos três pontos

As últimas exibições, digamos, medianas do FC Porto, para o campeonato, obrigaram Vítor Pereira a abandonar o discurso do "estamos em crescendo" e a virar a agulha para "o que interessa são os três pontos". É assim no futebol: os treinadores vão adaptando a sua linguagem aos momentos bons ou menos bons das suas equipas, tentando fazer passar a ideia de que está tudo bem e sob controlo.
No caso do FC Porto, toda a gente sabe que não está tudo bem, muito menos sob controlo. Já o disse aqui: temos o melhor onze titular do campeonato, mas não temos o melhor plantel. E ontem, no jogo com o Nacional, essa evidência saltou, mais uma vez, aos nossos olhos. Não vou aqui voltar a analisar as lacunas que o nosso plantel tem, numa altura em que as lesões não nos largam e que obrigações internacionais nos levam jogadores. Apenas desejo que este mês de janeiro traga novidades de qualidade, que nos ajudem até à linha da meta nesta corrida com os coisinhos. Sim, porque isto vai ser até ao último milímetro.
Na próxima semana, por acaso, ficaria bem contente que o discurso dos três pontos se mantivesse. Era sinal que tínhamos ganho. Porque é isso que queremos fazer na Luz, ganhar, seja com cabeçada do Jackson, com fora de jogo do Maicon ou com stickada do Edo Bosch.

2 comentários:

Pentadragão disse...

A plantel não é curto, é curtíssimo.
É preciso rezar muito para o Jackson não se lesionar.

No banco não há ninguém para entrar e decidir.

O meio campo são os 3 do costume e nada mais.

Não auguro nada de bom para a semana. Vamos ter que meter jogadores de equipa B para ter 16 disponíveis.

André Pinto disse...

Ironia, ironia.... por força das circunstâncias, forçado a isso, o FCP sofre actualmente de um mal que Jorge Jesus instituiu voluntariamente no Benfica durante as últimas épocas: um lote curto de jogadores disponíveis para a manutenção dos níveis competitivos da equipa.

O momento é o inverso disso. Note-se que, não obstante os priapismos da imprensa local, o futebol do Benfica não apresenta índices de excepção. A sua melhor virtude, pelo contrário, é a consistência de soluções. O Benfica, este ano, tem banco. A regularidade não é afectada. Numa luta de proximidade, isso pode ser suficiente para garantir o título.

Aqui há uns tempos, o guardabel regressou, prevendo goleada aos coisinhos. Eram outros contos esses. O 11 ideal disponível, a máquina oleada, o tal "crescendo" patente. Esse, sim, esmagaria. Pretérito imperfeito. Agora, não há James, não há Atsu, Jackson coxeia, fala-se em adaptar Defour à ala....

Só peço uma coisa: garra - que joguem com o espírito guerreiro de quem está habituado a exceder os seus limites para conquistar vitórias antecipadamente perdidas na probabilidade e na opinião. Se assim for, estarei tranquilo.

(Já começou o habitual bluff de Jesus com as lesões de jogadores em forma e com o pé quente, sempre durante a semana que antecede jogos importantes)