sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Vou-me embora, mamã

Marco fica, Marco sai, Marco fica. O dia de hoje foi particularmente agitado para os lados de Alvalade, tudo por causa de notícias de A Bola e de O Jogo que deram como certa a saída de Marco Silva. A restante comunicação social foi atrás e, de repente, gerou-se o tumulto nas redes sociais, com a maioria dos adeptos lagartais a pedir a cabeça do presidente. Entretanto, Bruno de Carvalho já veio dizer que é descabida qualquer notícia sobre a saída do treinador. Eu acrescentaria... "hoje", porque a avaliar pelas palavras de José Eduardo, que não é propriamente uma pessoa mal informada dentro do clube, a coisa está para rebentar. Não me admiraria que Bruno de Carvalho tivesse recuado depois da reação dos adeptos a esta notícia. Ele que preza tanto a popularidade e tudo faz para não perder o protagonismo. Aguardemos, que isto está a ser divertido.

2 comentários:

André Pinto disse...

É o reflexo ofuscante de se ter um ex-chefe de claque à frente dos destinos de um clube. O ambiente em constante atmosfera de refrega de tasca torna-se particularmente difícil de interpretar pelas já de si limitadas moleirinhas jornalísticas cá do rectângulo. A ausência de rumo e escrúpulo, que não seja o desígnio em abrir caminho à traulitada, permite estas curvas apertadas na conduta de Bruno de Carvalho.

Em mau Português, aquilo em que o presidente leonino mais tem cincado é na "gestão de expectativas" desportivas, tentando amiúde disfarçar uma manta curta no relvado com remendos de polémica avulsa. Mas semelhante visão atoleimada da condução dos destinos do clube adivinhava-se de voo galináceo nas suas potencialidades, porque agora se viu que os adeptos leoninos gostam bem mais de Marco Silva do que do seu presidente, a quem propinaram enxurradas de insultos e soezes recalcamentos em tudo o que era caixa de comentário cibernético. E assim se desenganou a exaltada criatura: não tem a família sportinguista unida em seu torno, ou mesmo na mão, como julgava, mas antes está a sua presidência entregue às reservas, suspeições e pouca esperança dos sportinguistas, que pouco mais vêm nele do que um ajuste de contas com o passado recente. Pior; não são só os adeptos: - a equipa está toda com o treinador.

Neste cenário de adversidade para a sua posição, Bruno de Carvalho decidiu recuar, acampar fora da cidade e esperar o incêndio de Moscovo. À medida que os resultados negativos e as exibições pouco conseguidas se forem acumulando, encetará uma campanha de desgaste para descredibilizar o treinador e mostrar aos adeptos que o Grande Pai afinal tinha razão. Assim, o despedimento por justa causa irá avante, espera o biltre abagaçado, com o aval de todo universo lagartóide.

Marco Silva meteu-se num berbicacho, e disso está consciente. O outro cevou-se no meio da porrada; está no seu meio natural. O mister sabe bem o material que tem à disposição e a que resultados pode almejar na 2ª volta. Se sai já, fica sem clube e um problema relativo à sua indemnização arrastando-se nos tribunais. Se fica, sujeita-se ao contínuo minar do seu trabalho pelo batráquio do presidente e correspondente degradação do seu valor de mercado.

Mas os sportinguistas podem contar com a permanência do ambiente de violência doméstica e futebol de merda, que vêm caracterizando a presente temporada. Nisso o senhor presidente não falha.

André Pinto disse...

A situação com o J. Eduardo é caricata e prova inequívoca do recuo improvisado de Bruno de Carvalho, que não terá tido oportunidade de dizer ao ex-jogador do SCP para abortar o ataque por encomenda.

Digno do saudoso João Broncas.