domingo, 13 de dezembro de 2015

A angústia da barreira no momento do livre (do Sporting)

 Bryan Ruíz e Adrien junto à bola. Esgaio e Gelson entre a bola e a barreira. Gelson começa a correr na direção da grande-área, pelo lado direito. Esgaio corre para se colocar entre a barreira e Gelson.

 Gelson prepara-se para entrar na área e olha para trás, à espera do passe. Entretanto, Esgaio bloqueia completamente a barreira, numa espécie de formação à rugby, impedindo que alguém saia no encalço de Gelson.

 As condições para o sucesso estão criadas: Ruiz faz o passe para Gelson, completamentre isolado, enquanto Esgaio faz obstrução a qualquer tentativa de saída da barreira por parte dos defesas do Moreirense.

 Gelson vai receber a bola sozinho. Entretanto, na barreira, a confusão é tanta que um jogador do Moreirense cai.

Gelson mais rematar à baliza a marcar golo. Dois jogadores do Moreirense abrem os braços e olham para o árbitro. Mais uma jogada de laboratório do genial Jorge Jesus. Srs. árbitros, é fácil, é só estarem com atenção.

4 comentários:

André Pinto disse...

Caríssimo guardabel:

Longe de pretender fazer a apologia do homem da chicla - que abomino - este post tem o seu perfeito enquadramento no actual perfil do adepto portista.

Futebol profissional movimenta muito dinheiro, envolve alta política e o exercício de poder. Nesta realidade, uma visão rígida da ligação entre sucesso e moral é o caminho mais curto para a desgraça, o discurso de quem está condenado a perder. Não estou a inventar nada. Isto está nos anais da História, amplamente dissecado nos "Discursos" de Nicolau Maquiavel.

Posto isto, o FCP de José Mourinho foi useiro e vezeiro nestes movimentos. Se a oportunidade existe, manda a boa liderança aproveitá-la. O bom líder não é o que trilha o caminho da santidade, mas o que garante, aumenta e mantém a glória dos seus. Muitas vezes, tal é incompatível com a observação de todos os preceitos éticos. Este é o grande ensinamento do insigne e vetusto florentino. É uma lição para a vida, não só de Ciência Política.

O Benfica foi campeão da forma que sabemos. No entanto, foi campeão, ou seja, foi-nos superior. Talvez não o tenha sido esmagadoramente sobre o relvado, mas venceu em intriga e influência exterior. Isso existe, faz parte da coisa. Tanto mais, quanto maior for a importância do que estiver em jogo. Quem não gosta do que escrevo, tem sempre as distritais de chinquilho, e mesmo assim...

O reino do Dragão foi tomado de um espírito que lembra o pior sportinguismo, que, no desespero do seu opróbrio assumiu voluntariamente uma visão amadora do futebol, com tal de retirar alguma satisfação do facto de as vitórias alheias não serem totalmente morais. Nós vamos ficando iguais, queixando-nos - os outros vencendo.

Caro guarda, este post deixa-me triste. Não por aquilo que mostra do Sporting, mas porque não vejo este tipo de manobra na nossa equipa. Aliás, as nossas bolas paradas, como todo o movimento táctico, são uma merda, espelhando o vazio estratégico que actualmente lidera os nossos destinos.

A transição operada no espírito portista é digna de um case-study, para ilustração do trabalho de Maquiavel. Aconselho vivamente a leitura.

guardabel disse...

André, compreendo a tua explanação e também acho que se devia trabalhar mais "em laboratório" no FC Porto. Mas dentro da legalidade. E isto que o Esgaio fez é ilegal e deve ser denunciado. É que depois, começa a onda verde, o futebol espetáculo de JJ e a academia de onde só vêm predestinados. O Gelson marca um golo precedido de falta e, n A Bola, no dia seguinte, o que vemos? O azeiteiro do presidente a dizer que dá gosto ver Gelson jogar. Ligas para a SIC Notícias e vês o Ribeiro Cristóvão a tecer loas ao menino Gelson. E por aí fora.
O FCP de Mourinho fazia disto? Não sei se fazia. Havia um certo jogo "sujo" ou menos "ético" que ficava a cargo do treinador (lembro-me do puxão a um jogador adversário que ia lançar a bola). Até me lembro de termos sido comidos em Alvalade desta forma pouco ética, num lance que originou um suposto penalti de Paulo Ferreira sobre Liedson quando a equipa estava desconcentrada e preocupada com um jogador nosso lesionado.

André Pinto disse...

Fair enough, mas Alvalade é um outlier, porque a pressão sobre o árbitro é talvez a maior do campeonato. Mesmo maior do que na Luz. A histeria naquele estádio instala-se do princípio ao fim de cada jogo, independentemente do resultado. Anos de subalternização desportiva, e a recente quase-liquidação financeira do emblema, a isso levaram.

Note-se que eu nunca escrevi que o golo era legal. Obviamente, há falta clara e devia ter sido assinalada. Mas em muitas jogadas destas bastantes passam, ou com faltas na área, ou sobre a barreira. O problema está em fazê-las bem. O ónus aqui recai sobre o árbitro, já que no futebol moderno profissional, abdicar de treinar bloqueios em livres é patetice. No FCP actual, nem bloqueios, nem nada. Bolas paradas e jogadas ensaiadas, ZERO.

Bruno de Carvalho faz de um santo homicida. Suspeito que mais que um sportinguista não goste dele. Mas é inegável que a sua atitude agressiva, descarada e desbocada é a ideal para defender os interesses do clube, dadas as circunstâncias. Com Pinto da Costa recluso num lar em parte incerta e Luís Filipe Veira ocupadíssimo na sua actividade amanuense, tentando salvar as contas do Benfica, esta é a oportunidade do Sporting para berrar à vontade nos órgãos reguladores do desporto e comunicação social, sem que ninguém lhe saia ao caminho. E vê-se na arbitragem dos jogos da lagartage como a coisa está a dar bons resultados. O resto vai por acréscimo: treinador novo roubado ao rival, adeptos felizes depois de estarem mentalizados para a liquidação do clube, os comentadores lambendo rabos verdinhos em prime-time.

Desenganem-se os que vêm nisto um elogio de BdC. Acho o homem primário e pouco sabedor de bola. O seu estado de graça deve-se ao vazio causado pela ausência de Pinto da Costa. Questão de oportunidade. Há uns 10 anos, o Bruninho teria sido rapidamente calado ao 2º insulto. Mas agora pode lançar os perdigotos que quiser, arriscando sofrer apenas uma laracha pueril na revista Dragões.

Até aqui se vê o forte pendor mercantilista que tomou conta dos destinos do FCP. Só grandes negócios. Zero comunicação, zero gestão técnica, zero gestão desportiva, etc., etc.

Anónimo disse...

ddasse, ao nível que chegou a vossa conversa, cambada de xoninhas
que e feito do animal do azulado, ele decerto terá uma resposta humorísticas filosófica as vossas bojardas, grande animal
sarava, saudações leoninas