terça-feira, 21 de abril de 2015

5 minutos à Jackson no pesadelo de Munique

Não foi pelo Reyes que saímos hoje da Champions, goleados em Munique. Foi por toda uma diferença abismal que existe entre as duas equipas e os dois planteis, uma diferença que nós, e é preciso recordá-lo, soubemos anular brilhantemente no jogo da primeira mão. Não o esqueçamos. Mas ela está lá, a diferença. De ritmo, de andamento, de pressão, de condição física. Obviamente que ter dois centrais a jogar nas laterais não faz muito pelo nosso jogo de pressing constante - aquele que conseguimos fazer no Dragão. E ter um central lento como é Reyes encostado à linha não ajuda nada. Não querendo alinhar pelo comentário fácil a posteriori, sinceramente, não estava à espera de ver o mexicano em jogo hoje, quanto mais a titular. É certo que não eram muitas as alternativas, mas a presença de dois centrais ali, corta automaticamente qualquer veleidade de a equipa se estender para o ataque com rapidez. E, ficando encolhida lá atrás, sem poder sair em tabelas com os laterais, torna-se presa fácil para um tubarão de dentes afiados como foi este Bayern.

9 comentários:

André Pinto disse...

Se é verdade que uma derrota seria expectável e que a diferença é grande entre os dois planteis, nunca esperava encaixar 6 golos.

Andávamos todos especulando sobre se era Ricardo ou R. Neves e saiu Reyes, para enfrentar os lentos extremos do Bayern. Certo...

Assim, depois de um carrossel de emoções, veremos como se recuperam os rapazes para o fim-de-semana. Não está fácil.

Dizer que, no geral, "só" ficámos a 3 golos não será certamente o melhor discurso motivacional, mister...

guardabel disse...

Nem ouvi o discurso do mister, André. Se ele disse isso, foi tão dignificante como ter sido expulso (porquê e para quê?) a 5 minutos do fim.

eumargotdasilva disse...

não ouvi o lopetegui dizer nada disso; ouvi-o dizer que a equipe se ia levantar, e que tínhamos feito uma bonita campanha, e que tínhamos perdido apenas o jogo que mais queríamos vencer,,, (o que, diga.se de passagem, é tão óbvio, como dizer que é sempre no último lugar que procuramos ,que encontramos o que procurávamos...)

quanto ao resto, estas coisas para mim são sempre o mesmo... perdemos e não conseguimos passar. Quero lá saber se foi por 5 ou 6 ou 7...
No ano passado, num jogo muito pior passámos "por" Itália...
- C'est la vie!
We'll be back!

André Pinto disse...

Sim, ele comparou com a prestação do PSG e disse que "só" perdemos por 3 de diferença.

Nestas coisas se vê a qualidade técnica de um treinador. A primeira mão foi brilhante, certo, mas com os seus recursos no máximo e o 11 completo do FCP tem nível europeu. Alem disso, a estrelinha de sorte, própria dos campeões, brilhou do nosso lado. Noite em cheio.

A segunda mão apresentou um dilema técnico e tactico ao nosso treinador. Dilema difícil, mas com um claro fundo relativamente a necessidades. Sem laterais e perante um colosso europeu que joga em posse e constrói entre linhas, Lopetegui tinha de adaptar alguém. Tinha 3 opções:

a) Adaptar dois centrais, o que seria catastrófico (e foi), por aniquilar as nossas possibilidades de sair em posse, abrindo portas ao constante sufoco. Os centrais disponíveis eram do tipo posicional, altos e lentos.

b) Por Maicon na esquerda e Ricardo na direita. Por um lado teria mais garantias defensivas, pelo outro saída e velocidade.

c) Perante adversários superiores e muito rápidos, e na contingência de discutir a eliminatória longe da nossa grande área, podia ter jogado com Ricardo no lado direito e Rúben Neves no esquerdo. Estou plenamente convencido que, pelo menos, o volume do resultado teria sido outro.

Lopetegui escolheu a opção a), ninguém sabe por que razão. A superioridade do Bayern explica a derrota. A inépcia de Lopetegui o encaixe de 6 golos. Houve uma simetria quase perfeita entre as duas mãos, no que diz respeito a nossa prestação. Na primeira, rigor tactico tremendo. Na segunda, caos em campo, desde o minuto zero ate ao fim. A aposta em dois centrais para as faixas aniquilou totalmente a nossa transição e permitiu ao Bayern estar sempre em cima da nossa grande área. O excessivo recuo comprimiu a nossa equipa. A ausência de transições, criou descompensações constantes nas marcações, logo em zonas muito recuadas. Lopetegui criou um desequilíbrio já de si inaceitável em embates de menor exigência, quanto mais contra o Bayern. Foi fatal. Note-se que a rapaziada corria, Quaresma ajudava a defender, mas a equipa estava mal montada e mal posicionada. Nada a fazer. Meia hora de jogo e estava Lopetegui a tirar o pobre Reyes do campo - a sua própria adaptação! Se isto não é reconhecer a própria falência...

Pessoalmente, gosto de olhar as derrotas nos olhos. E na minha opinião, não existe nada de honroso na forma como saímos da Champions. Falhámos e de forma crassa. Dizem-me que nada apaga a primeira mão, o que soa estranho depois de se ter perdido a 2a por 6-1, sobretudo por disparates do treinador. Nada apaga melhor qualquer veleidade de gloria do que uma derrota humilhante. A derrota deve-se ao Bayern e a humilhação a sermos cepos, sobretudo na pessoa do nosso treinador. Pergunto-vos o que ficará para os anais da Champions, na vossa opinião... Obviamente, a forma como o Bayern venceu o Porto por 6-1 (!!!), dando a volta a dois golos de desvantagem.

E se havia momento em que Lopetegui não podia dar-se ao luxo de inventar e arriscar uma hecatombe no Allianz, era exactamente esta semana. No Domingo temos um jogo de alto risco, em que se joga a época. Uma época em que o adversário tem sido sistemática e constantemente beneficiado pela arbitragem, levando uma vantagem pontual absolutamente fictícia. Não quero pensar em qual será o estado anímico dos jogadores depois de ontem... Perder na Luz - nem falo se com vergonha de resultado - dará a necessária justificação moral para se lançar definitivamente um manto de virgem imaculada sobre o provável titulo benfiquista. Lopetegui revela também uma péssima gestão dos momentos desportivos (já se tinha visto com a absurda rotatividade ate novembro).

Assim, e numa penada, por ter adaptado Reyes a lateral direito naquele momento, Lopetegui arrisca-se a detonar toda a época. Belo.

(Eu sei que Jesus vai jogar na retranca, mas se chegamos la ainda abananados com isto, estamos mortos)

André Pinto disse...

reine margot, aconselho-a a dar uma vista de olhos pelos jornais que registaram as declaracoes de Lopetegui, antes de se socorrer do que acha que ouviu.

Nao estou a inventar. Ele disse que perdemos "so" por 3 de diferenca e que o PSG tinha perdido por mais contra o Barcelona.

http://www.publico.pt/desporto/noticia/lopetegui-fizemos-uma-liga-dos-campeoes-espectacular-1693201

“Somos a equipa mais jovem da Champions. Mas perdemos por três golos de diferença contra o Bayern [na eliminatória, que ficou 4-7] e o Paris Saint-Germain perdeu por cinco contra o Barcelona [1-5].”

Dignificante. Levar 6 na pá, para Lopetegui, foi natural.

E, cara reine margot, não é indiferente perder por 2 ou por 6, quando se vai jogar com o Benfica no domingo, no jogo que pode decidir o campeonato e torna-se necessário recuperar uma equipa destroçada por um resultado pesadíssimo, depois de ter sonhado do alto.

Está a entender a coisa? Se calhar para si é indiferente sair da champions com um 6-1 ou um 1-0. Mas para os 11 que la andam dentro a diferença é muito muito grande...

cian disse...

André Pinto, nunca estive tão de acordo contigo, tenho de concordar com tudo o que disseste e mais, foi inconcebível aqueles 20 minutos em que o treinador ficou a ver o Porto a ser massacrado e a única coisa que faz é reconhecer o erro até ao 3 a 0 e tirar o Reyes que nunca deveria ter jogado naquela posição, alguma vez jogou? No jogo mais importante da época Lopetegui faz um erro de amador? então Ricardo ou Ruben Neves não eram bem melhores? e o pato do Fabiano? se em alguns dos golos podemos dizer que foi mérito do Bayern, naquele golo que passa pelo meio das pernas do Fabiano via-se que o homem estava todo borrado de medo, o Porto não é isto, ser portista não é isto, quem tem medo fica em casa, e infelizmente isto também é trabalho do mister de motivar as tropas, de ter um discurso aguerrido nas conferências, saber que esta eliminatória é nossa custe o que custar, infelizmente Lopetegui entrou com pés de cordeiro na segunda mão, talvez por medo dos alemães, talvez por simpatia a Guardiola por estar a ser contestado na Alemanha, não sei, mas quando Guardiola diz o que diz de Jackson e o mister fica-se com um "não, eu nunca faria isso" isso não é ser Porto, ai se Guardiola dizia isso a Mourinho, quantas não levava na conferência, então eles usam sangue de borrego para ficarem com hormonas em alta e nós é que infiltramos o Jackson? e o Porto não diz nada? onde andam os especialistas do Porto? no balneário? dentro da caverna? Até o André Pinto é mais especialista do que qualquer merda que anda a aconselhar Lopetegui a falar nas conferências. Então Guardiola não merecia um "Guardiola deve estar a falar da equipa dele que se infiltram com uma substância à base de sangue de borrego que foi banida no Canadá e América" fodasse custa muito não ser cristão nestas eliminatórias, Pinto da Costa já o disse e parece que os portistas ainda não aprendem "sempre que fomos bons meninos fomos sempre comidos", fomos educados para a merda dos alemães e fomos comidos. Os alemães estavam cheios de medo, eles nem acreditavam num 5 a 0, quanto mais 6, eles só queriam o 2 a 0, incrível como a direcção do Porto não consegue ver isto. Não têm mais nada do que nós, agora vamos para a conferência e parecemos que estamos a pedir esmola, acusam-nos e calamo-nos perante a corrupção do outro lado? depois chegamos ao jogo e a nossa brilhante solução é Reyes?
Uma equipa com medo, nervosa, sem espírito de garra, excepto Jackson. Quaresma a fazer as asneiras de sempre, uma equipa pronta a contestar o árbitro desde o primeiro minuto em vez de correr e andar para a frente, como ou sem faltas, vejam o Deco contra o Benfica na Luz, 50 faltas e o homem ainda corria, mesmo tropeçando não se fazia à falta.

cian disse...

O problema deste jogo não foi físico, foi pricológico, não me venham com outras tretas, o psicológico é bastante importante, e começa com os adeptos, se já não faltava no estádio do Dragão(e fui desde a Irlanda ver o Porto Bayern) apanhar com adeptos silenciosos que não cantam, que ficam a olhar(não entendo como pagam bilhete para isso), ou apanhar com adeptos merdosos e medrosos que após o 2-0 quando começamos à defesa diziam nas minhas costas"a jogar assim já perdemos", ou com o 3-1 "eles ganham lá 3-1 e já fomos" enfim, não entendo como existem este tipo de portistas, são capazes de ficar um jogo sem cantar, sem gritar e apenas a falar mal da equipa e do treinador o jogo todo, e depois? depois vão ao aeroporto feito palermas da segunda circular a festejar derrotas, nós não somos assim e não vamos ser assim, e festejar derrotas só trás mais derrotas e isso vai se ver no domingo. Aconteceu com o Benfica, com o Sporting, com o Borússia, quando a massa acéfala carneira dos adeptos de um clube se põem com sonhos húmidos e elogios de amor para uma equipa, mesmo quando perdem da maneira como foi, isso só trás piores notícias. não é que diga que para isso não valia pena o Porto ter ido a Munique jogar, o que digo é que mais valia os adeptos do Porto terem ficado em casa do que ir ao aeroporto fazer figuras tristes como outros fazem, quando se premeia a mediocridade só maus resultados virão, sejam racionais, assumamos os nossos erros, deixem-se de merdas.
E falo com direito próprio, já comprei 2 camisolas este ano, já comprei cachecóis, comprei o bilhete no Dragão e a viagem para Portugal, já gastei, sem a viagem, mais de 300 euros no Porto este ano, tenho direito de dizer aquilo que quero da equipa, dos jogadores, e da merda dos adeptos do garrafão do FCP, que cada vez mais se assemelham ao Benfiquismo e Sportinguismo do nosso clube.
Além disso, só apologista que devemos respeitar os treinadores até ao fim da época, ver os resultados e depois só julgar no fim, pois sofri contra o Benfica em casa, sofri contra o Sporting na Taça de Portugal, sofri nos jogos da Madeira, e sempre defendi Lopetegui, agora não, chega para mim, de Espanha nem bom vento nem bom casamento, depois do Bayern e da palhaçada que foi, ainda que tenhamos marcado lá, o que nenhuma equipa consegui este ano, e depois de termos perdido por 7-4 no conjunto, quando o Bayern o ano passado perdeu 5-0 contra o Real, e o Barcelona há dois anos 7-0 contra o Bayern, para mim chega, o Lopetegui pode ganhar o campeonato(que não acredito, não só por Lopetegui, o ânimo da equipa, mas pelas arbitragens do colinho do Benfica), mas não quero saber de futebol até ao ano que vem, também não concordei com a venda de Danilo antes do fim da época, enfim, muitos erros para perdoar uma boa época na Champions acabando em desastre.
Nem o campeonato salva Lopetegui, mas como todos sabemos Pinto da Costa vai defendê-lo para o ano, e pode ser que com alguns reforços de luxo possamos fazer como o Bayern e o Barcelona que há 2 anos e o ano passado sairam com goleadas da Champions, piores do que nós, e este ano são as melhores equipas do mundo.

André Pinto disse...

Cian, concordo especialmente com a parte da malta que vai ao aeroporto consolar a equipa depois de levar 6-1. Não digo serem violentos, ou irem tirar sarro, mas simplesmente estarem tristes e absterem-se. Uma reserva de vergonha precisa-se.

Vitórias morais e esse tipo de figurinhas são sinal de decadência - filmes que nos habituámos a ver noutro clube.

Netshark disse...

Lopetegui devia ter apostado numa atitude mais defensiva com contra ataque, houvesse defesas disponíveis.
Pois fácil é dizer e treinadores de bancada todos somos. O Porto não tinha nem tem um Barcelona no banco, nem um Real Madrid nas bancadas vip, para servir de bombeiro em jogos difíceis como este. Estava tudo contra nós e não tínhamos o celta de Vigo pela frente. E isso os abutres de serviço com Alzheimer gostam de esquecer convenientemente.
Com tudo contra foi um resultado europeu que para os nossos rivais directos é normal e estão muito habituados.
Nós é que estamos habituados a coisas bem melhores.