terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O espetáculo segue dentro de momentos?

Há qualquer coisa de sobrenatural que nos faz sofrer com Vítor Pereira. Quando aparentemente as coisas estão bem, tungas, lá vem uma desilusão. Quando fazemos duas exibições de categoria, empatamos em seguida em casa com uma equipa mediano-sofrível. Quando o rival perde finalmente pontos, nós não aproveitamos e seguimos o exemplo. A sensação que fica, desta vez, é que o treinador não tem culpa do sucedido. Com lesões e jogadores nas seleções, ficamos com um plantel curto, com soluções no banco que "deus me livre".
Sebá é apenas um exemplo. Continuo a achar um mistério a ascensão deste jogador. Cinco milhões? Isso não é ofensivo, é pornográfico. Características parecidas com Hulk? Sinto-me insultado. Não percebo a quem interessa a promoção deste jogador - ou se calhar até percebo - quando para trás fica um Kelvin, que, apesar da falta de consistência, já deu provas de ser melhor e de merecer a chamada.
PS1 - Os adeptos do Braga que fizeram aquilo àquelas famílias que foram de Paços de Ferreira ver o seu cluibe jogar não mereciam aquele 2-3. Mereciam um valente 0-5 e a proibição de voltar a entrar num campo de futebol. Grunhos primários, em qualquer estádio, em qualquer clube.
PS2 - O jornal A Bola faz o seu trabalhinho de sapa ao chamar para a manchete de hoje a alegada frase que Pedro Proença dirigiu a Cardozo: "Isto vai sair-te caro", caracterizando esta resposta como sendo "a quente", por parte do melhor árbitro português da atualidade. Eu acho que essa cambada comandada por Vítor Serpa se enganou duas vezes. Em primeiro lugar, Proença não disse nada de mais que merecesse tanto destaque. Na verdade, o que o paraguaio fez vai sair-lhe caro se o regulamento for aplicado. Puxar a camisola a um árbitro é muito grave. Com o currículo que Cardozo já tem em Portugal, não admira que a coisa chegue aos já propalados quatro jogos, no mínimo. Em segundo lugar, Proença não reagiu a quente, porque, primeiro, repito, a frase não tem nada de especial, segundo, se tivesse reagido a quente, tinha pregado dois bufardos no focinho do Tacuara que era para ele aprender a comer e calar. Isso sim, teria sido a quente, e, obviamente, motivo de merecido destaque, com edição especial a cores, do pasquim em causa. [Não tem que ver com este tema, mas vale a pena ler a carta aberta a Vítor Serpa, redigida e publicada pelo ℙΣ₦₮∀ ➀➈➆➄℠ do Tomo II]

9 comentários:

Luis Cunha disse...

Não podia estar mais de acordo com os PS1 e 2. Quanto ao nosso treinador, também me parece óbvio que maior parte da culpa tem que ser atribuída à falta de soluções existentes no banco. Já quanto à comparação entre o Kelvin e o Sebá acho que nenhum dos dois tem categoria para integrar o plantel do FCP, são os dois maus de mais e parece-me injusto destacar qualquer um dos dois face a tanta falta de qualidade.

Cumprimentos.

Pentadragão disse...

Só fico estupefacto como é que se manda embora o Miguel Lopes e se fica com um Danilo (18 milhões!!!) que não vale a ponta do chavelho.
O jogo dele contra o Olhanense foi de uma mediocridade sem paralelo. Nem na 3ª divisão.

Já agora, aquele Tozé merecia não meter os cascos na equipa principal nos próximos tempos.

Penta disse...

@ guardabel

obrigado!
(mesmo!)

abr@ço
Miguel | Tomo II

cian disse...

Sinceramente não concordo com a análise a Sebá, acho que é um bom jogador, agora o Tozé é que desiludiu, mas continuo a achar que cota parte é do Vitor Pereira, a assistir tudo impávido e sereno desde o golo do Olhanense.

André Pinto disse...

Cian, voltamos a estar em desacordo, mas desta vez sou eu quem suaviza as críticas a Vítor Pereira. O homem não tinha opções no banco para alterar nada no jogo. O FCP, com um lote inferiorizado, ainda assim conseguiu criar oportunidades mais do que suficientes para ganhar o jogo. Infelizmente, os avançados foram perdulários. Doi muito empatar numa luta tão próxima com o Benfica, no momento em que foi e contra a Olhanense. Também estou de acordo com quem diz que o FCP tem de ganhar SEMPRE um jogo em casa com a Olhanense, nas circunstâncias que sabemos. Mas parece-me que se formou uma espécie de tempestade perfeita, conjungando lesões e prestações remotas em seleções, para que o FCP jogasse com fraca equipa. Quando um Tó Zé tem a possibilidade de pisar o sagrado manto verde do Dragão, algo está fermentando no reino da Dinamarca...

Se a listagem do onze em campo não for prova suficiente disso, essa falta de alternativas também está patente no discurso titubeante e ruminante de Vítor Pereira após a partida. Note-se: não podia dizer que o onze disponível era uma merda, mas também não podia explicar o resultado sem invocar problemas no plantel disponível. Então, pés pelas mãos.

O problema de Danilo é claríssimo: inadaptação enrustida, crónica. Não tenho dúvidas de que é um craque, mas não consegue de caras integrar-se num esquema táctico europeu, nem nos rítmos do movimento colectivo de uma equipa europeia. Às vezes parece que o tipo chegou ao Sá Carneiro no dia anterior, de tal forma é desconexa e, consequentemente, individualista a sua postura no seio da equipa. Os 18 milhões, ou lá o que é, doem. Mas é sempre um risco que se corre, muito difícil de avaliar com antecedência, este de um jogador sulamericano não se integrar, não obstante as excelentes características técnicas. Mas também não está assim há tanto tempo por cá e todos nos lembramos das primeiras épocas de Pepe e Bruno Alves, que nem são sulamericanos...

Antonio Silva disse...

André, Pepe é sul americano, desculpa. Nenhum português se chama Képler Laveran.

Ribeiro DeepBlue disse...

André,

o Pepe não é sulamericano?

Sério?

:-)

André Pinto disse...

O que eu queria dizer é que não veio para o FCP de um clube sul americano. Que é o que interessa para a questão. Por muitos paralelos que possais fazer entre Cuba e a Madeira.

ALBINO disse...

Se me é permitido, direi que o empate com o Olhanense foi um daqueles acidentes que, de quando em vez, acontecem no futebol. Ainda há pouco vi o magistral Barcelona passar por uma situação pior (perdeu mesmo). Quanto ao castigo do Cardozo, com ameaça/aviso do Proença ou não: muito se engana quem cuida. Então não sabem que só cá pelo norte é que há indisciplinados e grosseiros?