segunda-feira, 30 de junho de 2014

Do mundial (VII)

1. Acabei de ver a Costa Rica passar aos quartos e pela primeira vez nutri uma certa simpatia pela Grécia. Esta seleção de Fernando Santos não é apenas sangue, suor e lágrimas. Tem ali muito talento escondido. E por ventura se pudesse voltar ao onze da fase de grupos, escolheria o defesa-esquerdo Cholebas, uma jogador de grande qualidade. E depois há o extremo-direito Christodoulopoulos. E o velhinho Karagounis, talvez o jogador grego mais decisivo dos últimos dez anos. O jogo acabou por ter apenas um sentido depois da expulsão do defesa da Costa Rica e foi curioso ver uma Grécia a ter de pegar no jogo e fazer-se à vida. E fê-lo bastante bem, sufocando os costa-riquenhos, cujo guarda-redes é, na realidade, um dos melhores deste torneio. Se já não for do FC Porto, a partir de hoje não será, digo eu.

2. À tarde, foi a Holanda quem passou frente a um México que não soube gerir a condição física dos seus jogadores, o que não deixa de ser irónico tendo em conta tudo o que se tem dito sobre as condições atmosféricas neste mundial e da forma como prejudicam as seleções europeias, supostamente menos bem preparadas. Quando se exigia, por exemplo, que Herrera fosse substituido - estava esgotado - o treinador mexicano preferiu mantê-lo em campo e oferecer o domínio de jogo ao rolo compressor holandês, comandado por esse rapaz intratável de nome Arjen Robben. Por acaso, acho que sacou bem aquele penalti e o Proença foi no filme, mas já era da mais elementar justiça a qualificação da laranja.

3. Ontem, Brasil e Chile foram até às grandes penalidades, e, mais uma vez, na minha opinião, passou a melhor equipa, com os melhores e mais bem preparados jogadores. Acho que este Brasil está a subir de produção gradualmente a apresenta uma intensidade de jogo pouco habitual para uma equipa sul-americana. A rotação é muito alta. o que não é de estranhar tendo em conta que quase todos os seus jogadores estão habituados ao ritmo europeu. O Chile foi até onde conseguiu ir e a barra de Júlio César deixou.

4. E finalmente a Colômbia, que é um prazer ver jogar e se vai assumindo como uma das candidatas ao título mundial. E nunca um jogo do mundial disse tanto aos adeptos portugueses como este Colômbia-Uruguai: acho que eram oito os jogadores que passaram ou ainda jogam em Portugal. James é o homem do mundial, para já, e enche-me de satisfação saber que já vestiu de azul e branco. Agora, o que eu gostaria mesmo era de ver o Jackson a ser o melhor marcador do Mundial e o Quintero a afirmar-se como alternativa muito séria ao próprio James. Esses sim, são jogadores do FC Porto!

3 comentários:

eumargotdasilva disse...

Finalmente alguém da blueguesfera a falar do engenheiro do penta... e da seleção da Grécia... Muito preconceito existe. ...

Triste foi o afastamento do México; mas concordo que se puseram a jeito...
O problema da Colômbia é ter de enfrentar o Brasil agora... Os Uruguaios tem raça, sabem de bola, mas são muito caceteiros e fiteiros - como nós, eram uma equipa envelhecida, e não era de todo "justo" que tivessem continuado em prova.

André Pinto disse...

A Colômbia é a maravilha deste mundial, a selecção que tem aquele imponderável e desprezo nobre pela estratégia, transpirando toda ela talento. Por isso mesmo está fadada para ser sacrificada no altar da estética, não no da glória desportiva.

Ontem, enquanto as minhas paredes ressonavam, Vítor Pereira comentava o Alemanha-Argélia. O outro fulano enrabava em bombada constante o nome de todos os jogadores teutónicos, com destaque para um tal Churrel. Dei por mim a pensar no possível tom das palestras de Vítor Pereira antes dos jogos. Está explicado o futebol soporífero do seu FCP...

Netshark disse...

Ultimamente, gostava de saber porque é que os Jogadores e ex-jogadores do Porto só jogam para o mundial (literalmente), quando não estão no Porto?
Espero que voltem para o FCP a este nivel, mas tenho as minhas duvidas.