O Pobo do Norte já não mora aqui: está em https://pobodonorte.wordpress.com.
Brevemente, a URL www.pobodonorte.com passará a remeter também para o Wordpress.
Obrigado pela vossa preferência.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Mudar
Este blog tem vivido do entusiasmo: o nosso, o vosso, mas sobretudo do entusiasmo e da paixão partilhados pelo clube. Porém, como em todas as relações na vida, é necessário reciprocidade. E quem manda no nosso clube, quem toma as decisões dentro e fora do campo, fez pouco ou nada para manter essa chama viva. Ou fez o inverso do que as circunstâncias exigiam. E exigem.
Ao longo dos últimos tempos e, especialmente, ao longo das últimas 3 épocas, o ritmo das publicações foi diminuindo, em claro paralelo com a falta de chama, qualidade, entrega e, fatalmente, resultados desportivos do nosso Porto. Tal como as assistências no estádio, porque muito mais do que as vitórias, o que guia um adepto, o que o motiva a sair do sofá para ir apanhar frio ao estádio numa qualquer noite de outono ou inverno, é a certeza de lutar por algo, de não quebrar.
Connosco tem-se passado o mesmo - não foram todos os compromissos pessoais ou o desgaste do tempo que nos fizeram deixar de escrever com a mesma assiduidade. Foi o desgaste de dizer as mesmas coisas sobre os mesmos erros, sobre as mesmas negociatas, sobre os mesmos protagonistas, sobre aquilo que inevitavelmente só poderia ter o mesmo resultado - o empobrecimento desportivo, financeiro e institucional do clube.
Ao mesmo tempo, mais a sul, levado ou não pela mão invisível da arbitragem, o nosso maior rival transformou-se naquilo que fomos durante 2 décadas: um clube que ganha consistentemente, que valoriza jogadores, que mobiliza os seus adeptos, que se consolida porque soube mudar (tenha ou não sido obrigado a isso por condições externas), porque passou a ter equipas guerreiras, jogadores da casa e outros que da casa se tornaram.
No FCP aconteceu tudo ao contrário. A clique que tem o poder aburguesou-se ainda mais, as apostas em treinadores e jogadores foram sendo falhadas, o clube tornou-se um entreposto de futebolistas onde os atletas formados nas camadas jovens poucas ou nenhumas oportunidades tiveram de mostrar o seu valor. Sobrou muito pouco do que fomos e aqueles que têm qualidade para jogar com esta camisola nunca ficaram por cá mais do que um ano ou dois.
O resultado são três anos de profunda depressão. Um recuo considerável no estatuto do clube. A perda de uma grandeza que custou décadas a conquistar. O que me leva a crer que as pessoas que nos trouxeram até aqui, que conduziram o clube ao reiterado sucesso, são as mesmas que o arrastaram para este estado lastimoso, e que muito dificilmente serão capazes de inverter o rumo. Necessitamos de mudanças no clube, de mais realismo, de mais honestidade, de mais transparência. E de deixarmos de acreditar que todos os sucessos são atribuíveis ao Presidente mas que tudo o que é mau lhe é alheio. PdC é tão virtuoso quanto culpado. E, presentemente, o seu maior defeito é não saber que existe um momento para dar lugar a outros, que ninguém é eterno e que as mesmas fórmulas não produzirão forçosamente bons resultados num tempo diferente, num contexto mais complexo.
Pela nossa parte, pretendemos mudar também. Vamos mudar-nos para o Wordpress, retomar a publicação regular de noticias, comentários, análises ou simples graçolas sobre a vida clubista e sobre o nosso Porto. Este é o último texto que será escrito nesta terceira iteração do Pobo do Norte. infelizmente, a segunda já não está acessível. Mas tudo o que foi publicado aqui poderá futuramente ser consultado em pobodonorte.wordpress.com e, assim que concluirmos a transição, em pobodonorte.com.
Renovamos a paixão porque acreditamos que o clube é muito mais do que algumas pessoas que passam por ele, sejam elas jogadores ou dirigentes. Renovamos o Pobo do Norte porque um adepto só mostra efetivamente que é um adepto quando apesar de todas as desilusões, de todas as vezes que a bola não entra, que o golo nos escapa, que o tempo de recuperar se esgota, que o fantasma das derrotas surge, é capaz de estar lá, de gritar, de puxar pela equipa e de, contra todas as probabilidades, acreditar. O Pobo do Norte é o nosso pequeno contributo para essa fé.
Ao longo dos últimos tempos e, especialmente, ao longo das últimas 3 épocas, o ritmo das publicações foi diminuindo, em claro paralelo com a falta de chama, qualidade, entrega e, fatalmente, resultados desportivos do nosso Porto. Tal como as assistências no estádio, porque muito mais do que as vitórias, o que guia um adepto, o que o motiva a sair do sofá para ir apanhar frio ao estádio numa qualquer noite de outono ou inverno, é a certeza de lutar por algo, de não quebrar.
Connosco tem-se passado o mesmo - não foram todos os compromissos pessoais ou o desgaste do tempo que nos fizeram deixar de escrever com a mesma assiduidade. Foi o desgaste de dizer as mesmas coisas sobre os mesmos erros, sobre as mesmas negociatas, sobre os mesmos protagonistas, sobre aquilo que inevitavelmente só poderia ter o mesmo resultado - o empobrecimento desportivo, financeiro e institucional do clube.
Ao mesmo tempo, mais a sul, levado ou não pela mão invisível da arbitragem, o nosso maior rival transformou-se naquilo que fomos durante 2 décadas: um clube que ganha consistentemente, que valoriza jogadores, que mobiliza os seus adeptos, que se consolida porque soube mudar (tenha ou não sido obrigado a isso por condições externas), porque passou a ter equipas guerreiras, jogadores da casa e outros que da casa se tornaram.
No FCP aconteceu tudo ao contrário. A clique que tem o poder aburguesou-se ainda mais, as apostas em treinadores e jogadores foram sendo falhadas, o clube tornou-se um entreposto de futebolistas onde os atletas formados nas camadas jovens poucas ou nenhumas oportunidades tiveram de mostrar o seu valor. Sobrou muito pouco do que fomos e aqueles que têm qualidade para jogar com esta camisola nunca ficaram por cá mais do que um ano ou dois.
O resultado são três anos de profunda depressão. Um recuo considerável no estatuto do clube. A perda de uma grandeza que custou décadas a conquistar. O que me leva a crer que as pessoas que nos trouxeram até aqui, que conduziram o clube ao reiterado sucesso, são as mesmas que o arrastaram para este estado lastimoso, e que muito dificilmente serão capazes de inverter o rumo. Necessitamos de mudanças no clube, de mais realismo, de mais honestidade, de mais transparência. E de deixarmos de acreditar que todos os sucessos são atribuíveis ao Presidente mas que tudo o que é mau lhe é alheio. PdC é tão virtuoso quanto culpado. E, presentemente, o seu maior defeito é não saber que existe um momento para dar lugar a outros, que ninguém é eterno e que as mesmas fórmulas não produzirão forçosamente bons resultados num tempo diferente, num contexto mais complexo.
Pela nossa parte, pretendemos mudar também. Vamos mudar-nos para o Wordpress, retomar a publicação regular de noticias, comentários, análises ou simples graçolas sobre a vida clubista e sobre o nosso Porto. Este é o último texto que será escrito nesta terceira iteração do Pobo do Norte. infelizmente, a segunda já não está acessível. Mas tudo o que foi publicado aqui poderá futuramente ser consultado em pobodonorte.wordpress.com e, assim que concluirmos a transição, em pobodonorte.com.
Renovamos a paixão porque acreditamos que o clube é muito mais do que algumas pessoas que passam por ele, sejam elas jogadores ou dirigentes. Renovamos o Pobo do Norte porque um adepto só mostra efetivamente que é um adepto quando apesar de todas as desilusões, de todas as vezes que a bola não entra, que o golo nos escapa, que o tempo de recuperar se esgota, que o fantasma das derrotas surge, é capaz de estar lá, de gritar, de puxar pela equipa e de, contra todas as probabilidades, acreditar. O Pobo do Norte é o nosso pequeno contributo para essa fé.
domingo, 13 de março de 2016
Sofre sofre, Dragão, sofre
Sofrer com o União da Maderia e acabar o jogo a chutar bolas para a frente sem critério é mesmo um sinal dos tempos. Depois de uma primeira parte assim-assim e de uma entrada na segunda metade com um golaço do melhor em campo, nada faria prever a derrocada que aconteceu. Ou melhor, as autoestradas sem portagem de que os avançados do União fizeram excelente proveito. Felizmente que o único lance que correu bem a Corona em todo o jogo foi precisamente o do golo da vitória. Este mexicano que causou tanto entusiasmo nos primeiros tempos em que chegou é hoje uma espécie de jogador de futsal a tentar adaptar-se ao futebol de 11. Chega a ser exasperante.
Já falei do melhor em campo? É que não é só criticar. Hector Herrera foi sempre o mais esclarecido e aquele que teve mais arte para levar a equipa para a frente. Mas tentar extrair mais "coisas bonitas" (como diria Artur Jorge) deste jogo com o União é um exercício complicado.
PS - Ir ao estádio em noite gelada e ver a equipa a jogar pouco já é sofrimento que chegue. Agora, ter de levar, ainda por cima, com o som da aparelhagem no volume máximo é tortura. Querem espantar os poucos adeptos que lá vão de vez?
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Desligados da Europa
O texto de há uma semana, na sequência do jogo na Alemanha, podia servir para hoje. O Dortmund veio cá fazer um bom treino, levou uma vitória e afundou, ainda mais, uma ideia - que já existiu - de Porto europeu.
Peseiro pode enviar as mensagens que quiser para o balneário, pode falar em crença na passagem, pode elogiar a "tremenda reação" da equipa após o golo (já agora, eu, se lá estivesse, também teria uma tremenda reação, correria que nem um louco, sairia ao fim de 15 minutos para o hospital, mas garanto que seria uma "tremenda reação"), pode invocar um golo em fora-de-jogo, mas não nos pode tirar a ideia da cabeça de que poupou jogadores para o campeonato e abdicou completamente da Liga Europa. Tal como Jesus. A diferença é que o treinador do Sporting di-lo à vontade, protegido pelo bicampeonato que conquistou com os coisinhos e pela liderança atual na Liga. Peseiro não o pode dizer. Mas, digamos que o onze escolhido para iniciar o jogo o denunciou: entrar com extremos como Varela e Marega diz quase tudo. Depois, começar a segunda parte sem qualquer alteração, com a equipa a perder, também não ajuda à "crença" de que queríamos mesmo virar a eliminatória.
PS - O tom divertido e bem disposto com que os jornalistas e o comentador da SIC nos brindaram ao longo da transmissão, dando a derrota como facto adquirido aos 72 minutos ou fazendo comentários jocosos sobre os nossos jogadores (Maxi e Brahimi, por exemplo) é um sinal bem claro do respeito que já nos perderam.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Saudades do Porto europeu
Esta foi uma das piores exibições na Europa de que me lembro e o mais dramático disto tudo é que começa a ser recorrente. Nunca pertencemos, no passado, à elite europeia, onde figuram os Barcelonas, os Bayerns ou os Uniteds, mas sempre fomos vistos como aquela equipa portuguesa muito perigosa, aquele outsider com quem é preciso ter muito cuidado e com quem não se pode dar baldas. Agora olham para nós como um oportunidade para treinar. Eu sei que esta frase pode ser chocante, mas foi a sensação com que fiquei hoje, ao ver o Dortmund a ganhar nas calmas, sem acelerar muito, consciente de que os golos surgiriam com naturalidade. Até porque no próximo fim de semana vão jogar com o Bayer Leverkusen. Eu não estou a dizer que nos falta atitude ou suor. Mas é doloroso ver que num 11 do meu clube, contra o segundo classificado da Bundesliga, estão agora jogadores como Varela, Sérgio Oliveira ou Marega. Peseiro podia ter feito melhor? Se calhar, sim. Todos temos uma costela de treinador. A mim custa-me ver André André começar no banco. Custa-me a ver Suk entrar a 5 minutos do fim. Mas o treinador apanha este comboio em andamento e tem de jogar com as peças que lhe colocam à disposição. Quem tem toda a responsabilidade na construção deste plantel é quem manda. E quem manda não está a trabalhar bem.
É impossível virar um 0-2 em casa? Não, mas, convenhamos, face ao que se viu hoje, só muito dificilmente os alemães não marcam no Dragão.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
Olhó bloqueio fresquinho!
Ora sai mais um bloqueio fresquinho. Nacional-Sporting. 3 minutos, canto para os de Alvalade. Mas há um jogador do Sporting de costas para a bola. Sim, de costas para a bola, como se não estivesse interessado no pontapé de canto. É o Bryan Ruiz. Deve estar a galar uma madeirense jeitosa na bancada. Ou então prepara-se para impedir que alguém acompanhe o Slimani, que já foge ao encontro da bola. Golo. 0-1, Sporting. Começa bem, assim.
E o inferno gelou
"Se o empate era injusto, a derrota foi muito mais."
Rui Vitória não percebeu que num jogo de futebol há 22 jogadores, vinte pelo campo fora e dois guarda-redes. Não percebe que o seu clube não jogou sozinho e que, do outro lado, houve outra grande equipa, com um grande guarda-redes que está lá para evitar golos. Foi o que ele fez. Do outro lado esteve outro guarda-redes que não evitou dois golos. Simples! Por isso esta a vitória é justíssima. Porque eu não me esqueço do que disseram quando os coisinhos do tempo de Jorge Jesus vieram ao Dragão ganhar, com golos de lançamento lateral ou às três tabelas. Falou-se em vitória da abnegação, da ratice e do realismo. Jesus foi levado em ombros. Hoje, perante uma vitória sem espinhas do FC Porto, a azia fala mais alto: foi a infelicidade da equipa que falhou muitos golos, foi a nossa sorte de ver os outros falhar golos em catadupa. Parece que isto é novo, mas não é. Já tem barbas. Mas é preciso pisar e repisar.
A nossa vitória assentou em três pilares: Casillas, Danilo e Herrera. Depois, dois laterais - Maxi e Layun - sempre em alta rotação e a olhar o adversário nos olhos com aquela atitude à Porto de que já tínhamos muitas saudades. Houve erros de posicionamento na defesa, houve excessos individuais que expuseram a equipa ao perigo. Mas no momento certo, fizemos o que nos competia. Rui Vitória pode tentar desviar as atenções com os pontos recuperados no passado recente (cada um se agarra aos argumentos que mais lhe convêm), mas é incapaz de dizer que Talisca e Salvio, por exemplo, nada trouxeram à equipa.
Uma última palavra para José Peseiro. Não morremos para este campeonato hoje graças a ele e à forma como comandou a equipa. Para além disso, arriscou num miúdo que nunca tinha jogado, e logo na Luz, e ganhou a aposta. São estes pormenores que ficam na história.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Silly-season em janeiro
Depois de Suk, chega José Peseiro. Em seguida sai Tello (já foi tarde...). Com o novo treinador ao leme, e na ressaca de mais uma pobre exibição - salvou-se a vitória, que era, neste momento, o mais importante - chegam José Sá e Marega. Fala-se em mais um ou outro nome. É uma pré-época em janeiro, um começar de novo. Uma silly-season que bem dispensávamos, mas para a qual somos atirados por força de um janeiro doloroso. E tudo isto acontece a um ritmo estranhamente rápido como se o desespero tivesse tomado conta da lucidez. O que podem trazer estes novos jogadores?
As primeiras indicações mostram um Suk com muita vontade e muita entrega, o que já não é mau no contexto atual. Mas chegará? E o que vale este Marega, para além de ser um espécie de sósia de Jimmy Hasselbaink? Capacidade física impressionante, sim, mas haverá ali qualidade e talento? Quanto a José Sá, trata-se, na minha opinião, de um muito bom guarda-redes. Mas para entrar quando? Fazer monte? Só se percebe esta vinda à luz de uma mais que hipotética saída de um dos dois veteranos que tão má conta de si deram nos últimos jogos. E depois há Gudiño, o natural sucessor de qualquer um dos outros dois.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Tenebroso
Faço minhas as palavras do Helton: Peseiro, ajuda-nos. A única coisa boa deste jogo em Famalicão é que saímos da Taça CTT. É menos uma competição para nos distrair do objetivo de sermos campeões, ganharmos e Taça de Portugal e a Liga Europa. Foi um treino razoável para alguns jogadores que estão a mais neste plantel (Varela, Sérgio Oliveira e Imbula, por exemplo) e uma oportunidade para alguns miúdos da equipa B se estrearem. Eu jogava o último jogo com o 11 titular dos Bês porque os rapazes merecem.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Bem-vindo, mister Peseiro
O José Peseiro vai-me desculpar, mas eu, há dias, citei o seu nome numa conversa de café com amigos portistas. E por que razão haveria ele de me desculpar? É que o objetivo dessa conversa era ver quem lançava o nome mais disparatado para treinar a nossa equipa. Houve desde Manuel José a Jaime Pacheco. Eu disse José Peseiro. Gargalhada geral. (Desculpa, Zé Vítor. Posso tratar-te por Zé Vítor?)
Agora que a coisa está a modos que oficial, José Peseiro é o melhor treinador do mundo e terá todo o meu apoio. São quase cinco meses para mostrar que merece continuar, ou seja, conseguir uma espécie de objetivos mínimos: ganhar a Taça de Portugal e, no mínimo, ficar no 2.º lugar e a morder os calcanhares ao primeiro. Este primeiro tem de ser outra equipa que não os coisinhos.
Se José Peseiro conseguir estes mínimos, sim, poderá continuar em 2016/2017. Se ganhar a Taça de Portugal e a Liga, sou gajo para ir a Fátima de carro. Se acrescentar a isto a Liga Europa, até sou gajo para ir ao Estádio do Colombo e tirar uma selfie, com o cachecol azul e branco, a beijar a estátua do Eusébio.
domingo, 17 de janeiro de 2016
Desligar
A derrota de hoje é a derrota de um FC Porto em decadência. Falo de uma estrutura composta por pessoas que já erram mais do que acertam e colocam os seus interesses pessoais ao mesmo nível dos do clube. Já houve um tempo em que se ouvia o Presidente falar dos "interesses do FCP em primeiro lugar e acima de tudo". Hoje, lamentavelmente, já não é assim. Comprar um jogador com o perfil de Osvaldo não lembra ao diabo. Ir buscar um guarda-redes como Casillas quando tínhamos - temos - cá dentro quem faça igual ou melhor é atitude de novo rico que quer impressionar com um carro topo de gama com graves problemas de motor. Olhar hoje para o banco e ter, como primeira opção, um Varela cujo prazo de validade no nosso clube já passou há muito é só um exemplo da falta de capacidade de gestão do plantel que a SAD tem mostrado nos últimos anos. Dar os primeiros minutos na Liga a André Silva contra Sporting e Guimarães, em contexto de desespero, esperando que faça milagres e desperdiçar toda uma primeira volta em quem se podia ir dando minutos ao miúdo para que chegasse a esta altura já com outro calo não é apenas erro de treinador, é erro de toda uma estrutura que não incute no clube a cultura de se apostar nos jovens da equipa B de modo sustentado. O Sporting não tem Williams e Gelsons por acaso. O Benfica não tem Renatos e Gonçalos por acaso.
O jogo de hoje foi o nosso desligar da ficha em relação a esta Liga. A forma como jogamos, sem referência de qualidade na área e com uma defesa que qualquer equipa de segunda apanha põe em sentido, deixa-me muito pessimista para o resto do campeonato.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
O "melhor futebol" empatou com o último
Já me indignei tantas vezes com a pressão badalhoca que a lagartagem faz em casa sobre os árbitros que já lhe perdi a conta. Esta é só mais uma. Naquele lance em que o defesa do Tondela tira a bola com a cabeça, todo o banco se atirou ao árbitro-assistente, inclusive Jesus, que agarrou o fiscal pelo braço. Vergonhoso.
No final, o treinador da chicla tem a lata de vir falar da arbitragem, dizendo, do alto da sua sapiência, que os árbitros não estão habituados ao tipo de abordagem que o Rui Patrício fez, por isso não percebem. Ele é que percebe, ele é que domina esta merda toda.
O presidentinho com voz de bagaço foi posto em sentido por um jornalista. Foi bonito de ver o puto sem saber o que dizer, a contradizer-se e a mentir com os dentes todos. E é tão doentio e desonesto que conseguiu ver no gesto de contentamento e na expressão facial do jogador do Tondela por ter sido assinalado penalti, uma confissão de quem conseguiu algo ilegal.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Recuperar as pernas, depois do Bessa
Seis amarelos e um vermelho. Minha nossa senhora, pelos vistos hoje demos um recital de porrada no Bessa. Os do Boavista tiveram direito apenas a um amarelo, coitadinhos, que não tiveram culpa de encontrar pela frente uma equipa de caceteiros como a nossa, que esteve naquele batatal que nem peixe na água. Por acaso achei estranha a forma como o terreno evoluiu de um tapete impecável e resistente à chuva no domingo para um estado lastimável como o de hoje. Mas como só lá fomos para dar bordoada, não tivemos grandes problemas com o estado do relvado. O Boavista, sim, com jogadores de fino recorte técnico como o Uchebo ou o Idris, foi muito prejudicado pelo batatal. Como o crime compensa, lá seguimos em frente na Taça rumo à vitória final. Obrigado ao Hélton por ter guardado aquela emoção toda para último quatro de hora.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Recuperar a confiança no Bessa
Não percebo toda a euforia que vai por aí pelo resultado de hoje no Bessa. Apenas fizemos o que nos era exigido contra uma das piores equipas do campeonato. Não foi bom termos goleado? Claro que foi, mas a convalescença das dores do passado recente deve ser feita com calma e os pés bem assentes na terra. Por exemplo, aqueles "olés" na segunda parte foram tão ridículos quanto desnecessários.
No jogo jogado, destaco as exibições do tridente do nosso meio-campo, muito mais dinâmico e a fazer chegar a bola lá à frente com qualidade. Os falhanços na cara do guarda-redes é que foram os mesmos da era Lopetegui...
Na quarta-feira voltamos ao Bessa para a Taça de Portugal. Espero duas coisas para esse jogo: a mesma atitude por parte dos nossos jogadores e um árbitro que saiba interpretar muito melhor os lances para falta do que o de hoje.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
E nós a definhar
Sim, Lopetegui, tu tens força para continuar. Nós é que estamos a perder as forças. Nós é que estamos a definhar, porque já não acreditamos na tua equipa. Hoje estiveram 19,000 e picos no Dragão, mas, a continuarmos assim, vais acabar o campeonato a jogar para um Dragão vazio. Agradeces aos adeptos, que estiveram fantásticos. Um privilegiado, tu, que foste capaz de nos oferecer um excelente soporífero futebolístico em troca de um silêncio de morte que apenas caiu nos últimos cinco minutos. Realmente, podes bem sentir-te grato àqueles que hoje foram ao Dragão.
sábado, 2 de janeiro de 2016
Ainda na luta, mas por quanto tempo?
Começando por fazer um comentário sobre o resultado do jogo, diria que o Sporting mereceu ganhá-lo. Quando teve oportunidades, marcou-as. Nós, quando as tivemos, desperdiçámo-las. Esta foi a diferença que marcou o desequilíbrio na primeira parte. O Sporting, durante os primeiros 45 minutos não nos foi superior, não criou mais oportunidades do que nós, não jogou mais do que nós. Mas quando surgiu a oportunidade, Slimani, sozinho na área, meteu a bola lá dentro. Aqui nunca saberemos onde acaba o mérito do avançado e começa o demérito da defesa, ainda que eu ache que seria teoricamente impossível deixar o líder dos melhores marcadores cabecear à vontade na área. Seria. Mas aconteceu. Jesus diz que "foi determinante a equipa que marcou primeiro" e não podemos deixar de concordar. Nós falhámos: Corona no início do jogo, por uma vez, Aboubakar, por duas vezes, ambas com grande mérito de Rui Patrício.
Na segunda parte, sabendo nós - e Jesus também - das dificuldades da equipa de Lopetegui em reagir às adversidades, voltámos a ver um FC porto previsível, demasiadamente dependente de dois extremos (cada vez mais cansados) e sem uma referência de qualidade na área. A segunda parte foi o exercício normal do contra-ataque de uma equipa compacta e munida de jogadores rápidos para o efeito e a gritante incapacidade de outra equipa em fazer o que se exige a um campeão. Resultado justo, portanto.
Disse, na altura do empate em Moreira de Cónegos, que estava farto de Lopetegui, e mantenho a ideia de que no fim da época deve ir embora, mas admiro a forma como o espanhol enfrenta uma comunicação social sempre preparada para atirar a matar, uma comunicação social voraz na sua vontade de o espezinhar e, por extensão, fazer o mesmo ao nosso clube.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
O travo azedo deste final de 2015
Terminar o ano com uma motivadora derrota em casa com o Marítimo, em vésperas de visita a Alvalade, não podia ser melhor. Em princípio, ser eliminado da Taça da Liga - como será o mais certo - não deveria constituir motivo de preocupação para nós, adeptos, que sempre ouvimos os nossos dirigentes, com Pinto da Costa à cabeça, desvalorizar a competição, até fazer chacota da mesma. Portanto, não deveríamos exigir a Lopetegui aquilo que a SAD não exigiu aos treinadores anteriores, não é verdade?
O problema é que a conjuntura é totalmente diferente: não ganhamos nada há dois anos, a equipa é muito irregular nas exibições e no grau de empenho que coloca em cada partida, as opções do treinador são muito discutíveis e, apesar de irmos em primeiro no campeonato, qualquer contrariedade faz transbordar o copo da paciência dos adeptos. A imprensa vermelhusca faz o seu trabalhinho: aproveita e saca dos títulos tipo "humilhação no Dragão". O que nos resta agora? Ganhar em Alvalade, porque uma derrota fará precipitar tudo.
Da minha parte, encerro aqui mais um ano de publicações. Desejo a todos os leitores do Pobo do Norte um ótimo 2016, cheio de saúde e bom humor. Vêmo-nos por aqui.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Em primeiro e até ao fim, por favor
Tentar evitar o aumento da vantagem pontual do Sporting até ao jogo de Alvalade era o objetivo que eu, enquanto adepto, exigia à equipa do FC Porto. Conseguir anular essa vantagem, mercê de um hipotético empate leonino, não era impossível, mas era pouco provável. Chegar a Alvalade em primeiro lugar da Liga era de todo impensável. Mas aí estamos nós, gozando esta suprema ironia do destino: a equipa porventura mais criticada pelos respetivos adeptos (eu, incluído), o treinador mais gozado pelos adeptos adversários, o clube mais menosprezado por uma certa imprensa lisboeta (mais interessada em propagandear os diamantes do Seixal) - estão em primeiro lugar do campeonato.
O jornal A Bola vai ter dificuldades em encontrar uma manchete para amanhã: se o critério puramente jornalístico manda que se destaque o novo líder do campeonato, ainda para mais, num momento simbólico como é a mudança de ano civil, há razões do coração que, por certo, mandarão dar todo o destaque aos coisinhos, que ganharam ao Rio Ave e encurtaram a desvantagem para o primeiro lugar (seja ele ocupado por quem for). Estou mesmo a ver: "Benfica na luta" ou "A fé das águias" a letras garrafais com uma imagem de Jonas. Num cantinho mínimo, uma imagem de Lopetegui e o título "Porto líder, mas assobios continuam".
Houve, de facto, assobios no Dragão. Mas eles foram minuciosamente orientados para a não entrada de André Silva, o miúdo que o Dragão queria ver jogar. Aqui tenho de estar com o treinador e pensar num jogador como Bueno, que até terá mais razões de queixa do que o próprio André (para todos os efeitos, até agora, é jogador da equipa B), e que tem tido um comportamento irrepreensível nesta época em que já poderia ter sido muito mais vezes opção do que foi. Sabemos que os assobios não eram para ele, mas, caramba, não será a melhor das motivações entrar num jogo e ver que os adeptos queriam que entrasse outro.
Eu quero Lopetegui fora do Dragão em 2016/2017, mas jamais assobiarei alguém do clube no meu próprio estádio. Os adversários já perceberam que é fácil criar instabilidade em nossa casa (ouça-se as declarações do treinador da Académica) e tentam aproveitar isso. Sejamos, por isso, inteligentes e, agora que estamos em primeiro, evitar dar tiros nos pés. A começar pelas bancadas.
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Imbula
Passando por cima das declarações do pai de Imbula, (e viva a tradição que vem de longe com pais-empresários que tantas alegrias nos tem trazido...) de que os jornais online fazem eco, interessou-me, no trabalho do France Football, o que disse o treinador-adjunto do Marselha, Franck Passi:
"Giannelli se sent beaucoup mieux lorsqu’il joue seul devant la défense, (...) Il est bien lorsqu’il a le jeu face à lui, il est capable de se projeter, de rompre les lignes, de donner de très bons ballons mais dès qu’il est dos au jeu, c’est moins facile pour lui."
Ou seja, se o meu francês não me trair, é qualquer coisa como isto: a melhor posição para o Imbula - e fala quem o treinou no Marselha - é à frente da defesa, sozinho, naquela posição que agora é moda chamar de "seis", e onde o rapaz pode olhar o jogo de frente e é capaz de arrancar, romper linhas e projetar o jogo de ataque. Se está de costas para o jogo, ou seja, numa posição mais à frente, é mais complicado para ele.
Eu até gostava de o ver nessa posição, e tenho pena que Lopetegui não tenha testado esta hipótese na pré-época, com consistência, mas tenho dúvidas que Imbula:
1. possua a agressividade suficiente para ser um roubador de bolas eficaz.
2. consiga sempre romper desde trás, com a bola controlada, sem sofrer uma perda de bola que possa originar um contra-ataque perigoso.
Já vimos jogadores fazer isto de que fala Franck Passi. Estou a lembrar-me de um Fernando Redondo, por exemplo. Ou de um Lothar Matthaus. Ou, para falar de um francês, de um Patrick Vieira. Mas será o nosso Gianelli homem para corresponder a este nível?
domingo, 13 de dezembro de 2015
A angústia da barreira no momento do livre (do Sporting)
Bryan Ruíz e Adrien junto à bola. Esgaio e Gelson entre a bola e a barreira. Gelson começa a correr na direção da grande-área, pelo lado direito. Esgaio corre para se colocar entre a barreira e Gelson.
Gelson prepara-se para entrar na área e olha para trás, à espera do passe. Entretanto, Esgaio bloqueia completamente a barreira, numa espécie de formação à rugby, impedindo que alguém saia no encalço de Gelson.
As condições para o sucesso estão criadas: Ruiz faz o passe para Gelson, completamentre isolado, enquanto Esgaio faz obstrução a qualquer tentativa de saída da barreira por parte dos defesas do Moreirense.
Gelson vai receber a bola sozinho. Entretanto, na barreira, a confusão é tanta que um jogador do Moreirense cai.
Gelson mais rematar à baliza a marcar golo. Dois jogadores do Moreirense abrem os braços e olham para o árbitro. Mais uma jogada de laboratório do genial Jorge Jesus. Srs. árbitros, é fácil, é só estarem com atenção.
Gelson prepara-se para entrar na área e olha para trás, à espera do passe. Entretanto, Esgaio bloqueia completamente a barreira, numa espécie de formação à rugby, impedindo que alguém saia no encalço de Gelson.
As condições para o sucesso estão criadas: Ruiz faz o passe para Gelson, completamentre isolado, enquanto Esgaio faz obstrução a qualquer tentativa de saída da barreira por parte dos defesas do Moreirense.
Gelson vai receber a bola sozinho. Entretanto, na barreira, a confusão é tanta que um jogador do Moreirense cai.
Gelson mais rematar à baliza a marcar golo. Dois jogadores do Moreirense abrem os braços e olham para o árbitro. Mais uma jogada de laboratório do genial Jorge Jesus. Srs. árbitros, é fácil, é só estarem com atenção.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Eyes Wide Shut - I am losing my religion
Como vi no Facebook, aquela tática 5-3-2 parecia um 5-5-0 e era certamente a ideal para usar um jogo que tínhamos mesmo que vencer. Uma tática de merda, que tinha tudo para dar merda e, claro, que deu merda. O problema é ter consciência portista e querer acreditar sempre nos nossos, querer ser positivo, pensar que existe algo que eu não alcanço na imensamente profunda sabedoria do Lopetegui, acreditar que íamos virar o jogo quando a primeira defesa do Courtois aconteceu aos 77 minutos...
Resumindo: a minha paciência para o basco terminou aqui. Nem que o gajo nos faça vencer o troglodita da chicla por 10 a zero, fazendo o garnizé do Sbordem pedir desculpa ao PdC de joelhos e acabar o campeonato com 20 pontos de avanço sobre o pessoal da segunda circular - o homem é uma nulidade, já teve dois planteis bem melhores do que o pobre do ex-treinador do Paços e não consegue passar do nível Fonseca. O homem não vale meio Vítor Pereira.
Em nenhum jogo daqueles que definem uma equipa e um treinador este tipo conseguiu tomar as decisões certas. O ano passado foi à Luz a necessitar de uma vitória e jogou para o empate. Foi a Munique defender um resultado razoável, inventou e encaixou um cabaz. Este ano, com um jogo decisivo em casa, começou por jogar para o empate com o Kiev e depois de estar a perder resolveu fazer daquelas alterações que partem as equipas porque só funcionam no Championship Manager!
Se o Pinto não andasse demasiado atarefado em engolir pastilhas azuis, talvez reparasse que ainda íamos a tempo de despachar o homem e salvar a época. Fazer um resto de campeonato digno e valorizar jogadores que este gajo está a atrofiar. Ou alguém percebe o que o gajo faz com o Imbula? Como é que um jogador com comprovada capacidade de remate, força para romper com bola e técnica para suportar tudo isto e ser o nosso playmaker se transforma numa Herrera escurinho? E como é que o Herrera passa de indispensável na época anterior, para reserva na equipa deste ano e, mais recentemente, para titular?
E porque é que o André Silva marca golos de todas as formas e feitios na equipa B e nem sequer tem uma oportunidade de mostrar que vale mais do que o italo-argentino que contratamos por catálogo? Qual a razão para andarmos a inventar nas laterais, pela segunda época consecutiva, sempre que há castigos ou lesões. Como é que temos 2 laterais esquerdos e jogamos com uma adaptação? Porque é que não existe um backup para o Maxi? Porque é que já se fala na possibilidade do Porto contratar o Tello em definitivo quando já se percebeu que o rapaz não dá mais do que aquilo (e é demasiado caro para suplente)?
Vem aí o Nacional na Choupana e eu já sinto aquela sensação de desgraça à espera de acontecer...
Numa versão mais hardcore, aqui fica o que penso "enhe bídeo":
Champions League: é só emoção
Acabo de saber que André André não joga esta noite em Stamford Bridge e divirto-me com a montanha de teorias especulativas que já rolam na net: André André tem um conflito com Lopetegui; André André já está vendido ao Chelsea; André André vai jogar e tudo não passa de bluff; André André está a ser poupado para o Sporting; ... enfim, haverá mais por aí, mas para fim de tarde bem disposta estas chegam perfeitamente.
Eu prefiro acreditar que o André André está mesmo com "sobrecarga muscular", ele que, no último jogo em casa, contra o Paços, até saiu aos 66 minutos... Também quero muito acreditar que vamos passar aos oitavos-de-final e quero acreditar que o vamos fazer graças a uma gracinha do Maccabi. É que hoje tive um sonho em que os israelitas empatavam em Kiev e nós até perdíamos em Londres. Era bonito, não era?
Por falar em equipas que perdem, mas passam aos oitavos-de-final, ontem na Luz, a equipa dos putos-maravilha foi completamente dominada pelo Atlético de Madrid durante 1 hora e 15 minutos, ou seja, precisamente até ao golo de Mitroglou. No último quarto de hora, de facto, os coisinhos empertigaram-se e estiveram perto do empate numa cabeçada de Jimenez. Foram 15 minutos em que os espanhóis tiveram realmente com que se preocupar. José Nunes, o benfiquista que comenta jogos para a Antena 1, dobrou esse tempo e disse, do alto da sua sabedoria lampiónica, "pelo que o Benfica fez na última meia hora, na minha opinião, merecia o empate." José Nunes é assim: tem sempre o dom de transformar uma derrota do Benfica numa coisa injusta e em que só há a dizer bem: Lisandro Lopez esteve imperial, Pizzi muito bem no meio-campo e Renato Sanches, enfim, já não há palavras para Renato Sanches. Aliás, não faltará muito para que alguém se lembre de lhe chamar "o novo Eusébio", com capa de A Bola a condizer (Uma foto com ambos, lado a lado: "Repare-se! Até chuta ao estilo do Pantera Negra!"). Eu estive a contar o tempo, e na meia-hora seguinte ao final do jogo, tanto José Nunes como o histérico Nuno Matos não comentaram o Benfica-Atlético de Madrid - comentaram o Renato Sanches. Para propaganda pós-Gonçalo Guedes, isto é muito lindo.
No entanto, perderam. Perderam e exibiram-se de forma paupérrima durante 75 minutos, o tempo em que o Atlético de Madrid fez o que quis, deu baile, fez tiki-taka e apenas permitiu um remate que foi à baliza de Oblak. Um: o que deu o golo do grego. Ao intervalo, as estatísticas davam 0 - zero - remates à baliza do esloveno. Mas isto, José Nunes prefere não relevar. Imagine-se que era o FC Porto a fazer uma exibição destas com 15 minutos finais frenéticos e desesperados. Consigo imaginar o comentário: "Apesar de uma ponta final de alguma pressão, mais com o coração do que com a cabeça, o FC Porto não disfarça o mau momento que atravessa e parece que há ali um lenço branco na bancada, sim, aquela senhora constipada parece exigir a saída de Lopetegui... Sim, e assobios, estes seis adeptos que assobiam neste momento marcam decisivamente o ambiente do Dragão! O FC Porto está em crise!".
domingo, 6 de dezembro de 2015
Do desperdício ao credo na boca
Eu não sabia o nome do treinador do Paços de Ferreira até às declarações na flash-interview após o jogo de hoje no Dragão. mas foram tantas as alarvidades que saíram daquela boca que quis saber o nome do senhor. Chama-se Jorge Simão e tem graves problemas na interpretação que o seu cérebro faz do que os olhos estão a ver - o que, convenhamos, é complicado para qualquer ser humano, incluindo quem quer ser treinador. Ou então é mais um anti-portistazeco de segunda categoria, daqueles que já trabalharam para a Associação de Futebol de Lisboa e tudo.
O jogo de futebol. Ora, num dia normal, o Paços de Ferreira sairia do Dragão com meia dúzia no saco. Não querendo tirar o mérito ao Marafona, foi pornográfica a forma como Aboubakar e Herrera falharam uns quatro ou cinco golos cantados. O camaronês, então, esteve simplesmente desastrado e, para mim, é já o case-study da época 2015/2016. Como é que é possível que aquele jogador que iniciou a época de forma fulgurante, com golos e números artísticos, motivando os mais rasgados elogios da nação portista, seja hoje um homem sem confiança, apático, sem reação, a falhar golos que até o Raul Jimenez era capaz de marcar? O que se terá passado nestes meses que tenha motivado este abaixamento de forma? Um possível acomodamento face à ausência de competição interna? Osvaldo também vem decaindo de produção com o tempo e parece fadado a seguir o caminho dos compatriotas Esnaider e Pizzi. Não se percebe, sinceramente, e por este andar, teremos de ir ao mercado em janeiro. Sim, porque aquele puto que lidera os melhores marcadores da II Liga deve ser um risco muito grande para a SAD...
Acabámos o jogo com o Paços a chegar à nossa área, mas sem criar uma única situação de golo digna de registo. Acontece que o exemplo do golo pacence pairava no ar e a todo o momento alguma coisa poderia acontecer. Não precisávamos nem merecíamos - até porque jogámos bem na maior parte do tempo - acabar o jogo a sofrer.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Cumprimos o dever
Com uma atitude agressiva constante durante os 90 minutos, hoje dávamos seis no mínimo. Bruno Paixão também não ajudou com uma das expulsões mais ridículas e injustas de que me lembro. Mas quando Osvaldo foi expulso, já nós estávamos há muito desligados do jogo e à espera que o tempo passasse. O mais engraçado no meio disto tudo é que não considero que a nossa qualidade exibicional tenha melhorado substancialmente em relação ao jogo com o Tondela, mas hoje tivemos a chamada "fortuna-à-coisinhos", com bolas a bater em defesas e a entrar e outras que seriam cruzamentos mas pararam lá dentro. Também merecemos, de vez em quando, ser bafejados pela sorte, mas preferia que isso acontecesse contra equipas mais difíceis. Este União, sinceramente...
Agora o objetivo é manter, no mínimo, estes dois pontos até à visita a Alvalade para, aí sim, mostrar se realmente temos vida para este campeonato.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Rivais ganham com felicidade
O Sporting ganhou com um penalti do Tonel aos 92 minutos. A situação não teria passado de uma prova extrema de burrice, azelhice e outros nomes acabados em "-ice" por parte do ex-jogador do Sporting se ele não tivesse feito um enorme esforço para tocar a bola com a mão. É que não era fácil fazer o que ele tentou fazer, mas ele conseguiu-o. Esticar o braço daquela maneira e conseguir tocar com a ponta da mão na bola foi de grande atleta de voleibol. E o esforço foi tanto que o Tonel caiu lesionado na perna. Fiquei impressionado. Ali houve arte e querer. E quando um homem quer, a obra nasce.
A vitória dos coisinhos hoje em Braga lembrou-me a vitória no Vicente Calderon. Um pouco sem saber ler nem escrever, duas oportunidades, dois remates às três tabelas, dois golos. E o Braga a mandar bolas aos ferros. O que gostaria era que este Braga tivesse jogado assim no Dragão, de igual para igual, e sem meter o autocarro e o atrelado à frente da baliza. Isso é que teria sido interessante.
domingo, 29 de novembro de 2015
Pobreza franciscana
Acho que, com exibições do calibre da de ontem, é uma questão de tempo até dizermos adeus a mais um campeonato, não? A não ser que janeiro traga novidades. Não, não estou a falar de contratações. Estou a falar, por exemplo, da saída deste treinador. Isso é que era uma novidade boa.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Gelo
Olha-se para um jogo como o de hoje e fica-se com a sensação que já nada nos surpreende. Já se encaram estes momentos de delírio do nosso treinador como normais e sabemos que, mais cedo ou mais tarde, as coisas vão correr mal. Provavelmente vamos acabar na Liga Europa. Provavelmente vamos sair sem honra e glória da Liga dos Campeões. No campeonato vamos continuar a ganhar três ou quatro jogos seguidos para depois empatarmos com um Moreirense qualquer num dia não. Porque esta equipa tem demasiados dias não, principalmente quando o treinador resolve inovar. E qual foi a inovação de hoje? Deixar, tão somente, o melhor médio da equipa no banco. André André, que nem jogou no fim de semana, teve direito a banco. Ele que é só o jogador em melhor forma do nosso plantel. A única ressalva nisto é que não percebo nada de futebol e apenas sei se os jogadores jogam bem ou mal. Mas isso é subjetivo. Se calhar, para o nosso treinador, o André tem estado apenas razoável, mauzito até. Se calhar o André André anda na noite ou é um tipo indisciplinado no balneário e que não se aplica nos treinos. Alguém que pergunte ao senhor Lopetegui.
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Incontestável
A UEFA divulgou, através da sua conta no Twitter, os dez melhores clubes a disputar a Liga dos Campeões. Atenção: isto não é uma classificação baseada nos últimos 5 anos. Nem nos últimos 10. Nem 20. Isto é uma classificação que vai buscar todo o historial da Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões.
E contra todas as expectativas dos 6 milhões, o FC Porto aparece à frente dos coisinhos. Por pouco, mas aparece. E com a vantagem de tudo ter acontecido na era da TV a cores. Como seria se aqui estivessem contabilizados outros troféus internacionais? Não queremos saber. Por agora, basta isto para os calar.
Lista dos 10 melhores clubes:
1. Real Madrid, 729 pontos (10 troféus).
2. Bayern Munique, 565 pontos (5 troféus).
3. FC Barcelona, 508 pontos (5 troféus).
4. Manchester United, 455 pontos (3 troféus).
5. AC Milan, 404 pontos (7 troféus).
6. Juventus, 387 pontos (2 troféus).
7. F.C. Porto, 325 pontos (2 troféus).
8. Benfica, 313 pontos (2 troféus).
9. Liverpool, 297 pontos (5 troféus).
10. Arsenal, 286 pontos (0 troféus).
domingo, 22 de novembro de 2015
Jesus ensina Vitória a falar
Rui Vitória, na flash-interview, sob pressão e visivelmente nervoso, teve um lapso de discurso que o levou a dizer que tinha havido um penalti contra o seu clube não marcado. A frase foi rápida, mas Vitória corrigiu imediatamente. Percebe-se que o treinador dos coisinhos se dá mal com discursos beligerantes, reações a quente e protestos contra arbitragens. Jorge Jesus aproveitou-se deste lapso na conferência de imprensa para dizer que, "se até o treinador deles o diz, sim, houve um penalti sobre o Sulimane". Ele que é o rei dos pontapés na gramática e que, segundos antes, tinha dito "O Téo, não pu-lo a jogar...". Enfim, tudo na mesma.
sábado, 21 de novembro de 2015
Taça
Por acaso acho que o Ilusão sofre penalti. É nítido que, no momento do cruzamento, e vendo que a bola vai cair na zona do central dos coisinhos, o João Pereira vai contra ele intencionalmente e provoca-lhe a queda. Teria sido, provavelmente, o 2-2, teria havido mais polémica, possivelmente mais porrada, expulsões, quem sabe. Foi pena.
No jogo jogado, a lagartagem mereceu ganhar porque foi superior na maior parte do jogo e já vão em três vitórias consecutivas contra os do outro lado da segunda circular. A moral está em alta, Jesus falta de alto, mas ainda não jogaram contra o FC Porto. Os coisinhos, a jogarem assim, vão ser trucidados nos oitavos de final da Champions. E nem precisam de apanhar um Bayern.
Nós cumprimos a obrigação, com destaque natural para os dois golos de Bueno, jogador de qualidade que já merecia mais oportunidades no campeonato. Também achei boa a prestação do lateral-direito venezuelano, Victor Garcia. Talvez seja boa ideia apostar nele de modo consistente para o plantel da próxima época, como alternativa válida a Maxi Pereira. É nosso, está cá há vários anos, está identificado com o clube e não precisamos de ir gastar dinheiro noutro lateral.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Vindo eu, vindo eu, com um melão de Skenderbeu
O Sporting foi humilhado, hoje, na Albânia, ao ser goleado pelo Skenderbeu por 3-0. Estamos a falar da mesma equipa que tinha levado 5-1 e sobre a qual recaem suspeitas de ter facilitado "um bocadinho" nesse jogo por suposto envolvimento em corrupção de apostas desportivas. Lembro que o ponta-de-lança conseguiu ser expulso com dois amarelos nos primeiros vinte minutos. Hoje, enquanto ouvia o relato pela rádio, os jornalistas da Antena 1 diziam que a equipa albanesa estava a mostrar uma atitude em campo muito diferente da demonstrada em Alvalade. Pois...
Este jogo mostra três coisas:
1. Jesus continua a ser medíocre na Europa.
2. Não é só Rui Patrício que joga mal com os pés. O animador de balneário brasileiro não lhe fica atrás.
3. Os meninos de Jesus e da academia, afinal, não asseguram uma rotatividade eficaz.
"São situações que é futebol", disse Jesus na conferência de imprensa. Estou inteiramente de acordo, inclusive na forma como tentou substituir um jogador que estava no banco (quando estava para entrar Marcelo Boeck, o número do jogador que a placa mostrou para sair foi o 9, de Slimani, que estava no banco). Mas o árbitro estava atento e não permitiu a marosca. É futebol. E situações.
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Passear em Telavive
Só tínhamos de ganhar este jogo. Face à diferença abismal entre as duas equipas, qualquer resultado que passasse pela não vitória seria uma tragédia. Fizemos, no geral, um bom jogo e só abanámos um pouco - e mesmo assim nada de especial - quando o Bruno Paixão grego resolveu inventar.
Lopetegui apresentou uma surpresa no onze inicial - Evandro - e a equipa, bem organizada e com atitude, construiu uma vitória tranquila que apenas peca por escassa. Podíamos e devíamos - com um pouco mais de concentração - ter construído um resultado histórico no âmbito da Liga dos Campeões. E só espero que os golos que falhámos hoje não nos venham a fazer falta num hipotético desempate por goal-average que pode muito bem vir a acontecer.
Nos meus destaques pessoais incluo Layun, um jogador que parece ser mesmo um achado à moda antiga do FCP. Raça e qualidade, duas características que este mexicano tão bem combina. O golo é de um predestinado, mas a forma como põe intencionalidade em cada passe, cruzamento ou remate é desconcertante. Muito bem, e choramos por mais.
Tello e André André também cabem nos destaques. O espanhol fez o primeiro jogo decente da época - e já não era sem tempo. E segundo não sabe jogar mal e é já imprescindível naquele meio-campo. Danilo e Maxi também estiveram em plano acima da média.
A nota menos vai para Aboubakar, que hoje parecia o Raul Jimenez dos coisinhos. Para além dele, apenas Casillas, naquela reposição de bola - entretanto corrigida com defesa - destoou um pouco.
Estamos em primeiro lugar com 10 pontos, [modo ironia on] matéria mais do que suficiente para a imprensa lisboeta exultar de alegria. Acham que não? Afinal, se o fazem com quem chega aos 9 pontos, que fará connosco? [modo ironia off]
sábado, 31 de outubro de 2015
Eusébio não descansa em paz
O jornal The Sun considera Peyroteu como o melhor jogador português de todos os tempos. Isto é mais uma ofensa à memória de Eusébio e é nitidamente mais um ataque aos coisinhos. Pedro Guerra promete resposta e já se encontra nos arquivos da Torre do Tombo a compilar documentação que vai apresentar no próximo programa da TVI e que prova que esta votação foi um frete do The Sun ao amigo voz de bagaço.
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